quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Da série, top figueirense (feijoada de búzios e piscinas)... (4)


Piscina vs. costa

"Só concordarei com uma piscina de marés que não crie mais uma descontinuidade na linha costeira do concelho. Já há descontinuidades a mais, molhes a mais, e os problemas que criam a jusante nem sempre compensam os problemas que resolveram aquando da sua construção. Já referi aqui o excelente trabalho do Grupo de Trabalho do Litoral, liderado pelo Prof. Filipe Duarte Santos. É o trabalho mais atual e mais completo sobre a costa portuguesa. É um estudo muito crítico à proliferação de molhes na costa portuguesa. Uma piscina de marés destacada da costa vai funcionar como um novo molhe, com consequências que não são propiamente desejáveis, nem são totalmente previsíveis.
Uma piscina de marés como a de Matosinhos, da autoria de Siza Vieira, bem integradas na massa rochosa costeira não criam perturbações ao transporte de areias ao longo da costa e interferem muito pouco com a função de dissipação da energia das ondas ao embater com as rochas. Não me parece fácil e evidente realizar uma piscina similar no concelho da Figueira num local atrativo e acessível, mas esse seria um problema a resolver por engenheiros e arquitetos.
Na costa recortada da Dalmácia, na Croácia, foi a região onde vi mais piscinas de mar, bem integradas nas reentrâncias da costa banhada pelo Mar Adriático, bem mais calmo e bem mais quente que o Oceano Atlântico. Não é por acaso que a Croácia tem das melhores seleções do mundo de polo-aquático.
Havia piscinas de polo por todo o lado. A minha reação ao aproximar-me daquelas piscinas era a de saltar imediatamente de cabeça, são locais fantásticos para mergulhar e nadar. Mas, dificilmente imagino aquela realidade na Figueira da Foz. Conheço bem as críticas dos estrangeiros à temperatura do nosso oceano (que para mim é ótima) e não me parece nada evidente uma grande adesão a piscinas de marés na nossa costa."

Via Diário as Beiras

Há dias assim: de insólitos figueirenses...

Entretanto, já foi corrigido o erro, graças ao Paulo Pinto.

O Dr. João Ataíde vai estar presente na Assembleia Municipal que se realiza amanhã

O Dr. João Ataíde, recentemente falecido, a meu ver, nunca foi um político à esquerda. Repito: a meu ver, era intrinsecamente de direita. E conservador.
Na vida pública, que foi onde o conheci, pois nunca fui seu amigo pessoal, nunca o vi expressar um estado de alma.
Um conservador nunca se  permitiria  descer o nível e perder a compostura.
Contudo, a nível institucional, como político, na vida pública, o Dr. João Ataíde foi um senhor.
Infelizmente, nesse campo, com a sua saída em Abril do ano passado, a Figueira ficou a perder.
No entanto, o mesmo Dr. João Ataíde, a meu ver, um conservador de direita, foi presidente de câmara, eleito numa lista PS, foi secretário de estado do ambiente,  escolhido por um governo PS, e foi deputado por Coimbra eleito por uma lista PS.
Ser de direita e conservador, apesar de não ser irrelevante para o seu perfil político, intelectual e cultural, em nada beliscava as suas qualidades pessoais, segundo me dizem pessoas que o conheceram bem.

Como não sou hipócrita, continuo a considerar o Dr. João Atáide, um dos piores presidentes de câmara que a Figueira teve.
Jamais irei esquecer que no dia 24 de Outubro de 2013, pela primeira vez, depois do 25 de Abril de 1974, um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente o Dr. João Ataíde, realizou uma reunião de Câmara vedada à presença de público e da comunicação social. Para que conste e por ser verdade a “coisa” para ser aprovada teve o voto a favor de João Portugal, Carlos Monteiro, João Ataíde, Ana Carvalho e António Tavares, as abstenções de Azenha Gomes e João Armando Gonçalves e um único voto contra, o de Miguel Almeida... 


Recordemos as autárquicas de 2009: João Ataíde das Neves, que vinha da magistratura, quando tomou posse como presidente da Câmara, politicamente, era um neófito que conquistou a autarquia da Figueira da Foz para o PS, mas em minoria.
O PS teve quatro eleitos, mas a oposição elegeu cinco. O PSD, que tinha o poder desde 1998, teve três vereadores e o movimento de cidadãos "Figueira 100 por cento", encabeçado por Daniel Santos, antigo vice-presidente "laranja", conseguiu eleger dois membros para o executivo.
Foi neste cenário, que um inexperiente, politicamente falando, executivo minoritário teve de "encontrar consensos" para governar o município. Foi o mandato mais positivo do Dr. Ataíde. Para isso, contou com a ajuda preciosa dos "100 por cento".

Cerca de dez anos depois de ter iniciado funções, em Abril de 2019, na Figueira, ninguém sabia bem - presumo que nem o presidente da câmara - o que João Ataíde pensava sobre o futuro do concelho que dirigiu.
Contudo, não foi por isso que João Ataíde deixou de ser um político e autarca genial.
Aliás, a genialidade  de João Ataíde é fácil de explicar: teve um percurso político de 10 anos como presidente da edilidade figueirense apostando tudo na imagem e nada no conteúdo.
Todavia, sejamos objectivos. João Ataíde, o autarca, foi escrutinado três vezes. Melhorou sempre os resultados eleitorais: da maioria relativa de 2009, passou à maioria absoluta em 2013 e chegou à maioria absolutíssima em 2017.

Amanhã, a partir das 15 horas, realiza-se uma Sessão da Assembleia Municipal. É a primeira reunião deste órgão a seguir ao falecimento do Dr. João Ataíde.
Creio, aliás, tenho a certeza, que vai haver um momento para lembrar e homenagear o Dr. João Ataíde. 

Não há nada tão  revelador do que são os políticos figueirenses, como a maneira como publicamente falam dos políticos mortos.
A hipocrisia, revela as  fragilidades dos políticos no espaço público.
A morte dos políticos é a maior parte das vezes um momento de vergonha para os outros políticos. Tivemos oportunidade de ler, nos jornais do dia seguinte, o que foi dito sobre o político Dr. João Ataíde: ninguém conseguiu defender a sua obra como presidente da câmara da Figueira da Foz.

Sempre fui educado e cresci a ter respeito pelos mortos. Como assegurou o poeta Ruy Belo, a morte, para todos nós, “é a única saída”.
Vivemos num concelho onde tudo acontece. Em Julho de 2019, as Festas de Santa Eulália, na freguesia de Ferreira-a-Nova, foram canceladas devido ao óbito do sogro da presidente da junta, Susana Monteiro. 
E não estava declarado Luto Municipal. Na morte do Dr. João Ataíde, todos sabemos o que se passou. Houve Luto Municipal e Carnaval, nos mesmos dias!
Numa questão tão melindrosa e delicada como a morte, não desejo abrir uma polémica. Teria sido positivo e desejável que, em tempo oportuno, tivesse havido reflexão a sério. Porém, os actos estão consumados. Ponto final.
Neste momento, o falecido Dr. João Ataíde está indefeso. Merece respeito. 
Após a morte, todos somos boas pessoas.
Da Assembleia Municipal espero que faça o óbvio e reconheça: morreu um dos nossos. Por respeito, ao ser humano, espero, sinceramente, que ninguém tente tirar proveito político do anterior presidente da câmara da Figueira da Foz.

Insólitos figueirenses...

Vindo expressamente de Havana, Cuba, para a reunião, lá teremos a ressuscitada estrela autárquica do Dr. Miguel Almeida a participar...

Actualização, cerca das 16 horas, via Junta de Freguesia das Alhadas

Da série "situação pontual"... (2)

Imagem via Diário as Beiras

A publicação junta 30 imagens sobre "todas as pessoas e energias que se reencontram no Gliding Barnacles

  
"Esta  publicação, que através da visão de 28 criativos nacionais e internacionais exalta o surf, o respeito e partilha de uma cultura do mar, é lançada sábado, em Lisboa.

Intitulada “We’re on the road to somewhere” (“Estamos a caminho de algum lugar”, na tradução portuguesa) – o mote da edição 2018 do festival Gliding Barnacles, evento que alia o surf, à música, arte e gastronomia e que, há dois anos, reuniu na Figueira da Foz fotógrafos de ondas, muitos deles desconhecidos – a publicação, com 30 imagens, tem curadoria do fotógrafo Valter Vinagre, do designer Pedro Falcão e do historiador de arte Filipe Ribeiro.

A edição em papel é um resumo de uma exposição, cujos trabalhos serão projetados em formato de “slide” e que inclui outras nove fotografias por cada autor, num total de quase 300 imagens."

Da série, "situação pontual"...

Via Campeão das Províncias

"A PSP da Figueira da Foz deteve uma mulher, de 27 anos, na sequência de uma intervenção para pôr fim a uma desavença entre senhoria e arrendatária, segundo anunciou, hoje, o Comando Distrital de Coimbra.
O caso ocorreu em Buarcos e a PSP conta que “enquanto a senhoria, de 31 anos, era identificada, a arrendatária dirigiu-se a ela e, não obstante a presença policial, deu-lhe um murro na cara”.
“Os polícias tiveram de intervir com o propósito de impedir mais agressões e detiveram a suspeita”, acrescenta a PSP.

Também na Figueira da Foz, no cumprimento de um mandado de busca e apreensão emitido no âmbito de uma investigação policial em curso, elementos da Esquadra de Investigação Criminal detiveram um homem de 71 anos por posse de arma ilegal, cerca das 14h15 de segunda-feira.
A arma, uma carabina, foi encontrada na residência, na zona de Tavarede, e apreendida uma vez que não estava legalizada.
O homem, que não era detentor de licença de uso e porte de arma, foi detido."

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Vitalino Canas:

... diz que não fala com Sócrates "há anos"
“Andei 40 anos a preparar-me para ser juiz do Tribunal constitucional”
  

Vitalino Canas nasceu nas Caldas da Rainha em 14 de Julho de 1959. Portanto, desde os 20 que o homem anda a treinar... 
Pelo andar da carruagem, talvez tenha de continuar a limitar-se a ir aos treinos...

Da série, top figueirense (feijoada de búzios e piscinas)... (3)


Ui...a piscina!

"Se concordo com a construção de uma piscina de marés? Claro que sim, mas certamente não nos tempos mais próximos, a menos que alguém venha a reencontrar a famosa galinha dos ovos de ouro, perdida na penumbra dos tempos! As piscinas de maré estão na moda, de facto. E são interessantes e apelativas. Uma piscina deste tipo certamente tem potencial para atrair turistas e residentes, faria as delícias dos mais jovens e também agradaria aos mais “maduros”. Mas será uma prioridade na Figueira da Foz? A minha plena convicção vai em sentido inverso. Não considero que seja nem me parece nada oportuna esta discussão por agora. Prioritária é a construção de uma piscina coberta, na cidade, com duplas valências: não só destinada ao lazer mas também à aprendizagem, formal e não formal, recuperando-se a prática lamentavelmente abandonada de tempos dedicados às escolas para a prática de natação, por parte dos alunos. A piscina pública é uma reivindicação antiga dos figueirenses, que os sucessivos Executivos Camarários têm ignorado, apostando em outros “investimentos” que não têm, nem de perto nem de longe, a pertinência que assiste a este assunto, tão debatido em conversas várias dos munícipes. Felizmente, há algumas piscinas públicas nas freguesias, sendo que algumas delas, como Alhadas ou Paião, são cobertas e perfeitamente preparadas para as valências de que falo, podendo ser usufruídas durante todo o ano. Tem havido dificuldades na sua manutenção, por envolver custos algo elevados. Mas voltamos ao mesmo: é tudo uma questão de prioridades! Bom seria que pudessem as que não são cobertas, vir a sê-lo a breve trecho, permitindo a sua utilização plena. As populações agradeceriam esse mimo! É muito triste que a sede do concelho não possua uma destas estruturas, de responsabilidade camarária. É mesmo lamentável e a população da cidade não merece esta discriminação incompreensível e incompreensível é também como se tem considerado “normal” esta situação, nunca sendo o assunto trazido a discussão por parte do poder autárquico."

Via Diário as Beiras

Alfaiates do Paião

"Situação pontual", disse o presidente...


Imagens via Diário de Coimbra

Da série, olha pró que digo, não olhes pró que faço...

"O Município da Figueira da Foz tem vindo a desenvolver uma política ativa de promoção da sustentabilidade ambiental, de preservação da biodiversidade e do património natural, nomeadamente da floresta autóctone."
Saiba tudo clicando aqui.

Da série, na Figueiira faça chuva ou faça sol, é sempre carnaval... (mesmo em dia de funeral, ninguém leva a mal)

"Se no domingo, muito negócio se fez com a venda de chapéus para o sol, ontem foram os chapéus de chuva que ajudaram os vendedores ambulantes a equilibrar o orçamento. É que apesar de “miudinha” a chuva juntou-se à festa e chegou a obrigar a organização a ponderar se continuava ou não com o desfile de Carnaval da Figueira da Foz. Mas a vontade dos “desfilantes” e do público presente levou a melhor, a festa cumpriu-se e chegou até ao fim."

Texto via Diário de Coimbra. Foto via Pedro Agostinho Cruz.

A tarefa impossível da Comissão de Carnaval de Buarcos/Fig. Foz

Já perceberam porque é que na Figueira, no dia seguinte,  depois da euforia, o Carnaval parece ser tão fraquinho?
É que, na Figueira, é carnaval o ano inteiro... Ou seja: na Figueira é sempre carnaval!..
Ainda bem: uma cidade que não soubesse mostrar e rir da sua ignorância, seria uma Aldeia imensamente infeliz...
Imagem sacada daqui. Para ver melhor, clicar na imagem.

Livro sobre templários

Recorde-se: em 20 de Outubro de 2009, Lídio Lopes apresentou “Protocolo Autárquico”, da Alêtheia Editores, uma “aula” sobre tudo aquilo que se deve ou não fazer durante as cerimónias. Sejam elas de Estado, autárquicas, militares, religiosas, académicas, empresariais, desportivas ou sociais.

FRANCISCA VAN DUNEM: SILÊNCIO PESADO

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

PAULO RANGEL

"Uma suspeita desta envergadura e deste alcance é demolidora para a credibilidade da justiça e para a confiança no sistema judicial e faz tábua rasa do mais sacrossanto dos princípios constitucionais do Estado de Direito: a independência judicial."

«1. O dia de Carnaval não é decerto o mais recomendável para tratar este tema. Mas o caso é de tal maneira grave que não pode nem deve passar em claro, mesmo em ambiente festivo e festivaleiro de Entrudo. Refiro-me obviamente às suspeitas de interferência ou até manipulação do sorteio na distribuição de processos no Tribunal da Relação de Lisboa. Não podemos ficar nem silentes nem indiferentes ante a hipótese de, em Portugal, seja em que tribunal for, poder haver violação do princípio do juiz natural. Apesar de conhecer razoavelmente bem o sistema de justiça e de ter estudado e analisado muitas das suas falhas e insuficiências, nunca, em momento algum, me passou pela cabeça que corrêssemos o risco de ingerência na distribuição aleatória de processos. Uma suspeita desta envergadura e deste alcance é demolidora para a credibilidade da justiça e para a confiança no sistema judicial e faz tábua rasa do mais sacrossanto dos princípios constitucionais do Estado de Direito: a independência judicial. Não, não e não! Toda a indignação é necessária: não podemos viver com esta suspeita. Diria mais, diria mesmo: em democracia não podemos sobreviver com ela.»