terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Empreendedorismo?..

"Limpar Portugal", não é tarefa fácil...
Havia que começar por algum lado...
Deputado do Chega é suspeito de furtar malas nos aeroportos de Lisboa e Ponta Delgada.
Tudo aconteceria nas viagens entre Lisboa e Açores, onde Miguel Arruda vive com a família. André Ventura já reagiu. O presidente do Chega, que ainda está nos EUA, quer reunir-se de urgência com o deputado assim que regressar a Portugal.

A Casa Branca desmontável

Via Público

Gandra d’Almeida: a queda de um “anjo”

«Escândalo com director executivo do SNS afecta a credibilidade da ministra da Saúde e de todo o Governo. Era o primeiro pilar de Ana Paula Martins.»

Assoreamento, um problema antigo do Portinho da Gala

Foto António Agostinho. Mais fotos aqui.

O Portinho da Gala foi inaugurado em 2004.
Há muitos anos que o assoreamento e a falta de manutenção dificultam a actividade das várias dezenas de pescadores de pesca artesanal que têm a sua base logística no Potinho da Gala.
Na edição de hoje do Diário as Beiras, faz mais um alerta.

Santana Lopes não é um Homem livre e sem filiação partidária?..

Pedro Santana Lopes esteve presente no canal Now, no programa Informação Privilegiada na noite de ontem, segunda-feira, e explicou o porquê de ter decidido recandidatar-se à Figueira da Foz, quando era sabido que chegou a falar de uma eventual candidatura à Câmara Municipal de Sintra. Os pormenores, aqui.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Trump, o 47.º Presidente dos EUA

 

Verbas para as freguesias....

Via Diário as Beiras

«A transferência de verbas do Município da Figueira da Foz para as juntas de freguesia, as obras municipais e a cedência de materiais, máquinas e brigadas, nos últimos quatro anos e cômputo geral, têm vindo a ser reforçadas, também devido às propostas da vereação do PS. Os mapas elaborados pelos serviços do município e apresentados pelo vereador do PSD, Ricardo Silva, que integra o executivo camarário FAP/ PSD, numa sessão extraordinária da Assembleia Municipal, sustentaram a trajetória crescente de investimentos nas freguesias.

No entanto, para alguns presidentes de junta do PS os mapas não eram cor-de-rosa. Fernando Lopes (Tavarede), José Coelho, Lavos (PS) e Susana Monteiro (Ferreira-a-Nova) pintaram os quadros apresentados pelo vereador do executivo camarário com tons críticos.»

Tenente-Coronel, médico, António João Sant’Anna Gandra Leite d’Almeida

"Louvo, por proposta da Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, o Tenente-Coronel, médico, 12204597, António João Sant’Anna Gandra Leite d’Almeida, pela forma excecionalmente dedicada e competente, bem como pela nobre conduta, integridade e profissionalismo com que exerceu as suas funções como diretor da Delegação Regional Norte do Instituto Nacional de Emergência Médica entre 2021 e 2024. [...]."

14 de agosto de 2024.  O Ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo.

Mais pormenores, aqui.

domingo, 19 de janeiro de 2025

Era previsível: partidos disputam louros pela criação das 302 novas freguesias — e já cheira a campanha

Público

«Teve um cheirinho a início de campanha eleitoral para as autárquicas, que só se realizam no início do Outono o debate da manhã de ontem sobre a desagregação de 135 uniões de freguesias que dará origem, nas próximas eleições, a 302 novas freguesias, mostrou um despique entre os partidos sobre quem fez mal aos autarcas por fundir freguesias (PSD/ CDS) ou demorar a cumprir a promessa de reverter a fusão (PS), e quem lhes dá agora a mão permitindo que cumpram o seu desejo de separação (todos os partidos à excepção da IL). 
Como se esperava, a lei com as regras para o processo de separação e a respectiva lista foi aprovada com os votos a favor do PSD, PS, Bloco, PCP, Livre, CDS e PAN, apesar do voto contra da IL e da abstenção do Chega. O PCP não conseguiu sequer levar à votação as 53 propostas de alteração que fizera ao diploma para tentar incluir na lista outras tantas uniões de freguesias recusadas por não cumprirem alguns critérios legais como o número mínimo de eleitores, o prazo para a decisão da assembleia municipal ou não se traduzir numa reposição total das freguesias fundidas em 2013 — acabaram retiradas do guião por proposta da IL e apoio da maioria dos partirdos.
Da esquerda à direita, com centenas de cidadãos a assistir nas galerias (vindos em excursões promovidas pelas freguesias), os partidos cavalgaram o seu contributo para fazer valer a vontade das populações que, ao contrário de 2013, agora tiveram a palavra primordial a dizer no processo de desagregação. E se à esquerda todos criticaram a chamada lei Relvas (que em 2013 fez a reorganização administrativa do território e reduziu 1168 freguesias por fusão ou agregação), o PSD justificou a sua decisão de então colocando o ónus da lei Relvas no PS. “Não foi o Governo de Pedro Passos Coelho que tomou a iniciativa de fazer uma reorganização administrativa. Foi o Governo de José Sócrates que sugeriu à troika a agregação de freguesias e a incluiu no memorando [era, de facto, o ponto 3.44 do documento]”, recordou a social-democrata Olga Freire. A reforma foi “feita a régua e esquadro” e “não foi perfeita”, admitiu. Lembrou que os socialistas prometeram a reversão durante oito anos mas nada fizeram, o que lhe permitiu piscar o olho ao eleitorado por ser pela mão do PSD que ela se fará — “o PSD leva muito a sério o poder local e está a resolver os problemas.”
A referência a Passos haveria de servir de arma à líder parlamentar da IL, que rompeu com a unanimidade dos elogios às freguesias. “Todos os partidos são cúmplices” por “voltarem a 2013, criarem mais Estado e pior Estado. Em vez de resolverem os problemas reais da população, multiplicam freguesias, cargos, burocracia (...) e mais lugares para distribuir.” O PSD de Luís Montenegro quer “satisfazer o seu aparelho e governar contra o PSD de Passos Coelho”, assim como o PS; o Bloco, o PAN e o Livre porque “querem aumentar a máquina do Estado”; e o PCP “tenta sobreviver indo mais além” ao querer que se possa desagregar todas as uniões que o pretendam, disse Mariana Leitão
Fotos: Figueira na Hora

O comportamento dos políticos e dos partidos, tem contribuído para que os cidadãos se afastem da política. 
O que se passou em outubro de 2012 foi mau. 
Os cidadãos, na Figueira e no País, não se afastaram da política - foram sendo afastados.
Em Janeiro de 2025, nada foi dierente.
Reformas político-administrativas coerentes e sérias, a meu ver, só se justificam quando ocorrem três condições fundamentais: necessidade comprovada de reforma (através do resultado de trabalhos científicos, do debate e acção política e de comparações/imposições internacionais), existência de tempo e de recursos para promover a reforma mais adequada às circunstâncias e, finalmente, vontade de promover a reforma por uma via democrática no referencial constitucional em vigor.
Termino com uma citação: como diria Sá Carneiro “a política sem alma é uma chatice, sem ética é uma vergonha”...

sábado, 18 de janeiro de 2025

Reposição de freguesias: lá lixámos a "troika" à custa dos mesmos de sempre - "o mexilhão"...

Ontem, no Distrito de Coimbra, o Parlamento aprovou a reposição de freguesias nos concelhos de Cantanhede, Figueira da Foz, Lousã, Mealhada e Oliveira do Hospital.
No nosso concelho, 𝗕𝗿𝗲𝗻𝗵𝗮, Buarcos, 𝗦𝗮𝗻𝘁𝗮𝗻𝗮 𝗲 𝗦𝗮̃𝗼 𝗝𝘂𝗹𝗶𝗮̃𝗼 𝘃𝗼𝗹𝘁𝗮𝗺 𝗮 𝘀𝗲𝗿 𝗳𝗿𝗲𝗴𝘂𝗲𝘀𝗶𝗮s.
O presidente da ANAFRE, Jorge Veloso acredita que agora a qualidade de vida daquelas populações “aumentará e muito”, salientando que “a proximidade é um fator muito importante para que as pessoas se sintam bem, se sintam apoiadas”. Apesar de sair satisfeito da Assembleia da Republica, referiu que o processo de desagregação “não terminou”. A Lei-quadro existe e muitos mais processos vão aparecer para desagregação. 
E pronto: mestres como somos nas artes do engano, aproveitámos uma singularidade nacional: a existência de dois níveis de poder local para em 2013, ludibriar troika — ao mesmo tempoe lixámos o mexilhão nacional, o mais desprotegido dos mexilhões: as pobres freguesias, nomeadamente as de “territórios de baixa densidade”.

1ª. página de 10 de outubro de 2012. Para ver melhor clicar na imagem.

Miguel Almeida estás perdoado
.
Recuemos à edição do Diário as Beiras de 10 de Outubro de 2012.
“Os presidentes das 18 juntas do concelho da Figueira da Foz sempre foram solidários uns com os outros quando estavam em causa situações que afectassem o conjunto ou alguns dos seus elementos. Na sessão da Assembleia Municipal da passada segunda-feira, porém, essa solidariedade foi quebrada, quando os autarcas do PSD e da Figueira 100% mais os independentes José Elísio (Lavos) e Carlos Simão (S. Pedro) se colocaram ao lado dos sociais-democratas e do movimento independente.”
Jot´Alves, (edição impressa)…

Passados 2 dias, em 12 de outubro de 2012, Miguel Almeida, com a colaboração do Movimento 100% e o alheamento do PS,  impôs às freguesias figueirenses, não uma reforma político-administrativa, mas, apenas um conjunto de alterações avulsas, coercivas e apressadamente gizadas, feitas à medida do chamado plano de reajustamento, ou Memorando de Entendimento (ME), celebrado pelo estado português sob a batuta do governo socialista de Sócrates com a Troika (FMI, CE e BCE), e com o acordo do PSD e CDS-PP.
Recordemos.
A Assembleia Municipal votou o novo mapa das freguesias.
Foi aprovada a proposta conjunta apresentada pelo PSD, Figueira 100%,  Presidente da junta de freguesia de S. Pedro (Carlos Simão) e Presidente da junta de Lavos (José Elísio).
A  extinção das Freguesias de S. Julião, Brenha, Borda do Campo e Santana foi aprovada com os votos contra do PS, da CDU e da presidente da junta de freguesia de Santana (PSD).
O presidente da junta de freguesia de Tavarede (PS) absteve-se.
Ficou assim a votação: 22 votos a favor; 19 contra; e 1 abstenção.
Resultado:
BUARCOS  AGREGOU S. JULIÃO;
ALHADAS AGREGOU BRENHA;
PAIÃO AGREGOU BORDA DO CAMPO;
FERREIRA A NOVA AGREGOU SANTANA.

A minha posição é a de sempre.
Não sou  defensor de que tudo, nomeadamente no que concerne às organizações humanas, é eterno.
Daí, encarar como perfeitamente natural reformas dos sistemas político-administrativos. Contudo, essas reformas, a meu ver, têm de assentar em estudos fundamentados e tendo em conta a realidade.
Reformas político-administrativas coerentes e sérias, só se justificam quando ocorrem três condições fundamentais: necessidade comprovada de reforma (através do resultado de trabalhos científicos, do debate e acção política e de comparações/imposições internacionais), existência de tempo e de recursos para promover a reforma mais adequada às circunstâncias e, finalmente, vontade de promover a reforma por uma via democrática no referencial constitucional em vigor.
Em 2012, creio que não será estultícia apontar que não se verificou nenhuma das três condições formuladas (salvo a imposição da Troika, que não foi coisa pouca).
Espero que em Janeiro de 2025 isso tenha acontecido.

Na Figueira, tal como de um modo geral no resto do País, o  comportamento dos políticos e dos partidos, tem contribuído para que os cidadãos se afastem da política. 
O que se passou em outubro de 2012 foi mau. 
Os cidadãos, na Figueira e no País, não se afastaram da política - foram sendo afastados.
Espero que Janeiro de 2025 tenha contribuido para ser dierente.
Termino com uma citação: como diria Sá Carneiro “a política sem alma é uma chatice, sem ética é uma vergonha”...

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

António Gandra D'Almeida pediu demisssão. Ministra da Saúde já aceitou o pedido de demissão

Investigação SIC revela nova polémica com o CEO do SNS.
"Em causa está uma alegada incompatibilidade de funções. 
Uma investigação que esta esta sexta-feira no Jornal da Noite.

Investigação SIC desta sexta-feira revela que o atual diretor executivo do SNS acumulou, durante mais de dois anos, as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas Urgências de Faro e Portimão. A lei diz que é incompatível, mas António Gandra D'Almeida conseguiu que o INEM lhe desse uma autorização com a garantia de que não ia receber vencimento. No entanto, de acordo com os documentos a que a SIC teve acesso, Gandra D'Almeida recebeu mais de 200 mil euros por esses turnos. Os contratos dos hospitais eram celebrados com uma empresa que Gandra D'Almeida criou com a mulher e da qual era gerente. Os contratos são claros, dizem que os serviços médicos seriam prestados pelo cirurgião geral nas unidades hospitalares, e que esse trabalho valia 50 euros à horaUm especialista em direito administrativo ouvido pela Investigação SIC garante que é irrelevante que os contratos e a cobrança fossem feitos pela empresa, porque pertencia a Gandra D'Almeida."

E a responsabilidade dos media?..

"Diretor da PJ desmente aumento de criminalidade violenta e sentimento de insegurança".

Por iniciativa de Santana Lopes, a Câmara da Figueira vai reparar uma injustiça que durava desde Janeiro de 1983

Imagem via Diário as Beiras



Joaquim Namorado
 viveu entre 1914 e 1986. Nasceu em Alter do Chão, Alentejo, em 30 de Junho. 
Joaquim Namorado, em vida teve uma Homenagem. Tal aconteceu nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983. Por iniciativa do jornal barca nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem, que constituiu um acontecimento nacional de relevante envergadura, onde participaram vultos eminentes da cultura e da democracia portuguesa.

O vídeo, contém a gravação do discurso que Joaquim Namorado fez na oportunidade – já lá vão cerca de 42 anos.

Há pessoas que nos estimulam. São as pessoas  que nunca se renderam ao percurso da manada. Joaquim Namorado foi um desses raros Homens e Mulheres que conheci. Considerava-se um figueirense de coração e de acção – chegou a ser membro da Assembleia Municipal, eleito pela APU.
Teve uma modesta residência na vertente sul da Serra da Boa Viagem. Essa casa, aliás, serviu de local para reuniões preparatórias da fundação do jornal barca nova.
Joaquim Namorado, foi um Cidadão que teve uma vida integra, de sacrifício e de luta, sempre dedicada à total defesa dos interesses do Povo.
Nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983, por iniciativa do jornal barca nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem.
Na altura, lembro-me como se fosse hoje, nos bastidores do Casino Peninsular, escutei-o com deslumbramento.
Ao reviver o seu discurso, o que consegui a partir de uma gravação que obtive por um feliz acaso do destino,  fiquei com a certeza de que era necessário trazê-lo até aqui (fica o meu agradecimento ao Pedro Agostinho Cruz), pois o que escutei fala mais de quem foi e continua a ser Joaquim Namorado, no panorama cultural português, do que tudo o que alguém, por mais talentoso que seja, conseguiria alguma vez transmitir sobre uma personalidade tão especial e genuína. Neste documento, para mim com uma carga emocional enorme, está o Joaquim Namorado com quem convivi nas mesas do velho café Nau e na redacção do barca nova, que permanece vivo na minha memória. Ainda por cima, ouve-se também, ainda que de forma breve, a voz do Zé Martins.


A integração na toponímia figueirense do nome do Poeta 

Chegou a ser aprovada a atribuição do seu nome a uma praceta, mas hoje o nome que lá está é outro - o de Madalena Perdigão.
Muitos anos depois, no passado 30 de junho de 2014, na Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, na inauguração de uma mostra bibliográfica comemorativa do centenário de nascimento de poeta, escritor e professor Joaquim Namorado, o vereador da Cultura de então, dr. António Tavares, verificando a injustiça (mais uma...) que estava a ser cometida, prometeu vir a dar finalmente o nome de Joaquim Namorado à toponímia figueirense - o que até hoje não se concretizou.
A Biblioteca Municipal da Figueira da Foz, acabou por perder o espólio de Joaquim Namorado - os familiares do poeta fartaram-se de ver o nome e o legado deste continuamente enxovalhados pela câmara municipal de uma cidade que ele escolheu para viver e morrer e a quem deu tudo.

Aquilo que se passou - o passado realmente acontecido - é o que resta na nossa memória. Joaquim Namorado continua presente na minha memóriaE é uma memória de que tenho orgulho. Com Joaquim Namorado e com o Zé Martins, aprendi mais do que na escola: ensinamentos esses que deram sentido à minha vida, onde cabem a honra, a honestidade, a coragem, a justiça, o amor, a ternura, a fidelidade, o humor
“É assim que as coisas se têm de continuar a fazer...” A luta por uma outra maré continua!..
Até sempre e parabéns, meu caro Doutor Joaquim Namorado
Durante vários anos, discretamente, como é meu timbre, fui sensibilizando alguns executivos para que a injustiça, que já dura há quase 42 anos, fosse reparada.
Ninguém fez nada. 
Obrigado Dr. Santana Lopes.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Ventura sentado a comer pipocas



Via
Público

"A agenda da extrema-direita ganhou ao impor ao país a discussão da segurança e da imigração. Quem determina o que se discute, e como se discute, acaba sempre por ganhar."

A sorte de não conhecer

Via Público


«... e a ignorância é chata, sim, mas só é chata para os outros. Aos outros é que convém que a gente saiba tudo, porque lhes dá jeito que saibamos. Não conhecer, não ter lido, é ter tudo pela frente. Ainda não se fizeram erros. Ainda não se perdeu tempo. Ainda não se fez as coisas só por fazer. A tristeza não é não conhecer: é morrer sem ter conhecido. Mas, mesmo assim, não é tão triste como parece, porque se conheceram outras coisas.»

Nada de novo: há cada vez menos lampreia no rio Mondego

2023 foi o pior na captura de lampreia da última década, com o registo nacional de apenas 13 toneladas apanhadas em Portugal continental, que compara com as 79 toneladas pescadas em 2014. A tendência tem sido decrescente ano após ano. 

No rio Mondego, 2024 foi o ano com menor número de efetivo de lampreias adultas desde que há registos. Face à escassez, a Câmara de Penacova decidiu cancelar o Festival da Lampreia, evento que normalmente decorre em fevereiro. 
O presidente do município, organizou um colóquio para debater o declínio da espécie em Portugal. O director do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, Pedro Raposo Almeida, alertou que foram contabilizados só 1969 espécimes no açude-ponte de Coimbra, muito abaixo dos 10 mil necessários para a sustentabilidade daquela espécie, o que pode, no futuro, colocar em causa a preservação da espécie. 
O biólogo e director do Aquamuseu do rio Minho, Carlos Antunes, adverte que o salmão está em risco de extinção, a enguia ameaçada e a lampreia poderá estar a seguir-lhes os passos. 
As conversas sobre as espécie migradoras, focam um problema que tem vindo a piorar.  Nos últimos anos, a comunidade piscatória da Cova e Gala refere os valores baixos em termos de pesca de lampreia.
Os pescadores conhecem e sabem, pela prática, que os anos chuvosos costumavam ser bons e isso não se tem verificado nos anos mais recentes com boa taxa de pluviosidade. 
Quanto às possíveis causas da quebra da lampreia, existem várias “patologias” que estarão a contribuir para a diminuição da população de lampreia: “perda de habitats, barragens, espécies exóticas, mudanças climáticas e poluição, quer a visível quer a invisível, porque ainda há muito que conhecer a nível dos contaminantes emergentes”.
O desânimo demonstrado nas páginas da edição de hoje do Diário as Beiras pelos pescadores  que se dedicam à captura da lampreia, tem sido o normal nos últimos anos. Todos sabem que há cada vez menos lampreia a entrar na barra da Figueira e a subir o Mondego. 
Há especialistas que defendem a proibição da pesca da lampreia devido à escassez. “Deveríamos fechar a pesca. A qualquer animal deve ser dada a oportunidade para se reproduzir.” "A situação piorou. Tem sido uma sucessão de anos maus. 2017, 2019, 2022, 2023 e 2024 foram anos maus, motivados pela seca e por outras situações que ainda não se conseguem explicar, visto que há um desconhecimento do que acontece com a espécie no mar, em que pode haver mais mortalidade", disse Pedro Raposo, director do Mare e especialista em peixes anádromos (espécies que, como a lampreia, se reproduzem em água doce, mas que se desenvolvem até à forma adulta no mar).
Entretanto, vai-se empurrando com a barriga: «impera a lei do mercado: pouca oferta e muita procura é igual a preço elevado. “Na lota, cada lampreia, com cerca de dois quilos, está a ser vendida por 80 euros”

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Batel "Sal do Mondego"...

Entre os finais dos anos 80 do século passado e o ano 1 do nosso século, o barco do sal esteve ausente das águas do nosso rio.
Há cerca de 24 anos, porém, mais precisamente a 5 de Agosto de 2001, um batel de sal voltou a navegar no Mondego.
Que é feito do "Batel do Sal"? Vai deixar-se apodrecer, ingloriamente, na lama de um qualquer esteiro do nosso rio, o último exemplar do “barco do sal”?
Será que teremos de recorrer às fotografias antigas para poder ter a emoção de ver um batel?
Todos os rios do nosso País têm barcos tradicionais a navegar.
O Mondego e a Figueira da Foz virão a ser a excepção?
Se assim continuar, vai-se extinguir o derradeiro marco de uma época e de uma cultura, a memória de tempos difíceis, mas, ao mesmo tempo, formidáveis, do trabalho e das canseiras de vidas vividas penosamente para se ganhar o pão quotidiano.
É uma realidade que, nos dias de hoje, os batéis deixaram de ter utilidade prática, mas, quem com eles conviveu, vai sentir o vazio.
Está mais que na hora de ver a vela latina do "Sal do Mondego" desfraldada ao vento..
Navegar é preciso.