domingo, 21 de abril de 2013
Porque hoje é dia de Sócrates
“Ninguém que saiba um pouco de economia, ou mesmo de
ciências sociais, alguma vez se lembraria de tentar avaliar o papel de De
Gaulle no crescimento económico francês. Ou o papel de Edward Heath na crise
que atingiu a Grã-Bretanha no início dos anos 1970. Ou o papel de Salazar na
idade de ouro da economia portuguesa (1950-73). Visto com alguma distância,
tudo isto parece - e é - absurdo. A razão é que, com alguma perspectiva
histórica, as pessoas rapidamente se apercebem que o número de factores em
jogo, em qualquer momento histórico, ultrapassa a acção de um
primeiro-ministro, ou mesmo de um governo. Se essas coisas fossem fáceis de
interpretar, tudo seria sempre claro, taxativo e sem lugar a discussão. Ora o
mesmo se passa no tempo presente. A discussão sobre a responsabilidade de um
primeiro-ministro é sempre fortuita. Os que gostam dele dizem que ele foi bom e
apresentam uns factos e uns números, e os que dele não gostam apresentam outros
factos e outros números, numa discussão necessariamente inconclusiva. Sócrates,
ao vir à televisão defender o seu consulado, armou a melhor armadilha que podia
ter armado. Com dois anos de preparação, uma grande ambição e, porventura,
alguma ajuda, só poderia trazer factos e números verdadeiros. Algo tão fácil
como dizer crescimento ou dívida. E todos os opositores lhe caíram em cima, com
outros factos e outros números. É uma discussão sem fim, pois o exercício será
sempre inconclusivo. Ao fazer o que fez, Sócrates conseguiu pôr-se no centro
das atenções e colocar a discussão no terreno que mais lhe convém. E, pelo
caminho, desviar-nos daquilo que verdadeiramente deve ser escrutinado. Um
político deve ser avaliado, em primeiro lugar, pela sua forma de fazer
política.”
sábado, 20 de abril de 2013
Fado
Já tenho idade para ter juízo.
Contudo, há qualquer
coisa que sempre me inquietou e me continua
a impelir a não ficar parado e a tentar inovar
permanentemente.
Melhor.
Talvez não se trate de inovar, mas de lidar no presente, com
as ferramentas de hoje.
Só que, o hoje, está sempre a mudar.
E quem vive o hoje, corre o risco de ser acusado de
progressista. Por vezes, também de comunista.
Confesso: há uma parte do passado, do meu País, da minha cidade
e da mina Aldeia, que não me interessa.
Mas, que não esqueço.
Continuamos um País atrasado.
Cada vez mais atrasado, velho, retrógrado e cinzento.
Mas, gosto de Fado.
De ouvir, entre
outras e outros, Aldina Duarte…
E com
ela lá vem o Fado. O Fado de hoje. Que é
igual ao de ontem.
Mas completamente diferente.
O mesmo, infelizmente, não se passa com o País, que está a ficar cada
vez mais igual ao antigamente.
Troca
No próximo dia 21 a UGT troca de liderança.
Entra um tal de Carlos Silva e sai o tal João Proença.
Durante cerca de 18 anos, Proença teve um papel importante: foi a marioneta de serviço no suporte do regime para cortar nos direitos dos trabalhadores.
Chegou a hora de mudar alguma coisa, para tudo poder continuar na mesma por aqueles lados…
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)
Para o ano de 2013,
foram estabelecidos os seguintes
períodos de defeso para a Pesca no rio Mondego de lampreia.
- Para a pesca de lampreia, de 24 de fevereiro a 5 de março
e de 16 de abril a 20 de dezembro;
- O período de defeso da lampreia estabelecido no Despacho n.º 31596/2008, de 26 de novembro de 2008, termina, em 2012,
a 20 de dezembro, iniciando-se a safra a partir do dia seguinte.
- Entre 24 de fevereiro e 5 de março e entre 22 de abril e 1
de maio, para além da interdição da captura, manutenção a bordo, descarga e
primeira venda de exemplares das espécies em defeso capturadas em águas
interiores não marítimas no Rio Mondego, é interdito calar redes de tresmalho
de deriva e de fundo e as asas das estacadas dirigidas à pesca de lampreia e
devem ser retiradas ou unidas e a rede levantada por forma a impedir a captura
de peixes. (Clique para ver Despacho n.º 1313 de
2013 de 22 de Janeiro).
Entretanto, em finais de Fevereiro passado, Miguel Almeida veio à boca de cena.
Hoje, li o seguinte no Diário de Coimbra.
Isto, quando toda a gente,
minimamente conhecedora do assunto, sabe
que “depois de Abril, por já ter desovado, a lampreia deixa de ter valor.”
Em tempo.
Às vezes a política é feita com autenticidade, sinceridade e verdadeiramente, mas é raro tal acontecer.
Ás vezes a política
tem coerência, mas é raro tal acontecer.
Ás vezes os políticos
são genuínos, mas é raro tal acontecer.
Percebem, agora, porque, em meu entender, certos políticos não passam de "bimbos"?..
Os câmara boys
A estrutura de recursos humanos está invertida.
O profissionalismo foi dizimado pelo clientelismo.
Em tempo.
O que nos vale é que existem excepções...
A Figueira, digo eu, é, portanto, neste caso, também, o contraponto contra natura.
Repito, digo eu...
Mas gostava de saber se mais alguém pensa assim...
O profissionalismo foi dizimado pelo clientelismo.
Em tempo.
O que nos vale é que existem excepções...
A Figueira, digo eu, é, portanto, neste caso, também, o contraponto contra natura.
Repito, digo eu...
Mas gostava de saber se mais alguém pensa assim...
Túnel ao fundo do túnel
«O nosso destino é falhar. Vamos falhar todos juntos. E sem estrebuchar. Há que educar o gosto para a beleza do falhanço colectivo. Imagine que vai ser devorado por um tigre. Não seja lírico. Já lhe disseram que não há alternativa. Lutar com o tigre é inútil (recordo que não há alternativa). O melhor é ficar quieto e deixar-se devorar. E, já agora, deitar uma pitada de sal no lombo, que o tigre gosta da carne apaladada. O trabalho do Governo é tratar deste tempero. Não se preocupe com nada.»
Crónica na íntegra aqui.
Ricardo Araújo Pereira, na Visão desta semana, sobre alternativas e falta delas.
Crónica na íntegra aqui.
Ricardo Araújo Pereira, na Visão desta semana, sobre alternativas e falta delas.
Ai Naval, Naval...
«Vir dizer que os jogadores, que não recebem há quatro meses
- depois de incumprirem todos os prazos e todas as obrigações, depois de
incumprirem com todas as promessas feitas, depois de cheques devolvidos do
presidente da Naval -, cometeram um ato ilegal pelo facto de não treinarem, eu
acho que isto é de alguém completamente desavergonhado, é perder completamente
a vergonha», disse Joaquim Evangelista.
O dirigente sindical desafiou o presidente da Naval a
esclarecer a situação, designadamente a vir dizer se há realmente algum
investidor interessado no clube da Figueira da Foz.
«Então quem são os sérios? Os sérios são os que não pagam e
não honram os compromissos? No mínimo, devem ter respeito pelos jogadores. Já
está na hora de o presidente da Naval dar a cara e dos dirigentes que lá estão
assumirem a verdade», sustentou.
Evangelista desafiou mesmo os dirigentes da Naval a dizerem
se há, de facto, um investidor e a «deixarem-se de brincadeiras com os
jogadores profissionais de futebol».
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Aldrabões..
Dívida pública superou 126% do PIB em Fevereiro...
Estão a ver o problema que foram os 0.6% do PIB devidos ao chumbo do TC!..
Haja Deus...
6% baralha e volta a... tirar...
"É puxar a brasa à minha sardinha, pois é. Estou desempregada e vejo este yo-yo da que já não é fortuna nenhuma. Se o meu coração, por este e outros motivos, sobreviver a 2012/13 podem estudar-me...
Custa, não se pense que é viver à sombra da bananeira. Sabem-me bem os primeiros dias de sol, poder aproveitá-lo. Experimentei fazer coisas que fui adiando enquanto trabalhava, pude fazer babysitting e não o trocava por nada. Mas custa bastante ser diariamente confrontada com a situação, com os 6% que afinal eram meus mas agora já não. Custam os olhares de pena e segue a vidinha (prefiro que a sigam logo), custam as não respostas, custa o subsídio comparado com o que se recebia a trabalhar. E custa-me ser só um número, isso é o que me custa mais."
Em tempo.
Peço desculpa à Marta Spinola, pois ela vota desde os seus 18 anos.
Mas este post não tem cor política, ou não pretende ter. É uma coisa mais egoísta, é sobre ela.
Custa, não se pense que é viver à sombra da bananeira. Sabem-me bem os primeiros dias de sol, poder aproveitá-lo. Experimentei fazer coisas que fui adiando enquanto trabalhava, pude fazer babysitting e não o trocava por nada. Mas custa bastante ser diariamente confrontada com a situação, com os 6% que afinal eram meus mas agora já não. Custam os olhares de pena e segue a vidinha (prefiro que a sigam logo), custam as não respostas, custa o subsídio comparado com o que se recebia a trabalhar. E custa-me ser só um número, isso é o que me custa mais."
Em tempo.
Peço desculpa à Marta Spinola, pois ela vota desde os seus 18 anos.
Mas este post não tem cor política, ou não pretende ter. É uma coisa mais egoísta, é sobre ela.
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