segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Lembram-se das Abadias antes das cabras?..

Num texto magnífico, publicado quinta-feira,13 de junho de 2013 no jornal AS Beiras, que eu li na edição papel e vou tentar trazer aqui um resumo tanto quanto possível fiel, fiando-me na minha memória, Rui Curado da Silva lembra “que nos anos 60 do século passado a Figueira teve o privilégio de ter o arquitecto Alberto Pessoa e o paisagista Ribeiro Telles a pensar a cidade”.
Imaginaram “2 corredores verdes a acompanhar 2 pequenos cursos de água com origem na Serra. Um,  atravessava as Abadias, terminando no rio; o outro, corria até ao mar, atravessando o Vale da Ponte do Galante”.
No mesmo texto que estou a tentar resumir de memória, Rui Curado da Silva ressaltava que“os espaços verdes, em que a natureza trabalha por sua conta,  são naturais e comuns em  cidades alemães e na Europa do norte”.
Aqui na Figueira, ao que parece, outro dia foi um escândalo, para  certas pessoas, ver cabras a pastar nas Abadias!..
Curiosamente – continuando a  citar de memória Rui Curado da Silva – houve quem se escandalizasse com as cabras, mas aprovou a urbanização e o hotel que assassinaram o corredor verde do Galante”.

Em tempo.
Antes de junho de 2013, a erva das Abadias era tão boa que nem se podia jogar futebol em cima dela.

CARREIRISMO

Após ter surripiado por três vezes a compota da despensa, seu pai admoestou-o. 
Depois de ter roubado a caixa do senhor Esteves da mercearia da esquina, seu pai pô-lo na rua.
Voltou passados vinte e dois anos, com chofer fardado. 
Era Director Geral das Polícias. 
Seu pai teve o enfarte. 

Mário-Henrique Leiria 
Escritor e pintor português, nasceu a 2 de janeiro de 1923, em Lisboa, e morreu a 9 de janeiro de 1980, em Cascais.

Os votos e os desejos para o Novo Ano...

A mensagem do dr. João Ataíde, é uma visão abrangente e genérica, numa prosa impecável, que manifesta desejos honestos para um ano melhor em 2016, que poderia ter sido escrita por mim - apesar de não ter 6 anos de exercício no cargo de presidente de câmara da Figueira da Foz.

O embrulho desfavorece o conteúdo - é demasiado “fofinho” para o vazio de conteúdo...
Mas diz que é assim que o figueirense gosta. E, como político que é, se o eleitorado gosta, o eleitorado é o que tem do presidente.

Pelo andar da carruagem, presumo que vai ser difícil aguentar o vazio até ao início da silly season na Figueira, que começa dentro em pouco - no carnaval.

Neste momento, dizer mais que isto seria entrar no mundo da fantasia.
Sempre tive alguma dificuldade em compreender o interesse público do carnaval de Buarcos, que tem levado, ao longo dos anos, a nossa câmara a atribuir dinheiros públicos avultados - em 2010 foram 150 mil € (trinta mil contos, em moeda antiga!..), em 2013, foram 100 mil € (vinte mil contos, em moeda antiga!..), este ano a base será a partir de 50 mil € (dez mil contos, em moeda antiga!..).

Será que todo este dinheiro queimado nos carnavais,  tendo por justificação básica o apregoado interesse público, se viu alguma vez repercutido, por estas bandas, no plano turístico, cultural e económico?

Dando de barato o suposto e incerto plano turístico -  e não ponho em causa que veio gente de Coimbra ver as coxas das desfilantes!.. - a meu ver, é completamente inverosímil, que esta manifestação carnavalesca local, tenha tido qualquer repercussão fora do País.
daqui
Logo, estaremos a falar de turismo caseiro - essencialmente, das freguesias do Concelho; com um pouco de boa vontade, de alguns concelhos do distrito

Não estarei à altura de discutir o interesse económico -  desconheço o impacto da manifestação carnavalesca figueirense no comércio local, mas, se alguém tiver os números que os avance - contudo, admito, que entre cerveja e bifanas, algum será...

Contudo,  o argumento que mais admiro, é o do chamado interesse cultural. 
Pergunto, pois a ignorância deve ser minha: qual é a raiz cultural portuguesa, duma manifestação que exibe grupos que se auto-denominam escolas de samba, que dão uma volta à avenida a fazer barulho?
Ou qual é o interesse cultural de contratar, com dinheiros públicos, uma Merche Romero, um João Baião, um Futre, um Emanuel, para dar uma volta na Avenida? 
Será que serei eu o único atrofiado?

Mudam os presidentes de câmara, mudam os partidos no poder, mas na Figueira é sempre carnaval!
Só que o Carnaval não é isto.
O Carnaval é uma manifestação popular, pagã, saindo à rua quem entende que o deve fazer, à sua responsabilidade e expensas. Não tem que ser subsidiado com dinheiros públicos, que não existem para, por exemplo, tapar os buracos das estradas do concelho ou implementar estruturas desportivas no concelho para a juventude poder praticar desporto com condições mínimas de segurança e dignidade...

sábado, 2 de janeiro de 2016

Para começar com música o primeiro sábado de 2016

O verdadeiro artista!.. *

Na sua última mensagem de Ano Novo como chefe de Estado, Cavaco Silva afirmou.
"É fundamental combater as desigualdades e as situações de pobreza e exclusão social, que afectam ainda um grande número de cidadãos: os idosos mais carenciados, os desempregados ou empregados precários, os jovens qualificados que não encontram no seu país o reconhecimento que merecem".

Em tempo *
Economista e político que mais tempo cumpriu como Primeiro Ministro depois da revolução de 25 de Abril de 1974. Foi igualmente o único líder partidário a conquistar duas maiorias absolutas consecutivas e ambas de um só partido. Foi Presidente da República 10 anos.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Belas vidas...

Não tenho (aliás, nunca tive...) dores de inveja e, muito menos, dores de burro ou de corno. 
Os esclarecidos, não têm dor de burro. Muito menos dor de corno.
Os esclarecidos, desapegados de interesse pessoal, independentes e rebeldes, quanto muito, poderão ter dores de inteligente... 
Porém, reconheço que há gajos com talentos, que eu jamais terei, para inventar grandes "piadas"... 
"Sérgio Monteiro ganha 304,8 mil euros com Novo Banco", pode ler-se no Expresso.
A não ser que esteja completamente enganado, está identificada a partícula subatómica mais leve de sempre.
Os entendidos na matéria vão passar a chamar-lhe "talento de Sérgio Monteiro"

"Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária."

Viva 2016...

Esta pérola tem 20 anos: mostra Cavaco Silva na passagem de ano de 1995 para 1996.
É um breve apontamento da farra, com momentos de um certo erotismo brejeiro...

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

A culpa deve ter sido do clio...

Se um gajo se habitua a andar de Clio, tem de ter um bom telemóvel e roupa de marca para compensar. 
Ou personalidade. 
Hoje em dia, uma personalidade como esta, é sobrevalorizada. 
A suspensão do Clio é duríssima. 
Eu, fiquei apanhado da coluna... 
Tive de fazer piscina e  fisioterapia...
Fiquem bem. 
Até 2016.

Para quem merecer, bom 2016...

O tempo é fugaz! 
2015, daqui a pouco, será passado. 
Ficou para trás.
2016, o novo ano, já é o desejado...
Se dependesse de mim, no próximo ano, todos os portugueses e portuguesas, que o merecessem, teriam muito amor, muita saúde, muita cultura, poucos bancos a chateá-los e algum trabalho...

E, sobretudo, um amigo como o do Sócrates...
Como nada disto depende de mim, façam como eu.
Procurem ser felizes. 
Tendo saúde, é possível viver com pouco dinheiro, ser velho, gordo e enrugado e feliz ao mesmo tempo!..

Goodbye 2015

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

"Manifestação de solidariedade e de indignação."

TEXTO DA COMUNICAÇÃO ENVIADA NO DIA DE NATAL DO ANO DE 2015 (EM 24.12.2015), POR ALFREDO PINHEIRO MARQUES, DIRECTOR DO CENTRO DE ESTUDOS DO MAR (CEMAR), PARA O MESTRE POVEIRO DO BARCO "JESUS DOS NAVEGANTES", QUE NAS VÉSPERAS DESSE DIA DE NATAL (EM 21.12.2015) FOI ACUSADO E CONDENADO, PELO ESTADO PORTUGUÊS, EM COIMBRA, POR UM CRIME QUE NÃO COMETEU:


Figueira da Foz, 24.12.2015

ASSUNTO: manifestação de solidariedade e de indignação.

Exº. Senhor
Francisco Fortunato
M.I. Mestre do barco da Póvoa de Varzim
"Jesus dos Navegantes":

Escrevemos agora a V.Exª. em 24.12.2015, três dias depois de V.Exª. ter sido acusado e condenado, pelo Estado português, nas vésperas do dia de Natal, por um crime que não cometeu.
Escrevemos para lhe manifestarmos a nossa solidariedade e para lhe comunicarmos a nossa disponibilidade para, daqui para a frente (para sempre, no Futuro), continuarmos a acompanhar especialmente, e continuarmos a documentar exaustivamente (no nosso Arquivo e Centro de Documentação, e na futura divulgação pública das matérias que investigamos, documentamos, e publicitamos), o caso de V.Exª.: o naufrágio do pequeno barco "Jesus dos Navegantes" na barra do porto fluvial da Figueira da Foz em 25.10.2013 (na mesma barra onde, antes disso, já tinham naufragado outras embarcações… e, depois disso, ainda vieram a naufragar mais…).

Acompanhar, e documentar. Até que nesse caso seja feita Justiça. E mesmo depois de tal Justiça ser feita (para memória e exemplo futuro, nacional e internacionalmente).

Em primeiro lugar, lamentamos o infortúnio de que foram vítimas em 25.10.2013 V.Exª. e os seus sete (7) companheiros, com a tristeza então da perda de quatro (4) vidas — quatro companheiros desaparecidos para sempre, mortos ao lado de quem com eles também naufragou, exactamente nas mesmas circunstâncias de perigo e de segurança… Um infortúnio e uma tristeza que, infelizmente, deverão ficar com certeza para toda a vida, e que só não é capaz de verdadeiramente avaliar, ou sequer imaginar, quem lá não anda, nem nunca lá andou, e acha que lá não vai ter que andar nunca (e, por isso, pode achar que tudo se resume somente ao formal cumprimento de processualismos rotineiros, e a mediática afirmação de imagens públicas).

Mas é claro que, conhecendo, como conhecemos, a situação concreta do porto da Figueira da Foz (que está à vista de toda a gente, e que ninguém pode pretender fingir ignorar…), mais lamentamos a incapacidade técnica, científica, política, cívica e administrativa, por parte da entidade Estado português — uma incapacidade reiteradamente demonstrada, desde 1913, desde 1966, e desde 2008 —, para conseguir assegurar a construção (bem localizada) e, por isso, para conseguir assegurar a manutenção (bem desassoreada) de uma instalação portuária digna desse nome (e destinada não somente para cargueiros de transporte das fábricas de celulose, mas também para barcos pequenos, de pesca e de recreio…!) na região da cidade da Figueira da Foz e da enseada de Buarcos.

E, sobretudo, lamentamos que, nestas circunstâncias, sem que o verdadeiro problema seja resolvido (e sem que ninguém, ao que parece, tenha a iniciativa de por ele apresentar qualquer acusação), não somente aconteçam os previsíveis (e previstos) naufrágios (sete [7] naufrágios, com onze [11] mortes, em cinco [5] anos…) mas também, para além disso, os próprios náufragos sejam perseguidos com acusações judiciais (…!), assim se deixando ficar esquecida a matéria principal do que verdadeiramente está em causa…! Como é possível…!?

A entidade Estado português — que, agora, por último, em 2008-2010, aumentou e inflectiu em mais quatrocentos (400) metros o molhe norte do porto fluvial da Figueira da Foz… — não pode alegar ignorância ou desconhecimento destas matérias, pois foi publicamente alertada para a gravidade do que se propôs fazer (e que, mesmo assim, quis fazer… e fez…).

Os verdadeiros especialistas, que são os pescadores como V.Exª. (e, mais ainda, os pescadores originários da própria Figueira da Foz, que melhor conhecem esse mar e esse porto), logo avisaram, muito atempadamente. E até o maior dos ignorantes sobre matérias práticas de navegação, o autor destas linhas, cuja modéstia dos conhecimentos operacionais de navegação é evidente (pois nasceu muito longe do Mar, lá para os lados da Serra da Estrela… e é um simples investigador universitário de História da Cartografia Náutica e Descobrimentos…), avisou atempadamente, em 2006 e 2008, que a situação que estava a ser criada iria ser catastrófica ("… uma situação que poderá vir a ser desastrosa para os pescadores e os iatistas, e ruinosa para o futuro das pescas e da marina de recreio…"). Mas, mesmo assim, o Estado fez essa obra.

Agora, até as televisões já sabem, e noticiam, que "A Barra da Figueira da Foz é ArmadilhaMortal para os Pescadores"… (RTP, 30.10.2015). Quem é que não sabe…!?    

O nível de especialização e de competência reinantes no Estado português, sobre matérias específicas de administração portuária, está hoje em dia exemplarmente patente, sobretudo, no caso do porto da Figueira da Foz. Lamentamos que V.Exª. e os seus companheiros tenham sido em 25.10.2013 vítimas desse nível de especialização e de competência — um nível que, de facto, não é de hoje, e já vem desde há muito tempo (pelo menos, desde 1913, 1966, e 2008). Agora, em 2015, está só patente de maneira mais escandalosa e mais inadmissível do que nunca (e, por isso, ridiculamente ilustrativa do que tantas vezes acontece no Estado português e nas respectivas nomeações políticas). Mas este tipo de assunto não é para rir, e sim, infelizmente, para chorar.

Reafirmamos a nossa solidariedade e a nossa indignação. E a nossa disponibilidade para acompanhar esta matéria até que nela seja feita Justiça. E desejamos que, apesar de tudo, se possível, V.Exª. e os restantes náufragos sobreviventes possam ter, neste Natal do ano 2015, (apesar de nele renovada a tristeza do Natal de 2013…), as possíveis festas felizes, e o possível Bom Ano Novo de 2016, que se avizinha, e no qual é necessário encontrar a força para continuar.

Aceite os melhores cumprimentos, e votos pessoais.

Director do Centro de Estudos do Mar - CEMAR

À boleia da opinião figueirense que vale a pena...


"...Do outro lado estão os que se deixaram tentar, se acomodaram, se tornaram beneficiários do sistema, instalaram-se, elevaram-se à sua sombra e passaram a opinar de barriga cheia, rebuscando argumentos contraditórios, vivendo em permanente revogabilidade. Muitas vezes com inteligência. Tornaram-se na espécie mais perigosa de todas: o inteligente mal-intencionado. “Quem não tem caráter, não é homem, é coisa”. Nicolas Chamfort."

Eng. Daniel Santos, hoje no jornal AS BEIRAS, na sua habitual crónica das quartas-feiras. A última de 2015.

Protagonistas figueirenses

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