quarta-feira, 18 de maio de 2016
terça-feira, 17 de maio de 2016
A propósito da crónica "privatização"...
Hoje no jornal AS BEIRAS, a colunista Isabel Maranha Cardoso, publica o que passo a citar:
"Uma das tendências relacionadas em geral com um ambiente de liberalismo, que afirma um protagonismo do mercado e a diminuição do peso da intervenção pública na economia e na sociedade, é a privatização.
Este processo passa pela rarefacção do papel do Estado e das suas responsabilidades operativas e de execução e por uma confiança muito maior nas forças da sociedade e da economia.
Habituámo-nos, em nome da muito repetida frase “ineficiência do Estado”, a acharmos normal serem os privados a executar tarefas que pertenciam ao Estado, a troco de “generosas” contrapartidas financeiras e nem sempre com o proporcional interesse público salvaguardado.
Está bem presente o caso das “PPP”, conceito importante e útil mas totalmente desajustado nos meios e fins a que se propuseram, tendo criado elevados compromissos financeiros para o Estado, muito superiores à utilidade pública que proporcionaram.
Reavivámos este tema face à avaliação das necessidades operativas, em termos de educação, que levou a cabo o ME e que dominou o debate público e político da semana passada, “desinformando” os cidadãos sobre os verdadeiros propósitos da polémica – a privatização do ensino.
Atribuiu-se à rainha de França Maria Antonieta o dito “se o Povo tem fome, dêem-lhe brioches”.
Pois eu diria, nesta questão da educação – o Estado só pode dar pão; brioches, quem os preferir, vai ter de os pagar!"
Não poderia concordar mais com a opinião que acabei de citar, expressa pela colunista Isabel Maranha Cardoso no jornal AS BEIRAS.
Só que esta maldita minha memória recorda-me a privatização da água feita na Figueira, quando o PS estava no poder.
Foi no último mandato do presidente Aguiar de Carvalho.
Na altura, a privatização da água na nossa cidade foi disfarçada com a utilização de um eufemismo: o termo concessão.
Ainda por cima, como foi uma concessão de “primeira geração”, o investimento a realizar na rede, acabou por ser da responsabilidade do nosso município.
Registe-se, que a concessão a operadores privados do sector das águas assentou no pressuposto da incapacidade financeira de alguns municípios em realizar as infraestruturas necessárias à reestruturação dos sistemas de águas e de saneamento.
Contudo, a Figueira da Foz teve um encargo de € 8.698.396,65...
Sublinhe-se que o conjunto das concessões que registaram encargos públicos directos (58% dos contratos auditados) representou um investimento público global na ordem dos € 93.354.074,15.
Os contratos de concessão com o maior nível de encargos públicos são os seguintes:
Santa Maria da Feira - € 43.543.193,11
Setúbal - € 19.960.101,71
Figueira da Foz - € 8.698.396,65
Barcelos com € 5.780.366,00
O que era público, passou efectivamente a ser privado. Por isso, de um ponto de vista prático, concessão ou privatização foi a mesma coisa.
Em termos gerais justificativos, os municípios concedentes destacaram como factores de risco “elevado” das concessões, susceptíveis de implicarem compensações directas às concessionárias, na sequência de processos de reequilíbrio, as estimativas de procura abaixo do caso base.
Tratou-se do caso das entidades concedentes de Azambuja, de Figueira da Foz, de Ourém, de Paredes, de Santa Maria da Feira, de Matosinhos, de Vila do Conde, de Paços de Ferreira, de Marco de Canaveses e de Barcelos, o que representou cerca de 37% das concessões.
Por outro lado, não se garantiu o interesse público.
Nomeadamente:
Não se efectuou a transferência de risco para o parceiro privado/concessionária;
O privado não assumiu riscos inerentes às actividades de exploração e financiamento da concessão;
Dos contratos não constam, de forma discriminada e detalhada, os riscos a assumir por cada um dos parceiros;
Os contratos não identificam as situações susceptíveis de gerarem partilha de benefícios entre as partes, utentes, concedente e a concessionária;
Os contratos não enunciam, de forma clara, os objectivos da parceria/concessão, bem como, os resultados que se pretendem do parceiro privado;
As concessões não contemplam um prazo de vigência do contrato adequado ao ciclo de vida e às especificidades do investimento a realizar;
O modelo de concessão não apresenta, para o concedente, vantagens relativamente a outras formas alternativas de alcançar os mesmos fins;
As tarifas - e todos sabemos quanto pagamos - apenas pretendem garantir o lucro do privado.
Por tudo isto e muito mais, não seria de encarar a remunicipalização do sector da água no nosso concelho, porque a água é um bem público e não uma mercadoria?..
"Uma das tendências relacionadas em geral com um ambiente de liberalismo, que afirma um protagonismo do mercado e a diminuição do peso da intervenção pública na economia e na sociedade, é a privatização.
Este processo passa pela rarefacção do papel do Estado e das suas responsabilidades operativas e de execução e por uma confiança muito maior nas forças da sociedade e da economia.
Habituámo-nos, em nome da muito repetida frase “ineficiência do Estado”, a acharmos normal serem os privados a executar tarefas que pertenciam ao Estado, a troco de “generosas” contrapartidas financeiras e nem sempre com o proporcional interesse público salvaguardado.
Está bem presente o caso das “PPP”, conceito importante e útil mas totalmente desajustado nos meios e fins a que se propuseram, tendo criado elevados compromissos financeiros para o Estado, muito superiores à utilidade pública que proporcionaram.
Reavivámos este tema face à avaliação das necessidades operativas, em termos de educação, que levou a cabo o ME e que dominou o debate público e político da semana passada, “desinformando” os cidadãos sobre os verdadeiros propósitos da polémica – a privatização do ensino.
Atribuiu-se à rainha de França Maria Antonieta o dito “se o Povo tem fome, dêem-lhe brioches”.
Pois eu diria, nesta questão da educação – o Estado só pode dar pão; brioches, quem os preferir, vai ter de os pagar!"
Não poderia concordar mais com a opinião que acabei de citar, expressa pela colunista Isabel Maranha Cardoso no jornal AS BEIRAS.
Só que esta maldita minha memória recorda-me a privatização da água feita na Figueira, quando o PS estava no poder.
Foi no último mandato do presidente Aguiar de Carvalho.
Na altura, a privatização da água na nossa cidade foi disfarçada com a utilização de um eufemismo: o termo concessão.
Ainda por cima, como foi uma concessão de “primeira geração”, o investimento a realizar na rede, acabou por ser da responsabilidade do nosso município.
Registe-se, que a concessão a operadores privados do sector das águas assentou no pressuposto da incapacidade financeira de alguns municípios em realizar as infraestruturas necessárias à reestruturação dos sistemas de águas e de saneamento.
Contudo, a Figueira da Foz teve um encargo de € 8.698.396,65...
Sublinhe-se que o conjunto das concessões que registaram encargos públicos directos (58% dos contratos auditados) representou um investimento público global na ordem dos € 93.354.074,15.
Os contratos de concessão com o maior nível de encargos públicos são os seguintes:
Santa Maria da Feira - € 43.543.193,11
Setúbal - € 19.960.101,71
Figueira da Foz - € 8.698.396,65
Barcelos com € 5.780.366,00
O que era público, passou efectivamente a ser privado. Por isso, de um ponto de vista prático, concessão ou privatização foi a mesma coisa.
Em termos gerais justificativos, os municípios concedentes destacaram como factores de risco “elevado” das concessões, susceptíveis de implicarem compensações directas às concessionárias, na sequência de processos de reequilíbrio, as estimativas de procura abaixo do caso base.
Tratou-se do caso das entidades concedentes de Azambuja, de Figueira da Foz, de Ourém, de Paredes, de Santa Maria da Feira, de Matosinhos, de Vila do Conde, de Paços de Ferreira, de Marco de Canaveses e de Barcelos, o que representou cerca de 37% das concessões.
Por outro lado, não se garantiu o interesse público.
Nomeadamente:
Não se efectuou a transferência de risco para o parceiro privado/concessionária;
O privado não assumiu riscos inerentes às actividades de exploração e financiamento da concessão;
Dos contratos não constam, de forma discriminada e detalhada, os riscos a assumir por cada um dos parceiros;
Os contratos não identificam as situações susceptíveis de gerarem partilha de benefícios entre as partes, utentes, concedente e a concessionária;
Os contratos não enunciam, de forma clara, os objectivos da parceria/concessão, bem como, os resultados que se pretendem do parceiro privado;
As concessões não contemplam um prazo de vigência do contrato adequado ao ciclo de vida e às especificidades do investimento a realizar;
O modelo de concessão não apresenta, para o concedente, vantagens relativamente a outras formas alternativas de alcançar os mesmos fins;
As tarifas - e todos sabemos quanto pagamos - apenas pretendem garantir o lucro do privado.
Por tudo isto e muito mais, não seria de encarar a remunicipalização do sector da água no nosso concelho, porque a água é um bem público e não uma mercadoria?..
Soberbo...
foto António Agostinho |
E, quando aqui chegamos, já não há mais nada para discutir ou debater.
Portanto, o malandro é o Estado que ofereceu escolas e hospitais aos cidadãos...
Os malandros não são os artistas, com bons contactos dentro dos governos PS e PSD, que se aproveitaram disso para criar empresas de caça ao subsídio e construir assim um negócio à custa da mama do dinheiro de todos nós...
Portanto, chegados aqui, o mais lógico é processar o Estado por cumprir a Constituição!
segunda-feira, 16 de maio de 2016
Sportinguista - e gosto de futebol, pois claro...
Portanto, enquanto tal e preocupado com quase tudo que tem a ver com a credibilidade do desporto rei, nomeadamente, o que anda próximo do funcionamento e da "credibilidade" da FIFA.
Daí, que uma notícia como a da "aquisição" de Poiares Maduro e de Luís Figo, exactamente para atacarem essas questões, no sentido de "aproximar o funcionamento da Federação Internacional de Futebol (FIFA) das boas práticas exigidas às empresas", deixam qualquer Sportinguista que goste de desporto absolutamente tranquilo e confiante no futuro do futebol...
Daí, que uma notícia como a da "aquisição" de Poiares Maduro e de Luís Figo, exactamente para atacarem essas questões, no sentido de "aproximar o funcionamento da Federação Internacional de Futebol (FIFA) das boas práticas exigidas às empresas", deixam qualquer Sportinguista que goste de desporto absolutamente tranquilo e confiante no futuro do futebol...
Na Figueira, a festa para as autárquicas de 2017 vai de vento em popa...
Miguel Almeida: o não candidato. João Ataide: o candidato. João Portugal: o emplastro... |
Hoje, ficámos a saber que temos um não candidato - Miguel Almeida ("nas próximas eleições não serei candidato a nenhum órgão autárquico, e com o afastamento de quem não se envolverá na compita eleitoral, gostava de convocar os leitores a uma avaliação.
Isto é, será que os figueirenses lhe devem confiar um novo mandato? Será que naquilo que realmente importa, a Figueira está melhor? Será que se fez o necessário para impedir a emigração ou migração dos nossos jovens? Que medidas houve para que deixássemos de ter a maior taxa de desemprego do distrito? Que captação de investimento se conseguiu? Qual a obra (da sua autoria) estruturante que deixa? São estas e outras perguntas que todos devemos fazer.")...
E pronto. Acabou a fantasia. E acabaram-se as fitas?..
Impressionante: "Petit a caminho de Fátima para agradecer milagre da manutenção"!
Eis uma notícia impressionante, que relata um acontecimento impressionante, quer para adeptos de futebol católicos, quer para adeptos de futebol não católicos.
No fundo, isto é impressionante!.. Deve ser mais um milagre do empreendedorismo.
"De Tondela a Fátima são 112 quilómetros. É essa distância que Petit se propõe percorrer nos próximos dias, em companhia dos seus colaboradores directos no Tondela.
Tudo para agradecer a tropeção divina na obtenção do milagre da manutenção.
Petit, José Vilaça, Nuno Pereira, Pedro Pereira, Paulo Silva e João Redondo arrancaram às quatro da manhã de Tondela e chegaram à hora de almoço deste domingo a Penacova, de acordo com informação do clube.
A peregrinação será concluída na próxima terça-feira."
Sabemos que no futebol acontecem, por vezes, uns milagres...
Porém, retiro qualquer conotação religiosa a esta minha constatação.
No fundo, isto é impressionante!.. Deve ser mais um milagre do empreendedorismo.
foto sacada daqui |
Tudo para agradecer a tropeção divina na obtenção do milagre da manutenção.
Petit, José Vilaça, Nuno Pereira, Pedro Pereira, Paulo Silva e João Redondo arrancaram às quatro da manhã de Tondela e chegaram à hora de almoço deste domingo a Penacova, de acordo com informação do clube.
A peregrinação será concluída na próxima terça-feira."
Sabemos que no futebol acontecem, por vezes, uns milagres...
Porém, retiro qualquer conotação religiosa a esta minha constatação.
domingo, 15 de maio de 2016
O PSD, tal como o resto, neste momento, na Figueira, parece não ser assim lá muito interessante...
O PSD vai a votos na Figueira no próximo sábado, dia 21, das 14h30 às 23h00.
Estas eleições, pelo que se sabe até ao momento, não estão a despertar grande entusiasmo no PSD local, pelo que tudo aponta para a apresentação de apenas uma lista ao sufrágio.
Neste momento, ao que parece, candidatar-se à câmara, em 2017, numa lista PSD, não tem o encanto do cheiro a poder de outros tempos ainda recentes.
Lá pela direita, a política resume-se a encontrar problemas. Que depois de encontrados, requerem o diagnóstico correcto e a aplicação da medicação acertada...
Ora, isso dá muito trabalho e requer enorme disponibilidade.
Haverá outras marés e a maior parte dos marinheiros estão a reservar-se...
A Figueira da Foz continua a viver no equivoco de sempre.
Antes do turismo de massas, também por falta de concorrência, foi um sítio de veraneio de referência para uma certa e selecta burguesia, enquanto pelo concelho profundo, o Povo vivia, como assim continua a ser, em autêntica penúria.
Contudo, como pode ser lido aqui, a visão risonha desse passado de festas, animação e cosmopolitismo, derivou sobretudo dos efeitos de duas guerras (a de Espanha e a Mundial) cujos refugiados em trânsito enchiam (no final dos anos 30 e no início dos 40) as ruas da Figueira de mundana animação, as esplanadas dos seus cafés de risos e os seus casinos de lucros.
Ao mesmo tempo, a maior parte dos figueirenses mourejavam na mais negra miséria. Na minha Aldeia, a alternativa era a emigração para os Estados Unidos. Para os que ficavam sobravam as secas do bacalhau, as fábricas de conservas, os estaleiros navais, as minas de carvão, fábricas de vidro e de cimento ou o degredo, na pesca do bacalhau.
Tudo isso, entretanto, acabou.
Mas a memória local é selectiva e a Figueira, hoje, continua a viver, entre a melancolia e o porreirismo figueirinhas, da recordação exclusiva de um antanho de glamour tão ilusório quanto imaginado.
Como deu conta e registou o filósofo e vereador local António Tavares, na sua obra “Arquétipos e Mitos da psicologia social figueirense”, “A Figueira da Foz está sempre à espera de algo que vem de fora”.
Criar riqueza é uma coisa que não os assiste.
Preferem servir os que têm alguma.
Grande visão tinha o intelectual figueirense, vereador camarário e escritor de talento. Acertou na mouche, no que se tem passado no arco do poder figueirense, incluindo obviamente nos dois executivos presididos por João Ataíde, com o vereador António Tavares a fazer parte da equipa...
É neste cenário de miséria política, que varre a política figueirense da esquerda à direita, que um dos partidos do arco do poder, no sábado, 21, vai a votos...
E o pior cenário para os figueirenses vai confirmar-se lá para Setembro de 2017: ATAÍDE, que, sem sequer ser militante do partido, faz o que quer do PS na Figueira, fica...
A tradição, na Figueira, continua a ser o que sempre foi...
O Carnaval continua a ser um caso sério.
Estas eleições, pelo que se sabe até ao momento, não estão a despertar grande entusiasmo no PSD local, pelo que tudo aponta para a apresentação de apenas uma lista ao sufrágio.
Neste momento, ao que parece, candidatar-se à câmara, em 2017, numa lista PSD, não tem o encanto do cheiro a poder de outros tempos ainda recentes.
Lá pela direita, a política resume-se a encontrar problemas. Que depois de encontrados, requerem o diagnóstico correcto e a aplicação da medicação acertada...
Ora, isso dá muito trabalho e requer enorme disponibilidade.
Haverá outras marés e a maior parte dos marinheiros estão a reservar-se...
A Figueira da Foz continua a viver no equivoco de sempre.
Antes do turismo de massas, também por falta de concorrência, foi um sítio de veraneio de referência para uma certa e selecta burguesia, enquanto pelo concelho profundo, o Povo vivia, como assim continua a ser, em autêntica penúria.
Contudo, como pode ser lido aqui, a visão risonha desse passado de festas, animação e cosmopolitismo, derivou sobretudo dos efeitos de duas guerras (a de Espanha e a Mundial) cujos refugiados em trânsito enchiam (no final dos anos 30 e no início dos 40) as ruas da Figueira de mundana animação, as esplanadas dos seus cafés de risos e os seus casinos de lucros.
Ao mesmo tempo, a maior parte dos figueirenses mourejavam na mais negra miséria. Na minha Aldeia, a alternativa era a emigração para os Estados Unidos. Para os que ficavam sobravam as secas do bacalhau, as fábricas de conservas, os estaleiros navais, as minas de carvão, fábricas de vidro e de cimento ou o degredo, na pesca do bacalhau.
Tudo isso, entretanto, acabou.
Mas a memória local é selectiva e a Figueira, hoje, continua a viver, entre a melancolia e o porreirismo figueirinhas, da recordação exclusiva de um antanho de glamour tão ilusório quanto imaginado.
Como deu conta e registou o filósofo e vereador local António Tavares, na sua obra “Arquétipos e Mitos da psicologia social figueirense”, “A Figueira da Foz está sempre à espera de algo que vem de fora”.
Criar riqueza é uma coisa que não os assiste.
Preferem servir os que têm alguma.
Grande visão tinha o intelectual figueirense, vereador camarário e escritor de talento. Acertou na mouche, no que se tem passado no arco do poder figueirense, incluindo obviamente nos dois executivos presididos por João Ataíde, com o vereador António Tavares a fazer parte da equipa...
É neste cenário de miséria política, que varre a política figueirense da esquerda à direita, que um dos partidos do arco do poder, no sábado, 21, vai a votos...
E o pior cenário para os figueirenses vai confirmar-se lá para Setembro de 2017: ATAÍDE, que, sem sequer ser militante do partido, faz o que quer do PS na Figueira, fica...
A tradição, na Figueira, continua a ser o que sempre foi...
O Carnaval continua a ser um caso sério.
sábado, 14 de maio de 2016
Brasil, Brasil, Brasil... Humorista da "Porta dos Fundos" diz que Michel Temer "é um golpista"
Gregório Dudivier em Portugal entrevistado pela SIC Notícias...
Com uma esquerda assim no poder local, quem precisa da direita na Figueira?..
O paradoxo do desemprego, um crónica de Rui Curado da Silva.
"Na entrevista de fundo que deu à Foz do Mondego Rádio e ao diário As Beiras, o Presidente da Câmara é interpelado sobre a taxa de desemprego no concelho, cerca de 11 a 12%, a mais alta do distrito.
Sabendo que a Figueira é também o concelho mais industrializado do distrito, não podemos fugir ao paradoxo que estes dois indicadores levantam.
Não podemos deixar de questionar que emprego é que a indústria figueirense oferece, sobretudo quando entre estas empresas temos uma das maiores exportadoras do país.
A explicação não se esgota na progressiva automatização do trabalho. Nestas empresas, o recurso à subcontratação é generalizado. Muitos dos subcontratados passam por situações de precarizado prolongado, com passagens frequentes pelo desemprego.
Obviamente que este tipo de emprego não atrai os jovens, repele jovens. A diferença crescente entre o salário de directores e dos trabalhadores das empresas ainda piora o quadro. Os directores apanhados recentemente nos Documentos do Panamá ilustram bem a natureza do problema.
A iniciativa do executivo para a caracterização do desempregado do concelho é positiva, mas é insuficiente.
E que tal caracterizar a oferta de emprego e se o tipo de oferta potencia ou não o desemprego crónico?
Ou ainda, que tal caracterizar os interesses dos accionistas e o cadastro fiscal dos directores?
Por aí andarão algumas respostas ao problema."
"Na entrevista de fundo que deu à Foz do Mondego Rádio e ao diário As Beiras, o Presidente da Câmara é interpelado sobre a taxa de desemprego no concelho, cerca de 11 a 12%, a mais alta do distrito.
Sabendo que a Figueira é também o concelho mais industrializado do distrito, não podemos fugir ao paradoxo que estes dois indicadores levantam.
Não podemos deixar de questionar que emprego é que a indústria figueirense oferece, sobretudo quando entre estas empresas temos uma das maiores exportadoras do país.
A explicação não se esgota na progressiva automatização do trabalho. Nestas empresas, o recurso à subcontratação é generalizado. Muitos dos subcontratados passam por situações de precarizado prolongado, com passagens frequentes pelo desemprego.
Obviamente que este tipo de emprego não atrai os jovens, repele jovens. A diferença crescente entre o salário de directores e dos trabalhadores das empresas ainda piora o quadro. Os directores apanhados recentemente nos Documentos do Panamá ilustram bem a natureza do problema.
A iniciativa do executivo para a caracterização do desempregado do concelho é positiva, mas é insuficiente.
E que tal caracterizar a oferta de emprego e se o tipo de oferta potencia ou não o desemprego crónico?
Ou ainda, que tal caracterizar os interesses dos accionistas e o cadastro fiscal dos directores?
Por aí andarão algumas respostas ao problema."
sexta-feira, 13 de maio de 2016
João Portugal, presidente da concelhia do PS e vereador socialista apoia a "título pessoal" a recandidatura de João Ataíde!..
A Figueira anda muito mal servida de políticos. Este João Portugal, é disso mais um triste e lamentável exemplo, a juntar a tantos outros.
Um político não é isto: um fulano que apenas se preocupa com sua vidinha...
Um político luta, estrebucha, erra, acerta, ouve, discute, enfim, faz política.
A gente olha em volta e vê política.
Não podemos evitar essa fatalidade.
Mas podemos evitar que seja uma fatalidade.
A política não é o porreirismo que a imagem acima mostra: provoca reacções, ódios e paixões.
Se provoca a indiferença é negativo.
Negativo para a política, negativo para a democracia e negativo para a Figueira.
A política é um conflito saudável.
É poder discordar do outro para poder respeitá-lo.
Na política o que não se respeita, combate-se.
A Liberdade passa por aí...
Isto, é o grau zero da política seja onde for. Também na Figueira.
Sou de um tempo em que a política servia para fazer avançar o concelho.
42 e dois anos depois do 25 de Abril de 1974, gostaria de poder acreditar que em democracia, os figueirenses já deveriam saber que os cidadãos podiam colaborar na discussão do seu futuro.
Alguns dos que tiveram a possibilidade de viver o Abril de 1974, ainda gostariam de poder acreditar na possibilidade de viver numa cidade em que houvesse Liberdade e democracia.
É também por causa disso que não aceitam reuniões de câmara à porta fechada.
Nos anos que se seguiram a Abril de 1974, a política ganhou estatuto e dignidade no dia a dia dos figueirenses.
Mas, nos dias que passam, aqui pela Figueira, estamos a rodar no sentido contrário.
Parece que, afinal, a possibilidade de contribuirmos para o exercício da política está acima das possibilidades do cidadão figueirense - seja, ou não, político profissional...
De políticos profissionais, como João Portugal, apenas resta a expectativa de uma representação lamentável que lhe permita permanecer na crista da onda, isto é, na sombra e à pala de políticos de conjuntura.
São os novos palhaços...
Quem teve a felicidade de viver na Figueira, nos anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974, sabe que ser político não é para todos...
Os políticos, como qualquer um de nós, vão acabar por morrer um dia.
Mas, na Figueira, muito poucos políticos terão vivido uma vida...
Um político não é isto: um fulano que apenas se preocupa com sua vidinha...
Um político luta, estrebucha, erra, acerta, ouve, discute, enfim, faz política.
A gente olha em volta e vê política.
Não podemos evitar essa fatalidade.
Mas podemos evitar que seja uma fatalidade.
A política não é o porreirismo que a imagem acima mostra: provoca reacções, ódios e paixões.
Se provoca a indiferença é negativo.
Negativo para a política, negativo para a democracia e negativo para a Figueira.
A política é um conflito saudável.
É poder discordar do outro para poder respeitá-lo.
Na política o que não se respeita, combate-se.
A Liberdade passa por aí...
Isto, é o grau zero da política seja onde for. Também na Figueira.
Sou de um tempo em que a política servia para fazer avançar o concelho.
42 e dois anos depois do 25 de Abril de 1974, gostaria de poder acreditar que em democracia, os figueirenses já deveriam saber que os cidadãos podiam colaborar na discussão do seu futuro.
Alguns dos que tiveram a possibilidade de viver o Abril de 1974, ainda gostariam de poder acreditar na possibilidade de viver numa cidade em que houvesse Liberdade e democracia.
É também por causa disso que não aceitam reuniões de câmara à porta fechada.
Nos anos que se seguiram a Abril de 1974, a política ganhou estatuto e dignidade no dia a dia dos figueirenses.
Mas, nos dias que passam, aqui pela Figueira, estamos a rodar no sentido contrário.
Parece que, afinal, a possibilidade de contribuirmos para o exercício da política está acima das possibilidades do cidadão figueirense - seja, ou não, político profissional...
De políticos profissionais, como João Portugal, apenas resta a expectativa de uma representação lamentável que lhe permita permanecer na crista da onda, isto é, na sombra e à pala de políticos de conjuntura.
São os novos palhaços...
Quem teve a felicidade de viver na Figueira, nos anos que se seguiram ao 25 de Abril de 1974, sabe que ser político não é para todos...
Os políticos, como qualquer um de nós, vão acabar por morrer um dia.
Mas, na Figueira, muito poucos políticos terão vivido uma vida...
quinta-feira, 12 de maio de 2016
Senhor presidente: a sua entrevista é maçadora ...
Maçou-me quando falou de transparência, da dívida, do rigor, dos 90 milhões, do facilitismo, do despesismo, da justiça social, do deficit, tanga, princípios, contenção, a ver vamos, democracia, igualdade, qualidade, amanhã falo tá bem, buraco, orçamento, concelho real, coerência, os mais desfavorecidos, produtividade, abertura, convergência, alargar o prazo, cidadãos anónimos, vazio, sociedade civil, valores, investimento produtivo, engenharia financeira, cumpri a lei, verdade, trabalhadores, transparência, olhos nos olhos, engenho e arte, soluções, legitimidade, instituições, clareza de métodos, concordância, estimativa, preparação, consciência, sentir dos figueirenses, respeito, iniciativa, frontalidade, coragem, saldo, obras na praia, processo contabilístico, deve e haver, incobráveis, gestão sujeitas a erros e incólumes, taxa de desemprego, é sempre relativa, gabinete de uma empresa especializada em apoio ao empresário, conjugar a oferta com a procura, os incentivos são uma função permanente, é demagógico vir com propostas que não têm cobertura legal, processos discretos, ampliação da zona industrial de S. Pedro de Lavos (um investimento de 4 milhões de euros, não tenho esse dinheiro, temos de ir buscá-lo...) ...
E nunca mais sai o concerto no coreto do Jardim Municipal!..
Uuuuf, já chega!.. Desisto. Quem quiser saber mais, continue a ver o vídeo clicando aqui...
E nunca mais sai o concerto no coreto do Jardim Municipal!..
Uuuuf, já chega!.. Desisto. Quem quiser saber mais, continue a ver o vídeo clicando aqui...
quarta-feira, 11 de maio de 2016
Só há mortos inadiáveis depois do esquecimento...
"Penafiel vai homenagear, durante o mês de maio, D. António Ferreira Gomes, assinalando o seu 110.º aniversário de nascimento, mentor da publicação do semanário “A Voz Portucalense”, que, nos tempos da ditadura, foi um arauto do combate ousado da liberdade e democracia.
Tema sob o qual decorreu na passada segunda-feira uma conferência com a participação de Ramalho Eanes. Recordo que o jornal era vendido à socapa na livraria Carvalheiro.
Não porque relevasse o carácter religioso do semanário, o facto é que, incapaz de ter acesso a outra informação e opinião, me mantive fiel à sua leitura durante o período de serviço militar passado em África.
Esta recordação remete para outros periódicos que, aqui na Figueira, foram publicados antes e depois da queda do Estado Novo. Desde logo “A Voz da Justiça”, paladino de que José Silva Ribeiro tutelou durante anos com várias interrupções impostas pela censura, mas também, que me recorde, o “Mar Alto” e a “Barca Nova”, veículos de informação partidária e ideológica (mas não só), hoje desaparecidos. Mais recentemente, “A Linha do Oeste”, com outro estilo, sistematicamente crítico e que também não resistiu.
De tal forma mudou o estilo que, se pretenderemos alcançar opinião local estamos reduzidos a dois ou três blogues com qualidade e alguns artigos ou crónicas que, intencionalmente ou não, relevam muito pouco na consideração do poder autárquico."
Nota de rodapé.
A propósito da crónica de opinião "A Voz Portucalense", da autoria do eng. Daniel Santos, recordo um Homem muito importante na minha vida, Manuel Leitão Fernandes, um humanista discreto, com quem dei os primeiros passos no jornalismo, fazendo uma parceria com ele, numa altura em que se encontrava já doente, como correspondentes do jornal “O Diário” na Figueira da Foz.
Lembro-me, como se fosse hoje, o primeiro trabalho que fizemos em equipa: a cobertura da grande cheia no inverno de 1977, no Baixo Mondego. Foi o meu baptismo no mundo fascinante que é o jornalismo.
Cidadão figueirense empenhado no bem comum, dedicou-se, ao longo da sua curta vida, ao associativismo, ao jornalismo e à sua paixão pelo cinema. Registamos a sua activa passagem pelo Ginásio Figueirense, foi correspondente de vários jornais nacionais (Diário Popular, Capital, Record ou O Diário onde tinha excelentes relações), colaborou anos a fio na "Voz da Figueira" onde assinava uma coluna denominada "Quinta Coluna", pertenceu à entusiástica equipa de colaboradores do "Mar Alto" 1ª série, ainda antes do 25 de Abril e foi um dos iniciais cabouqueiros do semanário "Barca Nova".
Manuel Leitão Fernandes possuía uma diversificada biblioteca pessoal e um enorme acervo de documentação cinematográfica. Deve-se a ele e a Manuel Catarino o lançamento das bases do Círculo Juvenil de Cinema em 1970, que envolveu um punhado de jovens estudantes figueirenses que, no "Caras Direitas", viam e debatiam bom cinema de quinze em quinze dias, à tarde. É nesse contexto que irá surgir a Semana Internacional de Cinema e, depois, o Festival de Cinema da Figueira da Foz do qual, Leitão Fernandes, foi membro da Comissão Executiva durante as primeiras edições.
Manuel Leitão Fernandes foi sempre um democrata convicto e na papelaria/livraria Carvalheiro, ali ao Jardim, que possuía em conjunto com a sua mulher Celina Carvalheiro, se juntavam, depois da hora do fecho, pequenas tertúlias conspirativas e de divulgação cultural.
Foi ceifado pela morte aos 47 anos, depois de ter lutado estoicamente com uma doença que continua a não perdoar, em Agosto de 1978.
Tema sob o qual decorreu na passada segunda-feira uma conferência com a participação de Ramalho Eanes. Recordo que o jornal era vendido à socapa na livraria Carvalheiro.
Não porque relevasse o carácter religioso do semanário, o facto é que, incapaz de ter acesso a outra informação e opinião, me mantive fiel à sua leitura durante o período de serviço militar passado em África.
Esta recordação remete para outros periódicos que, aqui na Figueira, foram publicados antes e depois da queda do Estado Novo. Desde logo “A Voz da Justiça”, paladino de que José Silva Ribeiro tutelou durante anos com várias interrupções impostas pela censura, mas também, que me recorde, o “Mar Alto” e a “Barca Nova”, veículos de informação partidária e ideológica (mas não só), hoje desaparecidos. Mais recentemente, “A Linha do Oeste”, com outro estilo, sistematicamente crítico e que também não resistiu.
De tal forma mudou o estilo que, se pretenderemos alcançar opinião local estamos reduzidos a dois ou três blogues com qualidade e alguns artigos ou crónicas que, intencionalmente ou não, relevam muito pouco na consideração do poder autárquico."
Nota de rodapé.
A Papelaria Carvalheiro, ficava no início desta rua, frente ao quiosque. |
A propósito da crónica de opinião "A Voz Portucalense", da autoria do eng. Daniel Santos, recordo um Homem muito importante na minha vida, Manuel Leitão Fernandes, um humanista discreto, com quem dei os primeiros passos no jornalismo, fazendo uma parceria com ele, numa altura em que se encontrava já doente, como correspondentes do jornal “O Diário” na Figueira da Foz.
Lembro-me, como se fosse hoje, o primeiro trabalho que fizemos em equipa: a cobertura da grande cheia no inverno de 1977, no Baixo Mondego. Foi o meu baptismo no mundo fascinante que é o jornalismo.
Cidadão figueirense empenhado no bem comum, dedicou-se, ao longo da sua curta vida, ao associativismo, ao jornalismo e à sua paixão pelo cinema. Registamos a sua activa passagem pelo Ginásio Figueirense, foi correspondente de vários jornais nacionais (Diário Popular, Capital, Record ou O Diário onde tinha excelentes relações), colaborou anos a fio na "Voz da Figueira" onde assinava uma coluna denominada "Quinta Coluna", pertenceu à entusiástica equipa de colaboradores do "Mar Alto" 1ª série, ainda antes do 25 de Abril e foi um dos iniciais cabouqueiros do semanário "Barca Nova".
Manuel Leitão Fernandes possuía uma diversificada biblioteca pessoal e um enorme acervo de documentação cinematográfica. Deve-se a ele e a Manuel Catarino o lançamento das bases do Círculo Juvenil de Cinema em 1970, que envolveu um punhado de jovens estudantes figueirenses que, no "Caras Direitas", viam e debatiam bom cinema de quinze em quinze dias, à tarde. É nesse contexto que irá surgir a Semana Internacional de Cinema e, depois, o Festival de Cinema da Figueira da Foz do qual, Leitão Fernandes, foi membro da Comissão Executiva durante as primeiras edições.
Manuel Leitão Fernandes foi sempre um democrata convicto e na papelaria/livraria Carvalheiro, ali ao Jardim, que possuía em conjunto com a sua mulher Celina Carvalheiro, se juntavam, depois da hora do fecho, pequenas tertúlias conspirativas e de divulgação cultural.
Foi ceifado pela morte aos 47 anos, depois de ter lutado estoicamente com uma doença que continua a não perdoar, em Agosto de 1978.
Disse um dia Passos Coelho - "Governo seco, enxuto, disciplinador e frugal"!.. *
"Lembram-se da trupe que anda sempre a reclamar por menos Estado? Menos dinheiro dos contribuintes, como costumam dizer, para isto e para aquilo?
Esqueçam.
Habituados à mama dos negócios à conta do Estado, agora choram porque um governo decidiu cortar nas gorduras. Mas mesmo nas gorduras e não nos salários e nas pensões, como fizeram esses que antes anunciaram cortes nas gorduras.
Há a possibilidade real do Estado reduzir a despesa, cortando em serviços de que não precisa – as escolas privadas onde há oferta pública. E que dizem os liberais do encosto ao Estado? Que não pode ser, pois precisam de liberdade de escolha. Como sabem, liberdade implica responsabilidade, logo peguem na carteira e assumam a liberdade da sua escolha. Tenho a certeza de que ninguém os impedirá.
O que está em causa é algo diferente. É a concepção de que o “dinheiro dos contribuintes” deverá ser gasto para proporcionar escolas de luxo a quem conseguir nelas ser aceite, em detrimento da ralé que se deve contentar com um serviço público onde a escola não passa de um depósito de crianças.
Porque é de segregação que se trata. Vejamos, se as escolas privadas não seleccionarem os alunos, todos os pais as poderão escolher e, num ápice, a escola privada em nada deferirá da escola pública. As escola privada é diferente porque tem a capacidade de seleccionar os alunos que vai aceitar, residindo neste aspecto o maior factor de sucesso nos famosos rankings.
Não se julgue que é algo de novo, pois é o que existe nas sociedades modelo destes liberaizinhos, como UK e USA.
A campanha da direita habituada aos negócios assegurados pelo Estado está na estrada. Pouco lhe importa as contradições ideológicas, como quando nuns casos defendem menos Estado, mas noutros, como neste dos colégios privados, defendem mais Estado, para pagar esses colégios. Que se salvem os colégios privados, sejam ou não precisos no sistema educativo.
Outra coisa fantástica é o recurso aos tribunais para travar a redução de despesa do Estado. Há coisas fantásticas, não há? Vamos falar de rendas?
Como diria Pinóquio Coelho, habituem-se. Saiam da zona de conforto. Olhem, emigrem."
- Texto de j. manuel cordeiro, via Aventar. * Título sacado daqui.
Em tempo.
ANTÓNIO ROCHETTE. Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi convidado pelo Ministério da Educação de Isabel Alçada, em 2011, para fazer o estudo “Reorganização da rede do ensino particular e cooperativo com contrato de associação”.
Em 2011, a então ministra da Educação, Isabel Alçada, pediu um estudo à Universidade de Coimbra para saber se havia turmas no privado que estavam a ser financiadas pelo Estado apesar de haver oferta disponível em escolas públicas próximas. António Rochette foi o autor do estudo que concluiu que era possível cortar esses contratos de associação em 80% dos colégios. Cinco anos depois recorda ao Expresso Diário as pressões que sentiu. “Fui linchado, fui enxovalhado nas redes sociais, nos jornais. Até mata-frades me chamaram”.
Esqueçam.
Habituados à mama dos negócios à conta do Estado, agora choram porque um governo decidiu cortar nas gorduras. Mas mesmo nas gorduras e não nos salários e nas pensões, como fizeram esses que antes anunciaram cortes nas gorduras.
Há a possibilidade real do Estado reduzir a despesa, cortando em serviços de que não precisa – as escolas privadas onde há oferta pública. E que dizem os liberais do encosto ao Estado? Que não pode ser, pois precisam de liberdade de escolha. Como sabem, liberdade implica responsabilidade, logo peguem na carteira e assumam a liberdade da sua escolha. Tenho a certeza de que ninguém os impedirá.
O que está em causa é algo diferente. É a concepção de que o “dinheiro dos contribuintes” deverá ser gasto para proporcionar escolas de luxo a quem conseguir nelas ser aceite, em detrimento da ralé que se deve contentar com um serviço público onde a escola não passa de um depósito de crianças.
Porque é de segregação que se trata. Vejamos, se as escolas privadas não seleccionarem os alunos, todos os pais as poderão escolher e, num ápice, a escola privada em nada deferirá da escola pública. As escola privada é diferente porque tem a capacidade de seleccionar os alunos que vai aceitar, residindo neste aspecto o maior factor de sucesso nos famosos rankings.
Não se julgue que é algo de novo, pois é o que existe nas sociedades modelo destes liberaizinhos, como UK e USA.
A campanha da direita habituada aos negócios assegurados pelo Estado está na estrada. Pouco lhe importa as contradições ideológicas, como quando nuns casos defendem menos Estado, mas noutros, como neste dos colégios privados, defendem mais Estado, para pagar esses colégios. Que se salvem os colégios privados, sejam ou não precisos no sistema educativo.
Outra coisa fantástica é o recurso aos tribunais para travar a redução de despesa do Estado. Há coisas fantásticas, não há? Vamos falar de rendas?
Como diria Pinóquio Coelho, habituem-se. Saiam da zona de conforto. Olhem, emigrem."
- Texto de j. manuel cordeiro, via Aventar. * Título sacado daqui.
Em tempo.
ANTÓNIO ROCHETTE. Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foi convidado pelo Ministério da Educação de Isabel Alçada, em 2011, para fazer o estudo “Reorganização da rede do ensino particular e cooperativo com contrato de associação”.
Em 2011, a então ministra da Educação, Isabel Alçada, pediu um estudo à Universidade de Coimbra para saber se havia turmas no privado que estavam a ser financiadas pelo Estado apesar de haver oferta disponível em escolas públicas próximas. António Rochette foi o autor do estudo que concluiu que era possível cortar esses contratos de associação em 80% dos colégios. Cinco anos depois recorda ao Expresso Diário as pressões que sentiu. “Fui linchado, fui enxovalhado nas redes sociais, nos jornais. Até mata-frades me chamaram”.
terça-feira, 10 de maio de 2016
O mar tem humores...
foto António Agostinho |
É em dias como o de hoje - frio, cinzento, chuvoso e agreste - estranhamente, estando quase em meados de Maio, um dia de Inverno perfeito, que sinto que a praia do Cabedelo é minha!
Minha, por conseguir, entrosar-me e usufruia-la sem quaisquer perturbações...
Um dia, estas árvores agora depositadas no areal da praia, deram sombra aos peixes por esse Mondego acima!
As chuvadas de Janeiro e as cheias que se seguiram arrancaram-nas das margens e trouxeram-nas, Mondego abaixo, até ao mar da Figueira.
Por aqui andaram ao sabor das marés, dos ventos e das ondas.
Um dia, já lá vão uns meses, uma maré viva, depositou-as na praia do Cabedelo...
Por cá continuam estes despojos do mar, deixados um dia na praia por uma maré viva.
O mar tem humores. Diz, quem sabe, que são efeitos da Lua...
O mar pode ter humores, mas não é aluado!..
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