.

No passado dia 28,
neste post, apontámos o que, quanto a nós, tinham sido dois erros estratégicos de localização de duas infra-estruturas fundamentais para o desenvolvimento sustentando do concelho da Figueira da Foz.
Curiosamente, hoje no jornal As Beiras, está
este texto que aponta no sentido da necessidade de um cais comercial na zona sul.Não é motivo de nenhuma satisfação pessoal, pois é triste verificar que os chamados “velhos do Restelo”, muitas vezes, têm razão antes do tempo!..
Neste caso e sobre este assunto, gostosamente sou dos que me auto incluo nessa categoria (quem tiver dúvidas, é só consultar a colecção do extinto Linha do Oeste e ler as Crónicas Marginais que lá publiquei durante anos...), mas, sobretudo, permitam que realce a figura de
Manuel Luís Pata, um exemplo de perseverança, que tem uma luta de anos e anos a bater-se por aquilo que considera que deveria ter sido feito e não foi, pelo verdadeiro desenvolvimento do porto e barra da Figueira da Foz. Sei do que falo, pois tenho em meu poder uma compilação muito completa do trabalho deste Homem, que, no entanto, é apenas um resumo dum enorme trabalho e duma luta voluntarista e incompreendida, no decorrer de anos e anos!..
Cavaco Silva, Santana Lopes, Duarte Silva, João Cravinho, Narciso Miranda, entre muitos outros, sabem do que estou a falar...
Nos dias de hoje, penso que muita gente já compreendeu o erro fatal que foi para a Figueira o ter-se ignorado o projecto para a construção do Porto Oceânico elaborado
pelo eng. Baldaque da Silva, que chegou a ser aprovado em 1914 na Assembleia de Deputados e dada luz verde para ser posto a concurso, o que nunca aconteceu. Esse projecto, recorde-se, consistia na construção de um "paredão", a partir do Cabo Mondego em direcção a sul, o qual assentaria na rocha lá existente.
Em vez disso, optou-se nos anos sessenta do século passado, pela construção dos molhes que transformaram a Rainha das Praias de Portugal, a Praia da Claridade, na actual Praia da Calamidade.
Mais recentemente, avançou-se para o prolongamento do molhe norte, que ao contrário do que alguém disse há tempos, "não é a mãe de todas as obras", mas, oxalá esteja enganado, irá revelar-se, mais cedo do que tarde, a "obra madastra"...
Os especialistas é que o disseram, como pode ler-se no Jornal de Coimbra, no dia 29 de Março de 2000, na página 15: "é extremamente perigoso fazer qualquer prolongamento no molhe norte, porque isso iria provocar uma maior acumulação de areias a norte, enquanto que a sul o mar aumentaria a sua acção erosiva".
Alguém os ouviu?... Presumo que não, pois, sobre esta matéria, continuam a subsistir "muitas dúvidas e poucas certezas"...