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sábado, 15 de novembro de 2014
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
Esquisitos, nós?...
"O que interessa é o projecto, não a origem do dinheiro"
- Sérgio Monteiro, secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações.
Em tempo.
1. "Já não recordo se quem teve ideia tão parola era Futre ou Portas. Que era Paulo tenho a certeza. Bom, pouco interessa. O que hoje importa recordar é o que dizia esse tal Paulo, que era abrir aqui a porta da loja aos chineses e os aviões charter fariam fila para aterrar na portela a abarrotar deles com os bolsos a rebentar de graveto, que investiriam em Portugal, que criariam emprego, que isto e que aquilo, que a ideia posta em prática seria a nossa galinha dos ovos de ouro. Não conheço ninguém nem ninguém que conheça alguém que alguma vez tenha visto a cor desse dinheiro. O mesmo para os empregos que se criariam, também nunca ninguém os viu. Há tempos saíram umas notícias sobre uns mafiosos, não nos bastavam os que já para aí andavam à solta, que aproveitaram a ideia desse Paulo para se instalarem, e às respectivas lavandarias de dinheiro sujo, neste cantinho do viveiro de corruptos em que se está a transformar a Europa. Já se sabe, estas notícias nascem e morrem e a culpa é toda nossa, vamo-nos habituando a que nada nunca tenha consequências para ninguém. O Paulo lá se aguentou, os vistos gold também. Não sabemos quantos mafiosos depois, o certo é que o tema hoje voltou às notícias, novamente com corrupção, branqueamento de capitais e peculato e desta vez com uma equipa de futebol completa de detidos, onze magníficos, quase todos eles homens e mulheres de confiança dos nossos ilustres governantes, escolhidos entre muitos para ocuparem alguns dos mais altos cargos na hierarquia da nossa Administração Pública pelos ministros da tutela respectiva e também escolhidos pela prendada galinha para lhes pôr uns ovinhos no bolso." Via O país do Burro.
2. As farpas queirosianas, laçadas em 1871, continuam certeiras, o país continua a viver numa sonolência enfastiada.
- Sérgio Monteiro, secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações.
Em tempo.
1. "Já não recordo se quem teve ideia tão parola era Futre ou Portas. Que era Paulo tenho a certeza. Bom, pouco interessa. O que hoje importa recordar é o que dizia esse tal Paulo, que era abrir aqui a porta da loja aos chineses e os aviões charter fariam fila para aterrar na portela a abarrotar deles com os bolsos a rebentar de graveto, que investiriam em Portugal, que criariam emprego, que isto e que aquilo, que a ideia posta em prática seria a nossa galinha dos ovos de ouro. Não conheço ninguém nem ninguém que conheça alguém que alguma vez tenha visto a cor desse dinheiro. O mesmo para os empregos que se criariam, também nunca ninguém os viu. Há tempos saíram umas notícias sobre uns mafiosos, não nos bastavam os que já para aí andavam à solta, que aproveitaram a ideia desse Paulo para se instalarem, e às respectivas lavandarias de dinheiro sujo, neste cantinho do viveiro de corruptos em que se está a transformar a Europa. Já se sabe, estas notícias nascem e morrem e a culpa é toda nossa, vamo-nos habituando a que nada nunca tenha consequências para ninguém. O Paulo lá se aguentou, os vistos gold também. Não sabemos quantos mafiosos depois, o certo é que o tema hoje voltou às notícias, novamente com corrupção, branqueamento de capitais e peculato e desta vez com uma equipa de futebol completa de detidos, onze magníficos, quase todos eles homens e mulheres de confiança dos nossos ilustres governantes, escolhidos entre muitos para ocuparem alguns dos mais altos cargos na hierarquia da nossa Administração Pública pelos ministros da tutela respectiva e também escolhidos pela prendada galinha para lhes pôr uns ovinhos no bolso." Via O país do Burro.
2. As farpas queirosianas, laçadas em 1871, continuam certeiras, o país continua a viver numa sonolência enfastiada.
Hoje, é dia de exaltação...
Ontem,
pela primeira vez – há sempre uma primeira vez – estive atento
ao programa Quadratura do Círculo, na SICN.
Estive
especialmente atento ao candidato a primeiro ministro e comentador António
Costa, que esteve presente, como habitualmente, com Pacheco Pereira e Lobo Xavier.
António
Costa disse algumas coisas. Nomeadamente, classificou as detenções,
no âmbito da investigação aos vistos Gold, como graves e
preocupantes. O candidato do PS a primeiro-ministro sublinhou, porém,
“que embora possam vir a ser feitas alterações, é preciso não
confundir a atribuição dos chamados vistos dourados com eventuais
ilegalidades que tenham sido praticadas.”
Não
ouvi, porém, fazer promessas exequíveis e que não ficam mal a um
político, que diz querer romper com o passado.
Por
exemplo, algo como isto: "quando formos Governo, quando for
primeiro-ministro, vamos acabar, vou acabar de imediato com a lavagem
de dinheiro e a falta de transparência, como a compra de
livre-trânsito europeu de honorabilidade que é a venda da
nacionalidade através dos vistos dourados, com reflexos ridículos na
criação de emprego".
Em tempo.
"Há uma crise dos portugueses consigo próprios.
Têm vergonha de ser portugueses.
A única coisa que os exalta é o futebol." - Gonçalo Ribeiro Telles
«Coração, Cabeça e Estômago»
Dia 22 de novembro, pelas 13h30, no Restaurante “O Teimoso”, irá celebrar-se o conceito de tertúlia, alargada à gastronomia, num almoço que terá como mote a recriação da ementa de uma das tertúlias do Grupo Coração, Cabeça e Estômago - tertúlia gastronómica e cultural figueirense, fundada em 1936 por António Augusto Esteves, mais conhecido pelo pseudónimo literário Carlos Sombrio - onde irão conviver, de mãos dadas, a cultura e a gastronomia local, numa festa alargada à comunidade.
Pago | Inscrições limitadas, sujeitas a inscrição prévia, presencialmente ao balcão da Biblioteca Municipal, até 20 de novembro.
Daqui
quinta-feira, 13 de novembro de 2014
Gold
O director nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Manuel Jarmela Palos, foi hoje detido pela Polícia Judiciária no âmbito de uma investigação relacionada com a atribuição de Vistos Dourados, por suspeita de corrupção.
Foi também detido o presidente do Instituto de Registos e Notariado, António Figueiredo.
Foi também detido o presidente do Instituto de Registos e Notariado, António Figueiredo.
Desigualdades (...no longo prazo, os rendimentos do capital são superiores, não só aos do trabalho, mas também aos do próprio crescimento económico - o que significa que a dinâmica do capitalismo se revela criadora de desigualdades que não é de todo capaz de corrigir, o que, na situação da economia globalizada dos nossos dias, exige que se pense muito a sério em soluções também globais...)
A legionella e a lei da selva
"A austeridade caiu forte sobre os particulares, mas apenas ao de leve sobre as empresas.
Nos últimos três anos, enquanto se "flexibilizavam" os direitos dos trabalhadores para os despedir, a legislação e a fiscalização das empresas afrouxou, deixando os empresários à rédea solta.
E o que fazem os patrões portugueses, quando lhes tiram as peias?
À semelhança do governo, "cortam nas gorduras": Despedem trabalhadores, cortam nos salários, cortam na segurança de clientes e trabalhadores e nem lhes passa pela cabeça preocuparem-se com o ambiente. Um habitat privilegiado para o desenvolvimento da legionella que conseguiu para o governo de Passos Coelho mais um feito de que se pode orgulhar: o actual surto desta bactéria já é o terceiro maior de sempre.
Perante este cenário, a resposta do governo foi criar a "fiscalidade verde" para nos obrigar a pagar 10 cêntimos por cada saco de plástico..."
Daqui
Nos últimos três anos, enquanto se "flexibilizavam" os direitos dos trabalhadores para os despedir, a legislação e a fiscalização das empresas afrouxou, deixando os empresários à rédea solta.
E o que fazem os patrões portugueses, quando lhes tiram as peias?
À semelhança do governo, "cortam nas gorduras": Despedem trabalhadores, cortam nos salários, cortam na segurança de clientes e trabalhadores e nem lhes passa pela cabeça preocuparem-se com o ambiente. Um habitat privilegiado para o desenvolvimento da legionella que conseguiu para o governo de Passos Coelho mais um feito de que se pode orgulhar: o actual surto desta bactéria já é o terceiro maior de sempre.
Perante este cenário, a resposta do governo foi criar a "fiscalidade verde" para nos obrigar a pagar 10 cêntimos por cada saco de plástico..."
Daqui
quarta-feira, 12 de novembro de 2014
Portugal não passa de uma Aldeia...
"Marido da Ministra das Finanças ameaça jornalista"
"«Tu não sabes quem eu sou. Metes a minha mulher ao barulho e podes ter a certeza que vais parar ao hospital.» O SMS foi enviado às 13h08 do dia 23 de Setembro, para o telemóvel de Filipe Alves, jornalista do 'Diário Económico' (DE). O emissor era António Albuquerque, marido da ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, também jornalista e ex-editor executivo daquele jornal. «Acabou, vou apresentar queixa contra ti na PSP», respondeu Filipe Alves depois de uma troca de mensagens violenta, acrescentando que se lhe acontecesse alguma coisa, ser-lhe-iam pedidas explicações. Dois minutos mais tarde, Albuquerque reforçou o que tinha dito, sempre através de mensagens móveis: «Agora fiquei preocupado… estás avisado se metes a minha mulher ao barulho nesta história… vais parar a um hospital.» Ainda havia de escrever: “Tira a minha mulher da equação ou vou-te aos cornos.” Esta semana, na terça-feira, dia 11, depois de se esgotar um período dado a Albuquerque para pedir desculpa, deu entrada no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), uma queixa por injúrias e ameaças contra o marido da ministra. António Albuquerque assume à SÁBADO que escreveu os SMS, justificando ter uma questão pessoal com o antigo colega e com o director do jornal, António Costa: «Desculpas nunca pedirei!», diz. «Não peço desculpa a supostos jornalistas, que não o são, e que se movem para defender interesses económicos». A SÁBADO pediu uma reacção ao gabinete da ministra, mas não obteve resposta até ao fecho da edição. «O assunto agora está nas mão da Justiça, por isso não vou comentar», afirmou à SÁBADO Filipe Alves, o jornalista que apresentou a queixa."
“Uns cabrões fdp”
A troca de mensagens tinha começado no dia anterior, a 22 de Setembro, uma segunda-feira, em que Filipe Alves escreveu um artigo de opinião com o título "O que acontece se o Novo Banco for vendido com prejuízo?" Argumentava que seriam os contribuintes a pagar o resgate do BES, uma possibilidade que a própria ministra viria mais tarde a colocar. António Albuquerque enviou uma primeira mensagem a atacar o autor do artigo, mas Filipe Alves não identificou o número, respondendo com mensagens irónicas e os primeiros insultos. No dia seguinte, ao perceber que aquele era o novo telefone do marido da mulher mais poderosa do País, comunicou-lhe por SMS que daria conhecimento à direcção do jornal. Foi o que originou a escalada de tom. «Estou cheio de medo. Reafirmo, tu e o teu director são uns cabrões fdp», respondeu António Albuquerque. «Posso citar em on?», replicou Filipe Alves, provocando mais insultos de Albuquerque: «Vai para o cara... cabrão» e «já te disse vai para o cara... seu merdas». O jornalista ainda invocou que sempre deu «a opinião de forma honesta e sem querer prejudicar A, B ou C.» Albuquerque insistiu: «A tua memória é muito fraca… queres que te envie um dossier com as tuas notícias a começar pela Perella. Sim tu tens um dossier». «Respeito todos os jornalistas do DE, mas não estes dois», diz Albuquerque. Vários elementos da redacção do DE, porém, dizem à SÁBADO que, quando estava no jornal, tirava satisfações junto dos colegas em relação às notícias sobre Maria Luís, nem sempre com os melhores modos. Os problemas remontam a 2011. Quando chegou a secretária de Estado do Tesouro, antes de ser ministra, António Albuquerque foi despromovido de editor-executivo – onde tinha acesso a tudo o que o jornal estava a investigar – para editor dos projectos especiais. Mas, segundo Albuquerque, mantinha a obrigação de “transmitir notícias”. Havia de negociar uma indemnização e sair do jornal para a EDP, em Abril de 2013, de onde viria a despedir-se quando a notícia da sua contratação foi pública. Hoje é correspondente da Soico, o maior grupo de comunicação social moçambicano.
Via Revista Sábado
"«Tu não sabes quem eu sou. Metes a minha mulher ao barulho e podes ter a certeza que vais parar ao hospital.» O SMS foi enviado às 13h08 do dia 23 de Setembro, para o telemóvel de Filipe Alves, jornalista do 'Diário Económico' (DE). O emissor era António Albuquerque, marido da ministra de Estado e das Finanças, Maria Luís Albuquerque, também jornalista e ex-editor executivo daquele jornal. «Acabou, vou apresentar queixa contra ti na PSP», respondeu Filipe Alves depois de uma troca de mensagens violenta, acrescentando que se lhe acontecesse alguma coisa, ser-lhe-iam pedidas explicações. Dois minutos mais tarde, Albuquerque reforçou o que tinha dito, sempre através de mensagens móveis: «Agora fiquei preocupado… estás avisado se metes a minha mulher ao barulho nesta história… vais parar a um hospital.» Ainda havia de escrever: “Tira a minha mulher da equação ou vou-te aos cornos.” Esta semana, na terça-feira, dia 11, depois de se esgotar um período dado a Albuquerque para pedir desculpa, deu entrada no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP), uma queixa por injúrias e ameaças contra o marido da ministra. António Albuquerque assume à SÁBADO que escreveu os SMS, justificando ter uma questão pessoal com o antigo colega e com o director do jornal, António Costa: «Desculpas nunca pedirei!», diz. «Não peço desculpa a supostos jornalistas, que não o são, e que se movem para defender interesses económicos». A SÁBADO pediu uma reacção ao gabinete da ministra, mas não obteve resposta até ao fecho da edição. «O assunto agora está nas mão da Justiça, por isso não vou comentar», afirmou à SÁBADO Filipe Alves, o jornalista que apresentou a queixa."
“Uns cabrões fdp”
A troca de mensagens tinha começado no dia anterior, a 22 de Setembro, uma segunda-feira, em que Filipe Alves escreveu um artigo de opinião com o título "O que acontece se o Novo Banco for vendido com prejuízo?" Argumentava que seriam os contribuintes a pagar o resgate do BES, uma possibilidade que a própria ministra viria mais tarde a colocar. António Albuquerque enviou uma primeira mensagem a atacar o autor do artigo, mas Filipe Alves não identificou o número, respondendo com mensagens irónicas e os primeiros insultos. No dia seguinte, ao perceber que aquele era o novo telefone do marido da mulher mais poderosa do País, comunicou-lhe por SMS que daria conhecimento à direcção do jornal. Foi o que originou a escalada de tom. «Estou cheio de medo. Reafirmo, tu e o teu director são uns cabrões fdp», respondeu António Albuquerque. «Posso citar em on?», replicou Filipe Alves, provocando mais insultos de Albuquerque: «Vai para o cara... cabrão» e «já te disse vai para o cara... seu merdas». O jornalista ainda invocou que sempre deu «a opinião de forma honesta e sem querer prejudicar A, B ou C.» Albuquerque insistiu: «A tua memória é muito fraca… queres que te envie um dossier com as tuas notícias a começar pela Perella. Sim tu tens um dossier». «Respeito todos os jornalistas do DE, mas não estes dois», diz Albuquerque. Vários elementos da redacção do DE, porém, dizem à SÁBADO que, quando estava no jornal, tirava satisfações junto dos colegas em relação às notícias sobre Maria Luís, nem sempre com os melhores modos. Os problemas remontam a 2011. Quando chegou a secretária de Estado do Tesouro, antes de ser ministra, António Albuquerque foi despromovido de editor-executivo – onde tinha acesso a tudo o que o jornal estava a investigar – para editor dos projectos especiais. Mas, segundo Albuquerque, mantinha a obrigação de “transmitir notícias”. Havia de negociar uma indemnização e sair do jornal para a EDP, em Abril de 2013, de onde viria a despedir-se quando a notícia da sua contratação foi pública. Hoje é correspondente da Soico, o maior grupo de comunicação social moçambicano.
Via Revista Sábado
Atenção figueirenses, hoje há manifestação...
Dirigentes, seccionistas, atletas e familiares da Naval vão concentrar-se hoje, pelas 18 horas, frente à Câmara...
Actualização:
A manifestação de navalistas junto à Câmara Municipal da Figueira da Foz acabou por ser desconvocada, pois «a autarquia terá mostrado abertura para analisar a contra-proposta do Futebol de Formação da Naval no que respeita à distribuição de tempos de utilização do campo sintético no complexo do Estádio Municipal Bento Pessoa.»
Actualização:
A manifestação de navalistas junto à Câmara Municipal da Figueira da Foz acabou por ser desconvocada, pois «a autarquia terá mostrado abertura para analisar a contra-proposta do Futebol de Formação da Naval no que respeita à distribuição de tempos de utilização do campo sintético no complexo do Estádio Municipal Bento Pessoa.»
A propósito das reuniões à porta fechada na Câmara da Figueira... (II)
Ontem nesta postagem, demos conta do seguinte comentário do jornalista José Luís de Sousa no facebook: "ninguém
- fora os jornalistas - se queixa...".
Em política nem só os factos contam. O contexto em que eles se desenvolvem, empresta-lhes muitas vezes significados diversos.
Eu não previ, em devido tempo, que a “coisa” ainda daria muito que falar e escrever?..
Para ler melhor a crónica da imagem do lado direito, basta clicar na imagem.
Como dissemos ontem não
é bem assim.
Como a verdade é para ser reposta, cliquem - além de aqui - também aqui, que foi de onde saquei a crónica que podem ler...
Como a verdade é para ser reposta, cliquem - além de aqui - também aqui, que foi de onde saquei a crónica que podem ler...
Já somos, pelo menos, dois que se queixaram...
Já agora, os senhores jornalistas figueirenses já se interrogaram sobre o seguinte: no tempo em que podiam fazer a cobertura de todas as reuniões camarárias na Figueira, faziam o seu trabalho com objectividade e competência, sobre o que de realmente importante para os munícipes ocorria nas sessões camarárias, ou limitavam-se a fazer crítica cinematográfica a protagonismos de actores experientes e traquejados em filmes de ficção?..Em política nem só os factos contam. O contexto em que eles se desenvolvem, empresta-lhes muitas vezes significados diversos.
Eu não previ, em devido tempo, que a “coisa” ainda daria muito que falar e escrever?..
Para ler melhor a crónica da imagem do lado direito, basta clicar na imagem.
A «estória» do tirano de Siracusa e a espada suspensa sobre o amigo invejoso e bajulador...
A crónica de hoje do eng. Daniel Santos no jornal AS BEIRAS - A espada de Dâmocles - é uma «estória» interessante...
Conta-se que Dionísio, tirano de Siracusa, que vivia num luxuoso palácio, com o poder todo e servos às ordens para tudo, tinha um amigo invejoso e bajulador.
O rei, cansado de o ouvir, propôs-lhe que o substituísse por um dia.
E Dâmocles viu-se com uma coroa de ouro na cabeça - e, cercado de honras, de luxo e de prazeres, julgou-se o homem mais feliz do mundo.
Sentado à mesa, onde se servia um banquete lauto, com vinhos raros, perfumes e música, inebriado, levantou os olhos.
E o que viu?
Uma enorme espada flamejante, afiada e pontiaguda, presa ao tecto apenas por um fio, que pendia sobre a sua cabeça.
Aterrado, todo o entusiasmo se esvaiu e o rosto empalideceu. Era essa espada pendente que Dionísio via todos os dias, na ameaça constante de algo ou alguém cortar o fio.
Contada que está a «estória», como informação complementar à crónica do eng. Daniel Santos, fica o resultado da participação da Figueira da Foz, que concorreu com o programa de reabilitação urbana e a remodelação do mercado municipal (tendo sido seleccionado o primeiro), ao prémio Município do Ano – Portugal 2014, promovido pela Universidade do Minho.
A final realizou-se em Guimarães e a cidade do Fundão venceu a nível regional. O prémio nacional foi para Lisboa, que concorreu com requalificação da Mouraria.
É só prolongar a crise
"Ricos temos poucos”, disse ontem, com enorme desplante, a ministra das
Finanças, por isso a classe média será a mais sacrificada!..
A ministra está a falar de um País onde nos últimos 3 anos se tem vindo a agravar um dos maiores
flagelos da humanidade, que é o flagelo da desigualdade na
distribuição da riqueza.
Segundo o DE de 15 de outubro passado, “Portugal cria 10 777 novos milionários por ano”.
Quase
30% dos milionários portugueses surgiram nos últimos dois anos. 60%
de toda a riqueza está concentrada nos 10% mais ricos.
O
DE esclarece que, para além dos 10777 milionários
criados este ano (pessoas com uma riqueza superior a 1
milhão de dólares), Portugal criou mais 10395 em
2013.
Quer isto dizer que, em apenas dois anos, este governo
criou 30% do total de milionários portugueses. E pensar que há por
aí uns energúmenos a dizer que este governo lançou o país na
pobreza!
Não
sou jornalista, mas sou curioso.
Por
isso fui tentar perceber como foi possível, num país em crise,
criar 21 mil milionários em dois anos (em 2009 havia
“apenas” 11 mil milionários, o que significa que em cinco anos o
número de milionários aumentou quase sete vezes - são
actualmente cerca de 75 mil. )
Tanto
quanto pude apurar, desde a II Guerra Mundial que não se
registava um tão elevado número de milionários feitos à pressa.
Mas, nessa altura, havia uma explicação: o volfrâmio crescia
como cogumelos debaixo do chão e alemães e ingleses disputavam-no a
peso de ouro. Uma tonelada de volfrâmio valia 6000 libras no
mercado aberto e muito mais no mercado negro. Nesses anos loucos a
febre era tal, que se alguém encontrasse um calhau de volfrâmio na
soleira da porta, logo começava a cavar os alicerces ou planeava
mesmo, deitar a casa abaixo.
Não
é brincadeira, não! Por causa do volfrâmio, destruíram-se
igrejas e mortos foram desalojados de cemitérios- relata a
imprensa da época.
Nos
anos 80 e 90 do século passado também nasceram bastantes
milionários em Portugal, graças às verbas provenientes da UE.
Nesses anos, muita gente transformou verbas do FSE ( destinadas à
formação)em jeeps e carros de alta cilindrada, e
verbas para agricultura fizeram florescer belas mansões com piscina,
mas nada comparável ao enriquecimento proporcionado pelo volfrâmio.
As
verbas europeias “secaram” e por estes anos de crise não foi
descoberto - que se saiba - nenhum produto capaz de rivalizar com o
volfrâmio, pelo que a razão do enriquecimento de tanta gente, em
tão pouco tempo, deve ter alguma explicação pouco
perceptível ao comum dos mortais.
Agora há o Euromilhões, mas o número de milionários
portugueses “criados” por essa via é tão ínfimo, que se perde
na estatística. A distribuição é um negócio de
milhões, mas apenas acessível a meia dúzia de portugueses. E
quanto aos banqueiros, também não há por aí Salgados e Jardins
Gonçalves a dar com um pau. Além disso, ser banqueiro é
uma profissão de risco. Que o diga o Oliveira e Costa, coitado, que
andou anos a trabalhar num banco e agora está na miséria!
Por
outro lado, se o DE escreve “criação” de milionários, isso
significa que eles são produzidos em série num qualquer lugar. Não
sendo nos supermercados, nos bancos, nem na Santa Casa, há-de ser em
algum local mais recatado, não visível a olho nu pelo comum dos
mortais.
Disse-me
alguém habitualmente bem informado sobre estas coisas, que os
principais viveiros se encontram em S. Bento e em Bruxelas. Não
acredito. Esses viveiros poderão ser responsáveis pela criação de
algumas centenas de milionários, mas estamos a falar de milhares! 21
mil em apenas dois anos- relembro.
Eu
não tenho nada contra os milionários mas, saber que eles não
nascem nas maternidades por desígnio da Natureza, sendo
criados em viveiros artificiais cuja localização desconheço,
chateia-me, pá. Fico com a ideia que também eu podia ser milionário
e só não sou, porque me estão a esconder informação!
Se
vivemos em democracia todos devíamos ter direito a saber “como se cria um milionário”. E não me venham lá com
essa treta de que é o trabalho que nos torna ricos e outras
histórias da carochinha, como a globalização, porque já sou
crescido e não acredito em contos de fadas.
Certo,
certo, é que a crise multiplicou exponencialmente o número de
milionários em Portugal, pelo que não percebo a razão de todos
quererem acabar com ela. Afinal, os números não mentem: a crise é
uma oportunidade! Ora, se assim é, o melhor é prolongá-la durante
mais uns anos, para dar a possibilidade a todos os portugueses
de se tornarem milionários.
Pelas minhas contas, à media 10
mil por ano, em 2114 todos os portugueses se terão tornado
milionários. Não vos parece uma boa notícia? É só esperarem mais
um bocadinho, que a vossa vez vai chegar!
Grande O´Neill...
A alegria de ser eleito
a alegria de ser notado
a alegria de ser perfeito
a alegria de ser devorado
Alexandre O'Neill, in «Coração Acordeão».
terça-feira, 11 de novembro de 2014
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