A título excepcional, pregou a seguinte peta aos seus leitores:
sexta-feira, 2 de abril de 2021
A nossa brincadeira do dia das mentiras...
Mais uma vez, este blogue aderiu à tradição do dia 1 de Abril.
quinta-feira, 1 de abril de 2021
Figueira da Foz, Penela e Soure com transmissão que pode por em causa desconfinamento
"Figueira da Foz, Penela e Soure são os três concelhos da Região de Coimbra, num total de 19 em todo o país, que se encontram com risco de transmissão da covid-19 entre 120 e 240 casos por 100 mil habitantes e onde as medidas de desconfinamento vão ser reavaliadas daqui a duas semanas, anunciou hoje o primeiro-ministro."
Planeamento do concelho: Porto Comercial e Zona Industrial e os erros estratégicos de localização
O primeiro acto público de Pedro Machado, na qualidade de candidato do PSD à câmara da Figueira da Foz, aconteceu ontem.
Sob o signo Figueira do Futuro, Pedro Machado apresentou as primeiras 12 propostas do programa eleitoral, tendo no horizonte um “ciclo de 12 anos”, o que corresponde ao limite de três mandatos autárquicos consecutivos.
Sob o signo Figueira do Futuro, Pedro Machado apresentou as primeiras 12 propostas do programa eleitoral, tendo no horizonte um “ciclo de 12 anos”, o que corresponde ao limite de três mandatos autárquicos consecutivos.
As “alavancas”
anunciadas abrangem áreas como
o desenvolvimento económico,
mobilidade, turismo, ambiente,
demografia, políticas sociais ou
coesão territorial.
Uma das propostas chamou-me particularmente a atenção, pois é um tema que me diz muito e há muitos anos: a mudança
do porto comercial para a margem
sul e o aproveitamento da actual
infraestrutura para fins turísticos.
Pedro Machado afirmou que a sua proposta visa enquadrar o porto comercial com a
concentração de empresas existente na margem sul do concelho,
a maioria na Zona Industrial.
O desenvolvimento planeado e estratégico do concelho da Figueira da Foz é um assunto que nos deveria preocupar a todos. Por outro lado, "a devolução da margem norte à cidade", também.
O Rio Mondego ja fez parte da cidade. A foto de Manuel Santos bem o demonstra.
Há cerca de 20 anos, precisamente na edição de 18 de Junho de 2001, na coluna que escrevia todas as semanas, o responsável pelo OUTRA MARGEM, publicou no jornal Linha do Oeste a seguinte crónica:
O assoreamento do Rio Mondego é um problema antigo e complicado. Mas, para a Figueira, nem tudo sempre foram desvantagens.
Antes do século XI, o Mondego navegável era a estrada natural para o comércio existente nos princípios da nacionalidade. Coimbra, Soure, Verride, Montemor-O-Velho eram então importantes praças comerciais e influentes portos fluviais no centro do país. Por sua vez, a Figueira limitava-se a ser um pequeno ponto localizado na foz do Mondego.
A partir do século XII, porém, o assoreamento do Mondego, com a natural perda da navegabilidade que daí resultou, fez com que um pequeno povoado pertencente ao concelho de Tavarede viesse a ganhar actividade e importância e se desenvolvesse até à cidade na moda, cosmopolita, mas ainda provinciana, dos dias de hoje.
E tudo começou, em boa parte, por há cerca de oitocentos anos o rio ter começado a ficar impraticável para a navegação. Como em tantos outros casos, o mal de uns foi a sorte de outros.
O rio e o porto estão associados ao crescimento da Figueira e são factores de desenvolvimento concelhio, pelo que deveria ter havido (e continuar a haver) o máximo de cuidado e planeamento na execução e expansão das obras portuárias.
As razões são óbvias: basta verificar qual será a função principal do porto comercial.
Fácil de responder: proporcionar o escoamento a mercadorias da zona centro do país, em especial das empresas sediadas na zona industrial da Figueira da Foz e das celuloses.
Sendo a Figueira, como sabemos, um porto problemático a vários níveis, nomeadamente por sofrer a influência das marés, enferma de um erro estratégico de fundo: a localização. A teimosia, ou a falta de visão, em manter o porto comercial na margem norte é um factor condicionante para as condições de funcionalidade da estrutura portuária.
Duas razões simples:
1º. Se estivesse na margem sul estaria mais perto das fábricas, o que pouparia as vias de comunicação que dão acesso ao porto comercial e evitaria a sobrecarga no tabuleiro da ponte da Figueira.
2º. Principalmente no inverno, os navios acostados no cais comercial têm frequentes problemas de segurança, ao ponto de, por vezes, ser necessária a sua deslocação para a zona abrigada do porto de pesca com as demoras e despesas daí resultantes, o que torna mais onerosa e menos operacional a vinda dos navios à barra da Figueira.
Tempo é dinheiro no competitivo mercado dos transportes marítimos. O mal, contudo, está feito, mas não pode ser escamoteado. Até porque a vinda para a margem sul do porto de pesca não foi inocente. Era poluente ...
Também podemos aprender com os erros. E erro estratégico foi, igualmente, a implantação da zona industrial logo a seguir à zona habitacional da Gala, quando teria sido perfeitamente possível e fácil a sua deslocação mais para sul, possibilitando assim a criação de uma zona tampão entre as fábricas e as residências.
É uma questão pertinente, apesar do optimismo que aí vai com a notícia da implantação de uma fábrica que, segundo a responsável pela gestão do Parque Industrial, “é o maior projecto”, desde que a câmara tomou posse dos terrenos da zona industrial.
Com erros, ou sem erros, porto comercial e zona industrial são estruturas complementares no progresso e desenvolvimento do nosso concelho. Contudo, convém que o planeamento seja devidamente sustentado, pois erros já foram cometidos bastantes. Apesar dos alertas feitos em devido tempo.
Historicamente é conhecido que a ocupação espanhola dos Filipes foi penosa para Portugal. Na Figueira, conforme pode ler-se no Manifesto do Reino de Portugal, “nos séculos XV e XVI até as pescarias não eram seguras, porque nos nossos portos tomavam mouros e turcos as mal defendidas barcas de pesca; cativavam e faziam mercadoria humana dos miseráveis pescadores; e ainda se atreviam licenciosa e insolentemente ao mesmo nos lugares marítimos, como senão tiveram rei que os pudesse defender; e proibida a pescaria faltava ao reino uma considerável parte do seu sustento”.
Isto aconteceu na dinastia dos ocupantes Filipes. Nesse tempo, mouros, turcos e habitantes do norte da europa, todos piratas, saquearam e flagelaram Buarcos e a Figueira. Essa realidade só veio a mudar com a independência, a partir de 1640.
Todavia, só em meados do século XVIII o porto da Figueira conheceu o esplendor, beneficiando, é certo, de um factor exógeno: a quase inutilização da barra de Aveiro. Mais uma vez, o mal de uns foi a sorte de outros.
A região interior centro passou a processar o movimento de importação e exportação das mercadorias pelo porto da Figueira, a tal ponto que embora com demoras, dificuldades e riscos, a nossa cidade “ foi considerada a terceira praça comercial e marítima do país do século XIX”.
De então para cá aconteceram períodos mortos, avanços, recuos, estudo e mais estudos técnicos, ilusões, desencantos, mentiras, mas, nas últimas dezenas de anos, apesar de tudo, avançou-se desde o cais de madeira obsoleto e podre, apenas equipado com uma grua a vapor, tempos esses aliás ainda presentes na nossa memória.
Pena foi o cais comercial ter morto e enterrado as memoráveis regatas de outros tempos. Também por isso, porque é que não o implantaram na margem sul?
Primeira página do Expresso de hoje...
Todos sabemos que estamos no dia 1 de Abril.
Mas, há notícias que nem no dia das mentiras têm piada...
O Centro vai ter dois aeroportos: um em Monte Real e o outro a sul de Coimbra
Como é sabido, apesar da relativa proximidade dos aeroportos de Lisboa e Porto, a capacidade aeroportuária de Portugal está próxima do esgotamento.
A Região Centro (especialmente o grande pólo turístico balnear que é a Figueira da Foz, Coimbra, com uma grande universidade, património classificado pela UNESCO e empresas tecnológicas muito competitivas – e Fátima, com o turismo religioso) tem um potencial enorme para atrair tráfego que mais nenhuma região do país oferece.
Portanto, um aeroporto além de ser uma prioridade é, sobretudo, uma
questão de justiça e premência para o desenvolvimento do centro de Portugal.
O Governo tem estado atento à situação. Além da abertura da base aérea de
Monte Real à aviação civil estar para "breve", vai ser também construído o aeroporto internacional defendido, em 2017, por Manuel Machado, enquanto recandidato à Câmara de
Coimbra pelo PS.
Este segundo aeroporto deverá ser implantado a sul de Coimbra, já nos concelhos de Condeixa e Soure. Isto vem ao encontro de notícias publicadas já em 15 de Janeiro de 2020, que apontavam para o estudo, por parte do Governo, de "uma solução viável para a implementação de um aeroporto na região Centro".
Afirmou-se, em 2017, na campanha eleitoral autárquica, que os aviões comerciais de médio porte só podem aterrar em pistas com mais de 2500 metros. Não é verdade: no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, por exemplo, a pista maior tem 1323 metros e isso não impede o aeroporto de movimentar 9 milhões de passageiros por ano. A partir dos 1500 metros, os aviões a jacto típicos dos voos “charter” e das companhias “low cost” – os Boeing 737 e os Airbus 319 – aterram e descolam sem problemas. E com 1800 metros trabalham em condições ótimas.
Qualquer piloto de linha aérea pode explicar isso.
quarta-feira, 31 de março de 2021
Na Aldeia a vida está cada vez mais difícil para a pesca tradicional
Os problemas para estes pescadores existem há anos.
«Há muita água estagnada, o rio cheio de jacintos, os arrozais com químicos, os lixos das pocilgas a escorrer, contaminam tudo. Sem poluição tínhamos aqui uma riqueza», dizem os pescadores. O «portinho assoreado» é outro problema, pois «as embarcações espetam na lama», e a falta de portões também. «A parte da pesca devia ser isolada e assim, não havia abusos».
"Há quem desconheça que a Morraceira é uma ilha. Mas é! Números redondos, 600 hectares de terreno acomodados ao longo de sete quilómetros entre o Mondego e os seus braços a sul. Há quem continue escrevendo com U e as duas grafias aparecem lado a lado. Mas, segundo escritos, o nome provem da existência da planta morraça, habitante comum em zonas húmidas."
Uma crónica de Silvina Queiroz, no jornal Diário as Beiras.
terça-feira, 30 de março de 2021
A erosão costeira no Quinto Molhe continua "impressionante"...
Foto Pedro Agostinho Cruz, hoje por volta das 17 horas
Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, já lá vão mais de 14 anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da freguesia de S. Pedro, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridade.
Continua a ser...
Continua a ser...
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul da foz do Mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo está à beira da falência - tudo nos está a ser levado...
Era de esperar que, ao menos, perante a realidade, fosse compreendido o porquê das coisas...
Nem isso, até agora, aconteceu. Nem, pelo andar da carruagem, vai acontecer.
"Os cerca de 600 hectares resultantes da deposição de areias e lodos que individualizam dois braços do rio Mondego, na sua foz, compreendem extensões belíssimas de sapais, caniçais, juncais, salinas e aquacultura, e que tomaram o nome de Ilha da Morraceira (de morraça, a vegetação dos pântanos e das terras lamacentas) são o último tesouro natural ainda verdadeiramente por explorar do concelho da Figueira."
«Integrar. Atrair. Envolver».
Crónica de Teotónio Cavaco, no Diário as Beiras.
Autárquicas 2021: da série, inovações...
Via Diário as Beiras:
"apoio ao candidato Machado" e "à lista do grupo de cidadãos que está a incentivar um cidadão a candidatar-se à autarquia que presidiu de 1997 a 2001"...
Liberdade
"Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir".
segunda-feira, 29 de março de 2021
"A Morraceira é um território especial e por isso cobiçado"...
«Renaturalizar a Ilha».
Crónica de João Vaz, no Diário as Beiras.
Subscrever:
Mensagens (Atom)