sábado, 18 de janeiro de 2014

Barra da Figueira, 155 anos depois

Ontem, a euro deputada do PCP Inês Zuber, acompanhada  por dirigentes locais e distritais do partido, reuniu-se com a administração dos Estaleiros Navais do Mondego, levando na agenda o assoreamento da foz do Mondego naquela zona. A seguir, a deputada comunista do Parlamento Europeu participou numa reunião com a administração do Porto da Figueira da Foz.
Na conferência de imprensa realizada no final das duas reuniões, ao início da tarde, Inês Zuber disse que a administração portuária lhe garantiu que vai proceder ao desassoreamento dos acessos aos estaleiros. As dragagens já foram adjudicadas e poderão prolongar-se por dois meses.

Também ontem, mas ao fim da tarde, fui assistir à Conferência “Apoio Oceanográfico à Segurança Marítima na Figueira da Foz”, que se realizou no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz.
O programa foi o seguinte:
– O Sistema de Oceanografia Operacional.
– “Qual é a tua Onda?” Previsão Meteo-oceanográfica nos Portos e Aproximações.
No decorrer da intervenção do eng. Luís Cacho, lembrei-me que “há cerca de 155 anos era inaugurada a nova barra da Figueira da Foz. Sem grande sucesso, uma vez que três anos depois a barra voltaria a assorear”. Em simultâneo, veio-me à memória, também, um texto de 1947 (In, Jardim, José, As grandes linhas de uma cidade, Figueira da Foz, 1947) onde se constata como, às vezes, a capacidade de fantasiar ultrapassa largamente a provável realidade das coisas.
Passo a citar:
“Em 1916, na festa de colocação da primeira pedra para o Casino do Estoril, o Almirante José Nunes da Mata, professor da Escola Naval, afirmou que o porto de abrigo principal do país, com características até de internacional, deveria ser o da Figueira.
Possível é, pois, que o porto da Figueira venha a ser procurado um dia pela navegação turística, compreendendo também a sua moderna modalidade, visto existir aqui espaço definido para a construção de um aeroporto no braço sul, margem direita, em terrenos que são hoje praia do rio e que tem por tôpo a ponte sul, recentemente construída.
Que mundo novo os progressos da aviação virão abrir num futuro não muito longínquo, sob este aspecto!
Sob o ponto de vista militar muito conviria que o porto da Figueira estivesse em condições de abrigar algumas unidades da nossa Marinha de Guerra, como, por exemplo, submarinos e canhoneiras necessárias para a defesa do país e a fiscalização da pesca.
Poderia até vir a ser um porto franco, devido à sua posição no centro da costa metropolitana, com admiráveis ligações ferroviárias e rodoviárias (…) Com o porto crescerão os negócios, aumentarão as horas de trabalho, multiplicar-se-ão as fontes de receita.
(…) Um importante movimento, relacionado com o tráfego, virá a manifestar-se e já se pode deduzir das estatísticas.
Está integrado nas redes ferroviárias da Beira Alta, da Companhia Portuguesa – hoje unificadas.
(...) Fica a umas escassas dezenas de metros do Mar, o que não acontece com alguns portos de outras cidades, que ficam a quilómetros, sendo evidente que é muito mais fácil manter dragado e fundo um pequeno canal nestas condições, do que um de grande extensão, podendo ainda afundar-se a barra, rompendo-se a rocha do fundo.
(…) Toda a região demarcada do Dão, terá no porto da Figueira, que a dará a conhecer ao mundo, a melhor saída para os seus reputados vinhos (…)
(…) As obras do porto são necessárias, para que a indústria do sal reconquiste a sua posição (…)
A Figueira atingirá então o seu apogeu, a sua potente expansão, e a praia, de tipo nobre e encantador, fará ainda mais a sua fortuna. É esta a grande coluna do seu alicerce, da sua actividade fecunda, que lhe dará âmbito para ter muitas ideias novas, mais liberdade no trabalho e prestígio para o Estado.”

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Praia da Cova, a sul do 5º. molhe...

Logo mais, cerca das 16 horas, as causticadas dunas vão levar mais uma coça.

O estado a que isto chegou!..

Quem, depois de ouvir esta e outras entrevistas de Adriano Moreiraprofessor, não concordar, ponha o dedo no ar, para o poder felicitar, calorosamente, por ter tido a estupidez como herança...

Portinho da Gala – calendários*

foto Pedro Agostinho Cruz
* Existem opções.

E ainda dão baile...

Para Domingues de Azevedo, o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, esta iniciativa “é infeliz e vulgariza ao nível de rifa um acto nobre de cumprimento do dever de cidadania”.
Recorde-se que o primeiro sorteio do fisco deverá arrancar já no próximo mês de Março – mas vai contabilizar as facturas emitidas desde o início do ano.
Para se habilitar a um carro por semana basta pedir a factura de qualquer bem ou serviço, independente do valor, com o número de identificação fiscal (NIF). Desta forma fica automaticamente habilitado ao sorteio.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Praia da Cova, apesar da erosão continua linda...

A erosão da nossa costa  revela-se um dos problemas mais prementes nas áreas do litoral a sul do nosso concelho.
Todos os anos verificamos que o recuo do litoral da nossa freguesia é mais acentuado.
Na costa entre o cabo Mondego e São Pedro de Muel a situação, como sabemos,  é verdadeiramente preocupante.
Todavia, apesar do perigo, a praia da Cova continua linda. Mais fotos aqui.

O Espaço Cultural e de Convívio dos Pescadores de S. Pedro, no Portinho da Gala, encontra-se em fase de conclusão...

"Centro de convívio para pescadores da Cova-Gala, no portinho da Gala, está em fase de conclusão. 
A infraestrutura vai acolher um centro de convívio para os profissionais de pesca artesanal ligados ao Núcleo Piscatório de S.Pedro. 
A Câmara da Figueira da Foz está a construir o Centro de convívio de S.Pedro ao abrigo de uma candidatura do programa Promar. O custo total da obra é de 102 mil euros."


Foto: António Agostinho/Texto: jornal AS BEIRAS

Naval

Tiago Raposo (foto sacada daqui) de 27 anos é, desde ontem, o novo treinador da Naval.
O ex-adjunto do Pinhalnovense,  veio substituir  Miguel Branco, que se demitiu no inicio da semana, que,  por sua vez, havia substituído Pedro Santos, o técnico que começou a atribulada época navalista de 2013/2014.
Tiago Raposo começou ontem a comandar uma equipa que, esta época, já perdeu um jogo por falta de comparência, uma vez que o plantel estava incompleto para poder disputar a partida, depois da saída de vários jogadores.

 Em tempo.
Crónica de Rui Curado da Silva, investigador, publicada no jornal AS BEIRAS.
"Qualquer ex-atleta da Associação Naval 1° Maio fica consternado com o atual estado do clube. Na minha opinião houve dois erros que contribuíram decisivamente para o sucedido. O incêndio da antiga sede da Naval foi o primeiro capítulo da tragédia navalista.
A redução a cinzas da sede da rua da República desacoplou o clube da sua base social. Aquela sede não era um mero conjunto de espaços desportivos, era um local de confraternização dos adeptos, onde se ia beber um copo, debater a atualidade política ou jogar às cartas.
Era um local de encontro de gerações que passavam o testemunho de umas para as outras, mantendo um clube com uma história das mais belas e antigas do país.
O incêndio transformou profundamente a arquitetura do clube, aquele que foi durante décadas um clube de génese popular, passou a ser um clube de um homem só. Este foi o primeiro erro.
O segundo foi um erro dos tempos modernos. Muito dificilmente seria sustentável manter um clube numa cidade como a Figueira, apostando tudo na contratação de um conjunto de futebolistas pagos a peso de ouro, provenientes dos quatro cantos do mundo.
No passado, ainda nas divisões secundárias, o Estádio José Bento Pessoa apresentava assistências de fazer inveja à Naval da Primeira Liga, quando se enchia para assistirmos a heróis locais como o Paredes, o Luís Pinto, o Tovim ou o Catrapila.
Desejo a melhor sorte ao conjunto de valorosos navalistas, mais seniores e mais jovens, que estão empenhados em salvar o clube."

Hollande, mais um...

Ninguém saudável está verdadeiramente chocado com Hollande. A maioria das pessoas sentirá, quanto muito, um certo espanto por tão apagada figura ter no seu currículo amoroso três mulheres lindíssimas. Parece sobrar, na vida privada do presidente francês, a energia que lhe falta na vida pública. Não é para qualquer um ser ex-marido Segolene Royal, ter encontros amorosos com Julie Gayet e provocar colapsos nervosos a Valérie Trierweiler. Quem atirar a primeira pedra não é por não ter pecado. É por se roer de inveja.

daqui

O plano



Em tempo.
E não se trata de nenhuma brincadeira...

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Virtudes (VI)

Secretário de Estado pede ajuda a Camilo Lourenço para combater os lobbys

Isto vai acabar mal...

As traseiras da praia a sul do 5º. molhe - Cova, Figueira da Foz


Virtudes (V)

Que dizer mais sobre isto?
Eu, só desejava que o metessem na ordem!..
Nem que seja na Ordem dos Economistas!..

Virtudes (IV)

Porto italiano rivaliza com o da ilha Terceira para o transbordo de armas químicas de Assad de um barco dinamarquês para um navio norte-americano, onde se iniciará a sua destruição.

Virtudes (III)

Um estudo patrocinado pela Comissão Europeia, tornado público na passada segunda-feira, revela o que já todos sabíamos.
Como se não bastasse a elevadíssima emigração dos que já se formaram, graças ao maravilhoso processo de empobrecimento, os mais novos não têm como fugir a um futuro em que não passarão de mão-de-obra desqualificada e barata.
Mas, atenção, o ajustamento é um sucesso...

Virtudes (II)

António Tavares, vereador do PS, ontem, na sua coluna de opinião no jornal AS BEIRAS.
“A taxa de desemprego baixou no terceiro trimestre de 2013, estando agora nos 15,6%. A descida foi de 0,2% (mês homólogo) e/ou de 0,8% (trimestre anterior).
São 47 mil pessoas num universo de 838 mil. A descida deu-se, sobretudo, no setor do alojamento e restauração, pelo que, esperemos não estar perante uma diminuição sazonal. A taxa de atividade
também sofreu uma descida, tendo 4,4% dos empregados transitado para a inatividade.
Não é, pois, seguro que estejamos perante uma tendência sustentada.
Na Figueira, a taxa de desemprego está nos 14,5%, número abaixo da média nacional. Os desempregados eram, em novembro, 4064, menos 248 do que no mês homólogo de 2012 (-5,7%). O escalão etário dos 35-54 anos é o mais penalizado, 48,4%, e 11,4% têm menos de 25 anos.
O Centro de Emprego, a ACIFF e a câmara, através do Gabinete de Inserção Profissional e do Gabinete de Apoio ao Empreendedorismo, têm desenvolvido iniciativas para minorar o flagelo do desemprego, notoriamente com impacto positivo.
Da mesma forma, a autarquia, a Segurança Social e as IPSS’s têm dado resposta às dificuldades dos que vivem o drama de não terem trabalho.
Dado importante é que, no concelho, existem diferenças salariais significativas (cerca de 30%) que resultam da diferença de habilitações e da dimensão das empresas; acresce que uma boa parte da
população empregada trabalha por conta de outrem.
Em suma, é necessário continuar a investir na educação e na formação profissional, na captação de investimento para empresas de dimensão razoável, na promoção do empreendedorismo e a articular e concertar, entre diferentes entidades, intervenções no mercado de trabalho. Assim
se deve continuar.”
A política e os jornais estão cada vez mais desinteressantes, também cá pelo burgo.
Ainda me lembro do tempo em que, escrever nos jornais e publicar livros sobre política, trazia consequências. 
Em 2014, escrever o óbvio, continua a ser uma virtude... 

Virtudes...

O grande Almada Negreiros, soube traçar, como ninguém, a estrutura essencial da terra onde nascemos...
"Um Povo só é verdadeiramente um povo quando reúne em si todos os defeitos e todas as virtudes; alegrai-vos, portugueses, só vos faltam as virtudes."
Agora, as coisas já não são como as conheceu o grande Almada Negreiros.
Almada, que era “apenas” artista,  não previu o futuro grandioso dos seus concidadãos em 2014.
Naquele tempo, nem ele imaginava que, neste país sem virtudes, se iria ter a virtude de ter um Presidente como Cavaco Silva que não se esqueceu de felicitar a virtude de termos "o primeiro português a receber por duas vezes a "Bola de Ouro".
Ninguém é bruxo e Almada era "apenas" artista.