segunda-feira, 7 de setembro de 2015

"Na terra dos cornudos agradecidos"...

No dia 9 de Julho de 2015, o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, através do Louvor 340/2015, reconhecia a qualidade do desempenho do adjunto do seu gabinete, enfatizando o seu papel na reestruturação do sector da água e dos resíduos.

Em tempo. 
Aquilo que era uma vergonha - e continuará a ser - com os antecessores, repete-se à beira das eleições com os laranjinhas
E já não há sequer a preocupação de lhes arranjar um lugar noutra área que não tivesse estado na sua dependência ou numa relação directa com o ministro de onde se saiu.

O Cabedelo e o PEDU

foto António Agostinho
Não sei se o poder autárquico da Figueira, nos últimos 6 anos, sabia onde fica o Cabedelo, que por infelicidade dos que aqui gostam de passar algum tempo, pertence à Freguesia de S. Pedro e ao nosso Concelho.
Todos os que por aqui passam - e em julho e agosto, na chamada época alta, foram milhares por dia - viram como a zona está degrada e votada ao abandono por quem de direito.
Nunca acreditei em perfeições. 
O meu pensamento costuma ser trivial e prático. Pensar, para mim, a quem muitos agradeciam sinceramente que não emitisse opiniões, só faz sentido se for para apresentar pensamentos simples e úteis. 
O que eu penso, torna-se inútil a partir do momento em que não constitui uma ajuda para  resolver um problema prático. 
Por exemplo, o que pensei e escrevi sobre o Cabedelo, foi inútil porque não ajudou, até agora, a resolver o problema prático que é o abandono da melhor praia que neste momento existe no concelho da Figueira.
Mas, como o mandato deste presidente de câmara e da sua equipa de vereadores ainda está a decorrer, pode ser que não tenha sido totalmente inútil pensar nisso.
De qualquer modo, é irrelevante qualquer conclusão que eu tire sobre isso, porque os mandatos deste presidente de câmara não serão perfeitos ou imperfeitos por eu o pensar ou concluir. Os mandatos do dr. Ataíde são o que são - e pronto.
Aliás, a questão da eficácia não se coloca para os detentores do poder. 
Eu, porém, tenho o péssimo hábito de valorizá-la. Tal, no entanto, acontece, apenas, por uma questão prática.

Não tenho essa sorte, mas anda por aí muita gente bem paga para escrever e não dizer nada.
O seu trabalho mais importante, não é decidir sobre o que vai escrever, mas decidir sobre o que não vai escrever. 
Nada dizer e nada escrever, pode ter muito valor, dependendo das situações. 
Se disser, ou escrever algo, pode ser recompensado, mas se não disser nada sobre determinado assunto que possa causar mossa ou prejuízo - falar ou escrever sem dizer nada sobre assuntos importantes - pode ser ainda mais valioso para ele.
É preciso muito trabalho para que as coisas não mudem. Para elas mudarem pode ser mais fácil - basta não fazer nada
Espero que a elaboração do PEDU vise assegurar um desenvolvimento harmonioso das áreas atingidas, abrangendo e defendendo três objectivos estratégicos: melhorar a qualidade de vida urbana, melhorar a qualidade de vida ambiental e salvaguardar a memória colectiva -  mantendo a identidade e melhorando o bem-estar.
Espero que a denominada reabilitação integrada do Cabedelo seja apenas isso...

Como li hoje no jornal AS BEIRAS, numa crónica publicada por Miguel Almeida, "há demasiados anos que se reage em vez de agir. Há demasiados anos que se “corre atrás do prejuízo” sem um projecto. Há tempo demais que nem sequer há brio na limpeza e manutenção das infraestruturas existentes. Há tempo demais que o “autismo político” do executivo camarário é confrangedor..."

domingo, 6 de setembro de 2015

X&Q1253


Sempre chega o dia da surpresa

Todos vivem com um medo tremendo de que não gostem deles. 
Todos. 
Incluindo os que escrevem. 
Sobretudo, todos os que escrevem.
Apesar do que estudaram e leram para escrever. 
Apesar do que valem por terem lido e estudado. 
Apesar do que conseguem por terem adquirido conhecimento. 
Apesar do que valem e realizam, a auto-estima, nos momentos cruciais, por vezes, vacila.
O valor do que escrevem por terem lido e estudado, tem um tempo muito curto. 
Mas, por vezes, acontece o dia da surpresa...
Para ficar a saber do que se trata é necessário clicar na imagem.

Em tempo.
Fica o agradecimento devido ao Capitão João Pereira Mano e ao dr. Jorge Mendes.

A segunda edição do Figueira Film Art arranca amanhã

Depois de em 2014 se ter realizado a primeira edição, o festival Figueira Film Art, na Figueira da Foz está de regresso a partir de amanhã, segunda-feira, dia 7, até domingo, 13 de setembro.
Vai receber 110 filmes provenientes de 11 países, divididos em cinco secções de competição.

O festival, que este ano tem a sua 2.ª edição, conta com 110 filmes de 11 países diferentes, entre os quais Portugal, Índia, Alemanha, Brasil, Inglaterra e São Tomé e Príncipe, que integram cinco secções de competição, de harmonia com a informação dada pelo director do Figueira Film Art, Luís Albuquerque.

O evento, focado de momento no cinema independente e de realizadores que estão a iniciar a sua carreira, conta também com cineastas “que têm alguns pergaminhos”, como é o caso de Luís Filipe Rocha, informou também o mesmo responsável, acrescentando que este ano compete novamente o realizador que venceu o prémio de melhor longa-metragem do ano passado, André Valentim de Almeida.

O festival arranca na segunda-feira com “Regresso a Casa”, do multipremiado realizador chinês Zhang Yimou, que foi director das comemorações de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e um dos nomeados a pessoa do ano da revista Time, também nesse ano.

Bom domingo

sábado, 5 de setembro de 2015

Momento de excepcional bom humor...

A comunicação social em peso faz a cobertura da tentativa entrega de uma pizza a Sócatres!..
São 6 minutos e 9 segundos completamente surrealistas.
Não percam, vejam aqui.

Cada vez mais são necessárias duas condições para continuar a viver em Portugal: ser maluco e ter um imenso sentido de humor...

Em tempo.

Ontem, como sabemos, abriu as portas a edição de 2015 da Festa do Avante, que é a 39 º.

Nem uma linha saiu na primeira página nos jornais nacionais sobre a tradicional reentré do Partido Comunista Português, que leva à Amora, no Seixal, centenas de milhares de pessoas para um fim de semana de música, cinema, teatro, desporto e artes plásticas.

Todo este espectáculo em torno de Sócrates não chega para explicar este silenciamento sobre uma festa que abriga todos os movimentos progressistas e onde se trocam experiências e onde se discute sobre os principais problemas da actualidade. 

Fosse um dos mais importantes festivais de Verão patrocinados pelas cervejeiras e esta lacuna certamente  não teria acontecido e haveria lugar para a sua divulgação nas primeiras páginas dos jornais portugueses -  desde os apelidados "pasquins" até aos ditos de "referência".

Para ver melhor as imagens das primeiras páginas dos jornais, basta clicar em cima das mesmas.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Um presidente, uma maioria, um governo...

Segundo o jornal Público, a Presidência considerou "conveniente" marcar abertura do ano judicial para depois de eleições...

Em tempo.
Mais um episódio do cenário da sacanice disfarçada em que vivemos. 
Mais vale prevenir, que remediar... 
Não fosse o diabo tecê-las e  dar-se o caso de alguém falar, durante a abertura do ano judicial, sobre a incompetência  com que a Justiça foi gerida pela ministra laranja...

Bombeiros Municipais da Figueira inauguram novo quartel dentro de duas semanas

foto sacada daqui
O novo quartel  vai ser inaugurado no próximo dia 20, pelas 11H30. 
Situa-se na Estrada Nacional 109, conhecida como Estrada de Mira, junto à Escola Secundária Cristina Torres. Fica num local amplo, praticamente plano e estrategicamente localizado no contexto da cidade, com bons acessos e numa artéria larga e com pouco trânsito, facilitando assim a saída de viaturas em marcha de emergência.
O equipamento está orçado em 946.210,72 euros e teve uma comparticipação financeira do fundo de coesão de 70 por cento.
A actual quartel, com mais de 100 anos, situa-se num local problemático (centro da cidade) e é assumido por Nuno Osório, comandante dos BMFF, como inconveniente, pela dificuldade na saída de viaturas, que atrasa o despacho de meios, para além de gerar, numa zona nobre, ruído.

O poder da fraqueza

Por entre a tragédia em curso, uma imagem vem chocar-nos ainda mais: a da criança síria morta na praia. De repente, a realidade parece mudar. A crise dos refugiados é a mesma, os nossos problemas são os mesmos, o debate na Europa continua, mas esta simples imagem leva-nos para outra dimensão. O seu poder é imenso. Abandonamos por um momento todos os cálculos e vemos, em grande plano, o incomensurável custo humano da história a acontecer sob os nossos olhos. Não é a primeira vez. 


O que é que lembramos da Grande Depressão?
E da revolta do ghetto de Varsóvia?
E da guerra do Vietname?
Porquê? 
Talvez porque as crianças representam a inocência e a fraqueza sem reservas. Só elas estão isentas de qualquer culpa na desgraça própria e alheia. Não fazem a guerra, não desfazem a paz, não escolhem fugir, não decidem ficar. Indefesas, estão totalmente à mercê de um destino imposto. Ou talvez seja porque todos temos filhos e, nos filhos dos outros, vemos os nossos. Vemos um pouco de nós. Vemo-nos a nós. 
Talvez.
(daqui)

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Vale a pena ver...

...pela primeira vez, Alfredo Cunha, um enorme fotojornalista deste País, está de acordo com uma intervenção nas suas fotografias! 
 "...estejam à vontade, a imaginação ao poder!!", disse ele...

A pesca da sardinha

Uma entrevista que deve ser escutada com atenção, pois o assunto interessa a todos: armadores, pescadores e consumidores.
Para ver e ouvir clicar aqui.

Há quem afirme que trocadilhos não são humor. Foi o que eu sempre pensei... Mas, porque só me apetece rir?..


A um mês das eleições, o director de informação da agência de notícias LUSA foi substituído, o que preocupa os jornalistas.
Teresa Marques, presidente do Conselho de Administração, disse que "é um momento difícil mas não político", porque momento político seria se a mudança fosse a seguir às eleições!..

Pensem...

A primeira página do jornal PÚBLICO de hoje

Quando, na segunda metade dos anos 70 do século passado, estava a dar os primeiros passos no jornalismo, calhou-me a reportagem de um incêndio de uma barraca onde duas crianças de tenra idade morreram carbonizadas.
Logo para início de carreira no jornalismo,  foi um trabalho duríssimo que me marcou para sempre.
Esta capa de hoje do jornal Público penso que não deixa ninguém insensível e deve ter sido uma opção muito difícil de tomar por quem teve essa responsabilidade e a explica hoje em Editorial.


"Não é fácil olhar para esta fotografia e não foi fácil tomar a decisão de a publicar. É uma imagem que impressiona. O primeiro instinto que temos é desviar o olhar. A seguir olhamos de novo, mas a querer fechar os olhos. No esforço entre olhar e não olhar, acabamos por levar uma estalada duas vezes.
Tínhamos algumas opções: não publicar, publicar uma imagem mais ambígua, ou publicar no espaço mais nobre do jornal.
Há bons argumentos para não a mostrar. É uma imagem violenta, logo evitável; há formas mais subis de mostrar a realidade sem cair no sensacionalismo, “sem mostrar o horror”, como diz um colega fotógrafo; temos de respeitar a dignidade daquela criança.
Mas há melhores argumentos para a mostrar. Às vezes, é nosso dever publicar imagens impressionantes. Sem pixéis, sem sombras, sem filtros. Vamos de forma paternalista proteger o leitor de quê? De ver uma criança morta à borda da água, numa praia europeia, com a cara na areia? Não é igualmente doloroso ler sobre estas tragédias? Na escrita, não escondemos a realidade. Queremos, pelo contrário, recolher o máximo de factos. Por que é que na imagem usamos critérios diferentes? Porquê ter pudor na imagem, mas não na palavra?
Teríamos tido uma quarta-feira mais simpática se não tivéssemos olhado para esta imagem. Como teríamos tido, há dois anos, um melhor Agosto se não tivéssemos visto os bebés sírios mortos em Damasco com armas químicas.
Teria sentido só vermos essas imagens daqui a 50 anos? Esta imagem é uma notícia. É a primeira vez que vemos uma imagem assim. Desde 2013 que lemos sobre mortes diárias no mar Mediterrâneo, de famílias, pais e filhos, que tentam chegar à Europa fugidos da guerra e da pobreza. Em Lampedusa, o Papa Francisco fez um apelo ao “despertar das consciências” para combater a “globalização da indiferença”. O mundo comoveu-se e seguiu em frente. À sua volta, estavam jovens negros de cabelo crespo. Não nos impressionou. Olhámos para eles como aventureiros de países perdidos. Agora os náufragos no nosso mar são brancos de classe média. Tudo neste bebé é familiar. O corpo, a pele, a roupa, os sapatos. Não sabemos se esta fotografia vai mudar mentalidades e ajudar a encontrar soluções. Mas hoje, no momento de decidir, acreditamos que sim." 

É um  valente murro no estômago. Estou desde esta manhã sem conseguir pensar noutra coisa. Há pessoas que têm mesmo muito pouca sorte na vida.  Que grande merda. Que angústia.

Perigoso...

O governo, por iniciativa do Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, está a promover um mecanismo de censura de sites (onde se incluem os blogues), completamente fora do poder judicial.
"É um processo extremamente perigoso. Não há um juiz, não há uma acusação, nem um processo em tribunal. O que significa que se o leitor tem um site ou um blogue onde escreve regularmente e as SGC e a IGAC não gostarem da sua opinião, nada os impede de enviar o link do blogue do leitor para os ISPs bloquearem no prazo máximo de 15 dias." 
Paula Simões, no seu blogue explica tudo.
Entretanto, no próximo "dia 4 de Outubro lembrem-se que este memorando [de bloqueio de sites] foi promovido pelo Governo de PSD/CDS." 
Até agora, apenas o Bloco de Esquerda questionou o Secretário de Estado da Cultura sobre este memorando. As questões podem ser consultadas aqui.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Atenção, muita atenção: aos seus lugares...

"BANCO DE FOMENTO LANÇA LINHA DE CRÉDITO DE MIL MILHÕES PARA APOIAR EMPRESAS".
Em tempo.
Pires de Lima: "se fosse por vontade dos parceiros europeus, esta instituição não existia".

Costa, deixa-te de lamúrias e faz-te à vida...

"Afirmou ontem António Costa que nunca viu um Governo de direita ser derrubado pelos votos dos partidos à esquerda do PS, mas que já viu os partidos da esquerda aliar-se à direita para derrubar governos do PS. Pois bem: esta afirmação é factualmente errada e politicamente falsa. Senão, vamos aos factos.
Em Abril de 1987, o 1.º Governo de Cavaco Silva foi derrubado com os votos PS/PCP/PRD/PEV.
E se verificarmos os últimos 25 anos, ou seja, a partir dos Governos de Guterres, vemos que:
Em 4/11/99 as moções de rejeição apresentadas pelo PSD e pelo CDS foram inviabilizadas pelos partidos da esquerda (abstenções PCP/PEV e votos contra do BE).
As moções de censura do CDS (em 5/7/2000) e do PSD (em 20/9/2000) foram inviabilizadas pelas abstenções do PCP, do BE e do PEV.
Em 30/5/2001 foram o PSD e o CDS que inviabilizaram uma moção de censura do BE.
Guterres demitiu-se sem qualquer votação parlamentar que o tenha derrubado.
O Governo de Durão Barroso (de maioria absoluta) enfrentou 4 moções de censura que tiveram os votos convergentes PS/PCP/BE/PEV.
O 1.º Governo de Sócrates (de maioria absoluta) enfrentou moções de censura do BE (em 16/1/2008) e do PCP (em 8/5/2008) em que o PSD e o CDS se abstiveram. Mais tarde, enfrentou moções de censura do CDS (em 5/6/2008 e em 17/6/2009) em que o PCP, o BE e o PEV se abstiveram.
O 2.º Governo de Sócrates (minoritário) teve moções de censura do PCP (em 21/5/2010) e do BE (em 3/10/2011) que foram inviabilizadas pelas abstenções do PSD e do CDS.
A demissão de Sócrates não se deveu a qualquer votação parlamentar que o determinasse, mas à rejeição do PEC4, depois dos 3 anteriores terem sido viabilizados pelo PSD e pelo CDS e não sem que, para despedida, tivesse sido assinado o pacto com a troika, negociado e aceite precisamente pelo PSD e pelo CDS.
Na presente legislatura, o Governo PSD/CDS enfrentou 6 moções de censura (3 do PCP, uma do BE, uma do PEV e uma do PS). O PCP, o BE e o PEV votaram a favor de todas. Já o PS absteve-se em 3: na moção do PCP em 25/6/2012 e nas moções do PCP e do BE em 4/5/2012 (ou seja, no tempo em que o PS pautava a sua oposição ao Governo pelas abstenções violentas).
O moral desta história é que o PS só tem razões de se queixar de si próprio e que já era tempo de acabar com o fadinho da vítima que de tão repetido de campanha em campanha já se torna enjoativo."

António Filipe, deputado do PCP, no facebook.