sexta-feira, 2 de novembro de 2018

De Espinho até Caminha, o litoral português pode enfrentar uma autêntica onda de demolições...

Via SOS CABEDELO. Para ver o vídeo clicar aqui.

Parece-me que foi George Bernard Shaw que disse: "não paramos de brincar porque envelhecemos; envelhecemos porque paramos de brincar..."

Brincar e saber brincar é importantíssimo em todas as situações e fases da vida.
Não penso que a seriedade na vida, seja incompatível com uma ou outra brincadeira. 
Na passada quarta-feira, diverte-me à minha maneira: a dizer a verdade. 
É a brincadeira mais engraçada que conheço. 
No meu conceito de vida saudável está o saber brincar...
Na quarta-feira passada podia ter brincado mais?...
Podia. Mas, entre outras coisas não houve tempo...

Bissaya Barreto e a história de Abel, o grande líder da leprosaria de Salazar

Numa crónica publicada recentemente no DIÁRIO AS BEIRAS, José Fernando Correia, escreve sobre o professor de Medicina Bissaya Barreto.
Durante muito tempo, apenas se enfatizou a parte da biografia que dizia respeito à sua amizade com Oliveira Salazar e à circunstância de ter sido uma personalidade que ocupou determinadas funções de natureza técnico-corporativa, no Estado Novo.
Todavia, sabe-se hoje que Bissaya Barreto, foi dos vultos mais radicais do republicanismo do seu tempo, quando era jovem.
Fica um dos episódios mais esquecidos da história portuguesa do século xx, a leprosaria de Salazar, contado por Luis Osório, que tem Bissaya Barreto como um dos principais protagonistas.

Imagem sacada daqui
"Salazar, a conselho de Bissaya Barreto, escolheu a aldeia fantasma da Tocha para construir uma das mais modernas leprosarias da Europa.
Os protagonistas foram Salazar, o eminente médico Bissaya Barreto e centenas de figurantes. Bissaya ficou conhecido por ser o primeiro salazarista de que houve memória: na universidade costumava dizer a António que este ainda marcaria o país.
Tinha razão. Salazar fê-lo e o médico seguiu-lhe o rasto; sob a protecção do presidente do conselho tornou-se influente e criou um novo conceito de saúde onde leprosos, tuberculosos e dementes passaram a ter sítios com condições humanas, mas longe da vista das populações. Assim nasceram o sanatório de celas, o hospital dos covões e numerosos orfanatos, bairros económicos e até o célebre portugal dos pequeninos. Não querendo comparar Salazar com Hitler, Bissaya foi uma espécie de Albert Speer português. Se Salazar moldou a alma portuguesa, o outro ajustou-a a um corpo feito de pretensa caridade.

A extraordinária história de Abel Almeida. 
Conheci-o há quase dez anos e não tenho a certeza se é vivo ou morto. 
Era uma criança de 14 anos quando uma brigada o apanhou em Arganil. Um qualquer vizinho denunciara que o rapaz era leproso e, sem o deixarem despedir-se da família e dos amigos, encaminharam-no para o hospital do rego, em Lisboa. Ali ficou dez anos, ali se apaixonou pela Deolinda, ali julgou passar todos os dias do resto da sua vida.
Mas Bissaya Barreto tinha outras ideias. Convencera Salazar a decretar que todos os leprosos fossem encerrados no mesmo sítio e o mais longe dos olhares. Escolheu-se a aldeia fantasma da Tocha, entre Aveiro e a Figueira da Foz, e construiu-se uma das mais modernas leprosarias que a europa vira até então: 15 hectares com todas as condições.
É um dos episódios mais esquecidos. Dezenas de brigadas médicas, acompanhadas por polícias, passaram o país a pente fino e internaram centenas de portugueses. Após identificados e colocados na carrinha, os seus bens eram queimados. Se tivessem filhos saudáveis, estes deveriam ser entregues a instituições sociais ou ficar em casa de familiares.
O regime decretou – e Bissaya Barreto defendeu que era a única forma de oferecer alguma dignidade a pessoas vítimas do ostracismo da comunidade. Por isso, as rádios oficiais pediam aos cidadãos para denunciarem os sítios onde viviam leprosos; por isso, arrombavam portas e empurravam os doentes para as carrinhas. O ministério do interior organizou os procedimentos e comunicou ao país que, finalmente, aqueles cidadãos teriam também direito a uma vida «digna e prazenteira».
Em 1947, quando os leprosos ultrapassavam o portão do hospital Rovisco Pais sabiam que a sua vida terminara. Deixavam de poder perguntar pelos filhos e o passado era reduzido a cinzas. Logo à entrada os homens eram separados das mulheres. Bissaya Barreto, naqueles primeiros meses, explicava pessoalmente a todos os leprosos o manual de procedimentos e o código de disciplina. Dentro do hospital estava instalado um posto da gnr onde trabalhavam 17 guardas-civis armados com paus. Desde o primeiro dia, os doentes apelidaram-nos de ‘guardas de pau’.
Abel já completara os 24 anos quando o levaram do Rego para a Tocha. Chegou já de madrugada – e, na manhã seguinte, o director falou-lhe a ele e aos novos da obrigação da missa aos domingos, do cinema uma vez por semana, do trabalho pelo qual ganhariam um ordenado, do desporto para quem o pudesse praticar.
– E Deolinda? – perguntou ele.
O contacto entre homens e mulheres não seria admitido em caso algum, respondeu o director.

Aos domingos, Abel esperava-a por entre grades e, à sua passagem, gritava-lhe promessas. depois, durante a semana, esgotava-se nos requerimentos em folhas de 25 linhas e tentava arregimentar apoios. 
Anos durou a sua luta. O responsável pela segurança, Santos Silva de sua graça, condenou-o algumas vezes a cumprir pena na solitária, cubículo onde não entrava uma réstia de luz. Ele nunca desistiu. E a festa foi grande quando, dez anos depois, em 1957, pôde casar com Deolinda numa cerimónia dentro do Rovisco Pais.

Chegaram a estar na Tocha mais de mil internados. A década de 60 foi, talvez, o período de ouro da leprosaria. Muitos eram ainda jovens o suficiente para aguentar as drageias de sulfona e as diálises sem perda irremediável de energia. Abel transformou-se num verdadeiro líder: forçou a administração a fundar um jornal, a que chamou a luz, mas ao fim de poucos números um conflito entre si e o padre Gabriel, o censor, terminou com a aventura. Abel queixou-se aos responsáveis de que era impensável alguém que não dominava bem o português mexer nos textos de uma maneira tão desbragada. A luz acabou – e o padre não haveria de ficar muito tempo na Tocha.

A 25 de abril de 1974 os doentes acordaram com notícias da revolução. Quase todos tomaram partido pelos capitães. Para aqueles homens e mulheres, o estado novo era o responsável pela morte dos seus passados. Juntaram-se e formaram uma comissão de crise. António Coelho, leproso que depois militou no partido comunista, desejava uma sublevação que implicava fechar a porta aos funcionários e administradores. abel silva não concordou. explicou que nas alturas mais complicadas era fundamental manter a cabeça fria; ora, infelizmente eram doentes e precisavam de cuidados.
Decidiram organizar-se para receber uma unidade do movimento das forças armadas – que escolheria Abel como representante da revolução. Ele levou a sua responsabilidade a sério, organizou as pessoas por comités e delegou responsabilidades – mas depois desse primeiro contacto nunca mais o mfa, ou qualquer outro poder, entrou no Rovisco Pais."

Lá por não se ter aquilo que gostaríamos, teremos de ser forçados a gostar daquilo que temos?...

"Centeno tem mérito de ter gerido a Geringonça e controlado os apetites"...

Eduardo Catogra,ministro das Finanças entre 1993 e 1995, membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP...
A vida não é justa para todos: que pena Centeno não ter conseguido controlar os apetites da EDP...

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

"A Câmara Municipal da Figueira da Foz, na qualidade de membro da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas, organiza o 2.º Seminário Nacional de Adaptação Local às Alterações Climáticas no próximo dia 16, no Centro de Artes e Espetáculos (CAE). Os trabalhos contam com a participação do ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, e do presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta.

Nas sessões, abertas ao público e com entrada livre, participam ainda diversos autarcas portugueses e oradores especialistas. O seminário destina-se a debater temas como a elaboração de estratégias municipais de adaptação às alterações climáticas, comunicação, educação ambiental e sensibilização para os riscos climáticos. Os riscos costeiros, os recursos hídricos, a floresta, os incêndios florestais e a cidadania são outros dos tópicos em debate.

Entretanto, no âmbito do seminário, o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz mostra a exposição “Alerta Costeiro”, evidenciando os efeitos da erosão costeira na margem sul da Figueira da Foz e os efeitos da tempestade “Leslie” no concelho. Por sua vez, de 12 a 16, alunos das escolas secundárias Cristina Torres e Joaquim de Carvalho, parceiros do Conselho Local de Acompanhamento, expõem um conjunto de trabalhos alusivos ao tema do seminário."

Via DIÁRIO AS BEIRAS

A passagem do OUTRA MARGEM pelo Dez & 10

Deixem lá isso... É quinta feira, feriado!

Via AS BEIRAS. Para ler melhor clicar na imagem.

Por vezes, o espectáculo também está em quem vê o espectáculo... Vejam esta edição do Dez & 10...

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

"O presidente da Câmara da Figueira da Foz admitiu hoje que o local escolhido para instalar um centro de tratamento de resíduos não é o ideal, mas reservou uma posição definitiva após ouvir peritos na matéria."

Foto sacada daqui
"No período de intervenção do público na reunião do executivo, hoje realizada, dois cidadãos que integram o movimento popular contra a instalação, na freguesia da Marinha das Ondas, no sul do concelho, de um centro de valorização e tratamento de resíduos, dirigiram-se ao presidente da Câmara, questionando-o sobre o tema.

Um deles, Manuel Cintrão, questionou se o executivo está "a favor ou contra" o centro de tratamento de resíduos, manifestando-se "profundamente indignado com o poder municipal", acusando-o de "cobardia" e de uma "política de meias-tintas" perante as entidades responsáveis pelo licenciamento ambiental, que, frisou, pronunciam-se "quase sempre com parecer favorável".

Manuel Cintrão acusou ainda os responsáveis pelo licenciamento - no caso a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do centro (CCDRC), que não nomeou - de não se preocuparem se o centro de tratamento de resíduos "vai ou não acrescentar mais poluição à existente".

"Borrifam-se para as pessoas para atenderem em primeiro lugar os interesses económicos instalados", acusou.


Na resposta, João Ataíde criticou os termos da intervenção de Manuel Cintrão e recusou tomar uma decisão que não lhe compete, por ser da responsabilidade da APA, disse.

"A forma como o senhor se dirige não são dignos de um democrata. A honra e a forma como as pessoas se entregam a causa pública devem ser respeitada", avisou o presidente da Câmara.

João Ataíde admitiu que o local escolhido - perto de uma povoação e nos terrenos de uma antiga suinicultura - "não é o ideal": "Foi escolhido pelo investidor por ter um passivo ambiental fortíssimo, toneladas de detritos que têm de ser removidos", disse o autarca.

"Quando for a nossa vez [após o eventual licenciamento ambiental, quando a autarquia tiver de licenciar a obra] tomaremos uma decisão. Se não for neste espaço, tentaremos colaborar na escolha de um espaço alternativo", garantiu.

O presidente da Câmara, que visitou recentemente o local acompanhado da população, disse ter pedido o prazo de um mês para "ter um bom suporte na decisão" da autarquia, ouvindo peritos na matéria.

"Estou seriamente preocupado, mas estarei longe de ser um presidente populista. Terei de analisar [o assunto] de forma isenta e tecnicamente habilitada", frisou João Ataíde, na resposta a outro munícipe que se manifestou contra a localização, mas não contra o tratamento de resíduos.

"Ninguém gosta disto no seu quintal ou à porta de sua casa. Como cidadão responsável, sou a favor do tratamento de resíduos e reciclagem, acho que o projeto é interessante, mas o local tem grandes problemas que merecem ser ponderados", adiantou João Ataíde."

Daqui

Importante é viver a vida o melhor possível...

Vivemos numa cidade, para não dizer num mundo, onde o medo é rei.
Alexandre O'Neill, com o POEMA POUCO ORIGINAL DO MEDO,  ensina isso melhor do que os psicólogos:

         Nasceu a 19 Dezembro 1924, em Lisboa. Morreu em 21 Agosto 1986, também Lisboa.
Alexandre Manuel Vahía de Castro O'Neill de Bulhões foi um importante poeta do movimento surrealista português. Era descendente de irlandeses. Autodidacta, O’Neill foi um dos fundadores do Movimento Surrealista de Lisboa.

"Ah o medo vai ter tudo 
tudo 

(Penso no que o medo vai ter 
e tenho medo 
que é justamente 
o que o medo quer) 

O medo vai ter tudo 
quase tudo 
e cada um por seu caminho 
havemos todos de chegar 
quase todos 
a ratos 

Sim 
a ratos"

É isto mesmo que o controlo das nossas vidas nos oferece: uma vida  sem viver
No final, até a segurança, será apenas um verniz fino.
Todos os medos nos impedem de viver.
O medo da morte impede de VIVER...
E não resolve nada. A morte é certa...

A gestão autárquica e a delegação de competências, vulgo descentralização...

No passado mês de Janeiro, a gestão da STCP – Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, passou a estar a cargo de seis autarquias (Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar e Valongo) da área metropolitana do Porto, como culminar de um longo processo reivindicativo que uniu os autarcas em torno do objectivo de municipalizar a empresa, retirando-a da esfera do Estado central. Sabemos como a “descentralização” de competências e recursos é um tema caro a alguns líderes locais. Querem mandar. Em abstracto, é uma estratégia eleitoralista. Em concreto, ficámos a saber que a STCP acabou de gastar uma fortuna em autocarros novos que, por serem demasiado altos, não passam debaixo de alguns viadutos.
Segundo o que apurou o JN, "toda a encomenda feita em 2017, com 173 novos autocarros movidos a gás natural até 2020, é da mesma tipologia."

Mais dragagens de manutenção

"O conselho de administração do Porto da Figueira da Foz aprovou ontem a adjudicação do projecto de aprofundamento do canal de navegação, construção de um edifício no cais comercial, estudo de mercado e avaliação estratégica e dragagens de 220 mil metros cúbicos de areia. 
Com o inverno marítimo à porta, a administração do porto vai iniciar uma dragagem de manutenção, de 100 mil metros cúbicos de areia, na primeira quinzena de novembro, «essencialmente virada aos enfiamentos piscatório e comercial»
Está ainda programada uma outra dragagem, de 120 mil metros cúbicos, para o início de 2019, em parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente, «para permitir a injeção do dragado no reforço dunar da praia da Cova»."

Notícia de última hora...

Com esta foto espero, apenas, contribuir para aumentar a venda de chapéus na Figueira...

Antonio Agostinho, autor do blogue Outra Margem, esta quarta-feira no Dez & 10.
"António Agostinho é provavelmente o blogger mais controverso e mais lido da nossa cidade e é o próximo convidado do “Dez&10”.
Um cidadão atento e de forte personalidade que se afirma livre “da ambição de poder, da servidão dos partidos, das mistificações da politicazinha local, do fanatismo dos seus seguidores acéfalos, das superstições e dos medos da pequena Figueira”.
A não perder, pelas 22 horas, na Sociedade Filarmónica Dez de Agosto.

Hoje, pelas 10 horas, há reunião de câmara...

Para conhecer a agenda, clique aqui.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

"O reerguer da Figueira da Foz" pós Leslie... "Postes de luz, sinais de trânsito e semáforos pelo chão...mas a Câmara da Figueira já colocou as iluminações de Natal."

Via Maria João Carvalho
Ironia do destino?..

Alerta Costeiro a partir de 12 de Novembro no CAE...

Foto Pedro Agostinho Cruz
«Alerta Costeiro» vai ser finalmente exposição, depois de ser exposição cancelada, ser jornal, ser missão reflorestação, ser objecto de estudo para os alunos da Universidade de Coimbra e Minho, ser discussão política local, ser destaque a nível nacional e intencional e, claro, ser work in progresso”.
Ao Figueira Na Hora, Pedro Cruz resume a aposta neste projecto que hoje dá a conhecer uma realidade ainda mais preocupante: “Alerta Costeiro será sempre o meu coração na boca! Um alerta! Um grito de ver a minha terra desaparecer e a tentativa de fazer algo pela mesma. É um trabalho perturbador de consciências. Espero que assim continue”.
A erosão costeira é a base deste projecto. 
Três anos depois, a continuidade deste trabalho (iniciado em 2014) surge com uma nova exposição: a partir de 12 de novembro, no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, Pedro Cruz apresenta imagens desta mesma erosão costeira. 
O convite partiu da vereadora Ana Carvalho. A mostra insere-se no Seminário Anual de Adaptação às Alterações Climáticas que terá lugar no CAE a 16 de novembro.