O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
REMO "A Direcção da Naval dá os parabéns ao nosso técnico de remo que festeja hoje o seu 66º aniversário. É uma honra para a Naval poder contar com a sua colaboração, além de ser um excelente técnico é também uma figura do desporto nacional como o seu currículo o demonstra. Apesar desse vasto currículo que culmina com duas participação em Jogos Paralímpicos, ainda não foi reconhecido pela cidade embora o seja por muitos figueirenses." daqui Em tempo. PARABÉNS AUGUSTO ALBERTO! Um abraço.
O 41.º FestiMaiorca-Festival Internacional
de Folclore de Maiorca
regressa a 15 de julho e
prolonga-se até ao dia 23.
Ritmo, dança e muita cor
serão distribuídos através
da presença dos vários
grupos internacionais, nacionais e locais. Este ano,
o festival conta com mais
dois dias de folclore.
A garantia foi dada ontem, pelo presidente da
Casa do Povo de Maiorca,
que organiza o evento,
em conjunto com a autarquia figueirense. A qualidade do FestiMaiorca foi, por seu turno,
enaltecida pelo presidente
da Câmara da Figueira da
Foz. “É um festival muito
heterógeno e para nós tem
sido motivo de grande satisfação. Por isso, a câmara
municipal acompanha a
promoção deste evento”,
afirmou João Ataíde.
O FestiMaiorca está orçado
em 30 mil e a autarquia figueirense apoia o certame
em cerca de 13.900 euros
(10 mil financeiro e 3.900
logístico).
Em tempo. Tantas Câmaras por este País fora que baixaram o IMI e o IRS aos seus munícipes!.. Efeitos eleitoralistas, certamente, mas, ainda assim, a Figueira ainda não faz parte da lista. Por aqui, tudo o que se puder fazer pagar aos contribuintes será pouco para tanto folclore. Qualquer político de meia tigela, mas ambicioso, sabe que para conseguir controlar o eleitorado do qual depende, tal desiderato passa pela estratégia da distracção o mais contínua e continuada possível. Tal estratégia, consiste basicamente em desviar a atenção da populaça eleitora dos assuntos importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica de informações contínuas e distracções abundantes. “Pequenas coisas” e informações insignificantes também servem o mesmo fim. A estratégia tem ainda como objectivo manter a atenção da populaça eleitora ocupada, alienada e distraída, portanto, longe dos verdadeiros problemas sociais, presa a temas menores e sem importância real no seu dia a dia. O que interessa é que o futuro eleitor esteja ocupado – quanto menos tempo para reflectir e pensar, melhor para os objectivos do político de meia tigela. Aliás, para estes políticos o eleitor ideal seria aquele que “voltasse aos tempo do pasto como os outros animais”. É para isto que servem os parques de merendas, os futebóis, os carnavais, os festivais de piratas, os folclores, com que enchem as nossas vidas.
"Nos dias que correm a
competitividade entre
municípios é cada vez
maior e sem espaço para experimentalismos e falhas. A
câmara municipal anunciava
para este ano um maior investimento nas festas joaninas,
principalmente no fogo de
artifício e nas marchas populares. Houve de facto, maior
número e mais qualidade nas
marchas deste ano, quando
comparado com o ano anterior, e o espectáculo pirotécnico
também não defraudou as
expectativas. Mas é inadmissível que milhares de pessoas
tenham regressado às suas
casas, sem ter podido assistir
ao fogo de artifício que só foi
lançado já passava das duas
da manhã. Como também
não se percebe, como é que
a iluminação de São João,
nas poucas ruas que tiveram
direito a tanto, foram ligadas
apenas no próprio dia 23.
Nestas festas, como infelizmente, em muitos outros
casos, cumprem-se os “serviços mínimos”, sem rasgo nem
imaginação. Mas claro, como
estamos no verão, “siga a
banda” porque em Setembro
voltamos à realidade." Em tempo. Crónica de Miguel Almeida, hoje no jornal AS BEIRAS.
"Há quem não tenha percebido porque é que as alterações na Taxa Social Única causaram, em 2012, tamanha indignação. Foi porque sintetizavam a frase dita, um ano antes, pelo primeiro-ministro: “Só vamos sair da crise empobrecendo.” A estratégia corresponde a dois ajustamentos simultâneos: na redução dos custos de trabalho, para diminuir os custos de produção e aumentar as exportações; e na redução do poder de compra, para diminuir o consumo interno e as importações. Mas, ao tirar ao trabalhador para dar ao patrão, a alteração da TSU proposta em 2012 deixava também evidente uma das duas grandes transferências de recursos a que estamos a assistir: do trabalho para o capital. A proposta que agora é apresentada parece menos maligna. Os descontos dos patrões são reduzidos, os dos trabalhadores ficam na mesma. Mas esta alteração aumenta, no conjunto dos descontos, a proporção que está a cargo do trabalhador. E põe em causa a sustentabilidade da segurança social, levando inevitavelmente a novos cortes nas pensões, que também são rendimento do trabalhador. O que não tiram agora vão tirar depois." Daniel Oliveira
“A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem... O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...” Este alertaOutra Margem tem quase 10 anos, como podem comprovar clicando aqui. No sábado passado, dirigentes da Concelhia da Figueira da Foz
do PSD e deputados eleitos
por Coimbra pelas listas do
mesmo partido visitaram
as obras de protecção da costa em São Pedro,
Lavos e Leirosa. O líder local dos social-democratas,
Manuel Domingues, e o
deputado Maurício Marques lembraram que esta
intervenção era reclamada
há vários anos.
Não obstante a crise, realçaram. No entanto, os dois políticos reconheceram que
estavam a falar de obras
urgentes, quase concluídas, porque falta ainda realizar as estruturais, para
a segurança de pessoas e
bens e protecção da orla
marítima. José Elísio, presidente da Junta de Lavos,
independente, não podia
estar mais de acordo com
os visitantes.
“Estas obras são as indispensáveis e há 10 anos que
eram sucessivamente prometidas e adiadas”, frisou. De resto, segundo o jornal AS BEIRAS, os presidentes das
freguesias do sul do concelho concordam que esta
intervenção de emergência não deve substituir as
obras de fundo que a costa
reclama. Sabemos que estamos em campanha eleitoral, mas ainda bem que a erosão costeira é uma preocupação do PSD figueirense e dos presidentes das juntas das freguesias do sul do nosso concelho.
"Esta não é a Europa dos fundadores, é a Europa dos partidos
mais conservadores, com os socialistas à arreata. Não terá um bom fim e, nessa
altura, muita gente lembrará a Grécia.
Bater nos gregos tornou-se uma espécie de desporto nacional.
Tem várias versões, uma é bater no Syriza, outra é bater nos gregos
propriamente ditos e na Grécia como país. As duas coisas estão relacionadas,
bate-se na Grécia porque o Syriza resultou num incómodo e, mesmo que o Syriza
morda o pó das suas propostas, – que é o objectivo disto tudo, – o mal-estar
que existe na Europa é uma pedra no orgulhoso caminho imperial do Partido
Popular Europeu, partido de Merkel, Passos e Rajoy e nos socialistas colaboracionistas
que são quase todos que os acolitam. É isto a que hoje se chama “Europa”.
A Grécia é a Grécia, muito mais parecida com Portugal
naquilo que é negativo que os que hoje lhe deitam pedras escondem, e bastante menos
parecida com Portugal, numa consciência nacional da soberania, que perdemos de
todo. No dia da vitória do Syriza, o que mais me alegrou, sim alegrou, como
penso aconteceu a muita gente, à esquerda e à direita, não foi que muitos
gregos tenham votado num “partido radical” ou num programa radical, ou o
destino do Syriza, mas sim o facto de que votaram pela dignidade do seu pais,
num desafio a esta “Europa” que agora os quer punir pelo arrojo e insolência.
Nisso, os gregos deram uma enorme lição aos nossos colaboracionistas de
serviço, que andam de bandeirinha na lapela."
A situação que esteve iminente, em 1997, de se fazer desaparecer,
de vez, os seis exemplares antigos de
arquitectura naval — barcos tradicionais, incluindo um "Meio
Batel-do-Sal", verdadeiro, e um "Barco-da-Arte", grande, da
Leirosa (e que haviam antes sido seleccionados, obtidos, e estudados, para fins
museológicos, pelo próprio Arq. Octávio Lixa Filgueiras, a maior autoridade
científica, em Portugal, sobre arquitectura naval tradicional em madeira) —, os
seis exemplares antigos de arquitectura naval que então estavam em processo de
destruição, desde há anos, no pátio interior do Museu Municipal da Figueira da
Foz.
"O dr. António Cação ofereceu o navio à Câmara Municipal e não foi aceite tão preciosa oferta. Que belo seria podermos ver hoje o navio José Cação instalado numa abertura feita na Morraceira, junto à Ponte dos Arcos. Ílhavo tem um belo museu, o navio Santo André e tem o casco do Santa Maria Manuela, o qual pensam aparelhar para pôr a navegar. E o que tem a Figueira que honre os seus filhos?" - palavras deManuel Luís Pata. Estávamos em 1998 na Figueira da Foz.
Santana Lopes tinha tomado posse de presidente da Câmara
Municipal há poucos meses.
Com o apoio do Centro de Estudos do Mar - CEMAR, uma
comissão de cidadãos (constituída por Manuel Luís Pata - que, então, estava a
publicar os seus livros sobre a Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau, e já era associado do CEMAR - e pelos últimos Capitães figueirenses desse navio: o Capitão Marques Guerra e o Capitão Abreu da Silva) desenvolveu esforços
para tentar salvar da destruição e da
sucata o último de todos os navios bacalhoeiros da Figueira da Foz (o
"José Cação", antigo "Sotto Mayor").
Com o declínio das pescas portuguesas, fruto em grande parte da adesão à União Europeia, após o falhanço da tentativa levada a cabo nos anos de 1998 e 1999 de transformar este navio em museu - a Câmara da Figueira presidida então por Santana Lopes não apoiou a iniciativa da sociedade civil - o “José Cação” acabou na sucata por volta de 2002-2003. Recordo, um pequeno excerto de uma interessante crónica de
Manuel Luís Pata, publicada no jornal O Figueirense, em 2.11.207, que pode ser
lida na íntegra aqui.
"A pesca do bacalhau foi a indústria que mais
contribuiu para o desenvolvimento da Figueira da Foz. Nas campanhas de 1913/14
foi este o porto que mais navios enviou à Terra Nova (15 navios), ou seja,
quase metade de toda a frota nacional. Hoje o que resta? Nada de nada!”
Foi assim que as coisas se passaram, mas tudo poderia ter
sido diferente. Recordo as palavras do vereador então responsável, Miguel Almeida de seu nome: “esta
proposta (a oferta do navio que o dr. António Cação fez em devido tempo à Câmara Municipal da Figueira da Foz, presidida na altura por Santana Lopes) foi o pior que nos podia ter
acontecido”.
Como disse na altura Manuel Luís Pata, “nem toda a gente
entende que na construção do futuro é necessário guardar a memória”.
E, assim, o “José Cação” foi para a sucata. Como sublinhou Álvaro Abreu da Silva, o seu último Capitão, "foi e levou com
ele, nos ferros retorcidos em que se tornou, a memória das águas que sulcou e
dos homens que na sua amurada se debruçaram para vislumbrar os oceanos”.