sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

OLÍVIA RIBAU: "O NAUFRÁGIO NÃO É O PIOR" - HOJE, PELAS 17 HORAS, NO NÚCLEO MUSEOLÓGICO DO MAR, EM BUARCOS.

JOANA COELHO
"...vamos fazer com que este caso não caia no esquecimento! Infelizmente não vou poder estar presente para apoiar o meu amigo e fotógrafo Pedro Cruz, mas vocês estão todos convidados!"
A Joana perdeu o Pai e o Tio no Naufrágio do "Olívia Ribau"
O Pedro recebeu esta mensagem da Joana Coelho: 
"Olá Pedro, tenho pena de não poder estar presente na inauguração da exposição e nem a conseguir ver depois (só devo ir a Portugal em Junho), mas tenho a certeza que fizeste um bom trabalho e que vai espelhar exactamente o outro lado do naufrágio... de facto o naufrágio não foi o pior... o pior vem depois com a perda física das pessoas que foram, com o sentimento de injustiça e a com certeza que muita coisa falhou naquele dia e é exactamente por uma mudança e por uma "justiça" que continuamos a lutar depois de 1 ano e 4 meses. 
Como tu me disseste um dia parece que as pessoas se esqueceram... mas, nunca me vou esquecer daquele mar que muitas vezes foi o meu refúgio e me transmitia tranquilidade, foi também aquele que um dia me roubou uma das pessoas mais importante da minha vida, perante o olhar de todos aqueles que tiveram a infelicidade de assistir. Desculpa o desabafo, mas passado todo este tempo ainda choro a morte do meu pai"
VAMOS FAZER COM ESTE CASO NÃO CAIA NO ESQUECIMENTO.
A mensagem da Joana, na minha opinião, transmite o sentir e a dor, autêntica e profunda, de uma filha.
Comoveu-me. 
Quem me conhece bem, sabe que por detrás desta aparência de durão (não podemos ser todos), existe um fulano que se comove com alguma facilidade. 
Quando as situações me tocam, como continua a acontecer com este infausto e infeliz acontecimento, as lágrimas chegam a humedecer-me os olhos. Não quero com isto dizer que sou um choramingas, mas fico perturbado por me sentir impotente perante o infortúnio, a dor, o desespero! 
A IMPORTÂNCIA DA EXPOSIÇÃO DO PEDRO
Esta exposição do Pedro, apesar de não poder fazer muito para alterar a situação que se continua a viver nesta nossa barra, pois apesar das tragédias que por cá aconteceram nos anos a seguir ao prolongamento dos 400 metros do molhe norte, de então para cá nada de substancial se alterou, vejo-a como a maneira de um jovem e voluntarioso foto-jornalista se oferecer inteiro - isto é, de corpo e alma, com honestidade e autenticidade ao serviço de uma causa nobre: alertar para os perigos que quem tem de arriscar a vida todos os dias para continuar a viver, tem de enfrentar nesta barra da Figueira
Esta tragédia continua a perturbar-me e não posso deixar de tomar partido. 
OS AVISOS ATEMPADOS
Cito Alfredo Pinheiro Marques, em 2006 e em 2008 (...)
"Quem vai conseguir evitar que os barcos pequenos, as embarcações de pesca e os iates de recreio, quando passarem a ter que entrar e sair nessa nova barra criada devido à nova orientação do molhe norte, se exponham ao mar de través...? Esta será uma situação que poderá vir a ser desastrosa para os pescadores e os iatistas, e ruinosa para o futuro das pescas e da marina de recreio." (...) [01.03.2006] (...) 
"Quem vai ter a culpa dessa catástrofe...?" (...) [01.10.2008]
9 MORTOS EM POUCOS ANOS
Em poucos anos, perderam-se 9 vidas na barra da Figueira, depois da obra que foi exigida, anunciada e aprovada, em 2006, 2007 e 2008.
Iniciada neste último ano, continuaram os trabalhos ao longo de 2009 e ficou pronta em 2010. 
Logo a partir desse ano começaram a alterar-se as condições da deriva sedimentar. Com o tempo acumularam-se as areias, (com a passagem dos anos as areias acumuladas começarem mesmo a contornar a cabeça do molhe norte…) e esse acrescido assoreamento  levou ao consequente alteamento das vagas nessa zona. 
Um assoreamento que, como era previsível, se avolumou mais e mais, ao longo dos anos. Os resultados não se fizeram esperar.
A LISTA DOS ACIDENTES E DOS MORTOS 
A impressionante lista dos acidentes e dos mortos pode ser de novo conferida. 
A saber.
Logo em 26.10.2010, deu-se o naufrágio da traineira "Vila de Buarcos",  na entrada da barra do porto fluvial da Figueira da Foz, com dezassete tripulantes. Felizmente, todos se salvaram.
Em 06.05.2011, a Marinha Portuguesa, meritoriamente —  antecipando a possibilidade de problemas que pudessem vir a ser causados pela nova orientação para sudoeste do molhe norte do porto fluvial da Figueira da Foz… —, fez localmente exercícios de treino (realizou um simulacro de combate à poluição marítima supostamente causada por um hipotético navio "Mondego" que haveria embatido nesse molhe norte acrescentado e alterado na sua orientação).
Mais tarde, em 17.01.2014, após os desastres seguintes (os do ano de 2013, que adiante iremos listar), a Marinha ainda viria, uma vez mais, a chamar a atenção, na Figueira da Foz, para as condições de segurança (e para a cultura da segurança…) nas actividades marítimas, quando entregou na capitania local mais uma moderna lancha rápida de socorro a náufragos. 
Contudo, infelizmente, no ano seguinte (2015), continuou sem obter do governo os meios para a disponibilidade contínua, 24 horas por dia, de pessoal para os serviços locais do ISN.
Em 10.04.2013, deu-se o duplo naufrágio, na barra do porto fluvial da Figueira da Foz, do veleiro alemão de recreio "Meri Tuuli" e da lancha da Capitania figueirense que o havia ido socorrer. Morreram dois (2) homens: um dos tripulantes, velejador alemão, e um dos agentes da Polícia Marítima, militar português, que o estava a tentar salvar. 
O iate alemão estava a tentar entrar a barra, falhou a entrada, e foi arrojado à praia do lado de fora do molhe sul.
Em 25.06.2013, deu-se o naufrágio da motora poveira "Cambola" (depois de falhar a entrada da barra), junto ao molhe sul do porto fluvial da Figueira da Foz. Nenhum tripulante se perdeu, pois foram salvos pela Marinha. Mas essa pequena embarcação de pesca costeira era a mesma que, já antes disso, em Janeiro do ano anterior (2012), havia falhado a entrada da barra e, por isso, havia encalhado no areal junto ao molhe norte desse mesmo porto fluvial (!)… E, depois disso, em Agosto desse mesmo ano de 2012, em mau estado, havia-se afundado quando estava atracada no interior deste mesmo porto…(!). 
Em 25.10.2013, deu-se a tragédia do naufrágio da motora "Jesus dos Navegantes", na saída da barra do porto fluvial da Figueira da Foz. Morreram quatro (4) dos oito pescadores, poveiros (das Caxinas), que vinham a bordo. No seguimento desse naufrágio, e da afirmação logo então feita pelo Secretário de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, na Assembleia da República (que negou qualquer relação com o assoreamento da barra, e "salientou que é necessário que os pescadores promovam a sua própria segurança"), e após o relatório produzido pelo então capitão do porto, o mestre dessa pequena embarcação de pesca poveira, Francisco Fortunato, veio a ser perseguido, pelo Ministério Público português, criminalmente (!), com quatro acusações de "homicídio por negligência" [sic].
Em 19.08.2015, deu-se o naufrágio da motora "Ruben e Bruna", ao largo da Figueira da Foz, com um (1) morto, numa tripulação de cinco pescadores poveiros. Este naufrágio foi ao largo, e não na barra.
Em 06.10.2015, deu-se a tragédia do naufrágio do arrastão "Olívia Ribau", na entrada da barra do porto fluvial da Figueira da Foz. Morreram cinco (5) dos sete pescadores (seis figueirenses, e um da Praia de Mira).
Pouco depois (menos de uma semana depois…!) em 12.11.2015 esteve iminente um novo naufrágio (que, felizmente, não chegou a acontecer, pois foi impedido por outros barcos de pesca que se encontravam nas imediações), de um arrastão espanhol "Catrua", com pescadores galegos de Vigo, nessa mesma barra do porto fluvial da Figueira da Foz.
Por tudo isto e por muito mais, a meu ver, é importante esta exposição de um jovem figueirense (ele prefere covagalense), que tem feito do profissionalismo, da honestidade, da competência e da coerência a maneira de estar numa profissão de risco, como é ser um profissional da fotografia numa cidade "pequena" como a Figueira da Foz.
Somos memória. 
É a partir dela que tudo pode ser refeito. 
A nossa memória é o nosso sustentáculo. 
Preservá-la não é sinónimo de saudosismo, mas uma atitude de sobrevivência. 
Até as más memórias nos são úteis... 

A memória que estas fotos nos trazem, é a memória  de um futuro que terá que ser muitíssimo diferente do presente.
Também por isso: obrigado Pedro Agostinho Cruz.

A Figueira, cidade onde é sempre carnaval, é uma grande paródia...

A paródia prossegue, conforme a imagem acima, sacada da edição de hoje do jornal AS BEIRAS, comprova.
Entretanto, retomamos a normalidade do carnaval quotidiano da cidade...
Aliás, nada que não ameace estender-se a outras cidades e vilas, porque os actores que temos por cá, são muito parecidos com os demais que tomaram conta do rectângulo... 
A malta vai animar-se. O carnaval não pára.
Os reis chegam no domingo, pelas 15H0, à estação de comboios, seguindo viagem para o Grupo Caras Direitas, com paragem nos paços do concelho. 
Durante o percurso, a cantora Romana e o empresário figueirense Carlos Queirós serão acompanhados pelas três escolas de samba locais.

Lagoas...

A propaganda da câmara.
"Situadas um pouco a norte da Figueira da Foz, nas Matas Nacionais, as lagoas de Quiaios são três lagoas endorreicas, todas elas facilmente acessíveis. Rodeadas por abundante vegetação emergente, albergam geralmente um bom número de aves aquáticas, fáceis de observar.
Destaca-se em particular a presença regular de diversas espécies de patos invernantes.
A Lagoa das Braças (também conhecida por Lagoa das Três Braças) é a que se situa mais a sul, encontrando-se envolvida por vegetação densa. O melhor local de observação situa-se do lado ocidental, onde existe um abrigo que permite ver a lagoa. O nível de água na lagoa e muito variável, podendo chegar a secar completamente quando a precipitação escasseia. Havendo água, observa-se o maçarico-bique-bique. Durante o inverno, este é um local de ocorrência regular da garça-branca-grande. A vegetação que envolve a lagoa é geralmente frequentada por toutinegras-de-barrete-preto e pequenos bandos de chapins-rabilongos. Nos pinhais circundantes aparecem o pica-pau-malhado-grande, o chapim-azul e o chapim-real.
A lagoa da Vela é a maior e a mais interessante das três lagoas. Um dos melhores pontos de observação situa-se na extremidade sul, onde é possível observar as aves aquáticas, mantendo o sol pela retaguarda.
O galeirão e o pato-coelheiro, são comuns durante o inverno. Já no outono chega o maçarico-das-rochas, a Chilreta Sterna, entre outros. 
No período estival pode ser observada a garça-vermelha e a garça-real."
A realidade.

Mais fotos, aqui.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Sexta-feira, dia 17, pelas 17 horas, é inaugurada a exposição do Pedro Cruz

Jornal AS BEIRAS, 16 de Fevereiro de 2017

Ainda há amadores no ramo?..

"Presidente da Câmara de Vila Verde detido por suspeita de corrupção"...
"Em causa estão suspeitas de corrupção e prevaricação num processo de alienação a uma empresa privada de 51 por cento do capital da Escola profissional Amar Terra Verde, em 2013.
A investigação incide também sobre a construção e concessão de um parque de estacionamento, envolvendo uma empresa de Braga."

Nota de rodapé.
Apesar deste precalço, nunca tenham medo de tentar...
Lembrem-se sempre disto: os amadores,  construíram a Arca de Noé... 
Os profissionais construíram o Titanic!

A história do Enduro na nossa cidade remonta a 1979... Este ano, falta de condições cancela Nacional de Enduro na Figueira da Foz

Foto sacada daqui
Em virtude de não estarem reunidas as condições tidas como necessárias, a terceira etapa do Campeonato Nacional de Enduro que se iria disputar na Figueira da Foz no dia 12 de Março teve de ser cancelada.
Apesar dos esforços efetuados pela Organização desta prova e também por parte da Federação Motociclismo de Portugal não é possível avançar com a realização desta competição.
Recorde-se.
A história do Enduro da Figueira da Foz já vem de longe: remonta a 1979, com a célebre edição pioneira cancelada no próprio dia. 
Depois disso, a Figueira já recebeu 23 provas pontuáveis para Campeonatos Nacionais, um par válido para o “Mundial” e “Europeu”, sem esquecer os famosos ISDE 2009, e ainda algumas edições extra-Campeonato.

Isto funciona assim...

As coisas são o que são.
Foi "o conselheiro de Estado António Lobo Xavier, amigo de António Domingues, que deu a conhecer o conteúdo das mensagens ao Presidente."

Foto sacada daqui.
António Lobo Xavier é um homem a quem a vida corre bem. 
Aliás, ao que se sabe, aparentemente nunca correu mal.
Nasceu bem. 
Cresceu imenso. 
Foi um jovem que achava que sabia tudo  –  sobre Direito Fiscal, nomeadamente. 
Não se imagina sem gravata, mas gosta da descompostura do todo-o-terreno.
Tem uma vida dividida entre Porto e Lisboa. 
Coimbra, lá atrás, foi onde tudo começou. Foi onde começou a ligação ao Direito, foi onde se aproximou da direita.
Já foi político. O que continua a ser, de certa maneira. 
Vive entre as empresas e o escritório de advogados. 
É sócio de um dos maiores do país, claro.
António Lobo Xavier é, além de tudo isto, o homem que todas as semanas aparece na televisão na Quadratura do Círculo

Esta frase resume na perfeição o estado a que isto, cá pela Figueira, chegou!..

“Querem uma piscina, façam-na. 
Mas não a deixem chegar ao estado a que chegou o estádio municipal”.
 - Joaquim de Sousa

Nota de rodapé. 
Se eu estivesse como a Figueira, no meu velório, só desejava ouvir uma frase: ele está a estrebuchar!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Um dos lados escuros da política portuguesa de que ninguém fala...

Os "gargantas fundas".

"...até temos um comentador televisivo que semana após semana aparece na SIC ganhando protagonismo graças à facilidade com que acede a dossiers a que um mero advogado privado seria suposto não aceder. O momento mais alto desta orgia aconteceu quando Marques Mendes tornou públicas as propostas do Banco de Portugal. É óbvio que acedeu a um dossier altamente confidencial e só "desbocou" quando sabia que o dossier já tinha chegado ao governo. Não se sabe de onde veio a fuga de informação, se do BdP ou do governo, desta forma todos saem incólumes e o "garganta funda" de Marques Mendes não foi denunciado."

BYPASS explicado na Comissão Parlamentar do Ambiente pelo Arquitecto Miguel Figueira...

Olívia Ribau: "o naufrágio não é o pior"...

... sexta-feira dia 17, às 17 horas no Núcleo Museológico do Mar, em Buarcos

Atenção, atenção, muita atenção, munícipes do Casal do Grelo, Morros, Tromelgo, Barra, Telhada, Alhais, Casal Verde, Santo Amaro da Amoreira, S. Jorge, etc., etc. etc. ..., a esta carta do presidente António Salgueiro...

Para continuar a ler esta carta do verdadeiro presidente da junta, que é aquele que não tem fregueses, mas munícipes, clique aqui...

PUBLICIDADE INSTITUCIONAL

Para ler melhor, clicar na imagem
Estas coisas dos formalismo da lei e da conduta, são um grande aborrecimento...
Sejamos positivos ... 
Vem aí o verão.
E verão que, no verão, tudo se compõe...

José Afonso: não há muitos, mas há Homens assim

José Afonso:  "um homem livre e insubmisso"
Falecido há 30 anos, pagou "o preço das opções que fez nas condições materiais em que viveu, e foi, até ao fim, um homem livre e insubmisso" - palavras de José Jorge Letria, que com ele conviveu.
Poeta, dramaturgo e actual presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, José Jorge Letria faz estas afirmações no livro "Zeca Afonso. O que faz falta. Uma memória plural", que é hoje colocado à venda.
A obra divide-se em duas partes essenciais. Na primeira, José Jorge Letria, que partilhou palcos com José Afonso, traça o perfil e a carreira do autor de "Grândola, Vila Morena". A segunda parte é constituída por 22 testemunhos de personalidades como António Almeida Santos (1926-2016), Carlos do Carmo, Francisco Fanhais, José Tengarrinha, Pedro Abrunhosa ou Vitorino, que conhecerem ou acompanharam o músico português.
Para Letria, o autor de "Os Índios da Meia-Praia" é "uma personalidade complexa e fascinante que, num tempo não esvaziado de memória, é urgente reencontrar, também no plano da afetividade e dos exemplares valores da cidadania".
"Neste tempo de desertificação da memória, falar de José Afonso é falar dos valores que a voragem do tempo e o jogo dos pequenos e grandes interesses não pode fazer prescrever", advoga Letria.
O ensaio de José Jorge Letria sobre José Afonso (1929-1987), que constituiu a primeira parte da obra, intitula-se "A errância criadora: Breve viagem por uma Vida". Neste texto, José Jorge Letria traça o percurso do «cantautor», que "simboliza e sintetiza o profundo processo de rutura e inovação que marca definitivamente a música portuguesa, a partir da década de sessenta [do século XX], introduzindo nela a qualidade poética, a imaginação, melódica, o engenho interpretativo e o compromisso cívico".
Sobre a intervenção política de José Afonso - de seu nome completo José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos -, Letria realça a sua "generosidade como ser humano", "a sua recusa de qualquer forma de paternalismo ou de qualquer compromisso que pudesse hipotecar a sua liberdade de ação e de opinião".
De "uma infância andarilha" às suas "errâncias como «bicho-cantor»", José Afonso "reivindicou para si muito mais o estatuto de agitador e de combatente cívico, do que propriamente o de cantor".
José Jorge Letria refere que José Afonso nunca seguiu qualquer ritual cénico ou "qualquer estratégia de programação discográfica", rejeitando "qualquer forma de mercantilismo ou de cedência comercial".
"Sempre andarilho", o cantor e compositor, "nunca chegou a filiar-se no PCP, não obstante ter sido durante anos, antes de [25 de] Abril [de 1974] um verdadeiro «compangon de route»".
José Afonso deu-se a conhecer em 1953, quando gravou os primeiros discos, em 78 rotações no Emissor Regional de Coimbra da ex-Emissora Nacional.
Para o autor, José Afonso faz uma rutura com o fado de Coimbra, que começou por gravar, por considerar que este e "a sua ritualização faziam parte desse mundo praxista com o qual não se identificava e que, no seu entender, perpetuava a apatia da universidade e da intelectualidade portuguesa em relação à ditadura".
Esta rutura deu-se nos inícios da década de 1960, quando gravou o EP "Balada de Outono" para a discográfica Rapsódia e onde em temas como "Vira de Coimbra" e "Amor de Estudante" revelava já, na forma, "o compromisso com o canto tradicional de Coimbra".
Mais tarde, com a sua ida para Moçambique, notar-se-ia a referência africana na sua obra musical.
É após o regresso, que José Afonso se assumiria como "a voz da mudança" e iniciaria uma relação com a etiqueta discográfica Orfeu, "responsável pela edição de mais de metade da sua obra discográfica", incluindo álbuns como "Cantigas do Maio", "Venham mais Cinco" ou "Cantares do Andarilho".
O ensaio sobre o percurso de José Afonso inclui ainda a transcrição de cartas e notas do criador de "O que faz falta" e "Coro dos tribunais", e refere-se ao período após a Revolução dos Cravos como o da "militância e utopia", prosseguindo até à derradeira etapa da vida do compositor.
"A doença foi mais forte que a repressão", escreve Letria sobre aquele que considera "o distraído mais atento e lúcido" que conheceu.

"O vice-presidente da câmara municipal da Figueira da Foz, António Tavares, assume o «envelhecimento» como um das das princpais preocupações"...

Para ler melhor, clicar na imagem
Concordo com a preocupação manifestada pelo senhor vereador  ao Diário de Coimbra.
A vida de um ser humano, seja ele quem for, não é, nem nunca será, isenta de preocupações.
Porém, daí a deixarmos que elas nos possam submergir e condicionar, vai uma enorme diferença de atitude. 
As preocupações são para serem resolvidas... 
A outra, a tal que não é  possível de o ser, está resolvida por natureza!
Há dias - e hoje é um deles - em que preciso de algo que me transmita paz. 
Esta imagem que publico acima, deu-me tranquilidade. 
Olhei-a. E, só isso fez-me sentir bem. 
Por hoje, embora o dia ainda seja uma criança, esvaziaram-se-me as preocupações. 
Sei que elas voltarão. 
Contudo, ainda que de forma pontual, de momento, foram-se.
Agora é agora. 
Já a seguir, daqui a pouco, é outro assunto.
Hoje, é hoje. Amanhã será um outro dia.

Simplesmente fantástico...

Na Figueira, estamos em plena época das promoções.
Se tudo correr conforme o previsto, seguir-se-á a época dos saldos.
Depois teremos a época dos descontos especiais.
Finalmente,  acontecerá a época das últimas oportunidades, antes da remodelação total e da época de liquidações e,  porventura, a mudança de ramo.
Até que chegaremos, de novo, à época das promoções...
A Figueira vive nisto há décadas: num constante renovar da agonia e assim sucessivamente... 
Para ler melhor a imagem, obtida via AS BEIRAS, basta clicar em cima.

Entretanto, porque uma campanha de agitação e propaganda, é uma coisa, e a vida, é a realidade, existem problemas concrectos para os munícipes do concelho.
Como este, que foi relatado, há dois dias pelo Correio da Manhã.
"Ao fim de quatro anos, o que era um paraíso passou a ser um inferno." O desabafo é da proprietária de um apartamento do Bairro da Brenha, na Figueira da Foz, que, sob anonimato, por medo de represálias, acusa a autarquia de ter transformado "uma urbanização num bairro social"
O problema remonta a 2008, quando a Câmara da Figueira, responsável pela construção da urbanização, não conseguiu vender o número previsto de apartamentos e os colocou em arrendamento social. Os 33 proprietários sentem–se "enganados" pelo promotor do investimento, sob administração da empresa municipal Figueira Domus (FD), que vendeu um terço dos apartamentos, colocando os restantes em arrendamento. 
Os imóveis desvalorizaram-se a partir do momento em que a urbanização passou para habitação social. Um apartamento que custou 75 mil euros tem agora um valor patrimonial que não chega a 40 mil. Nuno Mendes, da FD, admite que a empresa municipal está preocupada, mas lembra que a situação "foi herdada da anterior administração". Acrescenta que a empresa já apresentou algumas soluções, como permutas com apartamentos noutros locais da cidade, mas frisou que, por serem mais caros, o custo dessa operação teria de ser aprovado pelo Tribunal de Contas. Quem beneficia do arrendamento social também tem queixas. "As casas estão cheias de infiltrações e humidade, os candeeiros estão todos partidos e desligados. É uma vergonha. Não querem saber de nós", lamenta Rosa Maria, uma das arrendatárias. Nuno Gonçalves reconhece algumas das críticas, mas observa que "não se pode confundir degradação com vandalismo".

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Uma sociedade de contrastes...

Uns, sem nada...                                    E, outros, de barriga farta e cheia...

Dia dos namorados...

Há pratos assim: afrodisíacos...
E quem não tem namorada?..
Arranjasse...
Antes um amor cego, que um amor platónico. 
No amor cego,  sempre se  pode apalpar!..

Os figueirenses não são todos estúpidos: há mais "caralhetes" na Figueira, para além dos que muita boa gente pensa...

Já que é Carnaval, o senhor presidente certamente não irá levar a mal!..
Contudo, ressalve-se e sublinhe-se, com a devida vénia e os devidos créditos ao senhor, que nestes 7 anos e tal, sete, fez quase tudo para tentar provar aos figueirenses que não serve para presidente de câmara...

Aproveito para deixar ao senhor presidente uma bela sugestão culinária, pois a gastronomia tem o condão de nos surpreender e nos pôr agradavelmente bem dispostos: um arroz de "caralhetes".
Ingredientes
1 kg de "caralhetes"
300 g de arroz
1 ramo de coentros
1 dl de vinho branco
7 dl de água
1 fio de azeite
3 tomates maduros
2 cebolas e 2 dentes de alho
1/2 pimento verde
2 cravinhos
1 folha de louro
4 Doses/Pessoas | 40 minutos

Aconselho-o vivamente a experimentar esta deliciosa receita de arroz de "caralhetes", pois é rico em ferro...
Pode ser acompanhado com um tinto de qualidade. 
Mas, aí já não me atrevo a dar nenhum conselho...
Para rematar da melhor maneira a refeição, nada como este saboroso licor.
Como é óbvio, recomenda-se o afastamento prudente e conveniente do balcão.

Tanto caminho para andar...

"A menos de nove meses das eleições autárquicas a cidade parece acordar para a eleição que aí vem. 
Os partidos começam a posicionar os seus candidatos.
Sente-se um frenesim, um nervoso miudinho na antecipação de nomes que poderão integrar as «listas»." 
Para continuar a ler a crónica de Isabel Maranha Cardoso, clicar  AQUI.