Esta é uma crónica de ficção. Na Figueira, porém, a diferença entre a verdade e a ficção, é que a ficção, por vezes, faz mais sentido. Portanto, a semelhança entre os cavalos da foto sacada daqui e os cavalos na crónica ficcionada que se espantaram, só poderá ser mera coincidência. |
Em tempos que já lá vão, à noite, próximo da Praça Nova, 3 ovelhas pastavam junto a um estábulo.
E uma disse:
- Méeeeee.
E outra respondeu:
- Méeeeeee.
E a terceira anuiu:
- Méeeee... que rica noite que hoje está!
Ao longe, avistaram os séquitos de Belchior, Gaspar e Baltazar, acompanhados de pajens, pastores e respectivos animais.
No cortejo, vinha um burro que se acercou do estábulo onde se encontravam.
Uma vaca que também por ali andava. Ao ver o burro perguntou-lhe:
- Muuuuuu... quem és tu?
- Sou um burro... por andar com este tempo na rua.
- Então chega-te aqui e partilha da minha palha... - convidou-o a vaca.
Passados uns minutos, a vaca virou-se para o burro e disse:
- Não olhes agora, mas caiu um miúdo na nossa manjedoura, mesmo em cima da palha!
Ao que o burro respondeu:
- Foi?..
Foi então que se aperceberam que o miúdo, procurava o calor dos seus bafos. Começaram então a respirar sobre ele.
- É pena, não haver palha de mentol - disse a vaca. Que acrescentou - hoje, estou com mau hálito.
As ovelhas, continuavam espantadas com o miúdo deitado na palha.
Uma das ovelhas ao verificar que o miúdo tinha frio disse:
- É pena ele não pegar na lã de uma de nós para fazer uma camisola...
- És burra... ele não faz milagres! - disse uma das outras.
- Deixa-o crescer e tu vais ver! Vai ser uns atrás dos outros! - retorquiu a primeira.
Foi nessa altura que se aproximaram os cavalos, sobre os quais vinham 3 reis.
- Estamos a mil e poucos metros do comboio... Mas quiseram vir de cavalo... E os cavalos somos nós - disse um dos cavalos entre dentes...
O cavalo do lado, também entre dentes, queixou-se:
- Já não posso das minhas costas...
- Raios partam isto! - disse o terceiro dos cavalos.
E, de repente, ouviu-se o barulho de uma fanfarra e os cavalos começaram a ficar nervosos.
Acabaram por se espantar...
Presumo que terá sido por isto que apareceu a ideia de plástico do jardim Natal...
Na Figueira, Presidente da Câmara que se preze, tem de acreditar no Pai Natal.