sábado, 3 de outubro de 2020
Duas primeiras páginas de jornal que são um retrato de um País
O Tribunal de Contas considera que a proposta do Governo para alterar o Código dos Contratos Públicos (CCP) pode levar à distorção da concorrência e abrir a porta ao conluio e até à corrupção, avança o Público (acesso condicionado) esta sexta-feira. O objetivo do Governo é agilizar o processo das obras públicas, saltando várias etapas que agora são obrigatórias, num momento em que Portugal se prepara para receber dinheiro europeu que tem um curto período de execução.
Contudo, o Tribunal de Contas considera que as mudanças têm riscos: a “exceção passar a ser regra”, o que “aumenta as possibilidades de conluio na contratação pública e distorção de concorrência”. A entidade liderada por Vítor Caldeira vai mais ao longe ao dizer num parecer que as alterações são “suscetíveis de contribuir para o crescimento de práticas ilícitas de conluio, cartelização e até mesmo de corrupção na construção pública”, recordando que “a actividade da contratação pública é um campo fértil e de risco acrescido para esse tipo de atuação ilícita”.»
Já agora: sabem o que acabou de acontecer a Vítor Caldeira, Presidente do Tribunal de Contas?
Via Diário as Beiras
Nesta crónica Ana Carvalho está muito bem ao recordar a determinado passo: "lembro-me por exemplo de um que foi Presidente do Conselho de Administração da Sociedade Hoteleira Paço de Maiorca SA e que depois passou a exercer funções no BPI, precisamente o Banco credor dessa mesma sociedade". Repito para que não fique qualquer duvida: esteve muito bem Ana Carvalho ao recordar este facto.
Espero, contudo, que os figueirenses se recordem para onde foram dois ex-chefes de gabinete do presidente da câmara que antecedeu Carlos Monteiro.
A Ana Carvalho, de certeza, sabe - e muito bem. E até deve saber com mais e melhores pormenores, pois estava - e está, no sítio e num cargo privilegiado para o saber.
Depois admiram-se de as pessoas dizerem: “os políticos só estão interessados nos votos das pessoas e não nas opiniões delas” ou que “os partidos criticam-se muito uns aos outros, mas no fundo são todos iguais”.
No chamado "arco do poder" (para mim, bloco central de interesses), quantos pensaram em aderir ao PS e PSD com o objectivo de mudar as coisas?
A questão é mesmo essa. Por muitos vícios que o actual sistema político tenha - e tem, por muitas resistências que o sistema tenha à mudança, a realidade é que muito boa gente não está para se maçar com minudências. Por isso, a política (já) não é vista como algo de nobre, antes pelo contrário. O drama todo é esse. O facto é que, diga-se o que se disser, as coisas ainda não estão suficientemente mal que forcem as pessoas a fazer, elas próprias, uma limpeza geral nos partidos do "arco do regime", leia-se PS e PSD.
Nos entretantos, como também está a acontecer neste momento na Figueira, a sociedade demite-se dos seus deveres cívicos, e delega no vácuo a condução da coisa pública.
Os políticos do PS e do PSD sabem isso. E, entretanto, umas vezes uns, outras vezes outros, vão-se aproveitando... Como vimos, neste século XXI, com o PSD no poder e com o PS no poder. Como diria o Povo: mudam-se as moscas...
Só 5,1 milhões? Bem feitas as contas deverá ir para próximo dos 6 milhões...
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
Esta autarquia não acerta uma!..
Salazar está vivo e de boa saúde em 2020 na Figueira da Foz
Estes medos originais propiciam e incentivam o medo.
Mas, o medo combate-se activamente e não passivamente.
A História está cheia de exemplos de medo e intolerância face a ideias diferentes.
Numa Terra que se quer competitiva e moderna, não faz sentido a hostilização das ideias diferentes. Numa Terra que se quer moderna e competitiva, as ideias deveriam prevalecer pela sua pertinência intrínseca e não por outros factores secundários.
Isso, meus amigos é confundir o principal com o acessório.
Quem tem acompanhado com um mínimo de atenção os últimos 14 anos da vida autárquica local, não fica surpreendido com este conceito de democracia, pois o mesmo é parte genética da ideologia da força maioritária."
Existe, portanto, alguma razão para ceder ao medo?
Claro que não. Vivemos num Estado Democrático e de Direito.
Porreiro pá!.. Uma «comissão de trabalho sobre o designado processo "Paço de Maiorca"», controlada politicamente pela maioria absoluta PS!...
Imagem via Diário as Beiras |
Que o mesmo é dizer: "Auditoria política, feita e aprovada, pela Assembleia Municipal, órgão autárquico onde o PS tem a maioria absolutíssima".
Imagem via Concelhia do PS |
quinta-feira, 1 de outubro de 2020
«O combate pela transparência na política deve ser realizado em todas as frentes. De pouco serve criticar a Europa ou o poder de Lisboa, quando na nossa freguesia não há transparência na execução de políticas locais.» *
* - o título desta postagem é da autoria de Rui Curado da Silva. Presumo, para não afirmar que tenho a certeza, que esta crónica tenha sido entregue na redacção do jornal, antes da realização da Assembleia Municipal de ontem à tarde. Sublinhe-se, a sagacidade, a argúcia e a cartomancia do autor ao conseguir prever o que veio a acontecer no decorrer da AM...
Na Figueira, temos mais do mesmo.
Uns, pensam que mandam no Mundo. Outros, pensam que são o Mundo...
Imagem via Diário as Beiras |
Estamos perante o novo DNA dos DDT figueirenses?..
... afinal, o código genético novo, não tem grande novidade ...
... faz lembrar aquela substância que, no verão, se for pisada, deixa um cheiro incomodativo nos sapatos ...
A vida. E o futebol...
Segundo a opinião de alguns, o carácter apático, subserviente e mole dos portugueses, ficou-lhe dessa página negra, festejada com pompa e circunstância, que são os Descobrimentos.
O grande Almada Negreiros, soube traçar, como ninguém, a estrutura essencial da terra onde nascemos...
"Um Povo só é verdadeiramente um povo quando reúne em si todos os defeitos e todas as virtudes; alegrai-vos, portugueses, só vos faltam as virtudes."
Almada Negreiros, apesar de toda a sua genialidade, não conseguiu prever o nosso futuro grandioso.
Imaginou ele, alguma vez, que, neste país tão escasso de virtudes, se iria ter a virtude de ter futebol campeão europeu?
É isso que interessa, em Portugal e na Figueira: uma bola, para ocupar tudo quanto é cabeça...
Ninguém é bruxo. Almada era, "apenas", artista.
Neste momento, na Figueira, quem está em dificuldades sou eu: ainda vou ser acusado de mau figueirense, pois não gosto de futebol.
Apesar de tudo, em dias como o de hoje, ainda bem que existe o futebol para apagar a triste realidade e permitir que os jornais que falam sobre a Figueira, não tenham de falar, hoje, da miséria que se passa nos órgãos políticos figueirenses...
Como, por exemplo, da reunião da Assembleia Municipal realizada ontem.
Contudo, amanhã é outro dia.
Na política nem todos são "marionetas amestradas"...
Via Expresso
«Pedro Nuno Santos contraria "recato" pedido por Costa e defende Ana Gomes: "As pessoas não podem ser vilipendiadas".
O debate está ao rubro no PS, mas nem todos têm falado sobre o que querem fazer sobre as eleições presidenciais. Pedro Nuno Santos tem dito que deixará a sua posição para quando o partido debater o tema, mas não se coibiu, ontem, de defender a candidatura de Ana Gomes em toda a linha contra aqueles, leia-se dirigentes socialistas, que a têm "vilipendiado".
Com isto, entra de novo em choque com o primeiro-ministro e dá o tiro de partida entre os socialistas que não querem apoiar implicitamente Marcelo Rebelo de Sousa. "As pessoas não servem para o PS fazer umas coisas de vez em quando, para serem eurodeputados, para serem candidatos a câmaras municipais, membros do secretariado nacional e depois de um momento para o outro passarem a ser vilipendiados por que não lhes dá jeito", disse em Sines, referindo-se a Ana Gomes.
A resposta foi directa a Augusto Santos Silva que, na terça-feira, disse em entrevista à TVI que a socialista enriquecia o debate mas não deveria ser apoiada pelo PS. "Quem apoia são os órgãos do partido, não é o Governo nem são os membros do Governo que decidem quem apoia ou deixa de apoiar. É mesmo o PS que decide", afirmou Pedro Nuno Santos.
Para Pedro Nuno Santos, o não apoio a um candidato não prejudica relações institucionais futuras: "Vivemos numa democracia madura e era só o que faltava que os políticos ficassem chateados uns com os outros porque não tiveram o apoio deste ou daquele. A democracia é mesmo assim", acrescentou.
Numa coisa, Pedro Nuno Santos e António Costa estão em sintonia: será o PS a definir e o partido deverá dar liberdade de voto aos militantes, acrescentando no entanto uma alínea, de que devem ter em consideração o que é melhor para o Governo.
O PS irá debater o tema no dia 24 de Outubro, numa comissão nacional e é aí que o ministro irá dizer o que vai fazer, apesar de, depois de hoje, restarem poucas dúvidas do seu apoio a Ana Gomes. "O meu sentido de voto será dito no momento que o partido se reunir para discutir as presidenciais porque é aí que se vai decidir não é em mais lado nenhum", afirmou Pedro Nuno Santos.»