Crónica deantónio agostinho
Nestes dias que antecedem a brasa do verão, a Cova-Gala faz lembrar um “banquete urbanístico”, pronto a ser servido de mão-beijada.
Sempre atentos, os grandes empreendedores da construção civil, depararam-se aqui com um novo “oásis”. Contudo, há sempre quem permaneça sempre insaciável, há sempre quem pretenda mais e mais.
Pelo rumo que as coisas estão a tomar, aqui pela Cova-Gala, no geral, acabaremos por ficar “empacotados”!..
Porém, alguns, poucos, irão ficar “empanturrados” com esta autêntica “orgia urbanística de betão”...
A junta de freguesia de S. Pedro, navegando aliás nas águas do executivo camarário figueirense, tem uma ideia de desenvolvimento local simples e redutora, que só ainda não percebeu quem não quis: cimento, cimento, sempre mais cimento, cimento!...
O lobby da construção civil, cumprindo o seu dever e sempre atento aos seus interesses, está de olho aberto e operacional às zonas apetecíveis. Nomeadamente, aos terrenos onde há 30 anos o Grupo Desportivo Cova-Gala tem a sua “oficina” (construída, a pulso, pelo trabalho, esforço e dedicação de gerações de covagalenses) e os terrenos do famigerado Alberto Gaspar & Ca. Lda. ...
Colocado perante esta realidade de terra queimada e, ao que parece, irreversível, quem ousa ser do contra, isto é, quem tem a desfaçatez o arrojo e a pouca vergonha de ter ideias próprias e diferentes, é alvo de mesquinhas insinuações ...
Nomeadamente, "que existem razões políticas na contestação!.." Como se isso, a ser verdade, numa Terra pertencente a um Portugal livre e democrático desde 1974, fosse sequer questionável ou censurável...
Essa, é a forma mais primária e básica de reagir.
Felizmente, existem alguns que tresmalharam do rebanho e pensam o futuro da sua Terra pela sua própria cabeça, com a consciência completamente livre de interesses individuais ou de grupo.
E, esse direito, ninguém, mas ninguém mesmo, lho vai, nem pode, tirar.
O poder, qualquer poder, é uma coisa extremamente frágil. Por isso, quando um fulano se coloca aos gritos perante uma assembleia, sorrio, e lembro-me que daqui a uns anos, não muitos, ninguém se lembrará dele!..
É a vida.