* ... ainda antes do 25 de Abril de 1974, a actriz entrou em A promessa, uma adaptação de António de Macedo de uma peça de Bernardo Santareno, na qual protagonizou o primeiro nu integral do cinema português. O filme foi exibido em vários festivais, nomeadamente em Cannes. A Promessa, de 1973, a que assisti à filmagem de agumas cenas, pois os exteriores foram em Palheiros da Tocha, Tocha, Figueira da Foz, Buarcos, Gala, Cova, baseado na peça homónima de Bernardo Santareno...
Tinha 19 anos e nunca mais esqueci a Guida Maria.
terça-feira, 2 de janeiro de 2018
É sempre carnaval. É assim e não podia ser de outra maneira...
A Figueira é uma festa...
Com algum desgosto e amargura pelo meio. Mas, sobretudo é uma festa.
Veja-se que, por cá, poucos momentos amargos se recordam em comparação com os alegres....
Com muita calma, vamos então continuar a viver esta festa bonita.
E, já agora, fazer o que ainda não foi feito...
Porque amanhã é sempre tarde de mais...
Será que a Serra da Boa Viagem está segura?..
Imagem via AS BEIRAS |
Ao trabalho, senhor presidente, ao trabalho...
This is not Tróia
Tenham um bom 2018 |
Como sabemos por saber de experiência feita, aqui na Figueira tem acontecido que a democracia é, sobretudo, um regime de azar.
Podia ter sido de sorte...
Mas tem sido de azar.
Onde os executivos escolhidos têm sido tipo melão.
Apenas à posteriori é que se sabe o que lá vinha.
E o que veio...
Mas, se em 2009 e 2013, enfim, compreende-se que tivesse sido dado o benefício da dúvida, em 2016 provou-se que a burrice é invencível...
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
Passagem de Ano...
Na mudança de ano existe uma certa esperança interior que as coisas mudem para melhor.
Mas, na Figueira, o melhor é não nos iludirmos muito.
Mas, na Figueira, o melhor é não nos iludirmos muito.
A dor, dita
A dita
dor,
não dói menos,
por a dor
dita ser.
Assim, dita,
a dor,
finge que é a dita dor.
Talvez, por antes de dita,
dor ser...
E, dita,
assim, dor parecer.
Não há vida sem dor!
Que estupor...
A tal dita
dor.
Previsões para o Cabedelo em 2018...
Existe uma séria ameaça de uma tempestade chamada Ataíde!
Nota de rodapé.
"Depois da tempestade vem sempre bonança", diz o Povo e é verdade!
Mas, neste caso, os estragos entretanto feitos não serão de uma dimensão tal, que a bonança apenas virá evidenciar que a procela atingiu o efeito pretendido?..
Nota de rodapé.
"Depois da tempestade vem sempre bonança", diz o Povo e é verdade!
Mas, neste caso, os estragos entretanto feitos não serão de uma dimensão tal, que a bonança apenas virá evidenciar que a procela atingiu o efeito pretendido?..
domingo, 31 de dezembro de 2017
O meu sermão de ontem à noite aos peixes do Cabedelo...
Ontem à noite coloquei esta postagem no facebook.
Como ficou muita gente intrigada com o teor do sermão que fiz aos peixinhos e dado o manifesto interesse público, sem mais delongas, e a pedido de várias famílias, aqui fica o teor.
...do sermão de Santo António aos peixes
"Notai, peixes, aquela definição de Deus: Rector maris atque terrae: Governador do mar e da terra, para que não duvideis que o mesmo estilo que Deus guarda com os homens na terra observa também convosco no mar. Necessário é logo que olheis por vós e que não façais pouco caso da doutrina que vos deu o grande doutor da Igreja Santo Ambrósio, quando, falando convosco, disse Cave nedum alium insequeris, incidas in validiorem (1). Guarde-se o peixe que persegue o mais fraco para o comer, não se ache na boca do mais forte, que o engula a ele. Nós o vemos aqui cada dia. Vai o xaréu correndo após o bagre, como o cão após a lebre, e não vê o cego que lhe vem nas costas o tubarão com quatro ordens de dentes, que o há-de engolir de um bocado. E o que com maior elegância vos disse também Santo Agostinho: Proedo minorisfit proeda majoris (2)."
(1) «Tem cuidado, não caias nas mãos de um mais potente, quando vais em perseguição de um outro.»
(2) «O ladrão do menor acaba por ser vítima do maior.»
Mas não bastam, peixes, estes exemplos, para que acabe de se persuadir a vossa gula, que a mesma crueldade que usais com os pequenos tem já aparelhado o castigo na voracidade dos grandes. Já que assim o experimentais com tanto dano vosso, importa que daqui por diante sejais mais repúblicos e zelosos do bem comum, e que este prevaleça contra o apetite particular de cada um, para que não suceda que, assim como hoje vemos a muitos de vós tão diminuídos, vos venhais a consumir de todo. Não vos bastam tantos inimigos de fora e tantos perseguidores tão astutos e pertinazes, quantos são os pescadores, que nem de dia nem de noite deixam de vos pôr em cerco e fazer guerra por tantos modos? Não vedes que contra vós se emalham e entralham as redes; contra vós se tecem as nassas; contra vós se torcem as linhas; contra vós se dobram e farpam os anzóis; contra vós as fisgas e os arpões? Não vedes que contra vós até as canas são lanças e as cortiças armas ofensivas? Não vos basta, pois, que tenhais tantos e tão armados inimigos de fora, senão que também vós de vossas portas adentro o haveis de ser mais cruéis, perseguindo-vos com urna guerra mais que civil, e comendo-vos uns aos outros? Cesse, cesse já, irmãos peixes, e tenha fim algum dia esta tão perniciosa discórdia; e pois vos chamei e sois irmãos, lembrai-vos das obrigações deste nome. Não estáveis vós muito quietos, muito pacíficos e muito amigos todos, grandes e pequenos, quando vos pregava Santo António?
Pois continuai assim e sereis felizes.
Mas nem por isso vos negarei que também cá se deixam pescar os homens pelo mesmo engano, menos honra da e mais ignorantemente. Quem pesca as vidas a todos os homens, e com quê?
Um homem do mar com uns retalhos de pano. Vem um mestre de navio de Portugal com quatro varreduras das lojas, com quatro panos e quatro sedas, que já se lhe passou a era e não tem gasto. E que faz? Isca com aqueles trapos aos moradores da nossa terra; dá-lhe uma sacadela e dá-lhe outra, com que cada vez lhe sobe mais o preço; e os bonitos, ou os que o querem parecer, todos esfaimados aos trapos; e ali ficam engasgados e presos, com dívidas de um ano para outro ano e de uma safra para outra safra, e lá vai a vida. Isto não é encarecimento. Todos a trabalhar toda a vida e este trabalho de toda a vida, quem o leva?
Não é isto, meus peixes, grande loucura dos homens com que vos escusais? Claro está que sim; nem vós o podeis negar. Pois se é grande loucura desperdiçar a vida por dois retalhos de pano quem tem obrigação de se vestir; vós, a quem Deus vestiu do pé até à cabeça, ou de peles de tão vistosas e apropriadas cores, ou de escamas prateadas e douradas, vestidos que nunca se rompem nem gastam com o tempo, nem se variam ou podem variar com as modas, não é maior ignorância e maior cegueira deixares-vos enganar, ou deixares-vos tomar pelo beiço com duas tirinhas de pano? Vede o vosso Santo António, que pouco o pôde enganar o mundo com essas vaidades. Sendo moço e nobre, deixou as galas de que aquela idade tanto se preza, trocou-as por uma loba de sarja e uma correia de cónego regrante; e depois que se viu assim vestido, parecendo-lhe que ainda era muito custosa aquela mortalha, trocou a sarja pelo burel e a correia pela corda. Com aquela corda e com aquele pano pescou ele muitos, e só estes se não enganaram e foram sisudos.
Inspirido nos Sermões do Padre António Vieira
Como ficou muita gente intrigada com o teor do sermão que fiz aos peixinhos e dado o manifesto interesse público, sem mais delongas, e a pedido de várias famílias, aqui fica o teor.
...do sermão de Santo António aos peixes
"Notai, peixes, aquela definição de Deus: Rector maris atque terrae: Governador do mar e da terra, para que não duvideis que o mesmo estilo que Deus guarda com os homens na terra observa também convosco no mar. Necessário é logo que olheis por vós e que não façais pouco caso da doutrina que vos deu o grande doutor da Igreja Santo Ambrósio, quando, falando convosco, disse Cave nedum alium insequeris, incidas in validiorem (1). Guarde-se o peixe que persegue o mais fraco para o comer, não se ache na boca do mais forte, que o engula a ele. Nós o vemos aqui cada dia. Vai o xaréu correndo após o bagre, como o cão após a lebre, e não vê o cego que lhe vem nas costas o tubarão com quatro ordens de dentes, que o há-de engolir de um bocado. E o que com maior elegância vos disse também Santo Agostinho: Proedo minorisfit proeda majoris (2)."
(1) «Tem cuidado, não caias nas mãos de um mais potente, quando vais em perseguição de um outro.»
(2) «O ladrão do menor acaba por ser vítima do maior.»
Mas não bastam, peixes, estes exemplos, para que acabe de se persuadir a vossa gula, que a mesma crueldade que usais com os pequenos tem já aparelhado o castigo na voracidade dos grandes. Já que assim o experimentais com tanto dano vosso, importa que daqui por diante sejais mais repúblicos e zelosos do bem comum, e que este prevaleça contra o apetite particular de cada um, para que não suceda que, assim como hoje vemos a muitos de vós tão diminuídos, vos venhais a consumir de todo. Não vos bastam tantos inimigos de fora e tantos perseguidores tão astutos e pertinazes, quantos são os pescadores, que nem de dia nem de noite deixam de vos pôr em cerco e fazer guerra por tantos modos? Não vedes que contra vós se emalham e entralham as redes; contra vós se tecem as nassas; contra vós se torcem as linhas; contra vós se dobram e farpam os anzóis; contra vós as fisgas e os arpões? Não vedes que contra vós até as canas são lanças e as cortiças armas ofensivas? Não vos basta, pois, que tenhais tantos e tão armados inimigos de fora, senão que também vós de vossas portas adentro o haveis de ser mais cruéis, perseguindo-vos com urna guerra mais que civil, e comendo-vos uns aos outros? Cesse, cesse já, irmãos peixes, e tenha fim algum dia esta tão perniciosa discórdia; e pois vos chamei e sois irmãos, lembrai-vos das obrigações deste nome. Não estáveis vós muito quietos, muito pacíficos e muito amigos todos, grandes e pequenos, quando vos pregava Santo António?
Pois continuai assim e sereis felizes.
Mas nem por isso vos negarei que também cá se deixam pescar os homens pelo mesmo engano, menos honra da e mais ignorantemente. Quem pesca as vidas a todos os homens, e com quê?
Um homem do mar com uns retalhos de pano. Vem um mestre de navio de Portugal com quatro varreduras das lojas, com quatro panos e quatro sedas, que já se lhe passou a era e não tem gasto. E que faz? Isca com aqueles trapos aos moradores da nossa terra; dá-lhe uma sacadela e dá-lhe outra, com que cada vez lhe sobe mais o preço; e os bonitos, ou os que o querem parecer, todos esfaimados aos trapos; e ali ficam engasgados e presos, com dívidas de um ano para outro ano e de uma safra para outra safra, e lá vai a vida. Isto não é encarecimento. Todos a trabalhar toda a vida e este trabalho de toda a vida, quem o leva?
Não é isto, meus peixes, grande loucura dos homens com que vos escusais? Claro está que sim; nem vós o podeis negar. Pois se é grande loucura desperdiçar a vida por dois retalhos de pano quem tem obrigação de se vestir; vós, a quem Deus vestiu do pé até à cabeça, ou de peles de tão vistosas e apropriadas cores, ou de escamas prateadas e douradas, vestidos que nunca se rompem nem gastam com o tempo, nem se variam ou podem variar com as modas, não é maior ignorância e maior cegueira deixares-vos enganar, ou deixares-vos tomar pelo beiço com duas tirinhas de pano? Vede o vosso Santo António, que pouco o pôde enganar o mundo com essas vaidades. Sendo moço e nobre, deixou as galas de que aquela idade tanto se preza, trocou-as por uma loba de sarja e uma correia de cónego regrante; e depois que se viu assim vestido, parecendo-lhe que ainda era muito custosa aquela mortalha, trocou a sarja pelo burel e a correia pela corda. Com aquela corda e com aquele pano pescou ele muitos, e só estes se não enganaram e foram sisudos.
Inspirido nos Sermões do Padre António Vieira
sábado, 30 de dezembro de 2017
Balanço de 2017 e os desejos para 2018
Desses poucos projectos, apenas um se tornou real: o dia a dia que fui vivendo ao longo do ano que amanhã termina.
Os outros ficaram lá para trás.
Uns, já esquecidos.
Outros, lembrados de vez em quando.
Por vezes, há nostalgia nesse recordar.
Noutras, apenas sorrio: que delicioso é sonhar e acreditar naquelas coisas que construímos apenas com amor, dedicação, voluntarismo e entusiasmo.
Por exemplo, muitas das vidas que não somos, que sonhámos e não fomos, por causa das voltas que dizem que a vida dá, foram sonhadas para ser vividas com outras pessoas.
Pessoas essas que seguiram vida também por outros caminhos, vida por outras vidas.
E essas pessoas levaram com elas aquelas vidas que sonharam comigo e que também eram a vida delas.
Mesmo que a vida, que é a nossa, seja maravilhosa e que não a trocássemos por nada, há qualquer coisa dentro de nós que, de vez em quando, nos deixa nostálgicos.
Aquelas vidas que não chegaram a sê-lo...
Que bonitos sonhos que já tive...
Como esta é a última postagem de 2017, fica o que desejo aos figueirenses em 2018.
Um dos melhores comentários que li em 2017
"Deite-se o mamarracho a baixo,faça-se uma parceria publico-privada para Inglês ver,acabe-se com o Mercado Tradicional,e vão ver os Turistas de dentro e de fora a passear a torto e a direito no Bairro Novo.Aliás,é bem notório o fluxo dos estrangeiros no JUMBO,no LECLERC,e agora até no CONTINENTE,na procura das NOVAS OPÇÕES,sobretudo para lhe tirar fotografias como recordação,pois nos seus Países não há nada disso.Há...mas cuidado,a ZARA já anda a vender LOJAS,e no JUMBO o CINEMA rebenta pelas costuras com tanta gente.Sei lá,se calhar à semelhança do Mercado da Ribeira em Lisboa,faça-se aqui um MERCADO DO RIO,para mais comes e bebes,porque desconfio que o investimento no Caçarola 2,o funcionamento do Caçarola 1,o surgimento espaçoso do PARQUE DE DIVERSÕES como RESTAURAÇÃO,a reabertura do Nicola agora sob a batuta do MISTURA BRASIL,a CARAVELA,o EPANEMA,a BIJOU,a IMPÉRIO,os CHINÊSES,e muitos mais PEDACITOS que envolvem aquela zona nobre da cidade,não vão ser suficientes para o fluxo previsto,isto claro está,principalmente no OUTONO,INVERNO E PRIMAVERA.Há pois,e o CASINO DA FIGUEIRA,que de restauração até tem muito boas condições,e por estar sempre a abarrotar,mais justifica o tão ansiado MERCADO DO RIO.Já agora,destrua-se finalmente o JARDIM MUNICIPAL,e façam ali um Parque de Estacionamento para o novo CENTRO COMERCIAL,e pronto,repete-se:"O edifício o Trabalho, é o exemplo, mais do que acabado, do que resulta das megalomanias dos autarcas figueirenses de ontem, de hoje e, presumivelmente de amanhã...",....e desta vez é que é.Desculpem lá a simplicidade da minha visão e respetivos pontos de vista,mas no fundo só queria também chegar-me à frente na COISA. Opa estou de todo,que se faça um evento de MOSCAS no PALÁCIO SOTTO MAIOR,que não fica assim tão longe,e já que não se cria um MAGESTIC na Discoteca OCEANO,vão-se buscar os MÓVEIS DO SOTTO ás CAVES DO DOURO,e proporcionem visitas guiadas ao Turista,pois ouvi dizer que eles gostam muito...Há pois,coloquem os Elétricos a funcionar em direção à CÂNDIDO DOS REIS,e movimentem a Turistada para o TUBARÃO,SAGRES,BAR ESPANHOL etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc etc"
Custodio Cruz, a propósito desta postagem, via facebook
Custodio Cruz, a propósito desta postagem, via facebook
Balanço de 2017 - aspectos urbanísticos
"Negativo.
A autarquia continua a ignorar quem anda a pé diariamente pela cidade. A evolução para um novo paradigma de mobilidade não foi apropriada pelos decisores (eles próprios parece que não andam a pé….), os projetos e obras beneficiam sempre os automobilistas e esquecem os peões. Falta atenção ao detalhe, desde o nivelamento dos passeios às estratégias que levam as pessoas a usar mais a bicicleta. A abertura de novas superfícies comerciais em zonas afastadas do centro cívico mostra que o planeamento urbano é marcado pelo “interesse comercial”. Falta ainda uma verdadeira política de cidade. A confusão urbanística continua presente, moradias são “abafadas” por prédios com 4 andares; espaços verdes são transformados em parques de estacionamento.
Isto em 2017, mais de 30 anos após a Figueira ter sido desfigurada (o Edifício Trabalho é dessa época) por um urbanismo pobre, condicionado pelos interesses privados que “capitalizaram cada metro quadrado” que lhes foi entregue.
Positivo.
O PDM, aprovado em 2017, veio reduzir a zona urbana em 47% face ao anterior e limitar muito a construção nova na zona urbana. O mesmo se aplica às zonas rurais, onde é necessário restringir as zonas urbanizadas. Precisamos de contrariar os erros do passado que levaram a situações de dispersão urbana com custos elevadíssimos, desde uma rede de águas sobredimensionada até aos custos em manutenção de estradas e iluminação pública.
A todos os leitores votos de Bom Ano de 2018."
Via AS BEIRAS
A autarquia continua a ignorar quem anda a pé diariamente pela cidade. A evolução para um novo paradigma de mobilidade não foi apropriada pelos decisores (eles próprios parece que não andam a pé….), os projetos e obras beneficiam sempre os automobilistas e esquecem os peões. Falta atenção ao detalhe, desde o nivelamento dos passeios às estratégias que levam as pessoas a usar mais a bicicleta. A abertura de novas superfícies comerciais em zonas afastadas do centro cívico mostra que o planeamento urbano é marcado pelo “interesse comercial”. Falta ainda uma verdadeira política de cidade. A confusão urbanística continua presente, moradias são “abafadas” por prédios com 4 andares; espaços verdes são transformados em parques de estacionamento.
Isto em 2017, mais de 30 anos após a Figueira ter sido desfigurada (o Edifício Trabalho é dessa época) por um urbanismo pobre, condicionado pelos interesses privados que “capitalizaram cada metro quadrado” que lhes foi entregue.
Positivo.
O PDM, aprovado em 2017, veio reduzir a zona urbana em 47% face ao anterior e limitar muito a construção nova na zona urbana. O mesmo se aplica às zonas rurais, onde é necessário restringir as zonas urbanizadas. Precisamos de contrariar os erros do passado que levaram a situações de dispersão urbana com custos elevadíssimos, desde uma rede de águas sobredimensionada até aos custos em manutenção de estradas e iluminação pública.
A todos os leitores votos de Bom Ano de 2018."
Via AS BEIRAS
A LIÇÃO DO PERNIL
A dois dias do fim do ano os 2017 os portugueses tiveram a oportunidade de aumentar a sua bagagem cultural de forma significativa, ficaram quase especialistas em hérnias umbilicais e ainda tiveram a oportunidade de saber que o pernil está para os venezuelanos como o bacalhau está para os portugueses. De caminho ainda receberam uma lição de direito constitucional, para saberem porque razão Ferro Rodrigo não foi Presidente da República durante a noite que passou.
Mas como o país é pequenino o pernil levou-nos à empresas que supostamente devia ter feito a exportação e ficámos a saber que Mário Lino é o presidente do Grupo. Faz todo o sentido, se a empresa faz tantas exportações nada como um especialista em transportes para gerir o grupo. Ninguém pode levar a mal que o nosso velho Jamais faça pela vida, a notícia nem sequer chega sê-o, até porque na mesma empresa há mais correntes político-partidárias devidamente representadas, enfim, há pernil que chegue para todos.
Mas o mais curioso é que essa mesma empresa foi alvo de uma investigação e a acreditar na comunicação social o crime de que era suspeita foi o de ter crescido muito! Enfim, seria maldoso questionar se não seria para tentar tramar Mário Lino, até porque alguém se poderia lembrar de sugerir que em relação ao governo de Sócrates a vontade de tramar surge antes da suspeita.
Mas não deixa de ser ridículo que o Observador noticie de forma quase ingénua que em Portugal o sucesso empresarial é motivo de suspeita opor parte da nossa justiça. Aliás, no Freeport a grande causa da suspeição estava não em qualquer ilegalidade mas sim na forma célere como um processo legal foi aprovado. Enfim, ainda bem que os que não têm jeito para gerir empresas ou são defensores de um Estado lento optem por certas profissões.
Mas fica o aviso aos nosso jovens empreendedores e aos investidores estrangeiros, tenham cuidado com o sucesso, evitem ser muito bem sucedidos pois correm um sério risco de caírem nas malhas da lei, de serem investigados e verem os seus telefonemas escutados e as vossas vidas íntimas fotografadas. A não ser que contratem o Paulo Portas ou um qualquer outro selo de garantia de honestidade...
Enfim, daqui a três dia teremos Ano Novo, ainda que com muita gente “velha”.
Via O Jumento
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
Feliz 2018
O administrator deste espaço deseja a todos um próspero Ano Novo.
Sobretudo, faz votos que o senhor dr. Santana Lopes seja o futuro líder do PSD, primeiro passo para ser o próximo primeiro-ministro indigitado pelo senhor presidente da República.
A política tem de continuar a ser uma paródia, em 2018, que ninguém deve parar...
Sobretudo, faz votos que o senhor dr. Santana Lopes seja o futuro líder do PSD, primeiro passo para ser o próximo primeiro-ministro indigitado pelo senhor presidente da República.
A política tem de continuar a ser uma paródia, em 2018, que ninguém deve parar...
O Bairro Novo e a pesada herança do edifício "O Trabalho”... (VIII)
Imagem via AS BEIRAS |
Exemplo disso é o edifício "O Trabalho".
Isto é a demonstração do que tem sido o poder político na Figueira, nas últimas 4 dezenas de anos: fraco com os fortes e forte com os fracos.
A questão, para os figueirenses é esta. Passo a citar o ex-vereador António Tavares, numa crónica publicada no jornal AS BEIRAS, na terça-feira, 11 de março de 2014.
"... não conseguimos perceber como pode a Açoreana, empresa proprietária do chamado edifício "O Trabalho", fazer perpetuar e permitir a degradação constante do mamarracho que todos conhecemos, para mais situando-se numa zona nobre da cidade e de grande fluxo de turistas e locais..."
Na edição de hoje do jornal AS BEIRAS, Daniel Santos, ex-vereador da Câmara da Figueira da Foz, engenheiro civil, avaliador de imóveis e especialista em urbanismo e ordenamento do território, lembra que “havia muitos interessados na compra de lojas e apartamentos”, quando o edifício foi construído, em finais da década de 80 violando o plano orientador Alberto Pessoa (não vinculativo) e o Regulamento Geral das Edifi cações Urbanas (com efiácia legal), no que à cércea diz respeito.
Recordou ainda Daniel Santos que “as iniciativas para ser encontrada uma solução começaram a ser tomadas ainda no mandato de Santana Lopes (1997 - 2001). Já na altura estava em degradação. Entretanto, nada aconteceu”.
Nos dois mandatos seguintes, com Duarte Silva na presidência da câmara, o Edifício O Trabalho também entrou na agenda, mas, mais uma vez, sem resultados.
Daniel Santos realçou o papel mais proativo dos executivos do actual presidente, João Ataíde, por enquanto, sem resultados visíveis.
O autarca da Figueira da Foz quer resolver as coisas a bem, mas isso não o impediu de pedir um parecer para a eventualidade de ter de acionar o plano B. Isto é, a expropriação do edifício, tendo a seu dispor três modalidades: declaração da ruína económica, ruína física e ruína urbanística do imóvel.
Segundo os resultados do estudo, de harmonia com o jornal AS BEIRAS, a autarquia podia acionar a primeira opção. No entanto, há, entre os jurisconsultos, quem defenda que só quando as três vias estiverem reunidas é que surtem efeito.
Outros, porém, sustentam que basta provar a existência de uma delas.
O edifício o Trabalho, é o exemplo, mais do que acabado, do que resulta das megalomanias dos autarcas figueirenses de ontem, de hoje e, presumivelmente de amanhã.
“Na minha opinião, aquele edifício nunca devia ter sido construído. Não se trata apenas de um problemas estético, que retirou harmonia, trata-se de uma questão funcional, porque criou problemas de insolação, por causa do ensombramento que ele projeta nos outros edifício”, sustenta hoje nas BEIRAS Daniel Santos. O especialista apontou, por outro lado, os problemas de funcionalidade, com o aumento do tráfego automóvel e a falta de estacionamento na zona, que “não tem capacidade para suportar a carga decorrente da ocupação do edifício”. Concluindo, defendeu: “a construção daquele imóvel contribuiu para retirar entidade ao Bairro Novo".
Entretanto, em VIANA DO CASTELO o Tribunal Constitucional abre caminho à demolição do prédio Coutinho... O órgão considerou improcedente o recurso dos moradores, viabilizando a demolição do polémico edifício no centro histórico de Viana, prevista para o primeiro trimestre de 2018. A sociedade VianaPolis já tem quase todo o edifício na sua posse e pretende cessar actividade no final de 2018, após a conclusão deste processo.
Oxalá que os esforços que têm vindo a ser feitos pelo presidente Ataíde surtam o efeito desejado e aquele descomunal aborto paisagístico seja apagado da vista, que não da memória, dos figueirenses.
Cansados de esperar, os figueirenses já estão como S. Tomé: ver para crer.
Isto é, só acreditam quando o problema estiver resolvido.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
Os patrões que temos!..
“O novo PSD devia libertar o Governo da dependência que tem da esquerda”...
(Bastou meia legislatura, 2 - dois - 2 anos, com a economia e o emprego a crescerem, as exportações no sentido ascendente, todas as metas a serem cumpridas e o país a sair do lixo das agências de notação financeira, tudo acompanhado pelo aumento tímido do salário mínimo nacional e de uma tímida reposição de direitos, abaixo dos níveis pré-troika, nada comparável ao que existia em 2011, já de si muito minguado por sucessivas revisões do Código do Trabalho, sempre em beneficio da rigidez patronal e que, ainda assim, permitiu o crescimento e a consolidação de grupos como o Jerónimo Martins, a Sonae, a Corticeira Amorim, a Portugal Telecom, a EDP, por exemplo, para o chefe do sindicato dos patrões desatar a rezar pelo regresso do PSD, do (velho novo) PSD.)
A Figueira é um puzzle onde tudo se vai encaixando...
Alguns exigem mais tempo a serem completados. Outros menos...
Neste, como noutros casos, dirão que é o destino... Que tinha o seu destino traçado...
Chamo-lhe outra coisa: é a vidinha. Esta crónica hoje publicada no jornal AS BEIRAS, é a insuportável evidência das coisas na Figueira. Aqui fica.
"Ontem era tarde para que o Município alienasse a sua participação na Figueira Parques – Empresa Municipal de Estacionamento. Não que o estacionamento urbano – nas zonas centrais da cidade – não deva ser regulado e tarifado. Não que a actividade não deva funcionar, como funciona, em regime de concessão. O que não pode acontecer é prolongar-se muito mais tempo o modelo de concessão que vigora. Por várias razões. Em 1º lugar, porque é prática malsã que o concedente e o concessionário sejam (quase) o mesmo. O concedente é o Munícipio, o concessionário é uma empresa de capitais maioritariamente municipais. O concessionário deve levar a cabo a operação nos termos contratados e ao concedente cumpre verificar o cumprimento do contrato. Juntar isto numa só entidade é coisa bizarra. É como se, numa empresa, o Presidente da Administração e o auditor fossem a mesma pessoa. Em 2º lugar, porque com o (mau) emaranhado contratual gizado no início da concessão, os ganhos obtidos com a operação só afluirão ao Município no final do contrato (2025). Como a Figueira Parques não distribui lucros, fica afastada a hipótese de, ao longo do período de concessão, o Município aplicar os ganhos obtidos na melhoria das estruturas associadas ao estacionamento urbano (pinturas, sinalização, etc). Tudo se resolveria com a reforma do modelo, em que um concessionário privado – sob regras a fixar (designadamente estabilidade do tarifário) - pagasse, em base regular, ao Município, uma renda da concessão."
Neste, como noutros casos, dirão que é o destino... Que tinha o seu destino traçado...
Chamo-lhe outra coisa: é a vidinha. Esta crónica hoje publicada no jornal AS BEIRAS, é a insuportável evidência das coisas na Figueira. Aqui fica.
"Ontem era tarde para que o Município alienasse a sua participação na Figueira Parques – Empresa Municipal de Estacionamento. Não que o estacionamento urbano – nas zonas centrais da cidade – não deva ser regulado e tarifado. Não que a actividade não deva funcionar, como funciona, em regime de concessão. O que não pode acontecer é prolongar-se muito mais tempo o modelo de concessão que vigora. Por várias razões. Em 1º lugar, porque é prática malsã que o concedente e o concessionário sejam (quase) o mesmo. O concedente é o Munícipio, o concessionário é uma empresa de capitais maioritariamente municipais. O concessionário deve levar a cabo a operação nos termos contratados e ao concedente cumpre verificar o cumprimento do contrato. Juntar isto numa só entidade é coisa bizarra. É como se, numa empresa, o Presidente da Administração e o auditor fossem a mesma pessoa. Em 2º lugar, porque com o (mau) emaranhado contratual gizado no início da concessão, os ganhos obtidos com a operação só afluirão ao Município no final do contrato (2025). Como a Figueira Parques não distribui lucros, fica afastada a hipótese de, ao longo do período de concessão, o Município aplicar os ganhos obtidos na melhoria das estruturas associadas ao estacionamento urbano (pinturas, sinalização, etc). Tudo se resolveria com a reforma do modelo, em que um concessionário privado – sob regras a fixar (designadamente estabilidade do tarifário) - pagasse, em base regular, ao Município, uma renda da concessão."
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