Texto e foto: via João Fidalgo Pimentel. Para ver o filme, clicar aqui.
"As povoações da Cova Gala, foram provavelmente aquelas que mais contribuíram nos séculos XIX e XX, para a pesca à linha do bacalhau na Terra Nova, com este tipo de Homens Valentes, e de uma coragem ímpar...
quinta-feira, 16 de junho de 2022
Homens, meninos dos dóris
Entre adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e 16 anos e homens, estima-se que cerca de 90% foram à pesca do bacalhau, desde quase nos seus primórdios em Portugal, no século XIX, até à primeira metade do século XX.
Foram os Armadores com a frota de Veleiros de três e de quatro mastros, ou Lugres, que incrementaram no início do século XX, a pesca nos mares da Terra Nova no Canadá e da Gronelândia, com tripulações e pescadores da região de Ílhavo, Aveiro e Figueira da Foz que em condições muito severas, de abril a setembro pescavam à linha o Bacalhau, em pequenos barcos, os Dóris, que equipavam os Veleiros; este tipo de pesca terminou em 1971, ano da ultima partida de um Lugre para os mares do Norte.
A frota de lugres bacalhoeiros começou a ser conhecida em todo o mundo durante a 2ª Guerra Mundial, como a “White Fleet”(frota branca), porque todos eles tinham os cascos pintados de branco, com velas também brancas.
Uma necessidade surgida durante a Segunda Grande Guerra em que Portugal não participou por se ter declarado pais neutro no conflito.
Durante a 2ª Grande Guerra os lugres Delães e Maria da Glória foram afundados em 1942 por submarinos alemães.
Depois destes naufrágios, tomou-se a decisão de pintar os navios de branco com o nome e a nacionalidade bem pintados no costado e a bandeira portuguesa nas amuras e nas alhetas. Foi assim que, a partir de 1943, a nossa frota bacalhoeira ficou mundialmente conhecida por "White Fleet".
Esta decisão foi tomada de acordo com os Aliados e comunicada a todas as partes em conflito. A frota de pesca portuguesa passou a navegar em grandes comboios de lugres brancos, com velas brancas e sem contactos rádio durante a travessia, proibidos pelos nazis Alemães.
Os bacalhoeiros distinguiam-se bem de qualquer outro navio em alto mar… Só os nossos barcos tinham esse aspecto e eram belíssimos.
Os mais bonitos de todas as frotas de pesca em qualquer parte do mundo...
Este filme, é uma demonstração de veneração e respeito a todos os pescadores em geral, e em especial, aos da Cova Gala, na dura vida da Pesca à linha do bacalhau em dóris, nos séculos XIX até metade do século XX.
Muitos destes pescadores, ainda adolescentes, com idades de 14,15 e 16 anos..."
quarta-feira, 15 de junho de 2022
Carlos Monteiro, o indeciso político apanhado por um terramoto a meio da ponte...
Na Figueira, há muito que está aberta a discussão sobre a qualidade dos políticos e das políticas implementadas no concelho há dezenas de anos.
É uma discussão interessante. Na minha opinião, fácil de explicar: a falta de qualidade dos políticos e das políticas que atiraram o concelho para onde sabemos que está, é natural - e, se calhar, não podia ser de outra maneira. Os políticos na Figueira têm sido, no geral, maus. Mas isso não reflecte a realidade da sociedade figueirense? Ou a excelência é a regra da sociedade figueirense e a actividade política a excepção?
Foto Pedro Agostinho Cruz, via Dez&10 |
Carlos Monteiro, presidente de câmara por sucessão até Setembro passado, actual vereador e presidente da Concelhia do PS, deu na passada segunda-feira uma entrevista ao programa Dez&10.
Recomendo a sua visualização por toda a gente. É uma coisa absolutamente imperdível.
Questionado se está disponível para ser candidato do partido nas Eleições Autárquicas de 2025, disse que devem surgir “novos protagonistas”. Contudo sublinhou: a renovação, “não tem de ser com gente mais nova, mas qualquer um dos vereadores [do PS] pode ambicionar ter funções importantes no concelho. São pessoas competentíssimas”.
A questão do convite para o porto que (ainda) não chegou perturbou-o nitidamente.
Pedro Santana Lopes, em declarações recentes ao DIÁRIO AS BEIRAS, admitiu que conversou com o ministro Pedro Nuno Santos sobre a necessidade de haver pelo menos um elemento figueirense na administração do Porto Comercial da Figueira da Foz, tendo sugerido, entre outros, o nome de Carlos Monteiro.
No PS figueirense (e na sociedade em geral também), porém, há quem não encare bem a possibilidade de o líder local do partido vir a ser administrador do porto comercial e manter o mandato de vereador. Ainda por cima, por ter sido sugerido pelo presidente da câmara.
Questionado sobre se, caso seja convidado, acumulará os dois cargos, Carlos Monteiro afirmou: “se for convidado, a ver vamos o que vai acontecer”.
O problema de Carlos Monteiro não é o jornalismo figueirense (está no mesmo lugar onde sempre esteve: quem mudou foi a perspectiva interessada e interesseira de Carlos Monteiro: da situação passou à oposição...), nem personagens insignificantes que ele teima em valorizar (pela parte que me cabe, muito obrigadinho): o problema de Carlos Monteiro é ele mesmo.
O problema dos figueirenses é outro. Têm sido eles mesmo, por terem promovido a escolha da mediocridade para gerir politicamente o concelho.
A carreira política, como é sabido, não promove o mérito e não atrai a qualidade.
Mas isto pode ser tudo menos uma novidade: quem leu o Eça sabe que conta que em algumas casas da burguesia os políticos não eram recebidos porque as senhoras tinham nojo.
Confesso: não estou preocupado com o alegado controlo que o poder, na opinião do entrevistado, exerce na Figueira sobre a generalidade da comunicação social. Convém não esquecer: de todas as vezes em que houve uma tentativa de asfixia noticiosa (por parte do poder) as coisas não acabaram nada bem para os putativos golpistas.
Carlos Monteiro, apenas com 2 anos como presidente de câmara, ainda estava genericamente fresquinho e em estado de graça junto da comunicação social local quando caiu.
Serve isto apenas para sublinhar que existe uma correlação directa entre o nível do descontentamento popular e o desfoque da realidade publicada. Quanto maior for a pressão exercida pelo poder, quanto maior for a distância entre o que o povo sente e vê e o que se lê na comunicação social, mais rápida e dolorosa será a mudança, como se está a comprovar em Junho de 2022, na Figueira, nove meses depois da estrondosa queda de Carlos Monteiro e a desmontagem lenta, mas eficaz, que está a ser levada a cabo da máquina política montada pelo PS e dos poderosos interesses que gravitaram em seu redor.
Alguém gosta de ser enganado ou manipulado?
terça-feira, 14 de junho de 2022
Amanhã há a segunda reunião de Câmara do mês de Junho
Realiza-se amanhã, quarta-feira, 15 de junho, pelas 10h30, no Salão Nobre dos Paços do Município, a segunda reunião de Câmara ordinária do mês de junho de 2022.
A ordem de trabalhos está disponível aqui.
Para os próximos dias recomendo vivamente esta entrevista...
...impagável - e compete com Cavaco em ressabiamento e azedume.
Estou a ficar preocupado. O drama é pungente e atormenta.
Estou a ficar preocupado. O drama é pungente e atormenta.
segunda-feira, 13 de junho de 2022
"A sardinha da matança..."
Vídeo via Figueira A Primeira
"...tradições... entre a festa da sardinha e a chamada sardinha da matança...
festa da sardinha é que não vai deixar de haver..."
festa da sardinha é que não vai deixar de haver..."
Quinta das Olaias serviu de palco à cerimónia de entrega de prémios Sardinha Cup 2022
Via página do Município da Figueira da Foz no facebook
Na foto, três presidentes: Santana Lopes, José Duarte e Pedro Machado |
Há alguns comunistas assim...
Um postal para o Ruben de Carvalho
Por Luís Osório
Por Luís Osório
Dentro do PCP fazia a ponte com os que não eram comunistas. Alguns dos seus camaradas não o entendiam, mas Cunhal (ou depois Jerónimo) nunca teve qualquer dúvida da importância do seu papel. Manteve amizades com figuras da extrema-esquerda, com vários socialistas e até com figuras claramente de direita, como Jaime Nogueira Pinto com quem protagonizou um inesquecível programa de rádio e uma amizade improvável. Reabilitou o fado dentro do PCP. E dentro do fado exaltou figuras como Amália que muita gente colava ao salazarismo. Nunca escondeu a paixão pela música popular americana.
Imaginou uma festa comunista que pudesse ser para todos e onde todos coubessem. A Festa do Avante nasceu dentro de si.
Mas não nos enganemos. A sua genuína abertura para os outros não se confundiu nunca com menor obstinação ideológica ou com dúvidas metódicas. Esteve sempre do e ao lado dos que ficaram, não dos que se desiludiram com o PCP. Nunca deixou de ser implacável na defesa das suas convicções. Implacável sem nunca perder a ternura.
Cresci com o Ruben presente na minha vida. Ele era o melhor amigo do meu pai. Assinaram em conjunto (pelo menos) dois livros sobre fado. E quando o pai ficou doente, o Ruben (e o partido) nunca o desamparou. No dia do funeral do meu pai foi o Ruben quem disse as últimas palavras. Foi ele quem colocou a bandeira do Partido Comunista no caixão. Há coisas que não se esquecem.
Sempre pensei que pudesse chegar a líder. Um dia disse-lho à volta de dois copos de whisky bebidos lentamente no restaurante Sete Mares. Respondeu-me que eu não percebia nada do Partido Comunista e que não conhecia as suas limitações.
Dizem-me que o Ruben morreu. Disso não tenho a certeza. Vou guardar o seu número de telefone, não o apagarei. E sei que se precisar ele estará lá."
domingo, 12 de junho de 2022
Já que estamos nos Santos populares...
Se estão por casa - hoje está um dia calor em todo o lado - desfrutem deste texto de António Araújo.
«Antes de comer uma sardinha, convém saber ao menos o que é uma sardinha. E talvez saber que, por causa dela, ou de uns peixes como ela, estivemos à beira de uma guerra mundial, ou quase. Não foi assim há tanto tempo como isso e envolveu dois países que agora se enfrentam surdamente, Suécia vs. Rússia.»
Na íntegra AQUI.
sábado, 11 de junho de 2022
Santana, o único antigo primeiro-ministro que depois foi autarca...
Belém? "Não penso nisso. Tenciono concorrer a 2.º mandato na Figueira"
Reinaldo Rodrigues/Global Imagens |
Porém, o "antigo primeiro-ministro e actual presidente da Câmara da Figueira da Foz não descarta uma candidatura a Belém apesar de "não pensar nisso".
Eleições para a concelhia do PSD Figueira e a fragmentação política que poderá ocorrer à direita no futuro próximo...
No dia 9 de Julho vai disputar-se a liderança do PSD Figueira para os próximos 2 anos.
O clima partidário, pelo menos à superfície, parece estar sereno.
Porém, conhecendo os protagonistas e vendo de fora o ambiente interno do partido nos últimos anos, será muito difícil que não venha a haver agitação, pois propaganda não irá faltar...
O clima partidário, pelo menos à superfície, parece estar sereno.
Porém, conhecendo os protagonistas e vendo de fora o ambiente interno do partido nos últimos anos, será muito difícil que não venha a haver agitação, pois propaganda não irá faltar...
Um dia destes, via facebook, li o seguinte.
"Após aturada reflexão e consideração pelos eleitores do concelho da Figueira, enderecei ao Senhor Presidente da Assembleia Municipal da Figueira da Foz o meu pedido de suspensão de mandato.
Faço-o por três ordens de razões: pessoais, políticas e institucionais.
Em relação às razões políticas: sempre entendi a participação no espaço público como um impulso de cidadania, exercida com total desprendimento de eventuais benesses ou honras, assinando cada opinião com o devido respeito por quem pensa diferente de mim – mas, na Figueira dos últimos meses, tem primado o ataque pessoal, o espírito de vingança, a avidez do achincalhamento.
Julgo que é tempo de arrepiar caminho e de devolver a possibilidade de que se possa pensar livremente, sem o medo de que um like colocado no post errado traga consequências indesejadas.
Quanto às razões institucionais: a Assembleia Municipal é o órgão deliberativo do Município, sendo composto por 41 eleitos; nos últimos meses, foi consecutivamente desconsiderado, através de alterações de data, de local, e até de ordem de Trabalhos, sem qualquer tempo de qualidade dado aos representantes do povo para que fossem devidamente estudados alguns dos assuntos estruturantes para o Concelho.
Julgo que é tempo de arrepiar caminho e de devolver à Assembleia Municipal da Figueira da Foz a dignidade ferida."
O texto citado é de um deputado municipal em quem nunca votei, mas a quem reconheço honestidade pessoal e intelectual e capacidade e experiência política.
Se Teotónio Cavaco, "após aturada reflexão", concluiu que "na Figueira dos últimos meses, tem primado o ataque pessoal, o espírito de vingança, a avidez do achincalhamento", estou em crer que no futuro próximo o clima político figueirense vai agitar-se e algo poderá acontecer.
Julgo conhecer, há muito, alguns "pássaros pelas cagadelas"...
Será que para quem se assume como neo-liberal na Figueira - e ainda está no PSD (e, talvez também no PS...) - haverá, no futuro, outras opções partidárias?
Na Figueira, já quase toda a gente percebeu, as últimas autárquicas representaram o fim de ciclo para certas figuras locais do PSD.
Todavia, o fim de um ciclo pode ser o início de uma nova etapa - putativamente até fora do PSD.
Para quem anda minimamente atento ao que não se vê à superfície, desde há meses que advinha em gestação na política figueirense uma corrente liberal - aliás, agora muito na moda no País.
Vislumbram-se, digamos assim, três facções, para já teóricas, que se consideram genuinamente liberais.
Uma, é composta por malta jovem com pouca ou nenhuma experiência política, que tem do mundo uma visão eminentemente teórica, axiomática, que peca muitas vezes por não viver na realidade.
A outra, é composta por quem que já foi, ou tentou ser, político.
E há a terceira: no PSD e no PS figueirenses, existem os neo-liberais profissionais da política, ou com aspirações a tal.
Perante a falência das ideologias, olham para o "liberalismo", não só como um balão de oxigénio, mas também como uma nova oportunidade na carreira...
Tudo isto ainda é muito teórico e pouco visível.
Todavia, os resultados para a concelhia do PSD, em Julho próximo, vão ter uma palavra a dizer no encaminhamento e desenvolvimento do processo.
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