“A proposta que os vereadores do PSD
eleitos pela coligação Somos Figueira fizeram no sentido de reabrir
todas as reuniões de Câmara à presença do público e da
comunicação social foi chumbada pela maioria socialista. Os
vereadores do PSD pretendiam que as primeiras reuniões de cada mês
voltassem a ser públicas, podendo o presidente da Câmara torná-las
privadas sempre que a agenda o justificasse.
O vereador Miguel Almeida mostrou-se
desapontado com o desfecho da votação, argumentando que a proposta
conciliava as posições do executivo e da oposição sobre o assunto
e que seria um sinal positivo dado à população figueirense, que
abriria novamente as portas da Câmara em todas as reuniões
ordinárias. O vereador João Armando Gonçalves afirmou também que
seria possível manter o recato e a tranquilidade nas discussões em
reuniões públicas e mostrou-se contra a manutenção de uma
democracia de "serviços mínimos" e não uma democracia
que promova a aproximação entre os eleitos e a população, que
reduz a relevância dada à Câmara Municipal enquanto órgão
político.”
Tal como o esperado, a vidinha burguesa
e o arranjinho político venceram. Continuamos com “o mesmo ar
bafiento”...
Um dia, porém, os figueirenses, tal como os portugueses, vão
acordar. Quando tal acontecer, não vão aceitar mais a multiplicação
de discursos e proclamações de belos e grandes princípios democráticos que redundam, sempre, num profundo imobilismo político.
Os figueirenses e os portugueses, um dia, vão perceber
que basta fazer o óbvio – pensar antes de votar.
Fazer essa ruptura no combate ao
imobilismo político é central para modificar a actuação dos
poderes públicos nacionais e locais. E - também e sobretudo - central para
reganhar o espaço democrático no debate político na nossa cidade e do nosso país.
Entretanto, pelo caminho, neste combate, vão ficando
os oportunistas que andam é a tratar da vidinha... Aqueles que dizendo que não precisam da política
para nada – até têm uma profissão – não largam o osso, mesmo
que andem com a espinha torcida...
Tal como no país, também cá pela Figueira, os valores estão tão
rasteiros... Não há respeito por nós – o Povo...
A gente, neste momento na Figueira e no país,
está a lidar com coisas e pessoas inimagináveis .
Quase 41 anos depois do 25 de Abril,
lembro aos poucos que mantém a esperança, a exigência que temos
de assumir como portugueses e cidadãos figueirenses - que somos e não súbditos:
resta-nos continuar a luta pela cidadania, contra o défice
democrático e o défice social em que vivemos.