quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Mais um prémio para "Pare, escute e olhe"
“Pare, Escute, Olhe”, do figueirense Jorge Pelicano, recebeu o Grande Prémio XIV Cervino CineMountain Conseil de la Vallé, em Itália, o nono prémio da carreira deste documentário sobre o encerramento da linha ferroviária do Tua.
Este documentário, demonstra bem o que acontece ao povo quando o sistema político é mais influenciado pelos interesses privados do que os interesses de uma comunidade. É um grande exemplo de cinema interventivo que nos deixa a pensar. Devia e merecia ser visto por todos os portugueses.
Violência explode em Inglaterra
Olhando para a 1ª página do Correio da Manhã, concluímos que a convulsão social que tomou conta das ruas londrinas já está a alastrar a outras cidades inglesas.
Segundo o DN de hoje, “a cidade de Manchester, no norte do Reino Unido, registou na noite de terça-feira os piores motins dos últimos 30 anos”.
Todos sabemos, que a situação social que se vive na “velha europa”, incluindo Portugal, é explosiva, e os incidentes do momento no “reino unido”, podem vir a registar-se noutros países, dadas as cada vez maiores dificuldades económicas e sociais que todos nós - e os jovens europeus em especial - atravessamos.
Claro que o rumo que as coisas tomaram em Inglaterra, nomeadamente a destruição de lojas e de propriedade privada, não é de apoiar…
Todavia, há que questionar: quem são os verdadeiros incendiários?..
Uma juventude desenraizada e sem perspectivas?..
Ou os políticos europeus que estiveram à frente dos países do nosso continente nas passadas quatro décadas e nos fizeram chegar ao momento presente?..
O capitalismo é autofágico porque não sobrevive à tentação de "fornecer os ricos com meios para que fiquem mais ricos".
Segundo o DN de hoje, “a cidade de Manchester, no norte do Reino Unido, registou na noite de terça-feira os piores motins dos últimos 30 anos”.
Todos sabemos, que a situação social que se vive na “velha europa”, incluindo Portugal, é explosiva, e os incidentes do momento no “reino unido”, podem vir a registar-se noutros países, dadas as cada vez maiores dificuldades económicas e sociais que todos nós - e os jovens europeus em especial - atravessamos.
Claro que o rumo que as coisas tomaram em Inglaterra, nomeadamente a destruição de lojas e de propriedade privada, não é de apoiar…
Todavia, há que questionar: quem são os verdadeiros incendiários?..
Uma juventude desenraizada e sem perspectivas?..
Ou os políticos europeus que estiveram à frente dos países do nosso continente nas passadas quatro décadas e nos fizeram chegar ao momento presente?..
O capitalismo é autofágico porque não sobrevive à tentação de "fornecer os ricos com meios para que fiquem mais ricos".
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Na desportiva...
Se é à cabeçada que se resolvem simples pontos de vista futebolisticos, imagine-se o que poderia suceder se Portugal tivesse problemas sérios por resolver!...
BPN: um negócio ruinoso para os portugueses...
"O Executivo de Pedro Passos Coelho, – que obviamente não tinha até aqui responsabilidades na resolução do problema – ficou com a «batata quente» não mão. Podia ter protegido o Estado, coisa que nunca antes se tivera conseguido. Mas não, o negócio vai custar aos bolsos dos contribuintes 2,4 mil milhões de euros, entre custos do processo de nacionalização, alienação de activos e privatização do banco."
E a Troika, esse garante da boa gestão dos dinheiros públicos nos tempos que correm em Portugal, ainda não se pronunciou!..
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Somos grandes!..
Desde a realização da Expo 98 e do Europeu de Futebol de 2004 que os portugueses continuam com a mania das grandezas!..
Esta arrasa qualquer um, mesmo um optimista nato como eu...
"Tal como a Europa, Agosto, o mês da preguiça, já não é como era, mas ainda não é como vai ser. Para o ano será pior. Muito pior."
Tomás Vasques, no i.
Tomás Vasques, no i.
As pessoas sensíveis
As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão."
Ó vendilhões do templo
Ó constructores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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Nota de rodapé, neste momento talvez necessária:
Neste poema “As pessoas sensíveis”, de Sophia de Mello Breyner Andresen , de que gosto especialmente, está bem presente a denuncia da opressão, dos opressores e dos hipócritas que “roubam” o trabalho dos outros.
Foca a situação dos trabalhadores que secam a roupa no próprio corpo "porque não tinham outra" e acusa os exploradores.
Na primeira quadra, numa expressão repleta de ironia, coloca em evidência a duplicidade das pessoas que se dizem "sensíveis" por serem incapazes de matar galinhas (ou qualquer ser indefeso), mas estão sempre prontas para as comer. Na segunda estrofe, a denúncia da exploração dos mais pobres e miseráveis é evidente: o dinheiro "cheira a pobre e cheira / À roupa do seu corpo".
Na terceira estrofe, há o recurso à citação bíblica "Ganharás o pão com o suor do teu rosto" que se opõe a "Com o suor dos outros ganharás o pão".
Numa verdadeira negação exploração, afirma haver homens que "com o suor dos outros" ganham "o pão". São esses, como diz na quarta estrofe, os "verdadeiros vendilhões do templo", como na alegoria bíblica.
Partilho a ironia final do poema: "Perdoai-lhes Senhor / porque sabem o que fazem".
Este poema continua actual e exprime com rigor a luta pela justiça e pela verdade, luta essa que não é de hoje, não é de ontem nem é de amanhã: é de sempre. Numa linguagem directa e clara, alerta o homem para a necessidade de adquirir uma verdadeira consciência da sua relação com a natureza e de luta contra todas as formas de escravidão. Rejeita a fatalidade dos seres e acredita na força da verdade contra a opressão e contra a situação de submissão que divide o mundo em duas grandes classes: dos poderosos exploradores e dos fracos explorados.
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas
O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra
"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão."
Ó vendilhões do templo
Ó constructores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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Nota de rodapé, neste momento talvez necessária:
Neste poema “As pessoas sensíveis”, de Sophia de Mello Breyner Andresen , de que gosto especialmente, está bem presente a denuncia da opressão, dos opressores e dos hipócritas que “roubam” o trabalho dos outros.
Foca a situação dos trabalhadores que secam a roupa no próprio corpo "porque não tinham outra" e acusa os exploradores.
Na primeira quadra, numa expressão repleta de ironia, coloca em evidência a duplicidade das pessoas que se dizem "sensíveis" por serem incapazes de matar galinhas (ou qualquer ser indefeso), mas estão sempre prontas para as comer. Na segunda estrofe, a denúncia da exploração dos mais pobres e miseráveis é evidente: o dinheiro "cheira a pobre e cheira / À roupa do seu corpo".
Na terceira estrofe, há o recurso à citação bíblica "Ganharás o pão com o suor do teu rosto" que se opõe a "Com o suor dos outros ganharás o pão".
Numa verdadeira negação exploração, afirma haver homens que "com o suor dos outros" ganham "o pão". São esses, como diz na quarta estrofe, os "verdadeiros vendilhões do templo", como na alegoria bíblica.
Partilho a ironia final do poema: "Perdoai-lhes Senhor / porque sabem o que fazem".
Este poema continua actual e exprime com rigor a luta pela justiça e pela verdade, luta essa que não é de hoje, não é de ontem nem é de amanhã: é de sempre. Numa linguagem directa e clara, alerta o homem para a necessidade de adquirir uma verdadeira consciência da sua relação com a natureza e de luta contra todas as formas de escravidão. Rejeita a fatalidade dos seres e acredita na força da verdade contra a opressão e contra a situação de submissão que divide o mundo em duas grandes classes: dos poderosos exploradores e dos fracos explorados.
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