quinta-feira, 5 de setembro de 2013
O crime, a notícia no jornal e os papalvos...
O crime dá emprego e ocupação a muito boa gente, como, num raro momento de ironia, lembrou o mais insuspeito dos autores...
(“Um filósofo produz ideias, um poeta poemas, um padre sermões, um professor tratados, etc. Um criminoso produz crimes. Se olharmos mais de perto para a relação deste último ramo da produção com a sociedade como um todo, libertar-nos-emos de muitos preconceitos. O criminoso não produz apenas crimes, mas também o direito penal e, por conseguinte, o professor que dá cursos de direito penal e o inevitável tratado, graças ao qual o dito professor lança as suas conferências no mercado geral como uma “mercadoria”. Verifica-se assim um aumento da riqueza nacional, abstracção feita do prazer que – como nos assevera uma testemunha competente, o professor Rocher – o manuscrito do tratado proporciona ao seu autor. Por outro lado, o criminoso produz toda a polícia e a justiça criminal, os esbirros, juízes, carrascos, jurados, etc, e todas estas diferentes ocupações, que constituem outras tantas categorias da divisão social do trabalho, desenvolvem as diferentes capacidades do espírito humano e criam novas necessidades e novas maneiras de as fazer. Foi assim que a tortura deu lugar às mais fecundas invenções mecânicas e ocupou muitos e honestos artesãos na produção dos seus instrumentos. O criminoso produz um efeito ora moral ora trágico, consoante os casos, “servindo” assim os sentimentos morais e estéticos do público. Não se limita a produzir tratado de direito penal e códigos penais, com os seus respectivos legisladores; produz também arte, literatura e até tragédias, como o provam o Schuld de Mullner, Die Rauber de Schiller e mesmo o Édipo [de Sófocles] e o Richard the Third [de Shakespeare]. O criminoso quebra a monotonia e a segurança quotidiana e banais da vida burguesa. Impede a estagnação e suscita aquela tensão e aquela mobilidade inquietas sem as quais o próprio aguilhão da concorrência se embotaria. Estimula assim as forças produtivas. Enquanto o crime elimina uma parte excedentária do mercado de trabalho, diminuindo assim a concorrência entre os operários e, até certo ponto, impedindo que os salários caiam abaixo do mínimo, a luta conta o crime absorve outra parte dessa mesma população. O criminoso desempenha assim o papel de uma dessas “compensações” naturais que conduzem a um adequado nivelamento e abrem vastas perspectivas e profissões “úteis”.)
Karl Marx, “Matériaux pour l´économie”, in Économie II, La Plêiade, Paris, pp. 399-400
P.S. -
No tempo que passa, o crime serve também para vender jornais...
(“Um filósofo produz ideias, um poeta poemas, um padre sermões, um professor tratados, etc. Um criminoso produz crimes. Se olharmos mais de perto para a relação deste último ramo da produção com a sociedade como um todo, libertar-nos-emos de muitos preconceitos. O criminoso não produz apenas crimes, mas também o direito penal e, por conseguinte, o professor que dá cursos de direito penal e o inevitável tratado, graças ao qual o dito professor lança as suas conferências no mercado geral como uma “mercadoria”. Verifica-se assim um aumento da riqueza nacional, abstracção feita do prazer que – como nos assevera uma testemunha competente, o professor Rocher – o manuscrito do tratado proporciona ao seu autor. Por outro lado, o criminoso produz toda a polícia e a justiça criminal, os esbirros, juízes, carrascos, jurados, etc, e todas estas diferentes ocupações, que constituem outras tantas categorias da divisão social do trabalho, desenvolvem as diferentes capacidades do espírito humano e criam novas necessidades e novas maneiras de as fazer. Foi assim que a tortura deu lugar às mais fecundas invenções mecânicas e ocupou muitos e honestos artesãos na produção dos seus instrumentos. O criminoso produz um efeito ora moral ora trágico, consoante os casos, “servindo” assim os sentimentos morais e estéticos do público. Não se limita a produzir tratado de direito penal e códigos penais, com os seus respectivos legisladores; produz também arte, literatura e até tragédias, como o provam o Schuld de Mullner, Die Rauber de Schiller e mesmo o Édipo [de Sófocles] e o Richard the Third [de Shakespeare]. O criminoso quebra a monotonia e a segurança quotidiana e banais da vida burguesa. Impede a estagnação e suscita aquela tensão e aquela mobilidade inquietas sem as quais o próprio aguilhão da concorrência se embotaria. Estimula assim as forças produtivas. Enquanto o crime elimina uma parte excedentária do mercado de trabalho, diminuindo assim a concorrência entre os operários e, até certo ponto, impedindo que os salários caiam abaixo do mínimo, a luta conta o crime absorve outra parte dessa mesma população. O criminoso desempenha assim o papel de uma dessas “compensações” naturais que conduzem a um adequado nivelamento e abrem vastas perspectivas e profissões “úteis”.)
Karl Marx, “Matériaux pour l´économie”, in Économie II, La Plêiade, Paris, pp. 399-400
P.S. -
No tempo que passa, o crime serve também para vender jornais...
Políticos, politiqueiros, a política do betão na minha Terra e a importância do próximo dia 29 de setembro...
Também na Figueira, a política do betão já
conheceu melhores dias...
Pena que, em 2013, muitos – candidatos, eleitores e eleitos - ainda pensem apenas em espalhar alcatrão e
fazer paredes.
Incrível e dramático, é verificar como o betão ainda serve
para medir o trabalho de uma autarquia - mesmo com esta crise; e com o país e com os municípios falidos...
Nisto de política, como
sabemos, o que na prática interessa são os resultados. Mais que as boas intenções, promessas e tudo o
resto.
Se olharmos para a
Figueira, depois de Santana Lopes e Duarte Silva, os resultados estão bem à vista de todos: uma
economia parada, anquilosada e arcaica -
e betão, muito betão; e dívidas, muitas dívidas...
Se o desenvolvimento se medisse pelas quantidades de cimento
e asfalto e pelas ruínas compradas, a Figueira,
em 2009 depois de 12 anos de gestão PSD,
era o paraíso na terra.
Mas, infelizmente, a quantidade de rotundas, campos da bola sintéticos,
nos locais mais inconvenientes e sem
medidas oficias, as piscinas cobertas e descobertas, o alcatrão nas estradas, a
ciclovia, o CAE, o Oásis, a discoteca na
Morraceira, as compras de ruínas, criaram uma dívida camarária descomunal, mas não criaram postos de
trabalho nem desenvolvimento planeado e sustentado.
E nem podemos dizer - pobrezinhos mas honrados - o Município figueirense continua fortemente endividado,
apesar do bom trabalho de João Ataíde e
da sua equipa nestes últimos 4 anos - no que a este aspecto da gestão camarária
diz respeito.
Resta-nos esperar que o voto dos figueirenses, no próximo dia 29, não nos faça deixar de acreditar em melhores dias.
Autárquicas 2013 em S. Pedro (XI)
Não devíamos odiar as eleições autárquicas, porque as eleições autárquicas nos torna hipócritas.
Devíamos amar as eleições autárquicas, porque as eleições autárquicas nos mostra
hipócritas.
Big Show Maduro...
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Nunca fui grande espingarda em piropos...
... mas, como a "opinião pública portuguesa é incomparável na sua capacidade de fazer descer uma discussão ao seu nível mais básico", quando o Bloco de Esquerda se lembrou de discutir o fenómeno da omnipresença das bocas grosseiras no espaço público, metade do país dedicou-se a desconversar, de forma especialmente intensa e indignada, talvez por isso, ignorei a polémica.
Mas, agora, constato que houve de tudo...
Mas, agora, constato que houve de tudo...
O antigo presidente do Carris afirmou hoje no Parlamento que o Governo conhece a existência dos quatro swaps tóxicos contratualizados pela Carris entre 2005 e 2007 "desde que é Governo", ou seja, desde 2011...
Num dia com uma manhã
como a de hoje, muita serena, tépida, luminosa, calma, no decorrer da minha
caminhada matinal deu-me, como habitualmente, para reflectir.
Mas, foi já em casa, esta tarde, que percebi que a desolação dos dias que passam, não é das ideias, das instituições, da
mediocridade das gentes.
Até estou tentado a acreditar que “Maria Luís Albuquerque casou virgem”...E, claro, também não sabia nada sobre as swaps...
Tempo perigoso...
"Antonio Gramsci dizia que "a crise é quando o que é velho está a morrer e o que é novo não consegue nascer". Estamos a assistir à agonia do capitalismo financeiro, que pode ser longa e ter consequências ainda mais devastadoras, mas os partidos da IS e, concretamente, o PS português, continuam em estado de letargia ideológica e política, quando seria legítimo esperarmos deles a formulação de programas bem diferentes, com propostas inovadoras claramente distintas do neoliberalismo vigente."
Alfredo Barroso, "O PS Política e ideologicamente à deriva", no jornal i.
Manutenção
A partir de outubro, mais de metade dos presidentes de câmara deixará de o ser, por força da lei de limitação de mandatos.
Em vésperas de uma renovação no poder local, espera-se agora que não haja apenas uma mudança de nomes e dança de cadeiras, mas sim uma verdadeira regeneração. É bem necessária. Porque os autarcas que ora saem apenas se preocuparam, ao longo de décadas, com um tipo de manutenção: a manutenção do seu próprio poder.
Paulo Morais, Professor Universitário
Em vésperas de uma renovação no poder local, espera-se agora que não haja apenas uma mudança de nomes e dança de cadeiras, mas sim uma verdadeira regeneração. É bem necessária. Porque os autarcas que ora saem apenas se preocuparam, ao longo de décadas, com um tipo de manutenção: a manutenção do seu próprio poder.
Paulo Morais, Professor Universitário
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Foi encontrado o cadáver do pescador, de dezoito anos de idade...
foto Pedro Agostinho Cruz |
Hoje, foi encontrado o cadáver do pescador, de
dezoito anos de idade, da pesca de "Cerco e Alar para Terra" (dita
"Arte-Xávega"), que havia desaparecido há mais de uma semana, no dia
23.08.2013, no naufrágio de uma das embarcações que operam a partir do litoral
da Fonte da Telha (entre a Costa da Caparica e Sesimbra).
Agora, o corpo veio para terra na rede de uma das outras
Companhas que continuam a trabalhar nessa praia.
Em Maio deste ano corrente de 2013 - e no Furadouro (Ovar),
precisamente no local que, outrora, foi o centro mais emblemático deste tipo
específico de pesca heróica e arcaica (mas que, em Portugal, ainda continua a
ser praticada) --, já haviam também morrido pescadores, devido a um outro
naufrágio, de um "Barco-da-Arte", e esses em circunstâncias que
vieram a ser ainda mais trágicas e aflitivas: morreram dois homens, no
naufrágio propriamente dito, e um terceiro, sobrevivente, logo depois morreu
também, após sofrer um ataque de coração no regresso do funeral dos seus
companheiros.
Neste triste ano de 2013, para além dos incêndios de sempre,
de Verão, estão infelizmente a acumular-se também os naufrágios de sempre, e
não só de Inverno (..."no Inverno os naufrágios, tal como no Verão os
incêndios florestais. É a lei da natureza: a nossa natureza portuguesa"…);
revelando bem que a sociedade portuguesa - como sempre, ao "Deus
dará"... - continua tão incapaz como sempre para resolver os seus
problemas.
Cemar
(Texto recebido via mail)
Gosta mesmo de rir?.. Leia o texto abaixo até ao fim!..
"Até para uma tão simples frase é preciso saber inglês.
O que não sucede, pasme-se, com o novo Secretário de Estado
dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, que não fala nem entende inglês nem,
aliás, qualquer outra língua estrangeira, daquelas que é preciso usar em
diplomacia…
Como se isso não fosse suficiente, para Ministro dos
Negócios Estrangeiros foi nomeado alguém cujas más relações com os EUA são
conhecidas.
Por isso, não é de esperar grande coisa das futuras
conversas com os EUA, que por acaso ainda são, ao que se saiba, nossos aliados
e a maior potência mundial.
Houve nisto tudo alguma intenção política oculta?
Estamos mesmo em ruptura com os EUA?
Ou o Ministério dos Negócios Estrangeiros vai deixar de ter
a cargo a política externa?
Então, mais vale mudar-lhe o nome.
Que tal Ministério Português de Negócios?"
Leia os comentários, clicando
aqui!..
Para quando um medley com os melhores anúncios das ideias de Miguel Almeida para governar a Figueira depois de 29 de Setembro?...
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