"O trabalho, a vida, o saber e a alma em réplicas de bacalhoeiros". Estes navios são os mesmos a que diz respeito o novo livro, publicado na semana passada, pelo Senhor Manuel Luís Pata.
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"Os navios bacalhoeiros que saem das mãos de Manuel Alberto Afonso não são apenas miniaturas (com mais de um metro) da antiga frota pesqueira da Figueira da Foz. São história, trabalho, aventura, vida e alma de quem neles andou e, em um ou outro, naufragou. O “artesão” covagalense, que nunca foi ao mar, reuniu fotografias, livros, documentos e, acima de tudo, um conjunto de depoimentos de antigos “lobos do mar”, que lhe permitem recriar o ambiente daqueles navios. «O “João Costa”, (naufragou em 1952 com 73 homens a bordo, todos salvos), foi «feito para mostrar a escala a bordo de um navio a motor», explica o autor do trabalho. No “José Alberto”, parte da primeira viagem, em 1935, foi a «forrar o convés, para criarem o mínimo de condições. Este e outros, foram pintados de branco por causa da guerra», sublinha. No “Gazela”, Manuel Alberto tem o cuidado de mostrar a chegada. «Queria um que viesse do bacalhau, porque ao chegar era totalmente diferente de quando partiu. Vem tudo o que é mau, no aspecto, degradação, velas sujas, podridão, roupa que não é lavada há 6 meses, e é altura de a ensacar», adianta, mostrando todos os mais ínfimos pormenores, conseguindo-se (re)ver essa azáfama. Depois, há o “Maria Preciosa” – naufragado na Gronelândia em 1944, «depois de bater num banco de gelo». Esse, simboliza o naufrágio. Já o “Trombetas”, em «escala do lugre, com menos gente», mostra as «técnicas das velas, içadas e recolhidas, com cabos de arame e sisal (pois ainda não havia nylon)» e como é um navio fundeado."
Nota de rodapé.
* - João Pita