terça-feira, 25 de março de 2014

Deixemos as flores e voltemos às demolições

Avenida 12 de Julho, Gala. Foto de António Agostinho sacada daqui
Ontem no Porto começou a ser  demolida uma antiga fábrica que era um foco de tráfico e consumo de droga.
De acordo com a autarquia, o processo de tomada de posse administrativa do terreno, com “cerca de 130 metros de comprimento por 95 de largura”, foi iniciado “apenas 2 semanas” depois de Rui Moreira ter sido empossado presidente da Câmara, tendo em conta “problema social gravíssimo” do espaço.
As demolições começaram,  segunda-feira, porque terminaram na sexta-feira “os trâmites legais e o prazo dado em edital para que os proprietários tomassem medidas”, justifica o site do município portuense.
Pela Figueira é o que sabemos.
António Tavares, vereador PS, no poder há quase 5 anos.
“...  não conseguimos perceber como pode a Açoreana, empresa proprietária do chamado edifício "O Trabalho", fazer perpetuar e permitir a degradação constante do mamarracho que todos conhecemos, para mais situando-se numa zona nobre da cidade e degrande fluxo de turistas e locais..."
A Figueira é mesmo uma cidade que não se leva a sério...

Das flores

“Obviamente, queriam-me calado. Conheço-lhes os dotes censórios quando tinham poder para tal e deles fui vítima, sem rebuço nem decoro. Incomodam-se com a poesia, com a simples poesia ou com a descrição de factos, de meros factos. Vitupério!
Gritam as bruxas. Preferem o silêncio e a omissão e rejubilam no ruído cáustico das suas macabras danças.”  
(António Tavares, vereador PS, no jornal AS BEIRAS)

Em tempo.
Aos cinquenta e tal anos,  será que o vereador queria, finalmente, ter encontrado alguém carinhoso, atencioso, que lhe faça as vontadinhas todas e que, mesmo passados 5 anos, continue a oferecer-te flores?..
Não será, talvez, ingenuidade a mais?
Como escreveu Mao Tse Tung: “deixai que cem flores desabrochem e que floresçam as discussões”.
Entre as cem flores, algumas sempre resistem ao tempo e à secura. 
Entre as begónias e gladíolos, pode ser que permaneça alguma rara. 
Por exemplo, uma gardénia ou uma centáurea...

segunda-feira, 24 de março de 2014

O programa de empobrecimento está a ser um êxito!..

Com uma invejável determinação e coragem o Governo tem conseguido transformar milhões de portugueses em pobres,  os chamados  novos pobres, pelo que o nosso índice de felicidade tem vindo a subir sustentada e estruturalmente.
É verdade que existe uma pequena minoria que tem sido  discriminada, mas...

“Autarquia assume gestão do complexo desportivo do Estádio Municipal José Bento Pessoa”, uma questão que interessa a todos os Clubes do nosso Concelho que vai ser discutida e votada amanhã em reunião de Câmara

Texto hoje publicado no jornal AS BEIRAS:
A Câmara da Figueira da Foz chamou a si a gestão do Estádio Municipal José Bento Pessoa, que era gerido há várias décadas pela Naval 1.º de Maio, no âmbito de um protocolo assinado com o clube. A denúncia do acordo acontece na sequência da expiração da validade do documento, no dia 14 de fevereiro último. Deste modo, a autarquia evita pagar indemnizações ao coletivo navalista.
Todavia, o novo regulamento da utilização do complexo desportivo não agrada a ninguém, incluído a Naval.
Por sua vez, o Ginásio Clube Figueirense, que recuperou a secção de futebol ao abrigo de um protocolo com a empresa privada Academia 94, manifestou o seu descontentamento através de carta enviada ao executivo camarário, a que o DIÁRIO AS BEIRAS teve acesso.
Na extensa missiva, o Ginásio alude a “anos e anos de sistemáticos incumprimentos e violações flagrantes do protocolo de concessão das instalações desportivas do estádio municipal”. Mais à frente acrescenta que o novo regulamento viola alguns princípios que regem a gestão pública, advogando a sua “clara nulidade”.
A direção ginasista invoca a “violação dos princípios da igualdade e da livre concorrência” e critica a “atribuição de uma condição preferencial a uma entidade [Naval]”.
Por outro lado, adverte que, “caso a salvaguarda dos referidos princípios não seja assegurada pelo regulamento”, recorrerá aos meios legais a seu dispor.

O peso da história
A proposta de regulamento do executivo municipal que vai amanhã a votos na reunião de câmara dá preferência à Naval na utilização dos campos sintéticos. A autarquia baseia-se no histórico dos clubes e associações que utilizam ou pretendam utilizar o equipamento desportivo, o que coloca os navalistas no topo da lista de utilizadores.
Recorde-se que o protocolo celebrado entre a autarquia e a Naval que vigorava desde 2009 foi alterado em 2011.
Entre outras cláusulas, previa um apoio mensal de 10 mil euros para a secção de formação do clube e em caso de denúncia unilateral do documento pela autarquia esta teria de pagar as obras realizada pela Naval no estádio municipal desde 1989.
Este segundo artigo caiu com a revisão do documento e o apoio desceu para 7.500 euros.
O pagamento da água, eletricidade e gás pela câmara também foi anulado, passando a despesa para a Naval.
Porém, como a autarquia nunca pagou os 7.500 euros e os contadores mantiveram-se em seu nome, o clube remetia a fatura dos três serviços para a autarquia. De resto, neste encontro de contas, a Naval é credora.

Impedido  de utilizar os sintéticos
A Naval exige ao Grupo Desportivo da Chã  uma verba mensal pelo consumo de água, eletricidade e gás. Como ainda não houve acordo, este clube amador de Tavarede que utiliza os campos de treinos do estádio municipal há mais de 30 anos está impedido de utilizar os relvados sintéticos, desde há duas semanas. Fátima Trigo, presidente do GDC, afiança que, sem o apoio da câmara, as verbas agora exigidas pela Naval (300 euros por mês) “são incomportáveis”. Por outro lado, exige igualdade de condições na utilização dos equipamentos municipais.
A União Desportiva da Gândara tem o seu próprio campo com relva artificial, o primeiro dos dois de que o concelho dispõe. O clube não necessita, portanto, do estádio municipal. Contudo, o presidente, Antonino Oliveira, mostra-se “solidário com os clubes que contestam o direito de preferência” que a autarquia concede à Naval. O dirigente gandarês aproveita para exortar a câmara a municipalizar o campo de Bom Sucesso, “para poder servir os clubes do norte do concelho”.

O executivo municipal recusou-se a falar sobre o assunto antes da reunião de câmara de amanhã. E, apesar das tentativas, não foi possível recolher declarações da Naval 1.º de Maio.”

“louvor e simplificação de José Penicheiro”

Zé Penicheiro faleceu no passado dia 15.
Na altura Fernando Campos escreveu o seguinte:
E como o prometido é devido cá está o "depoimento que foi um pouco para além da ditirâmbica palermice circunstancial" do Fernando Campos (pode ser lido na íntegra, clicando aqui).
Termina assim.
“Quando o conheci, em 1981, trabalhei com ele em publicidade. Aprendi imenso (a relevância do seu contributo para a linguagem desta arte de comunicação dava para escrever um tratado, um capítulo à parte na sua vasta obra criativa (só semelhante ao de outro figueirense, Cândido Costa Pinto. Este até com obra teórica publicada sobre o assunto, embora nunca tenha exercido actividade na região). Mas em 84 (ou 85), quando trabalhei para ele - na impressão serigráfica dos seus trabalhos – já ele se dedicava finalmente, em exclusivo, à sua paixão de toda a vida, a pintura. Tinha mais de sessenta anos.

Numa idade em que a maior parte dos homens calça as pantufas e se senta ao borralho a olhar para ontem, Penicheiro preparava-se para começar outra vida. Criativa. E para consumar a sua obra – uma obra que teria, contudo, um carácter sempre reminiscente, também a olhar para ontem, numa espécie de interminável “Amarcord”.
Todavia, ao contrário de Fellini, não existe em Penicheiro o conflito, o pormenor, o improviso, a blasfémia, o humor (ou o sarcasmo), a revolta, a gargalhada, a obscenidade, a subversão, o grito.
Não há rostos, nem olhares, nem expressões na sua obra. Nem se vêem das mãos as linhas da vida, ou as unhas negras e as calosidades. Apenas vultos. Os homens, de chapéu; as mulheres, de lenço na cabeça, sempre curvada. Tudo sob um manto intrincado de manchas opacas, numa densa bruma esquartejada de harmoniosas decomposições tonais atenuadas. E uma indelével impressão de nostálgica e solene mansidão resignada.
Penicheiro não pinta o que vê, pinta o que viu. Ou melhor, a impressão com que ficou.

Foi esta visão sentimental, silenciosa e velada pela distância do tempo que talvez tenha tranquilizado os novos (e até os velhos) burgueses. A-do-ra-ram. Penicheiro tornou-se mesmo o artista mais premiado e homenageado  pelos “clubes de serviço”.  Arrematavam tudo, em alegres e selectas jantaradas. À peça ou à molhada.
A consagração popular veio depois, naturalmente. O povo, como é sabido, aplaude sempre os vencedores.


Porém, a coroa de glória de Zé Penicheiro, a verdadeira consagração, surgiu já quase no fim da sua vida (e carreira, que os artistas trabalham sempre até ao fim), em 2004: a encomenda de um mural monumental pela Universidade de Aveiro, para comemoração dos seus trinta anos.
Nada mal. Para um homem que se tinha feito a si próprio, que se gabava de nunca ter ido à escola e de toda-a-vida ter nutrido um sincero desprezo pelo conhecimento académico.”

domingo, 23 de março de 2014

Pedro Agostinho Cruz, um fotógrafo na Gala Figueira Tv (II)

III Gala Figueira Tv/ Fotógrafo Freelancer 2013, PEDRO AGOSTINHO CRUZ: “estou satisfeito por reunir quase 75 % dos votos na categoria para a qual fui nomeado. Obrigado a vocês!
Sei o que quero! Quero estar entre os melhores, e isto (ainda) não é aquilo que quero.
Obrigado pelo reconhecimento público do meu trabalho.”

Meu caro Pedro:
Quase 75%, já é alguma coisa... 
Parabéns "puto". Ficaste a saber como vai ser a tua vida: para conseguires estar entre os melhores, vais ter de de ser mesmo muito melhor.
Isso, vai dar-te muito trabalho...
Talvez melhor do que ninguém conheço a dimensão do teu sonho e, sobretudo, graças aos teus Pais, o que tens lutado por ele.
És um grande profissional, um grande trabalhador, um talento já reconhecido. 
Com a tua idade e na Figueira, "sem Pais ricos" (mas uns ricos Pais...) acredita, isso é quase um milagre ter acontecido...
Todavia, nunca te esqueças que estás em Portugal e na Figueira.
Em Portugal e na Figueira, quando havia dinheiro e trabalho, não havia tempo para ter filhos (a natalidade desceu com a melhoria das condições de vida - mas os teus pais fabricaram dois...); agora, quando não há dinheiro nem trabalho, não há condições para ter filhos (e temos cada vez mais cortes em tudo – até nos abonos).
Resumindo e concluindo: os filhos dos portugueses e dos figueirenses foram, portanto, um luxo dispensável.
Onde quer o palerma do teu tio chegar com isto, estás porventura a pensar com os teus botões?..
É simples: continua a trabalhar com o profissionalismo, a dedicação, a humildade e o talento que tens.
Porém, nunca te esqueças, que estás em Portugal e na Figueira, onde até os filhos foram um luxo dispensável...

“Puto”, a terminar, um grande abraço.
Ah, desta vez não te safas,  tens de pagar qualquer coisa...  
Um cafezinho serve. Vale?..

O que é que eu iria fazer com 45% de votos?..

Não ganhei nem perdi... Fiquei na mesma!
Hoje,  já é outro dia.
Logo mais, levantar e almoço...
Ao contrário do que muita gente pensa, sou um gajo fácil de contentar e um democrata de mão cheia...

Bom domingo

sábado, 22 de março de 2014

A verdade incomoda...

E um blogue que fale a verdade deixa de ser blogue político...
Porque poucos  votam nele.

Cada um (os que ao longo de quase 40 anos têm votado nos partidos do “arco do poder”), tem o Gaspar que merece...

Óscar Gaspar,
 o Gaspar do PS

“Começa a ser evidente que o país tem um problema com os Gaspar, depois de nos termos livrado mais ou menos do Gaspar do Passos Coelho, eis que agora temos de aturar o Gaspar do Seguro, o primeiro cortou a torto e a direito nos funcionários públicos, o segundo diz que gostaria de repor o que ganhavam mas não será possível. Isto é, o Gaspar do Seguro acabou por dar razão ao Gaspar do Passos Coelho.”

Vitupério, prosápia, alarde ou presunção?..

“O poder, todos os poderes são natural e inelutavelmente o alvo da crítica, pelo que fazem (mal) pelo que não fazem (bem) e pelo que deixam de fazer.
Arriscaria dizer que a crítica seria afinal um factor também de construção, estímulo e desafio ao (bom) desempenho do poder. Só a critica com este sentido me importa, ressalve-se.
Mas o que por regra se constata é que o poder, todos os poderes, até o poderzito local (cujos titulares se acham grandes, enormes até) convivem mal com a crítica.
E quando a máquina da propaganda oficial não chega há que explorar outras vias aptas a abafar a crítica.
Não me surpreendeu por isso que os “escribas oficiais do reino” se desdobrassem por aí, digo, por aqui em escritos de louvor ao exercício autárquico. Surpresa nenhuma pois tratando-se de assessorias remuneradas – essa praga que alastra, sem controlo, do poder central ao local – elas assim assessoram.
O que já me surpreendeu foi ler por aí, digo, por aqui textos de “ministros do reino” de louvor a obra própria, de inventariação de eventos que embora destinados ao público parecem ser do desconhecimento público (e da ausência de público!) e por isso carecem de publicitação mesmo que à posteriori.
E lá vem o auto elogio, nós fizemos isto, aquilo e aqueloutro e a conclusão isto é que é cultura, isto é que é poesia… isto é que é o nosso fado, acrescento eu. Pois é, elogio em boca própria é vitupério!”
Joaquim Gil, advogado, hoje no jornal AS BEIRAS.

Em tempo.
Esta elite intelectual que ascendeu ao poder na urbe nos últimos 5 anos, já deu para perceber,  é um magnifico exercício de análise de prosápia aplicada.
Moralmente, considera-se uma elite.
Superior, está bom de ver, pois os valores que se atribui a si própria, são os da cultura, da  probidade, da tolerância, da competência, da honestidade e da solidariedade.
Em síntese: a cultura do bem corre-lhe nas veias.
Mas, como diz o nosso povo, presunção e água benta, cada um toma a que quer.
Contudo, como água benta, porém, não rima com carnaval, ficamos recentemente melhor esclarecidos.
Parafraseando Idalécio Cação:
“Tanto que fazer / e nós aqui sentados.”

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Nice...

Jornal Público: "Chinês com visto gold detido em Portugal".

sexta-feira, 21 de março de 2014

Os "palhaços" também têm prazo de validade!..


A SIC decidiu não renovar o contrato com Mário Crespo, informou a estação de Carnaxide em comunicado.

Dia da Árvore

Numa actividade conjunta com a Junta de Freguesia de São Pedro e a Figueira Domus, os alunos, professores e auxiliares da EB1 de Gala foram plantar, no Bairro Social da Cova Gala, um conjunto de árvores para comemorar desta forma do Dia da Árvore, que hoje se celebra.

daqui

Em dia dessa cena marada, chamada de poesia...


Neste país em pousio,
onde reina “o salve-se quem puder”,
em dia dessa cena marada
chamada  de  poesia,
deparo com cada barretada!..
Tem mais força o pentelho de uma mulher,
por exemplo, da ministra da economia,
do que um cabo para amarra de um navio...

Zé Penicheiro

“Hoje, 17 de Março, foi a enterrar na Figueira da Foz, com 92 anos, o Zé Penicheiro. A sua obra, o modo como se desenvolve traduz um diálogo com a matéria. O artista vai às suas raízes, à vida vivida ao corpo e ao espaço do olhar, para os interpretar. Assim nasceram os seus trabalhos, sínteses de um tempo. Daí uma primeira fase, “caricatura em volume” rapidamente ultrapassada pelo realismo, pela memória “neo-realista”. Depois, ergueu os seus “cenários”, novas construções dotadas de uma dimensão funcional cubista, revivendo o real. Foi um memorialista, um moralista comprometido. Recorda, faz-nos recordar arquétipos, actividades esquecidas, lugares perdidos no tempo.
Numa pureza estética patente, marca da sua obra. Compromete-se. Está do lado dos mais fracos, do povo. Retrata-os, mostra-os, como se de uma “missão” se tratasse. Obrigação de retorno às origens, uma forma talvez de pintar a saudade.
A arte do Zé não esquece os lugares: a infância, as praias, as planícies, os estaleiros, a serra, o mar, as cidades da sua vida. É um diálogo constante na sua obra, “O Pátio das galinhas”, “Buarcos, a boneca na praia”, “Margens do Mondego”, “Feira numa manhã fria”,“Bouquinistes de Paris”,”A Casa dos Bicos”, e tantos outros, trabalhos identificadores da essência do seu mundo. Um grande abraço de até sempre, velho amigo.”


Crónica de António Augusto Menano, escritor, no jornal AS BEIRAS.

“PS admite que não será possível repor salários e pensões de 2011”

Eu não vi, nem ouvi, mas sei, porque li, que o presidente Cavaco falou recentemente aos portugueses a propósito das eleições para o Parlamento Europeu. Disse-lhes para se portarem bem. Nada de “troca de acusações e ataques“. Nada de “crispação“. Porque essas porcarias podem estragar os “entendimentos” futuros...