sábado, 25 de janeiro de 2014
"Eucaliptos dominam pedidos ao abrigo da nova lei de arborização"...
Querem saber o que isto quer significar?.. Continuem a ler...
“As chamas vão continuar a consumir hectares de floresta; o
combate às chamas vai continuar a sair do bolso dos contribuintes, para gáudio
dos combatentes privados e luto dos combatentes públicos; o combate à
desertificação do território, num futuro próximo, também vai sair do bolso do
suspeito do costume – o contribuinte; as vidas humanas e a miséria do dia
seguinte ficam a cargo dos mesmos de sempre – os que já pagam o combate às
chamas e vão pagar a guerra contra a desertificação do território; a biodiversidade
fica por conta dos contribuintes das gerações futuras [onde é que eu já ouvi
isto?]; as televisões vão ganhar shares de audiência, assim que mudarmos para a
hora de Verão, com directos do local do crime e bate-papos da treta com
especialistas da tanga; o lucro, esse, já se sabe para quem fica, porque o
crime compensa e está consagrado em papel de Lei e tudo. É toda uma indústria à
roda do património natural, comum a milhões para benefício de algumas dezenas.”
Uma coisa é certa: é um texto com muita piada...
“As estradas e a Serra”,
uma crónica de João Vaz, consultor de ambiente e sustentabilidade, publicada hoje nas Beiras:
“Há ainda ruas e
estradas municipais esburacadas e em mau estado de conservação, algumas mal
sinalizadas e perigosas.
Os prejuízos são
evidentes, a mecânica do carro sofre, o bolso do contribuinte também, aumenta a
insegurança rodoviária.
A Câmara é responsável
por tapar buracos, mas não o consegue fazer a tempo e horas. Faltará mais
organização (tapar o buraco antes que surja a cratera, fechar fissuras para que
não entre água) e, acima de tudo, não há dinheiro. O serviço da dívida é um
garrote: 8 milhões de euros por ano, fruto de vários anos de “buracos” e má
gestão (1997-2009).
Uma parte dos 28
quilómetros das estradas da Serra Boa Viagem também estão em mau estado, há
mais de 20 anos, apesar do reduzido tráfego e uso. A Autoridade Nacional da
Floresta (o Estado central) deveria reparar uma parte destas vias, tornando-as
transitáveis, mas não o faz, por falta de recursos, imagino eu.
Quem poderá fazer algo
para melhorar as estradas da Serra são os deputados na AR, influenciando o
Governo (PSD/CDS) para que haja verba.
A oposição (PSD)
insiste desde a campanha eleitoral que as estradas da Serra não são reparadas porque
alguém (quem será?), na estrutura dirigente da Câmara, bloqueia esta pretensão.
Hipoteticamente
teríamos um ”ecologista profundo” descolonizando-a da presença humana! Contudo,
tal pessoa não existe na Figueira. Todos queremos passear pelas estradas da
Serra, sem buracos, entre as folhas no chão e as giestas selvagens.”
Depois de ler esta
crónica, o que aconteceu há segundos, confesso:
1. Fiquei espantado
por haver “estradas municipais
esburacadas”;
2. Fiquei espantado “por
a Câmara ser responsável por tapar buracos”;
3. Fiquei espantado por haver “a necessidade de mais organização – tem-se de tapar o buraco, antes que
surja a cratera”;
4. Fiquei espantado
por “uma parte dos 28 quilómetros das estradas da Serra Boa Viagem também
estarem em mau estado, há mais de 20 anos, apesar do reduzido tráfego e uso”;
5. Fiquei espantado “com
a falta de empenho dos deputados da AR”;
6. Fiquei espantado
com “a insistência da oposição (PSD)”;
7. Fiquei espantado
por “todos querermos passear pelas estradas da Serra, sem buracos, entre as
folhas no chão e as giestas selvagens.”
8. Fiquei espantado, sobretudo, com a inexistência de um ”ecologista profundo”.
Resumindo e
concluindo.
Alguma vez sentiram,
ao ler um romance traduzido para português, que simplesmente não o conseguem compreender?
Por mais vezes que o releiam, ele é
incompreensível, ilógico ou não se enquadra no contexto em que está inserido.
Tratando-se de uma
obra literária de qualidade, o mais provável culpado será o tradutor.
No caso da crónica acima, porém, o mais provável culpado pela incompreensão, só posso ser eu – leitor impreparado e limitado.
No caso da crónica acima, porém, o mais provável culpado pela incompreensão, só posso ser eu – leitor impreparado e limitado.
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Como evitar um anexo...
"Luiz Goes vai ser a primeira figura de relevo de Coimbra a ser trasladada para o jazigo n.º 33, na Conchada."
Cá está a alternativa que faltava para a falta de "camas", prevista para o Panteão Nacional...
Coimbra, sempre uma lição...
Cá está a alternativa que faltava para a falta de "camas", prevista para o Panteão Nacional...
Coimbra, sempre uma lição...
Doutor Nobre...
Fernando
Nobre andou meses a fazer campanha eleitoral para a presidência da república,
jurando aos portugueses que estava acima dos partidos.
Depois, como se lembram, foi o cabeça de lista do PSD por Lisboa e candidato a presidente da
AR se o PSD vencesse as eleições, como aliás aconteceu.
Não precisávamos de Fernando Nobre para nos confirmar que a política em Portugal, hoje em dia, é uma obscenidade, um jogo de interesses obscuros, onde está aberto o campo a todo o tipo de oportunismos.
Não precisávamos de Fernando Nobre para nos confirmar que a política em Portugal, hoje em dia, é uma obscenidade, um jogo de interesses obscuros, onde está aberto o campo a todo o tipo de oportunismos.
Depois, todos nos recordamos do que aconteceu:
o chumbo de Fernando Nobre para presidente da AR, do meu ponto de vista um
favor que o PS fez ao PSD (mais um): se tivesse seguido a tradição e eleito o candidato do partido maioritário
na AR, cumpria um preceito estabelecido, forçava uma fricção entre o CDS e o
PSD e ainda nos estaríamos a divertir com o mais inábil presidente da AR da história
parlamentar.
Fernando Nobre seria sempre um embaraço para o PSD.
Eis, senão quando, agora, Fernando Nobre, ameaça de novo com a possibilidade de se recandidatar à Presidência da República.
“Estou em período de
reflexão, mas acho que é extemporâneo e precipitado”, disse Nobre em relação a
uma possível corrida a Belém nas próximas eleições presidenciais, que acontecem
em 2016.
“Com toda a
humildade, até hoje, eu fui o único candidato presidencial verdadeiramente
independente neste país. E fico-me por aqui”, rematou ele.
E eu deixo ao senhor doutor Nobre, apenas, e mais uma vez, esta pergunta: o que leva Fernando Nobre a expor-se a estas tristes figuras?..
À medida e à descarada...
Na avalanche de concursos abertos para a administração
pública, nas últimas semanas - que estão sob avaliação da Comissão de
Recrutamento e Selecção da Administração Pública (CRESAP) - há critérios
apontados e preferências definidas que apontam para cargos à medida. Dá-se
preferência, por exemplo, a quem tenha desempenhado "cargos de dependência
directa de membro do governo" e noutro "a prestação de apoio técnico
especializado aos membros dos gabinetes do Ministério das Finanças".
Os critérios estão lá todos, mas o requisito principal resume-se a isto: boy com experiência de boy!..
Hoje o DN noticia mais um concurso à medida...
"Subdirector-geral do Tesouro tem curso de Engenharia e Gestão Industrial e experiência em imobiliário como era exigido para o cargo".
Isto é menos que terceiro mundo?..
Os critérios estão lá todos, mas o requisito principal resume-se a isto: boy com experiência de boy!..
Hoje o DN noticia mais um concurso à medida...
"Subdirector-geral do Tesouro tem curso de Engenharia e Gestão Industrial e experiência em imobiliário como era exigido para o cargo".
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
"A Voz da Figueira", a segurança marítima, o Com. Baldaque da Silva e a erosão costeira ao longo dos anos...
O semanário "A Voz da Figueira", dedicou na edição mais recente, desenvolvidas reportagens sobre segurança marítima, porto comercial e Homenagem ao Engenheiro Hidrógrafo
figueirense Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva - autor do malogrado
"Porto Oceânico-Comercial do Cabo Mondego (Buarcos)" que nunca chegou
a ser construído...
Todavia, isso não
constitui novidade, pois como podemos confirmar pelas imagens, este jornal sempre prestou uma especial atenção e
interesse a estas matérias, como é o caso desta edição, em que dedicou a estes assuntos algumas páginas.
Obrigado presidente....
Graças a V. Exa., ficamos a recordar uma assessora presidencial portuguesa que é um
caso à parte no contexto da União Europeia...
“Se esta presidência ficar lembrada pela saia da menina então deixará marca no tempo e na história.”
Bom esforço...
“A democracia não é a lei da maioria, mas a protecção da minoria”... *
Saída de pessoas qualificadas para o estrangeiro "é positiva", disse o secretário de Estado da Inovação, Investimento e
Competitividade, Pedro Pereira Gonçalves...
* O título é de Albert Camus, falecido a 4 de janeiro de 1960, mas bastante mais actual e interessante do que muitos espertalhões, pretensamente vivaços, que por aí circulam...
Como bem sabemos, tem sido um pesadelo para todos nós ...
Tem sido um pesadelo para todos nós, cidadãos e consumidores domésticos, mas, igualmente, para as empresas, pois estes preços da energia também afectam a competitividade das empresas
portuguesas.
Contudo, as confederações patronais, que me recorde, nunca
fizeram campanha a sério contra os preços da energia...
Pelos vistos é mais fácil e mais cómodo ir na
onda da campanha sobre os custos salariais, em Portugal que, certamente, apenas por mero acaso, até já são dos mais baixos da Europa...
Recordando um texto de João Pereira Mano a propósito de Baldaque da Silva
O projecto do Engenheiro Hidrógrafo Com. Antonio Arthur
Baldaque da Silva para a construção do "Porto Oceânico-Comercial do Cabo
Mondego" (1913), o porto de águas profundas, no Centro de Portugal
(Buarcos - Figueira da Foz), destinado a servir todas as regiões do
Centro-Norte de Portugal e até mesmo Castilla-León, projecto esse aprovado no tempo da I República
Portuguesa, mas que, depois, nunca foi construído e que, com o tempo, veio a
ser substituído pelos projectos de outros portos principais (Leixões, e Sines)
e de outros portos regionais (Aveiro, Viana) que, ao longo do século XX, vieram
a ser construídos no litoral ocidental de Portugal, foi recordado no passado
dia 17 do corrente, no decorrer da Conferência “Apoio
Oceanográfico à Segurança Marítima na Figueira da Foz”, que se realizou no Centro de Artes e
Espectáculos da Figueira da Foz.
A propósito, recorde-se um texto do Capitão João PereiraMano, (autor de
"Terras do Mar Salgado: São Julião da Figueira da Foz…" [1997], Associado Honorário do CEMAR-Centro de Estudos do Mar [2008], e Medalha de Ouro de Mérito, a título póstumo [2012], da cidade da Figueira da Foz), acerca do Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva e acerca do seu projecto de porto oceânico de águas profundas a construir no Cabo Mondego (Buarcos):
"Terras do Mar Salgado: São Julião da Figueira da Foz…" [1997], Associado Honorário do CEMAR-Centro de Estudos do Mar [2008], e Medalha de Ouro de Mérito, a título póstumo [2012], da cidade da Figueira da Foz), acerca do Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva e acerca do seu projecto de porto oceânico de águas profundas a construir no Cabo Mondego (Buarcos):
(…) Autor de diversos projectos de portos portugueses, e
mesmo estrangeiros, o engenheiro Baldaque da Silva — filho do engenheiro Silva
que em 1859 conseguiu restabelecer a barra da Figueira ao Norte, depois de ter
construído o dique ou paredão do Cabedelo —
foi o autor do projecto do “Porto oceânico-comercial do Cabo Mondego”
que, além do molhe de abrigo — agora muito bem lembrado na imprensa pelo
figueirense Bruno de Sousa — delineava uma doca comercial de 52 hectares
de área, só aberta nos 150 metros da sua entrada, limitada a Oeste pela parte
do molhe que termina nos Formigais, e concluía por uma portentosa rede de
canais a
ligar o novo porto a Aveiro, Leiria e Coimbra — já não falando em estruturas diversas, como sejam diques, doca de pesca e o respectivo cais. Na altura, e ainda anos depois, os jornais da Figueira bateram-se pela execução deste, ou de parte deste projecto, tendo mesmo “A Voz da Justiça” começado a publicar o trabalho deste denodado engenheiro hidrógrafo, a partir do nº 1136, de 21 de Out. de 1913. Mas, como é óbvio, nada conseguiram. Porém, se a Figueira quiser ter um PORTO só ali o terá. Como a Cidade Invicta teve o seu em Leixões. E, no Cabo Mondego, há ou havia, para tal, condições muito mais propícias do que aquelas que a foz do rio Leça ofereceu. (…)
ligar o novo porto a Aveiro, Leiria e Coimbra — já não falando em estruturas diversas, como sejam diques, doca de pesca e o respectivo cais. Na altura, e ainda anos depois, os jornais da Figueira bateram-se pela execução deste, ou de parte deste projecto, tendo mesmo “A Voz da Justiça” começado a publicar o trabalho deste denodado engenheiro hidrógrafo, a partir do nº 1136, de 21 de Out. de 1913. Mas, como é óbvio, nada conseguiram. Porém, se a Figueira quiser ter um PORTO só ali o terá. Como a Cidade Invicta teve o seu em Leixões. E, no Cabo Mondego, há ou havia, para tal, condições muito mais propícias do que aquelas que a foz do rio Leça ofereceu. (…)
(in MANO, João Pereira, Terras do Mar Salgado: São Julião da
Figueira da Foz, São Pedro da Cova-Gala, Buarcos, Costa de Lavos e Leirosa,
Figueira da Foz: Centro de Estudos do Mar, 1997, pp. 321-322.
João Pereira Mano, nasceu na Gala, então freguesia de Lavos, concelho da Figueira da Foz, em 2 de Setembro de 1914. Faleceu em Lisboa, em 8 de Agosto de 2012.)
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Dom Bosco nos proteja
É sabido que, em épocas de crise, o fervor religioso aumenta.
E é inegável que, cá pela Figueira, a sátira e o humor rasteiro vivem uma das suas
mais profundas crises. Desta forma, resolvemos apelar a Dom Bosco que, esperamos,
venha a ser o padroeiro das bacoradas e
do futebol, para nos proteger da desgraça e da falta de assunto...
Uma obra, datada de 1913, da maior importância para compreendermos a decadente Figueira de 2014...
São textos introdutórios acerca dum "projecto" notável não realizado de novo trazido aos olhos do público.
O livro "Portos e Canaes" (1913), contém o célebre projecto da construção do malogrado "Porto Oceânico-Comercial do Cabo Mondego [Buarcos]" da autoria do Engenheiro Hidrógrafo figueirense Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva, o porto que em 1913 chegou a ser aprovado, mas que, na verdade, nunca veio a ser construído.
Devido à sua não-construção, e ao "erro histórico" da construção, em vez dele, do pequeno porto fluvial e de marés no estuário do Mondego, a Figueira da Foz perdeu a sua grande oportunidade histórica de desenvolvimento, e avolumou a situação que levou à sua decadência futura.
O livro "Portos e Canaes" (1913), contém o célebre projecto da construção do malogrado "Porto Oceânico-Comercial do Cabo Mondego [Buarcos]" da autoria do Engenheiro Hidrógrafo figueirense Com. Antonio Arthur Baldaque da Silva, o porto que em 1913 chegou a ser aprovado, mas que, na verdade, nunca veio a ser construído.
Devido à sua não-construção, e ao "erro histórico" da construção, em vez dele, do pequeno porto fluvial e de marés no estuário do Mondego, a Figueira da Foz perdeu a sua grande oportunidade histórica de desenvolvimento, e avolumou a situação que levou à sua decadência futura.
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