sexta-feira, 15 de março de 2019

A Figueira ficou mais pobre: morreu o Capitão Guerra, um dos figueirenses que tentou salvar da sucata o último de todos os navios bacalhoeiros da Figueira da Foz (o "José Cação", antigo "Sotto Mayor")

Imagem Diário as Beiras

Na altura, comprar o Palácio de Maiorca, o Convento de Seiça e fazer o Caríbe foram  as prioridades...


"O dr. António Cação ofereceu o navio à Câmara Municipal e não foi aceite tão preciosa oferta. Que belo seria podermos ver hoje o navio José Cação instalado numa abertura feita na Morraceira, junto à Ponte dos Arcos. Ílhavo tem um belo museu, o navio Santo André e tem o casco do Santa Maria Manuela, o qual pensam aparelhar para pôr a navegar. E o que tem a Figueira que honre os seus filhos?" - palavras de Manuel Luís Pata.

Estávamos em 1998 na Figueira da Foz.
Santana Lopes tinha tomado posse de presidente da Câmara Municipal há poucos meses.
Com o apoio do Centro de Estudos do Mar - CEMAR, uma comissão de cidadãos (constituída por Manuel Luís Pata - que, então, estava a publicar os seus livros sobre a Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau, e já era associado do CEMAR - e pelos últimos Capitães figueirenses desse navio: o Capitão Marques Guerra e o Capitão Abreu da Silva) desenvolveu esforços para tentar salvar da destruição e da sucata o último de todos os navios bacalhoeiros da Figueira da Foz (o "José Cação", antigo "Sotto Mayor").
Com o declínio das pescas portuguesas, fruto em grande parte da adesão à União Europeia, após o falhanço da tentativa levada a cabo nos anos de 1998 e 1999 de transformar este navio em museu - a Câmara da Figueira presidida então por Santana Lopes não apoiou a iniciativa da sociedade civil - o “José Cação” acabou na sucata por volta de 2002-2003.
Recordo, um pequeno excerto de uma  interessante crónica de Manuel Luís Pata, publicada no jornal O Figueirense, em 2.11.207.
"A pesca do bacalhau foi a indústria que mais contribuiu para o desenvolvimento da Figueira da Foz. Nas campanhas de 1913/14 foi este o porto que mais navios enviou à Terra Nova (15 navios), ou seja, quase metade de toda a frota nacional. Hoje o que resta? Nada de nada!”
Foi assim que as coisas se passaram, mas tudo poderia ter sido diferente. Recordo as palavras do vereador então responsável, Miguel Almeida de seu nome: “esta proposta (a oferta do navio que o dr. António Cação fez em devido tempo à Câmara Municipal da Figueira da Foz, presidida na altura por Santana Lopes) foi o pior que nos podia ter acontecido”.
Como disse na altura Manuel Luís Pata, “nem toda a gente entende que na construção do futuro é necessário guardar a memória”
E, assim,  o “José Cação” foi para a sucata. Como sublinhou Álvaro Abreu da Silva, o seu último Capitão, "foi e levou com ele, nos ferros retorcidos em que se tornou, a memória das águas que sulcou e dos homens que na sua amurada se debruçaram para vislumbrar os oceanos”.

A utilidade de um blogue...

Passado...
Sou do tempo em que se guardava no papel.
Desapareceu tudo.
Tanta coisa que me apaixonou que ficou perdida...
Nos últimos 13 anos, este blogue é um cemitério que recorda as paixões, inquietações e irritações,  que me foram acontecendo... 

 

quinta-feira, 14 de março de 2019

Isto vale o que vale, mais com certos personagens vale mais...

[Imagem "Leap into the Void" by Yves Klein]
«"Em Março de 2018, ex primeiro ministro entrou no ISCSP a ganhar cerca de €1.200. Em Novembro, o contrato sofreu uma adenda e passou para cerca de €2.000". Saiu logo a brigada da direita radical de plantão às redes em defesa do homem que antes de abandonar o cargo lamentou publicamente não ter conseguido baixar os custos do trabalho. "Entrou a tempo parcial a ganhar 1200. Passou a tempo completo a ganhar 2000.
*Mais um escândalo"
Escândalo era se tivesse sido, por exemplo, com os estivadores, toda a vida a tempo parcial a trabalharem a tempo completo, os madraços. Dias inteiros no cais encostados aos contentores e à sombra dos guindastes a queimar cigarros e a falar de futebol.



Justiça é passar de tempo parcial  a "tempo completo" alguém que durante quase cinco anos nos andou a dizer que não tinha um modelo de baixos salários para o país enquanto indirectamente baixava os salários por via de sobretaxas, eliminação de subsídios de férias e Natal, aumento da carga horária, diminuição dos dias de férias e eliminação de feriados.



Justiça é passar de tempo parcial  a "tempo completo" alguém que durante quase cinco anos nos andou a dizer que não tinha um modelo de precariedade para o país enquanto assinava contratos de formação profissional com a McDonald's, aumentava o tempo de duração da contratação a prazo, aliviava as fiscalizações da inspecção do trabalho, punha os organismos do Estado a subcontratar por intermédio de empresas de trabalho temporário.



Justiça é uma universidade pública contratar alguém que durante quase cinco anos nos andou a badalar a excelência do ensino privado e o mérito, o mérito de ser contratado por um presidente militante do partido, uma coincidência de certeza, longe de mim levantar suspeitas ou calúnias, esclareço já.



Justiça é o ensino público, do Estado, pago com o dinheiro dos contribuintes, contratar para docente pela experiência adquirida alguém que durante quase cinco anos andou a denegrir o Novas Oportunidades que certificava competências pela experiência adquirida.



Justiça é o ensino público, do Estado, pago com o dinheiro dos contribuintes, contratar para docente alguém que durante quase cinco anos andou a resmorder quem vivia na sombra do Estado, não saía da zona de conforto, os professores que podiam muito bem deixar de ser piegas, fazerem-se à vida, não faltava trabalho nos PALOP's.



Isto vale o que vale mas com determinados personagens vale mais, muito mais.»

Lídio Lopes, presidente da concelhia do PSD, 1 Outubro de 2010, no DIÁRIO AS BEIRAS...

Entrevista a Lídio Lopes: “Duarte Silva não reunia condições para se recandidatar”

  
Foto Pedro Agostinho Cruz

Por que é que o PSD perdeu as eleições autárquicas para o PS?  

Houve um conjunto de circunstâncias que condicionou o mandato. Desde logo, o tempo que o eng. Duarte Silva demorou a decidir se seria ou não candidato, mas também a sua determinada vontade em ser ele a constituir a equipa que iria levar a votos. 

Nos dois mandatos de Duarte Silva não foram cometidos erros que possam ter contribuído para os resultados?

Cada caso é um caso… Por exemplo, em relação ao Parque Desportivo de Buarcos, se fosse eu a decidir, não o fazia.

Mas não se opôs… 

Não me opus… Dou as minhas opiniões em privado.

Quem decidiu que Duarte Silva era o candidato?

A dra. Manuela Ferreira Leite.
Concordou com a escolha?

Não tive espaço de decisão para concordar ou não. Havia uma estratégia do partido que dizia que todos os autarcas em funções seriam candidatos se reunissem as necessárias condições.

E Duarte Silva reunia condições para se recandidatar ao terceiro mandato?

É evidente que não, porque perdeu as eleições.

Foi o resultado previsível?

Havia um enorme descontentamento em relação à gestão das opções pessoais do eng. Duarte Silva. E esse descontentamento acabou por verificar-se através da própria criação do Movimento Figueira 100%. De lembrar que o eng. Daniel Santos era o coordenador do Conselho de Opinião do PSD.

Sentiu-se frustrado por não ter sido o candidato, como pretendia?

Nunca disse publicamente que queria ser candidato.

Ficou magoado (com Duarte Silva) por não ter sido convidado a integrar a lista à câmara?

Fiquei a pensar que, de facto, em política, algumas das decisões que se tomam, a frieza e o afastamento do reconhecimento obriga a algumas decisões. Na altura, fiquei a pensar no percurso que me permiti conduzir, condicionando a minha vida pessoal, para atingir determinados objetivos. Se calhar, não terá sido o melhor percurso, porque é público que eu me candidatei em 2007 (à concelhia) para defender a figura do eng. Duarte Silva.

Sente que o seu trabalho não foi reconhecido?

Sinto que o eng. Duarte Silva sentiu-se muito condicionado para me poder integrar na sua lista.

Quem o condicionou?

Não foi com certeza o trabalho que eu desenvolvi na câmara. Terá sido outra circunstância que o eng. Duarte Silva, se assim entender, dirá.

Vai recandidatar-se à concelhia?

Não sei. Ainda é cedo para tomar essa decisão.

Reconhece que o legado financeiro que o PSD deixou na câmara hipotecou o desenvolvimento do concelho, a curto, médio prazo?

Acho que não, porque se eu olhar para o país encontro muitos outros casos semelhantes. E também consigo encontrar muitas câmaras que, não tendo o desenvolvimento que a Figueira da Foz teve, têm igual dificuldade financeira. (…) Considero a situação financeira da câmara muito preocupante, tal como a do país.

O PSD vai viabilizar a aprovação do orçamento da câmara para 2011?

Mais importante que o orçamento vai ser o programa de saneamento financeiro.

Quem vai apoiar nas eleições à liderança da Distrital de Coimbra do PSD?

A minha vontade, não obstante a minha opinião, vai ter de resultar de um denominador comum muito bem apurado entre aqueles que eu entendo que devem pronunciar-se (na concelhia) sobre o assunto.

Lídio Lopes no Dez & 10... (II)

... a fazer o caminho de acesso à Liga (de Bombeiros)...

... foi “um homem de partido” e agora é “um homem de liberdade de opinião”
 “Posso estar em condições de poder apoiar quem quer que seja”. Está “disponível para ouvir e apoiar uma candidatura do PS”
Se Carlos Monteiro vier a ser candidato do PS à câmara, Lídio Lopes não rejeitou a possibilidade de apoiá-lo. Acerca da vereação do PSD, o antigo líder local daquele partido frisou que não deposita grande esperança no candidato que os social-democratas vierem a apresentar em 2021. A não ser que fosse um como Santana Lopes, que resolvia o diferendo entre os vereadores Carlos Tenreiro e Miguel Babo e a Concelhia rapidamente, pode ler-se hoje na edição do DIÁRIO AS BEIRAS.

A caminho de dias loucos!..

"O Rali de Portugal, que vai passar pela Região Centro e terá retorno económico estimado em 155 milhões de euros, a experiência gastronómica na Região de Coimbra, a Festa do Queijo Serra da Estrela em Oliveira do Hospital ou as apostas da Pampilhosa da Serra para atrair mais visitantes são alguns dos destaques no especial sobre o primeiro dia da Bolsa de Turismo de Lisboa".

Via Diário as Beiras

Tem sido sempre assim nos últimos quarenta anos...

Desta vez calhou ao Vice do CDS... Adolfo Mesquita Nunes na administração da GALP.


“Domínio” feminino em várias artes ao longo de oito dias

Doutor Luís Marques Mendes



Video sacado daqui

quarta-feira, 13 de março de 2019

Numa Aldeia onde se respira mar, espera-se que cuidem dos barcos em terra...

Foto António Agostinho

Não mexe!

"Perante a forte possibilidade de a Comissão Organizadora da Queima das Fitas não contar com a Figueira da Foz no seu programa de festas para 2019, veio o gabinete da presidência do município garantir estar disponível para trabalhar em formas alternativas de manter a ligação aos estudantes.
Ora, disponibilidade para trabalhar em formas alternativas significa, como todos sabemos, “não nos aborreçam mais com este assunto”. São ótimas notícias! A melhor decisão, por vezes, é não decidir, não reagir, não mexer, deixar estar. Quando se voltar a envolver os estudantes de Coimbra, que seja fora da época de festas, de forma séria e pensada, sem comboiadas e com valor acrescentado. Para os estudantes e para o concelho."

Via DIÁRIO AS BEIRAS

Pintura

“Não será um secretariozeco ou um ministro” a afastar Tomás Correia do Montepio, avisa o Padre Vítor Melícias...

... um padre franciscano


Nota:
"Mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus", Lucas 18:24-25

Lídio Lopes no Dez & 10...

terça-feira, 12 de março de 2019

Na ponta da língua - 14ª crónica na Rádio Beira Litoral

Segunda edição do Dez & 10 começa hoje

Imagem via Dez & 10

"...Os nossos 21 deputados, que representavam 2,7% do total de eurodeputados passam agora a representar 2,9%. A relativização da sua importância (já a 26 de Maio), em que só se falou ainda da composição das listas partidárias, dos nomes, esquecendo as políticas que vamos sufragar para os próximos 5 anos mantêm-nos numa fronteira de indiferença perigosa e preocupante."

Celebraram ontem 154 anos...

Na terra dos "alma de Deus"


Aquele que não sente o odor da podridão  da sociedade em que vive, já tem a podridão instalada no próprio nariz.
Não sou nada: nem intelectual, nem pensador, nem filósofo, nem sequer rei do carnaval. 
Sou apenas um ser humano, se quiserem um selvagem com um coração e um cérebro, que já viveu e viu.
Não é a inquietação que se deve popularizar.
É a necessidade de nos inquietarmos que se deveria tornar popular.
Vivo numa cidade onde, parece, Deus gosta de ajudar os inconscientes que tomam medidas icompetentes.
Lamentavelmente, porém, eles nem dão por isso...