«O presidente da
Câmara da Figueira da
Foz, Pedro Santana Lopes,
na sua intervenção na sessão solene do 25 de Abril
da Assembleia Municipal, que se realizou ontem no CAE, destacou
que a saúde, a honra e a
liberdade são “bens preciosos” para as pessoas. Falou também na
necessidade de haver um
Estado Social Local.
Depois, em declarações
ao DIÁRIO AS BEIRAS,
defendeu que prefere
que a sua proposta para
as respostas sociais seja
designada como Estado
Solidário Local (ESL).
Afinal, em que consiste
o ESL?
“Os municípios,
neste momento em que
estão a receber tantas
competências do Estado
Central, têm de se consciencializar que têm de
organizar esses minis estados sociais ou solidários, para se substituírem
ao Estado, o que já muitas
vezes acontece”. O ESL, na opinião de Santana Lopes, criará
respostas sociais para as
áreas da saúde, incluindo cuidados continuados
e paliativos; Segurança
Social; apoio social em
situações de carência;
educação e formação em
áreas que não existem,
como a musical. E, ainda, “favorecer a inclusão
dos mais desfavorecidos”.
“Eu acredito num Estado
Solidário Local, até prefiro esta expressão, que
é tratar de um modo diferente aqueles que têm
vidas diferentes e não dar
apoios iguais independentemente da vida de
cada um”, ressalvou.
A saúde é uma das
principais apostas de
Pedro Santana Lopes. A
este propósito, o autarca
disse não compreender
porque razão os médicos
aposentados não podem
trabalhar nos centros de
saúde, apesar de estarem
disponíveis e de fazerem
falta. “Temos médicos
na Figueira dispostos a
trabalhar nos centros de
saúde e a Administração
Regional de Saúde diz
que é proibido. Não me
entra na cabeça”.
A
Autarquia quer criar bolsas
de profissionais de saúde
Para contornar os obstáculos e facilitar aos figueirenses o acesso aos Cuidados de Saúde Primários
(CSP), revelou Pedro Santana Lopes ao DIÁRIO AS
BEIRAS, o executivo camarário irá “ajudar a criar
bolsas de profissionais
das várias áreas [dos CSP]
que possam ser transferidos para a administração
de saúde e sugerir trabalhar naquilo que, pelos
vistos, a Administração
Pública tem dificuldade
em fazer, porque não consegue suprir as vagas”. Ou
seja, esta proposta poderá
caminhar para um “Serviço Local de Saúde”. “Isso
é uma sigla, mas é nesse
sentido que temos de trabalhar”.
Na campanha eleitoral,
o candidato do movimento independente Figueira A Primeira colocou a
defesa do normal funcionamento das extensões
de saúde do concelho no
topo das suas prioridades.
Este tópico da sua agenda política foi retomado
quando assumiu funções
de presidente da câmara,
em outubro do ano passado.
Por outro lado, no início deste mês, o executivo camarário liderado
por Pedro Santana Lopes
consumou a aceitação
da transferência de competências, por parte da
Administração Central,
para os CSP. Esta medida, no entanto, impede as
autarquias de contratar
e gerir os profissionais
de medicina e enfermagem e coloca entraves à
contratação de assistentes técnicos.
“Estamos impedidos de contratar, mas
há-de chegar o tempo em
que vamos ter [essa possibilidade]”, afiançou o
autarca.
E se as câmaras
encerrassem serviços
por falta de pessoal?
Os polos de saúde espalhados pelo território figueirense continuam com
intermitências no funcionamento por falta de pessoal. No discurso feito na
Assembleia Municipal, o
autarca indagou se o mesmo acontecesse em Lisboa
os cidadãos e os “media”
também se resignariam.
“[Defendo que] todos tenham direito à saúde e aos
cuidados inerentes”, enfatizou o presidente.
Pedro
Santana Lopes questionou ainda qual seria a reação coletiva se as câmaras
municipais suspendessem
ou encerrassem serviços
por falta de pessoal.»