Devo dizer, porém, que sempre me foi difícil separar as pessoas das ideias que defendem, porque é nesta adesão às ideias (ou afastamento) que nos mostramos aos outros; que definimos aquilo em que acreditamos (ou não); que, afinal, somos o que somos.
Contudo, a prática, para mim, é o mais importante.
Há muito aprendi que não vale a pena atacar as pessoas por serem de esquerda ou de
direita, deste ou daquele partido, deste ou daquele clube, desta ou daquela religião.
Tenho
amigos de esquerda e amigos de direita. Tenho amigos adeptos de vários clubes. Tenho amigos de várias religiões e sem religião.
Interessa-me, sobretudo, o que as pessoas fazem na sua prática
diária.
Há pessoas de esquerda que, apesar dos ideais que apregoam,
são incapazes de ajudar uma pessoa em dificuldades ou de se
comoverem com o sofrimento alheio, assim como há pessoas de direita
que são profundamente solidárias e sensíveis.
Mais importante do
que a religião, o clube ou a família politica em que se inserem, vale a pena
avaliar as pessoas pelo que são e pelo que fazem.
Conheço pessoas que dizem que são contra as reuniões camarárias à porta fechada e pelas reuniões descentralizadas e, depois, com o seu voto, permitem que se faça o contrário no organismo a que pertencem.