terça-feira, 8 de junho de 2021

A reunião de câmara de ontem de manhã...

 ... via Diário as Beiras

A APA diz que se "impõe" tomar esta decisão "por se considerar ilegal a intervenção e para acautelar a segurança de pessoas e bens"...

«A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) suspendeu a obra e ordenou a demolição do equipamento de apoio que estava a ser construído na praia do Ourigo, no Porto, foi anunciado ontem segunda-feira.
A decisão vem confirmar as declarações do ministro do Ambiente e Ação Climática proferias em 28 de maio.»

Via Expresso

Ao menos, "às vezes, um pingo de dignidade"...

Pedro Cruz, jornalista. 
Via Diário de Notícias

«Um país pequeno, como o nosso, não tem necessariamente de ser pobre, submisso, estar acocorado, ajoelhado ou dobrado perante as grandes potências.
Um país pequeno não tem de ser a criadagem da Europa rica, ser subserviente diante dos mais poderosos nem bajulador dos mais fortes. 
A dignidade de um povo, quando a tem, não se mede pelo número de habitantes, pela quantidade de quilómetros quadrados ou pelo PIB per capita.

Ser pequeno não quer dizer ser pobre, subserviente, acocorado, ajoelhado. Às vezes, um pingo de dignidade de um Estado e de um povo não fazia mal nenhum. Mas, à nossa moda, sempre gostámos de uma família inglesa

«Demasiada politização dos cargos públicos», que o mesmo é dizer olhar pelo tacho dos "boys" and "girls"...

Via Diário de Notícias.

«Fernando Araújo. É médico, mas também gestor. Dirige o Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, e tem sido distinguido pelos serviços que a sua unidade tem prestado. O sucesso pode estar na aposta nas lideranças, no planeamento e na motivação passada à equipa. Falhas tantas vezes detetadas no SNS, onde diz que há demasiada politização dos cargos públicos, o que não ajuda à profissionalização do sistema de saúde. Vou dar um exemplo: uma unidade que tem 400 milhões de orçamento, como é o caso dos hospitais de São João, Santa Maria, CHUC, etc., não é possível gerir com uma gestão amadora. Portanto, a exigência e a complexidade na gestão da saúde implicam que tenhamos os melhores à frente das instituições.»

Assistir a reuniões de Câmara na Figueira é como assistir a um espectáculo de comédia...

Estamos a viver tempos confusos e perigosos na Figueira.
Os actos até se podem perdoar. O carácter não se desculpa.

A Figueira ensandeceu?

A avaliar pelo que vi ontem em directo na reunião camarária, ao que parece a Figueira está concentrada numa questão: SER OU NÃO SER FIGUEIRENSE. 
Eu acho que a política ensandeceu na Figueira. 
Contudo, é provável que essa seja a questão essencial.
Há coisas tão patéticas, tão patéticas, que nem vale a pena comentar.

O vazio da era digital

Todos se podem ver no facebook. Todos se podem seguir no twitter e no instagam. Todos podem ler os blogues. Todos podem falar no watsapp. Todos podem conversar no messenger.
Contudo, falta o corpo. Não há sentimentos sem corpo.

É este o modelo de desenvolvimento que querem para o concelho da Figueira da Foz?

Fica a sugestão.
"mercearia" figueirense pode continuar a crescer...
Na Figueira, se há sector económico onde se verifica uma concorrência feroz, é na mercearia... 
Todavia, depois da ocupação terra, ainda temos o rio e o mar: "já há supermercados flutuantes"...

Há quem ande por aí a propagandear sobre as maravilhas do concelho.
Eles lá sabem porquê. Contudo, a verdade é que o modelo de crescimento dos últimos anos tem assentado na criação de empregos com muito baixos níveis salariais e, em muitos casos, sem qualquer progressão ao longo da carreira.
Para não focar a precariedade do emprego criado e o que foi extinto.
Como andamos a escrever há mais de meia dúzia de anos, algumas das maiores fortunas de Portugal, foram conseguidas através do negócio de mercearia, que gera alguns milhares de empregos, mas não cria riqueza.
Embora possam ter outros negócios, a maior parte da fortuna veio do negócio de mercearia, que esmaga margens dos industriais, dos agricultores, dos pescadores, etc., que para eles trabalham. 
Nos últimos anos, várias cadeias de distribuição, nacionais e internacionais, abriram superfícies comerciais na Figueira da Foz.A criação dos postos de trabalho é uma questão sensível para a autarquia, mas há quem duvide que o saldo seja positivo, colocando na equação os empregos que se perdem no comércio tradicional.
“Não acredito que o saldo seja negativo. Estas superfícies estão a concorrer entre si e não com o comércio tradicional” -  vereadora Ana Carvalho
Jovens e figueirenses em geral: O pessimismo atávico, não nos leva a lado nenhum. Ter visão de futuro e sermos pragmáticos é bem diferente...
Portanto, se gostam só têm que continuar... Em equipa que ganha não se mexe.
Recordo, via Diário as Beiras,  Rui Curado da Silva em 9 de Fevereiro de 2017.
"Não aprendemos com os erros cometidos no final dos anos 90, quando se começou a arrasar o comércio tradicional na Figueira. Será que é preciso repetir o que foi dito e redito, que este tipo de soluções comerciais não gera mais emprego do que aquele que destrói? Não percebemos que o lucro que ali se obtém voa para outras paragens e não é reinvestido na Figueira? Ignoramos que os impostos pagos por parte daquelas empresas vão parar à Holanda, através de esquemas fi ctícios de compra e venda? Ninguém está contra a existência de grandes superfícies, desde que haja um equilíbrio entre o benefício do serviço que prestam e o comércio local. Todavia, esse equilíbrio há muito que foi quebrado na Figueira, com claro prejuízo para o comércio local. Ainda mais inaceitável é continuada fuga aos impostos de algumas destas empresas, funcionando como autênticos sorvedouros da riqueza local para a Holanda, um país bem mais rico que Portugal. Este problema poderia ser atacado pela Associação Nacional de Municípios, se fosse um órgão descomprometido. Não seria muito difícil pressionar ou impor um mecanismo a estas empresas para estancar a fuga de riqueza local para a Holanda."

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Há muitas "Odemiras" em Portugal.

«Arrendar uma casa ou um quarto é uma frase que não entra nas conversas dos imigrantes acabados de chegar às grandes cidades. Em Lisboa, pagam 100 a 250 euros por uma cama ou uma vaga, dormem em beliches que ocupam todos os cantos de uma assoalhada. Vivem em prédios velhos e degradados, o que demonstra que há muitas "Odemiras" em Portugal. O elevado custo da habitação afeta tanto os portugueses como os estrangeiros, mas são maiores as dificuldades para quem vem de longe.»

As eleições autárquicas de 2021 e as reuniões de câmara...


Para quem se deu ao trabalho de assistir esta manhã à reunião camarária teve oportunidade de constatar que o nervosismo próprio do calor de Setembro próximo já animou a festa. 
Houve participantes, nomeadamente um vereador, completamente em bicos de pés, vestido no seu fato natural, a ocupar o máximo espaço de antena possível. 
Na face, apesar da máscara, uma espécie de fé transformada em entusiasmo esfusiante, falador e em excesso incontrolável.
Há pessoas que precisam de falar, falar, falar, falar, falar, falar, falar, falar, falar, falar, falar, falar,  falar, falar, falar. E falar. Sobretudo, para mostrar os recalcamentos, as frustações e as desilusões políticas.
Venha daí a tal megasondagem. Mas, a sério...

Os silêncios e a gestão das carreiras políticas

Se houvesse uma hecatombe digital, a  foto de Clara Gil mostra a alternativa para ver, ouvir, sentir - numa palavra, viver.

Há diversos tipos de silêncios. Todos diferentes uns dos outros. 
Na vida política, a gestão dos silêncios não quer dizer, a maioria das vezes, desistência. 
Neste momento, na Figueira, a cerca de  um mês e picos da definição das listas dos actores que vão protagonizar activamente as candidaturas autárquicas (especialmente os lugares verdadeiramente aliciantes: os candidatos a vereadores...) podemos olhar para os que optam pelo silêncio de duas formas: os que se calaram por conveniência; e os que calaram por desinteresse.
Na Figueira, ter razão antes do tempo é tramado. 
Ninguém, a começar pelos políticos no poder, quer saber da razão.
A razão é insuportável para os que dispõem sempre da razão no tempo certo - o deles e da gestão das suas carreiras políticas.

domingo, 6 de junho de 2021

Autárquicas 2021: da série, o que está para vir...

Para amanhã, segunda-feira, dia 7 de Junho de 2021, pelas 19 horas, está agendada uma reunião na Câmara com alguns comerciantes descontentes com as obras em curso na zona do Jardim Municipal.
Em 2019, 1.000 (MIL) cidadãos não tiveram direito a resposta à petição que apresentaram na Câmara Municipal da Figueira da Foz em 23 de Dezembro. 
Qual a diferença? 
Serão as eleições autárquicas que se realizam daqui a cerca de 4 meses? 
O maior problema na vida de qualquer um de nós, é que é sempre tarde de mais para conseguirmos corrigir o passado.
Na vida política autárquica não deve ser diferente...

Ontem, foi Dia Mundial do Ambiente: nos outros dias é o que sabemos...

Vídeo de Antonio Agostinho
Comemorou-se ontem, dia 5 de junho, o Dia Mundial do Ambiente.
Em Portugal, a política pública tem sido marcada pela inoperância na fiscalização e regulação das actividades económicas suscetíveis de degradarem ou destruírem os ecossistemas por parte dos serviços do Estado. Exemplos desta voragem são uma agricultura industrial que não é compatível com a manutenção da biodiversidade, o recrudescimento de projetos imobiliário-turísticos junto à faixa costeira ou a instalação de vastas áreas de equipamento de produção de energia renovável, sendo que nos dois primeiros exemplos, nem a Rede Natura 2000 parece estar a salvo.
Perante este cenário preocupante em que Portugal não parte em boa posição para assumir a sua quota parte no contributo para a recuperação de ecossistemas a nível mundial, a ZERO propõe que se implemente/institua à escala nacional um mecanismo de compensação que resulte na obrigatoriedade de dar previamente início ao processo de recuperação de uma área degradada sempre que seja licenciada ou ampliada uma atividade económica suscetível de alterar o uso do solo no sentido da sua artificialização.
Na prática, advoga-se a criação de uma regra de gestão territorial que torne obrigatória a recuperação de uma área degradada sem uso económico com pelo menos o dobro da área que irá ser artificializada, estabelecendo-se uma área igual a recuperar sempre que o restauro ocorra em área classificada. De salientar que esta penalização adicional de impactes ambientais já é aplicável desde 2010 à indústria extrativa situada no interior do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, com resultados muito positivos.
Ofertas* a membros do Governo ajudam memorizar desafios ambientais para as próximas décadas
Com vista a promover uma sensibilização dos atuais decisores políticos em áreas chave da governação com impacto mais significativo nas matérias ambientais, a ZERO assinala o Dia Mundial do Ambiente enviando diferentes produtos todos produzidos em modo de produção biológico, com exceção de um que por ser capturado em meio selvagem não pode ser alvo de certificação, e todos produzidos em Portugal (com excepção de um que será assinalado no texto abaixo), os quais possuem mensagens implícitas e desafios que gostaríamos de salientar neste comunicado de imprensa. As ofertas já começaram a ser enviadas.
Tiago Brandão Rodrigues | Ministro da Educação
Chá verde – O chá verde contém vitaminas B, C e K, ácido fólico, potássio e magnésio. O chá verde ajuda a manter um estado de alerta mental e tem propriedades relaxantes.
Desafio: ZERO alerta que investimentos na área da educação ambiental para a sustentabilidade são fundamentais para garantir que as novas gerações ficam mais conscientes da importância de se adotarem atitudes e comportamentos compatíveis com estilos de vida que se situam dentro dos limites do planeta.
Ana Abrunhosa | Ministra da Coesão Territorial
Mel – O mel é produzido a partir do néctar recolhido das flores pelas abelhas. São atribuídas ao mel, alimento altamente calórico, propriedades antissépticas e antibióticas, para além de ser recomendado em casos de fadiga e stress.
Desafio: A apicultura é uma atividade tradicional que se desenvolve principalmente nos territórios do interior do país, os quais apesar das constantes proclamações e promessas continuam sem ter atenção devida dos poderes públicos. A implementação de verdadeiras estratégias de desenvolvimento local de base comunitária, considerando as especificidades dos territórios e a participação das populações na sua definição, é a única forma de travar o despovoamento e o empobrecimento das comunidades do interior do país.
Maria do Céu Antunes | Ministra da Agricultura
Azeite – O azeite é extraído da azeitona e faz parte dos hábitos alimentares dos povos mediterrânicos desde tempos recuados. É composto na sua maioria por ácidos gordos monoinsaturados, possuindo ainda outros componentes importantes como a vitamina E e A, bem como propriedades antioxidantes.
Desafio: A produção de azeite em Portugal tem sido fortemente apoiada por fundos públicos, levando a que o país já exporte uma parte significativa da sua produção. Mas a aposta nesta cultura permanente (tal como em outras que se encontram em expansão) privilegiou uma agricultura industrial que está a causar graves impactes ambientais e sociais. A solução passa por não voltar a subsidiar a industrialização agrícola e a artificialização dos territórios, canalizado os apoios comunitários para a promoção para modos de produção agroecológicos.
Marta Temido | Ministra da Saúde
Lentilhas – A lentilha é um alimento da família das leguminosas, tal como o feijão, o grão-de-bico, a ervilha, o tremoço ou a fava.  À semelhança das outras leguminosas, as lentilhas são uma excelente fonte de proteína vegetal – cerca de 30% das calorias das lentilhas secas cozidas correspondem a proteína –, sendo assim uma boa opção para assegurar um bom aporte de proteínas para os que pretendem eliminar o consumo de carne ou simplesmente aumentar o número de refeições vegetarianas.
Desafio: A alimentação dos portugueses continua a depender demasiado do consumo de proteína animal, sendo que o mesmo representa mais de metade da pegada ecológica relacionada com a alimentação (calcula-se que, em média, 30% da nossa pegada ecológica deriva da alimentação). A promoção do consumo de leguminosas, articulando esta política com o Ministério da Agricultura, por forma a incentivar financeiramente os agricultores ao seu cultivo no âmbito do novo Plano Estratégico para a Política Agrícola Comum – Portugal incompreensivelmente só produz 15% das atuais necessidades de consumo (daí termos escolhido propositadamente um produto importado!) – é uma forma simples proporcionar uma alimentação mais saudável e mais amiga da neutralidade climática.
Ricardo Serrão Santos | Ministro do Mar
Cavala em conserva em azeite biológico – A cavala é um peixe que habita na coluna de água em zonas costeiras até 400 m de profundidade, que não se encontra ameaçada de extinção (estatuto de Pouco Preocupante). É rico em ómega 3 e vitamina B12 e, como outros pequenos peixes pelágicos, o seu consumo ajuda a prevenir doenças neurodegenerativas.
Desafio: As autoridades de saúde recomendam um consumo de peixe entre uma a duas porções de 150 g por semana, o que resultaria num consumo anual per capita de 11,7 kg de peixe. Mas em Portugal a média anual pode chegar a cerca de 60 kg, o que faz do nosso país um dos maiores consumidores de pescado do mundo. No entanto, e apesar de chegarem perto de 200 espécies de pescado aos portos nacionais, o consumo centra-se em cerca de 10 espécies gerando um impacto na sustentabilidade dos oceanos. Abrir caminho para que o consumo de pescado seja reduzido e se centre em espécies com stocks menos pressionados e criar as condições para a criação de áreas marinhas protegidas são tarefas decisivas para as próximas décadas.
João Pedro Matos Fernandes | Ministro do Ambiente e Ação Climática
Chá de erva-cidreira – É uma planta autóctone de uso medicinal muito cultivada e utilizada desde tempos remotos que é usada para tratar problemas digestivos, controlar sintomas de ansiedade, uma vez que proporciona uma sensação de tranquilidade e bem-estar.
Desafios: Com todos os indicadores relativos à prevenção e reciclagem de resíduos em colapso, com destaque para o resíduos urbanos e os resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, com metas de enorme exigência em matéria climática, e com um território pressionado e ameaçado pela artificialização que degrada os ecossistemas que é facilitada por uma legislação de avaliação de impacte ambiental obsoleta e permissiva, exige-se à tutela desta área serenidade e ponderação perante estes e outros desafios, bem como a tolerância necessária para acolher e aceitar contributos e pontos de vista diferentes da sociedade civil organizada. 
* As ofertas da ZERO aos membros do Governo de Portugal estão em harmonia com o disposto no artigo 8.º da Resolução do Conselho de Ministros n.º 184/2019, de 3 de dezembro, a qual aprova o Código de Conduta do XXII Governo Constitucional.

A política de ordenamento da orla costeira: da Fonte da Telha ao Cabedelo

"Ambientalistas contra asfalto em estrada de duna primária na Fonte da Telha.
A associação ambientalista Zero está contra a asfaltagem de uma estrada em duna primária na Fonte da Telha, em Almada, obra que o Governo, através da Agência Portuguesa do Ambiente, aprovou e que terá feito avançar na semana passada. O projeto, que visa tornar mais fácil o acesso à praia, inclui o alcatroamento de um acesso em terra batida, localizado em duna primária, na envolvente da Área de Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica."

“Atropelo do ordenamento do território”
Recorde-se: «o geógrafo e especialista em ordenamento do território Sérgio Barroso foi o coordenador da elaboração do Plano de Ordenamento Costeiro Alcobaça - Cabo Espichel, onde se insere a Fonte da Telha, e decidiu enviar, em meados de Junhor de 2020, um parecer à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e uma carta ao ministro do Ambiente, perante “tamanha aberração e atropelo do ordenamento do território”. Segundo o Expresso, o perito considera a obra da Câmara de Almada um “crime ambiental”, alerta que o executivo municipal, presidido por Inês Medeiros, pretende prosseguir o asfaltamento na estrada de acesso às praias da Caparica e salienta o risco de se “acelerar a erosão costeira e a vulnerabilidade às alterações climáticas”
A Câmara de Almada pavimentou os acessos, criou rotundas na Fonte da Telha e quer fazer o mesmo no conjunto de praias da Caparica, entre a Praia do Rei e a da Bela Vista. “A intervenção realizada na Fonte da Telha constitui um retrocesso inequívoco face à política de ordenamento da orla costeira seguida em Portugal nos últimos 30 anos”, afirma Sérgio Barroso. O geógrafo denuncia que a obra não teve parecer da APA, nem da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR LVT), lembra que a área é contígua à Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica e está classificada como Reserva Ecológica Nacional (REN), pelo que o asfaltamento com material betuminoso viola o POC e o Plano Diretor Municipal (PDM). Inês de Medeiros diz que “não há violação da lei, nem do PDM” e defende o asfaltamento para “ordenar os acessos e o estacionamento na praia da Fonte da Telha e acabar com o estacionamento desordenado em cima das dunas”

"Ambiente chumba obra de pavimentação com betume da estrada na duna da Fonte da Telha".

Betonar a praia
No passado dia 1 de Junho de 2021, a propósito do que se está a passar a sul do Mondego o SOS Cabedelo postou o seguinte:
"Oportunamente denunciámos a legalização, por via da alteração ao Plano de Praia do Cabedelo, de mais edificação na frente sobre o mar. Pareceu-nos na altura, e continua a parecer agora, que não faz sentido a substituição de edificações existentes localizadas em espaço urbano, por novas em espaço natural, onde a capacidade resiliente deveria ser salvaguardada.
Na "Praça do Cabedelo" o que está em causa não é se o lugar deve ou não ser requalificado, mas como deve ser requalificado - designadamente com que materiais. Neste lugar, junto ao mar, o betão que estão a usar no piso da praça e o betuminoso no estacionamento contíguo, não são compatíveis com a natureza do lugar. A impermeabilização que está a ser feita atenta de forma grave, contra os mais básicos princípios de intervenção naquela zona terrestre de proteção costeira. Quando o mar voltar a galgar o molhe, de pouco servirão os milhares de euros gastos nas caleiras que não o vão conseguir escoar. Quando a força das águas atravessar a praça levando tudo à sua frente, não culpem o mar."
 Foto António Agostinho. Simplesmente aberrante: na chamada "Praça do Cabedelo", as pessoas levam com o reflexo do solo impermeabilizado directamente nos olhos...

Por cá tudo bem...

 Via Diário de Coimbra

Isto vai aquecer...

Em cinco séculos de história da tipografia, do livro e da imprensa em Portugal, poucos e raros foram os períodos em que a(s) censura(s) se não fizeram sentir de forma muito presente. A imposição da censura e o exercício das práticas censórias, independentemente da sua origem e do modo mais ou menos determinado como foi executada, foi, sem qualquer sombra de dúvida, um factor fortemente constrangedor da cultura e do conhecimento em Portugal ao longo de toda a sua história - muito em particular a partir do século xiv, desde D. Afonso IV -, tendo tido, naturalmente, efeitos óbvios no âmbito da experiência de cidadania, na emancipação de um povo e na formação de uma opinião pública. 
E, no entanto, poder-se-ia dizer que essas velhas fórmulas de coacção da expressão e do pensamento não são, infelizmente, apenas passado. No pós 25 de Abril, mesmo após a plena radicação do regime democrático, tem-se falado de novas formas de censura, naturalmente não institucionalizada, que podem adquirir diversas características, das mais evidentes às mais subliminares e sibilinas. Alguns blogues também são alvo dessas tentativas de silenciamento.
Até ao início de Outubro isto vai aquecer. Temos no horizonte o verão e as eleições autárquicas. 
Ainda é demasiado cedo para perder a compostura. Todavia, os sinais do nervosismo começam a ser evidentes. Isso é bom, muito bom...
As coisas são o que são. O que conta é o futuro. O nosso futuro colectivo e não o futuro de meia dúzia de ilustres pseudos donos disto tudo.
Esses, que se consideram de uma casta superior, olham apenas para a sua barriga de pequenos reis. A democracia pouco lhes importa. Assim como, em anos eleitorais, as contas públicas.

sábado, 5 de junho de 2021

FASCISMO E LISTAS NEGRAS

Via Samuel Quedas

"Fascismo não é só isto. Está longe de ser apenas isto… mas também é isto.
Atenção ao avanço destes matarruanos e criminosos!
Claro que posições destas, ou seja, a inscrição de nomes de artistas em “listas negras”, não são um exclusivo de uma coloração política específica, mas sim uma tentação politicamente transversal. Felizmente, é uma tentação ainda minoritária no conjunto das entidade culturais autárquicas contratantes… e outras.
Apenas como pormenor… a criatura que redigiu o anúncio de “lista negra” contra os artistas, foi eleita nas listas do PS, do qual já se desvinculou, para concorrer pelos fascistas do “chega”… o que torna esta história pelo menos um pouco mais entendível.

A vida é um somatório

Na vida umas vezes vencemos. Noutras perdemos.
A culpa, porém, é quase sempre nossa.

Por mim falo. 
Em quase todas as derrotas, sinto que não me empenhei o suficiente. 
Houve até derrotas que procurei, talvez deliberadamente, tal a falta de empenho e displicência.

Contudo, quando damos tudo e falhamos, quando damos o nosso melhor e o nosso melhor não chega, é impossível continuar tudo como dantes e não extrair conclusões, não tomar decisões, não ter algumas dúvidas que são certezas. 
E a atitude determinada foi sempre a mesma: quando o meu melhor não chega, nada mais valeu a pena.

As ruínas não passam de ruínas. 
Todavia, podemos olhar para as ruínas de duas maneiras.
Nas ruínas podemos ver com um olhar desmoralizado o que aquilo foi antes da degradação que levou à decadência. 
Ou então podemos imaginar ver a passagem para o que pode vir a ser..
Se nos limitarmos a viver a idade que temos e esquecermos todas as idades que tivemos, arriscamo-nos a perder o melhor da vida que estamos a viver.