segunda-feira, 25 de março de 2013
domingo, 24 de março de 2013
Os "desinteressados, isentos e objectivos" comentadores que temos…
Ontem na SIC, Luís Marques Mendes, que é um comentador político desinteressado, isento e
objectivo, a quem nunca passou pela cabeça vir a candidatar-se a nada, nem no
passado, nem no presente, nem no futuro, afirmou não duvidar que este regresso do anterior
primeiro-ministro Sócrates esteja ligado a uma candidatura a Belém dentro de
dois anos…
Perante a afirmação de Marques Mendes, de que Sócrates não vai “mudar de vida” nem pretende ser
comentador político, mas apenas usar a
televisão como instrumento para realizar
o seu objectivo que é limpar a sua imagem, “reabilitar-se para daqui a
ano e meio, dois anos ser candidato a Presidente da República”, a jornalista
que contracena com ele não fez o que se impunha.
Que era tão simples como isto: questionar Marques Mendes sobre o que é que ele próprio
pretende com a sua presença na televisão – primeiro na TVI24 e agora na SIC.
Não estará ele, também,
como Marcelo, Santana, Costa, Jorge Coelho e tantos outros, a usar e a televisão como instrumento de
influência para objectivos próprios, incluindo uma candidatura à Presidência da
República.
A jornalista limitou-se a balbuciar, “timidamente”, que Sócrates
iria ter o estatuto que ele próprio, Marques Mendes, tem na SIC.
Este nem se dignou dar-lhe resposta…
Isto, para o jornalismo e para os jornalistas, é perverso…
Quem dantes tanto dizia, agora nem pia ...
O dirigente democrata-cristão Telmo Correia afirmou hoje que várias vozes da Comissão Política Nacional do CDS-PP defenderam a necessidade de uma remodelação governamental e que o presidente do partido, Paulo Portas, apenas ouviu...
O Reitor da Universidade de Lisboa diz que se avizinham tempos como aqueles "que Abril fechou" - um discurso muito crítico de Sampaio da Nóvoa, numa cerimónia de homenagem pelos cem anos de Álvaro Cunhal. Mais de cem personalidades juntaram-se na Aula Magna da Reitoria de Lisboa para lembrar o líder histórico do PCP...
Aqui.
No país da "garotada"...
Secretário de Estado Adjunto, Carlos Moedas |
No currículo de Tiago Ramalho, de 21 anos, consta, segundo foi publicado em Diário da República, a conclusão da licenciatura em Economia, em 2012, na Universidade Nova de Lisboa. A experiência profissional do novo especialista do gabinete de Moedas resume-se a um parágrafo: um estágio profissional não remunerado no Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia e Emprego, entre setembro e dezembro do ano passado.
Já João Vasconcelos Leal, de 22 anos, fez um estágio no mesmo gabinete, entre junho e agosto de 2011. A concluir o mestrado em Administração de Empresas, o jovem inclui ainda no currículo a conclusão, em 2008, do ensino secundário.
Ambos vão receber 995,51 euros brutos mensais.
Tiago Ramalho, porém, acumula uma vasta experiência enquanto comentador, tendo escrito em jornais e no blogue "Jamais", com o eurodeputado do PSD Paulo Rangel.
O gabinete de Carlos Moedas justifica as contratações pelo "excelente currículo académico" de Tiago Ramalho e João Vasconcelos Leal, que se licenciaram em Economia com 16 e 15 valores, respetivamente, o que "lhes confere alguma competência".
No Correio da Manhã tem mais pormenores.
sábado, 23 de março de 2013
Téquinfim!..
Penso que foi Cardoso Pires que um dia escreveu que "toda a polémica é uma encenação".
Mas, agora - téquinfim!.., já está no jornal.
A concelhia do PSD da Figueira da Foz e o plenário de militantes aprovaram, na noite de sexta-feira, por unanimidade, a indigitação de Miguel Almeida, 42 anos, como candidato à câmara municipal nas próximas eleições autárquicas.
Mas, agora - téquinfim!.., já está no jornal.
A concelhia do PSD da Figueira da Foz e o plenário de militantes aprovaram, na noite de sexta-feira, por unanimidade, a indigitação de Miguel Almeida, 42 anos, como candidato à câmara municipal nas próximas eleições autárquicas.
Presente na sessão, o presidente da distrital de Coimbra do PSD, Marcelo Nuno, considerou Miguel Almeida “a pessoa ideal para voltar a colocar a Figueira no mapa”. O dirigente social-democrata lembrou que o candidato “é uma pessoa da terra, que conhece a Figueira da Foz como as palmas das suas mãos”, considerando que Miguel Almeida alia experiência em funções autárquicas “ao mérito pessoal, profissional e político".
Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)
foto sacada daqui |
Depois de anunciado formalmente pelo cómico de serviço, como estava escrito nos astros, foi ontem confirmado: Miguel Almeida é candidato.
Também sou figueirense.
Por isso, depois de
muito reflectir, se tal fosse meu desiderato, tomaria a decisão de me auto-excluir da possibilidade
de vir a ser candidato a presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz -
isto, apesar de considerar tratar-se de um cargo apetecível e fantástico.
Estou certo que o PPD/PSD confirmou, ontem, um grande candidato capaz de colocar a Figueira no lugar que ela amplamente merece!
É verdade, que quase um mês depois de ter sido anunciado (vamos lá saber como isso aconteceu!..) em primeira mão, para todo o mundo (espectáculo!..) por um cómico no serviço público de televisão!
Em outubro, a bem da Figueira, têm a palavra os figueirenses…
É verdade, que quase um mês depois de ter sido anunciado (vamos lá saber como isso aconteceu!..) em primeira mão, para todo o mundo (espectáculo!..) por um cómico no serviço público de televisão!
Em outubro, a bem da Figueira, têm a palavra os figueirenses…
sexta-feira, 22 de março de 2013
Óscar Lopes
Morreu Óscar Lopes. Não sei se na secretaria de Estado da
Cultura o conhecem. É provável que nas próximas horas lhe dediquem as
costumeiras linhas apesar de Lopes não ser um "evento" ou um sapato
gigante enfiado numa sala. Há uns anos, numa feira do livro em Cascais,
arranjei o "par" que me faltava dos seus livros de ensaios editados
pela Inova, do Porto, Ler e Depois. O outro intitula-se Modo de Ler". Ler
e Depois foi publicado em 1969. Ou seja, em pleno "fascismo". Lopes
nunca escondeu a sua "formação" ideológica (marxista) mas nunca fica
diminuída a escrita. Pelo contrário, lêem-se referências a autores que só nas
décadas seguintes surgiram sob o signo de "grandes referências". Ou
de outros, como Heidegger, cujo "modo de ler" de Óscar Lopes ajuda a
compreender mesmo através de demoradas e perspicazes notas "de pé de
página". Lopes era irmão de Mécia, a mulher de Jorge de Sena, que, para
felicidade dela, ainda reside nos Estados Unidos. Com António José Saraiva
escreveu a mais reeditada História da Literatura Portuguesa. Dividiram bem o
trabalho e, dos dois, há uma recolha relativamente recente da correspondência.
O seu desparecimento é mais um no lastro de perda em que mergulhámos enquanto
"cultura" e sociedade. As coisas são o que são.
Leituras…
Não sei se é da idade, mas leituras destas deixam-me
emocionado.
Feliz mesmo.
Por tudo, mas também, e muito, pelo brilhantismo no cumprimento de promessas feitas à região centro em anterior campanha eleitoral, pelo pio deputado João Serpa Oliva do CDS, eleito por Coimbra.
“Fiquei completamente
perplexo quando soube, ontem, que o ex-Primeiro ministro José Sócrates passará
a ser comentador regular da RTP, a televisão paga por todos nós.
Como se não bastasse já os incríveis tempos de antena que
todos os dias a referida televisão dedica à oposição deste país e às desgraças,
insultos e toda a ordem de mentiras, desde manifestações com cinco pessoas que
transformam rapidamente em 500, até ouvir grupelhos invariavelmente ligados à
Intersindical e que nem pouco mais ou menos representam o todo nacional.
Se isto já é insólito, o que dizer do referido ex-PM que nos
deixou na bancarrota e assinou com a ‘troika’ um acordo que se veio a demonstrar
ser totalmente desastroso.”
Tal como Serpa Oliva, também gosto e tenho respeito por "Grândola Vila Morena".
Gostava era de ter a certeza de que, mais tarde ou mais cedo, a minoria insignificante que a hostiliza se convencerá que está a ofender os princípios democráticos que já deviam estar definitivamente implantados em Portugal.
Autárquicas 2013 na Figueira... (da série, o que já lá vai e o que ainda aí vem…)
Ei-la:
Em tempo.
Garanto uma coisa: jamais votarei em candidatos autárquicos que fumem charuto, sejam anunciados pelo Fernando Mendes ou conduzam um tuning…
Garanto uma coisa: jamais votarei em candidatos autárquicos que fumem charuto, sejam anunciados pelo Fernando Mendes ou conduzam um tuning…
Na minha opinião (que vale o que vale), um candidato que fuma
charuto, é anunciado pelo Fernando Mendes ou gosta de conduzir
um tuning, fica logo identificado: não passa de um
bimbo.
quinta-feira, 21 de março de 2013
Justiça na Figueira: falta de meios?.. Claro que não, falta de salas de audiências...
Lido no jornal As Beiras.
"Em janeiro último, o antigo presidente da Figueira Domus Vítor Jorge foi constituído arguido, pelo
Ministério Público da Figueira da Foz, que o acusa de dois crimes de difamação
agravada com publicidade e calúnia contra Filipa Vaz Serra, que à época era
administradora executiva da mesma empresa municipal.
Entretanto, Vítor Jorge, que aguarda julgamento com termo de
identidade e residência, pediu a abertura da instrução. E ontem, durante a
manhã foram ouvidas, no Tribunal da Figueira da Foz, três testemunhas: João
Ataíde (presidente da câmara) Carlos Monteiro (antigo presidente do Conselho de
Administração da FD) e Isabel Figueiredo (antiga administradora não executiva
da FD). As restantes testemunhas (cinco) seriam ouvidas no período da tarde,
mas tal não aconteceu. O julgamento foi adiado para dia 9 de abril, às 14H30,
por falta de condições da sala disponibilizada pelo tribunal, porque as salas
de audiências estavam ocupadas."
Mais actual do que nunca...
S. Bento, Lisboa, Abril de 1985. No Parlamento fumava-se, e a então deputada comunista Zita Seabra comia, enquanto Carlos Carvalhas, à sua frente nesse plano televisivo, discursava interpelando um ministro do PS (quem seria?) que chamara aos estudos então realizados pelo PCP sobre as vantagens e desvantagens da adesão de Portugal à União Económica Europeia “uma cortina de fumo cujas opções se radicavam em razões ideológicas” – o velho argumento que é pau para toda a obra quando o objectivo é tergiversar. Respondendo a esse ministro, Carlos Carvalhas lembrava que “a Europa não [era] a CEE – a CEE [era] a Europa dos monopólios e não a dos trabalhadores [hoje chamamos-lhes cidadãos] – e nem sequer um clube, e muito menos um clube caritativo”, pois seria nalgum ponto necessário começar a contribuir – pagando como os outros. Tecera ainda esse ministro considerações sobre o modelo do PCP, o que levara Carvalhas a lembrar que esse modelo estava “consubstanciado na Constituição da República”. Interessante também para nós hoje aqui, 28 anos depois e a braços com o pesadelo que conhecemos, é saber que o PS usou por esses dias, para defender a adesão à UE (e CEE era uma sigla mais honesta), as palavras da propaganda de sempre: desafio, choque, e fé – o PS tinha fé na CEE. Por fim, a CEE (a UE, vai tudo dar ao mesmo, à mesma Europa sem um programa político) era para o PS, na súmula que nada significava a não ser a ruína certa daí a uns anos, “a opção europeia”. Perguntava então Carlos Carvalhas: “Portugal perde ou não parcelas significativas da sua soberania com a integração europeia? Há ou não vastos sectores da economia portuguesa que serão arruinados com a integração? [Vão ou não] o aumento da dívida externa e do desemprego ser os resultados palpáveis desta integração?” O resto aqui.
Via Aventar
Via Aventar
A guerra dos sabe-se lá quantos anos
A austeridade serve
para tudo, até para fulanos como este, nos contarem “estórias” de terror…
Felizmente, ainda há quem nos abra os olhos…
Leiam o que se segue. São 2 minutos…
“Há uma crise mundial e há uma crise especificamente
europeia, muito distintas embora com uma raiz comum. A mundial, que deflagrou
vai para seis anos ao rebentar a bolha do subprime, não tem uma única origem,
mas várias. Uma das mais relevantes é o elevadíssimo nível de dívida acumulado
pelas famílias, pelas empresas e pelos estados. (…)
Abolindo-se como se aboliu a distinção entre banca comercial
e banca de investimento e admitindo-se ao mesmo tempo níveis baixíssimos de
autofinanciamento das instituições financeiras, criou-se a montanha de dívida
que agora pesa sobre todos nós.
Se as economias crescessem, gerar-se-iam recursos
suficientes para pagá-la. Mas de onde virá o crescimento, se nem famílias, nem
empresas, nem estados têm condições para gastar mais? Exigir-se que a dívida
seja inteiramente paga equivale, portanto, a condenar a economia a permanecer
estagnada durante uns vinte a trinta anos.
Parece inegável que o desbloqueamento das economias
ocidentais exige uma desvalorização generalizada da dívida, seja através de
negociações caso a caso, seja através de um aumento generalizado dos preços
(vulgo inflação). Uma operação desse tipo implicaria, porém, uma massiva
redistribuição de rendimentos dos credores para os devedores, razão por que é
obstinadamente recusada por quem detém as rédeas do poder político e económico.
Viremo-nos agora para o outro lado do problema, ou seja,
para a crise especificamente europeia. Ao contrário da anterior, esta é, na sua
essência, uma crise política com um pretexto económico, fabricada de todas as
peças pelo governo alemão coadjuvado pelo BCE (…)”…
Em tempo.
E não me agradeçam a mim.
Agradeçam ao JOÃO PINTO E CASTRO
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