terça-feira, 25 de setembro de 2018

Figueira da Foz paga 600 mil euros por ter recusado há 15 anos instalar aterro da Mota-Engil

"Sinto muito orgulho desta minha participação na luta contra a implantação de um chamado ATERRO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS BANAIS, em Maiorca, Figueira da Foz.
Tendo por base o que se passou em idêntico aterro em Castelo Branco, os residuos seriam tão banais quanto perigosos.
- No caso de Castelo Branco, foi colocado travão ao despejo de determinados residuos (perigosos), pela forte oposição da Câmara local. 
Na Figueira também assim seria..........
Naquela luta, - em Maiorca- não vi nem Presidentes de Junta, nem dirigentes partidários, nem qualquer autarca de relevo.
Aqui deixo a minha grata lembrança ao Presidente de Junta de Maiorca, à altura dos acontecimentos, - Carlos Ligeiro -, e a todo o trabalho e movimentação da população para que o atentado não sucedesse.
Enquanto Presidente de Junta de Vila Verde, manifestei, sempre, a minha solidariedade e assim se terminou com um atentado ambiental que colocaria em risco a agricultura das Freguesias confinantes, a piscicultura, e no limite a saúde publica dos habitantes.
(Não esquecer que a pedreira onde se pretendia colocar o aterro está "rôta", aflorando água do mondego, quando a maré enche.
Hoje, em reunião de Câmara Municipal da Figueira da Foz, vai ser votado um acordo de pagamento de 600.000.00€ de indemnização à Tratofoz (Empresa do Grupo Mota Engil).
Porque sinto uma revolta, ainda hei-de saber dos motivos que levaram a este acordo de pagamento."
João Filipe Carronda Antunes


Via Notícias de Coimbra 
"Intervindo ontem na reunião do executivo, o presidente da câmara, João Ataíde (PS), explicou que a empresa Tratofoz demandou a autarquia no pagamento de cerca de 4,5 milhões de euros por o município, em 2003, não ter prorrogado a licença de construção de um aterro de resíduos industriais banais na freguesia de Maiorca.
De acordo com João Ataíde, o processo intentado pela empresa em 2014 está em fase de pré-julgamento.
“Podemos resolver isto de forma consensual, há mais de um ano que temos essa vontade”, argumentou o autarca, adiantando que o acordo com a Tratofoz pressupõe o pagamento faseado de 600 mil euros em três anos.
João Ataíde esclareceu que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra considerou a decisão camarária de não renovar a licença de obra, em 2003, como “um acto arbitrário”, abrindo caminho à indemnização à empresa, que poderia chegar a alguns milhões de euros, a maioria por eventuais lucros cessantes (danos emergentes).
“O processo [na fase em que está, prévia a julgamento] pode ser atendido até por má-fé da própria câmara, reconhecido de forma flagrante pelo tribunal. Não temos muitas dúvidas de que inevitavelmente podemos ser condenados nos dados emergentes”, frisou o autarca, propondo ao executivo a aceitação do pagamento faseado de 600 mil euros.
De acordo com João Ataíde, a proposta de acordo com a Tratofoz seguirá para ratificação na Assembleia Municipal e será, igualmente, enviada ao Tribunal de Contas “para ter crivo de análise, legalidade e rigor”.
A proposta foi aprovada com oito votos a favor – seis do PS e dois do PSD – e o voto contra do vereador social-democrata Ricardo Silva que, em declarações à Lusa, disse não conhecer a contestação camarária em tribunal, nem lhe terem sido facultadas todas as informações que requereu sobre o processo.
“E do que sei, entendo que não tem de ser a câmara a pagar um erro de José Sócrates, que licenciou o aterro”, sublinhou.
O processo de instalação de um aterro de resíduos industriais banais numa pedreira da freguesia de Maiorca começou em março de 2000, há 18 anos, ainda no mandato de Pedro Santana Lopes (PSD) como presidente da câmara.
Na altura, Daniel Santos, que era vice-presidente do município, assinou uma certidão a certificar que a obra era compatível com o Plano Diretor Municipal (PDM) então em vigor e que a eventual instalação do aterro teria de ser analisada pelas entidades competentes, nomeadamente o Ministério do Ambiente, então tutelado por José Sócrates.
Em janeiro de 2003, já com a contestação ao aterro no auge – reunindo habitantes de Maiorca e de freguesias vizinhas, ambientalistas e responsáveis políticos, centenas de pessoas que se manifestaram contra a instalação da infraestrutura, temendo pelo futuro das plantações de arroz e da água naquela zona do Baixo Mondego – o então presidente da câmara, Duarte Silva (PSD), já falecido, explicou numa sessão pública que quando tomou posse, um ano antes, o processo já tinha sido iniciado e contava com pareceres positivos do Ministério do Ambiente, Direção Regional do Ambiente e Ministério da Economia, entre outras entidades.
Na altura, Duarte Silva frisou que o aterro de resíduos banais seria instalado num terreno privado e por uma empresa privada – a Tratofoz, que integra o grupo Mota Engil “que detém todas as licenças necessárias”.
Na mesma ocasião, a instalação do aterro foi suspensa por duas semanas – em acordo entre a autarquia e a empresa responsável -, na sequência da contestação popular, período durante o qual foi solicitado à Direção Regional do Ambiente “uma reavaliação exaustiva e profunda da situação”.
Seis meses mais tarde, em junho, a autarquia viria a embargar os trabalhos e a recusar renovar a licença de obra – depois desta ter caducado – sem que as dúvidas e críticas da população fossem esclarecidas pelo Ministério do Ambiente.
O processo envolveu pelo menos uma providência cautelar em tribunal, colocada pela então comissão anti-aterro e uma manifestação de 200 tratores agrícolas que entupiu a entrada da cidade da Figueira da Foz, tendo o protesto chegado igualmente a uma Presidência Aberta do então chefe de Estado Jorge Sampaio."

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

“fake news”...

... citando Teotónio Cavaco na sua crónica de hoje no jornal AS BEIRAS: "o termo pode ser descrito como o que é falso, frequentemente sensacionalista, informação disseminada sob o disfarce de reportagem noticiosa, distribuição deliberada de desinformação ou de boatos via jornal impresso, televisão, rádio, ou ainda online (nomeadamente através das redes sociais)."
A notícia acima é, no Portugal de 2018, haver um professor numa universidade prestigiada a nível mundial, que continua a dar aulas com base numa lição de 1938, dos pobres pobrezinhos e honrados.

PUBLICIDADE INSTITUCIONAL

Hoje há reunião de Câmara...
Para ficar a conhecer a Agenda, clicar aqui.

Memória...

Somos memória. É a partir dela que tudo construímos. Ela é o nosso sustentáculo. Preservá-la não é sinónimo de saudosismo, mas uma atitude de sobrevivência. Até as más memórias nos são úteis...
Não sou novo, contudo já tenho idade suficiente para me lembrar de certas coisas que foram do meu tempo e que já não existam.
Algumas delas, desejo é que não voltem a existir.

Sem me vangloriar disso, sou do tempo: 
- do Salazar. - do Palma Carlos. - do Vasco Gonçalves. - do Pinheiro de Azevedo. - do Sá Carneiro. - do Pinto Balsemão. - do Ramalho Eanes. - do Mário Soares. - do Sócrates. - do Passos Coelho. - do Toni de Matos. - do António Calvário. - do Artur Garcia. - da Madalena Iglésias. - da Simone de Oliveira. - da Shirley Bassey... 
- do escudo. - dos surtos de cólera. - dos chiqueiros e esgotos a céu aberto. - dos filmes e livros proibidos. - da guerra colonial. - das barracas. - da miséria. - da fome. - do pé descalço.
- em que se morria por falta de cuidados médicos. - do trabalho escravo, no mar e em terra. - da obrigatoriedade da disciplina de Religião e Moral no ensino secundário.
- do 25 de Abril de 1974.

Para alegria dos saudosistas algumas destas memórias estão a voltar...
Que merda.

O tema mais estruturante do concelho da Figueira da Foz, a nível da gestão territorial: a erosão costeira... "O mar poderá transformar a freguesia de São Pedro numa ilha"...

OUTRA MARGEM, 11 de Dezembro de 2006.
A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
OUTRA MARGEM, 11 de Abril de 2008
AS BEIRAS, 24 de Setembro de 2018

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu. A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...

domingo, 23 de setembro de 2018

Portanto, estamos todos no mesmo barco em defesa de todas as valências do Centro Médico do Paião

Não há cu que aguente...

A transparência de Marcelo e isto da da joana - os submarinos e as avionetas

Imagem: Fernando Campos
João Gonçalves, que fez o Portugal dos Pequeninos e transitou para um afiadíssimo mural de Facebook,  sobre Marcelo Rebelo de Sousa: «(Marcelo) saiu-se com esta charla: "É o meu estilo. Eu entendo que a democracia é isso, é transparência. E quanto mais clara for a intervenção, melhor". Ai sim? Ora alguém que nem a composição da Casa Civil tem no site - para talvez acharem que faz tudo sozinho - e que nem os textos dos discursos publica, para ser mais difícil ser apanhado em falso, é "transparente" e "claro"? Só se for nas límpidas águas fluviais do Centro entre duas mudas de calções de banho.
Pumba.»

Texto: jpt, via Delito de Opinião

Outono de mão dada com o verão

Estamos sempre a pedir aquilo a que não temos direito. 
Acabamos de entrar no outono e, se dependesse de mim, desejaria que se estivesse a  iniciar a Primavera!
Desejar não custa... Mas, não é possível! 
Resta esperar que passe o outono e o inverno e chegue a primavera.
Contudo, hoje, a luminosidade de verão no Cabedelo,  já em pleno outono, continua fantástica.
Esta  intensidade de luz, continua a ter zonas de claridade e sombra bem vincadas.
No Cabedelo, o outono de mão dada com o verão,  é lindo!

Informação

A Câmara assegura vigilância nas praias de Buarcos e Cabedelo, durante o fim de semana, devido à previsão de altas temperaturas.

Estão aí os dias calmos do outono...


Figueira, uma cidade que em tempos idos teve mar e teve praia...


Mais do mesmo...

Via AS BEIRAS
"A adjudicação do projecto e do estudo de impacte ambiental do aprofundamento da barra e do canal de navegação do Porto Comercial da Figueira da Foz será feita em outubro. As obras, por sua vez, deverão iniciar-se no último trimestre de 2019, estendendo-se até julho de 2021. O custo da empreitada está estimado em 16 milhões de euros.
As obras visam melhorar a segurança e aumentar a capacidade do cais comercial. A actual profundidade do canal e da barra só permitem a acostagem de navios com 120 metros de comprimento e 6,5 de calado.
Após a empreitada, o porto passará a receber navios com 140 metros e oito de calado. O cais comercial será alargado até 15 metros, para o interior do rio. A bacia de manobras também será ampliada.
Entretanto, vai ser construído um edifício, na zona do cais comercial, cujo concurso público para a empreitada será lançado em outubro, tendo um prazo de execução de nove meses."
Via SOS Cabedelo
"Sem o BYPASS para a transposição das areias de norte para sul o aprofundamento da barra não terá qualquer sustentabilidade. Mais um buraco para o mar encher..."
Via João Traveira
"A militância na asneira!"
Nota de rodapé.
Sobre este assunto, há muito que não consigo ter pensamentos positivos.

sábado, 22 de setembro de 2018

O que vem aí para a Figueira?..

"Ministra escolheu sócia para portos de Lisboa, Setúbal e Sines"...

A ministra do Mar é sócia da presidente dos portos de Lisboa, Setúbal e Sines, que ela própria nomeou em maio de 2016. Quando Ana Paula Vitorino indicou Lídia Sequeira para o cargo, a economista ainda era gerente da sua empresa, o que viola a lei em matéria de incompatibilidades e o dever de imparcialidade da ministra. 
Confrontada com estes factos, Ana Paula Vitorino alegou que esta semana não tinha agenda para responder.

Vá lá, senhores da Câmara, não sejam tão forretas: arranjem lá mais 20 mil...

A 5.ª Corrida S. Silvestre da Figueira da Foz começa em São Pedro

Foto Pedro Agostinho Cruz
A prova realiza-se no dia 22 de dezembro, vai atravessar as pontes sobre a foz do Mondego, percorrendo as freguesias de São Pedro, onde começa, Vila Verde e Buarcos e São Julião.
Este ano, a prova é organizada pela câmara e a mudança de percurso deve-se às obras que estão a decorrer na vila de Buarcos. 
A câmara, para manter um evento que já está consolidado, optou por chamar a si a organização desta corrida de atletismo noturna.
Via AS BEIRAS

Nota de rodapé.
"Obras em Buarcos interferem com eventos".

A corrida...

«O Ciclismo foi à Escola»...
Um tempo sempre esperado e ainda hoje recordado, certamente com nostalgia, pelos políticos a quem é exigido que pedalem todos os dias. 
Não há lugar a esmorecimentos. Pode, até, vir a faltar o ar, o que dificulta a pedalada, mas há que prosseguir. A corrida é para se chegar ao fim dela... 
Faltam 3 anos... 2021 é já ali...
Entretanto, há que não desistir! 
Continue, pois, esta corrida, por parte dos contendores, com prazer particular... 
Todavia, o que se faz com prazer particular, raras vezes é particularmente bom...

Figueira: para onde ir e como ir?

1. Em Setembro de 2018, em que ponto nos encontramos?
A Figueira é um concelho endividado, mentalmente dependente, que valoriza pouco a iniciativa pessoal e empresarial, que acredita pouco no valor do trabalho como modo de melhorar o rendimento económico, com uma economia desequilibrada, desiludido, mal governado e sem estratégia. 
2.  Porque nos encontramos neste ponto?
Porque acreditamos em vendedores de ilusões, porque nos endividamos, porque acreditamos em modelos de sucesso que se revelaram perversos, porque exigimos mais direitos face aos deveres que estamos dispostos a praticar, porque o interesse das corporações fala mais alto que o interesse público e porque os partidos falharam na produção de elite política. Neste particular convém referir que os aparelhos partidários ganharam vida própria e impuseram uma dinâmica onde o debate de ideias se encontra subalternizado ao interesse das conveniências dos diversos grupos de interesses.
3.  O que podemos fazer?
Tomar o futuro nas nossas mãos
· É aí que nos libertamos dos vendedores de ilusões que invadiram o espaço político.
· É aí que nos libertamos dos grupos de interesse que querem passar por referência.
· É aí que interiorizamos que há outros modelos de sucesso baseados no mérito e na avaliação, estes sim saudáveis e bem mais arejados
· É aí que nos tornamos mais competitivos, mais fortes, com maior capacidade de realização, e por isso maiores.
· É aí que o mais esforçado, o mais trabalhador, o mais competente e o mais produtivo se pode libertar dos “instalados”.
· É aí que se ganha auto estima com vitórias em ambientes mais competitivos, exigentes, e mais transparentes.
· É aí que se ganha a verdadeira humildade ao aprender a crescer com as derrotas.
Em resumo.
A Figueira já foi mal governada durante demasiado tempo.
Para nossa infelicidade, os partidos políticos criaram, desde há muito na Figueira, dinâmicas  que tiveram como resultado o desinteresse de muitos figueirenses de valor em entrar na política.
O modelo seguido pelo “centrão”, num concelho maioritariamente socialista, subserviente e dependente do poder, gerou e desenvolveu toda uma sorte de teias de relações promiscuas e de influências perniciosas ao são desenvolvimento da vida em sociedade, ao mesmo tempo que sugava talento ao desenvolvimento planeado do concelho.