quarta-feira, 26 de agosto de 2015

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Recordar Manuel Fernandes Tomás, "O Patriarca da Liberdade", a tradição e a consciência cívica...

Mais uma vez, cumpriu-se a tradição. 
A tradicional homenagem a Manuel Fernandes Thomaz realizou-se no passado dia 24 de Agosto, uma oportunidade para os figueirenses reflectirem sobre os valores do político nascido na Figueira da Foz em 1771, a quem chamam o “Patriarca da Liberdade”
À deposição de uma coroa de flores no seu túmulo, situado junto ao monumento que lhe é dedicado, na praça 8 de Maio, seguiram-se as intervenções: António Ambrósio (presidente da Associação 24 de Agosto), Fernando Cardoso (presidente da Associação Manuel Fernandes Thomaz), Manuel Fernandes Tomás (descendente do homenageado) e João Ataíde (presidente da autarquia figueirense). 
O Grande Oriente Lusitano-Maçonaria Portuguesa enviou uma comunicação, que foi lida na cerimónia. 

Em tempo. 
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia. 
244 anos depois do seu nascimento, como entender e aceitar que tivesse sido imposto por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias realizadas à porta fechada?..

Irrevogável mente...

Portas diz estar “encantado” por debater com Heloísa Apolónia. 
CDS e PEV terão duelo televisivo em representação das respectivas coligações, CDU e PaF.

Por sua culpa, sua tão grande culpa.

O governo PSD/CDS não é, naturalmente, o único responsável pelo estado em que hoje se encontra Portugal. Mas é responsável por estarmos muito mais endividados do que estávamos há 4 anos. É também responsável por termos mais desigualdades sociais do que tínhamos há 4 anos. É o único responsável por termos mais carga fiscal sobre os trabalhadores e menos sobre as empresas e accionistas do que tínhamos há 4 anos. É o grande responsável pelo ataque vil e reiterado de que foram vítimas os funcionários públicos nos últimos 4 anos. E é certamente responsável pela degradação do sistema público de ensino e pelo défice inédito no sistema de pensões nos últimos 4 anos.

Contudo, das muitas coisas de que podemos acusar o governo PSD/CDS, há uma que é verdadeiramente gravosa: nestes quatro anos mataram como nunca a confiança do país e, com isso, afundaram a esperança no futuro entregando-nos a um miserabilismo cinzento e conformista.

A propaganda foi clara: somos medíocres, fomos despesistas, comportamo-nos como piegas e, por isso, merecemos viver condenados à pobreza em que estamos.

projecto ideológico é simples: 
(1) não podemos aspirar a ser mais do que um entreposto de mão de obra barata; 
(2) devemos viver condenados a saldar a dívida com que pagámos os desfalques nas instituições bancárias a quem querem agora confiar as nossas pensões; 
(3) devemos reduzir o Estado ao mínimo possível para entregar o máximo possível à Igreja e às outras multinacionais que se vão apropriando do património de todos; 
(4) o desemprego é um mal necessário, a emigração é a saída merecida e o emprego é uma beneficência que os patrões concedem aos mandriões dos portugueses.

A narrativa é eficaz porque se alicerça no medo. E o medo entorpece a ponto de se querer a protecção daqueles que humilham e chicoteiam quotidianamente. Mesmo quando há alguns sinais de optimismo ninguém ousa querer construir um país com um progresso suficientemente forte para capitalizar os recursos humanos altamente diferenciados de que dispõe.

É por isso que é fundamental um novo rumo para Portugal. É urgente restaurar a confiança do país mas sobretudo a confiança no país. Construir uma alternativa política tem que significar o retorno do país ao caminho do progresso e do desenvolvimento social e económico. De outro modo continuaremos entregues ao castigo de Sísifo a que PSD e CDS nos condenaram.

Pedro Morgado

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Grande Jerónimo!...

Passos Coelho queria Portas a debater com Jerónimo de Sousa. 
Jerónimo fez o que teria de ser feito... Era uma oportunidade que não podia ser desperdiçada...
Há quem falhe golos com a baliza aberta: Jerónimo de Sousa, não!
"CDU atira Heloísa Apolónia para debate com Paulo Portas ..." - Público

Na Figueira, carnaval é quando a Câmara quiser...


Passado o carnaval de verão, sem grande repercussão, a Figueira retomou a normalidade do carnaval quotidiano.
Os actores políticos locais, são muito parecidos com os demais lideres nacionais: olham o horizonte do próprio umbigo sem saberem bem para onde nos levar...
Registe-se de passagem o que está verdadeiramente em causa:
1. A leveza (para não dizer outra coisa) com que se disponibilizam dinheiros públicos para queimar em carnavais e outras batucadas.

2. A forma como tais decisões são justificadas: interesse turístico, económico e cultural!

Cofres cheios, cofres vazios!..

Os cofres das finanças públicas nacionais estão a ficar cada vez mais vazios e divida pública está a crescer 43 milhões por dia.
Com que então cofres cheios?.. 
Do sucesso ao fracasso, afinal, Passos, vai um passo!.. 
O Estado perdeu em junho deste ano cerca de seis mil e 500 milhões de depósitos mas não só. Nos últimos seis meses as receitas caíram cerca de dois mil e 400 milhões de euros.
A Unidade Técnica de Apoio Orçamental estima que as contas para este ano possam ser atenuadas se o governo conseguir vender o Novo Banco e encaixar 3,9 mil milhões de euros.
Uma medida que poderá impedir uma contínua recorrência aos mercados.

A não perder na edição de hoje do Diário de Coimbra

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Será que os finlandeses vão provar o remédio dos "preguiçosos do sul"?..

Em 2011, os portugueses tiveram oportunidade de assistir a um vídeo da Finlândia - em resposta a outro que Portugal já tinha feito -, em que os finlandeses diziam que iam abster-se de gozar com a situação da economia nacional, embora pudessem fazê-lo. 
Em boa hora não o fizeram. Quatro anos depois, a economia nórdica mergulhou numa crise estrutural sem fim à vista e não está em posição de gozar com ninguém. Na Finlândia a dívida pública também deve este ano romper o limite de Bruxelas, mas mantém-se próxima dos 60% do PIB. 
Noutra economia, poderia significar o recurso a estímulos. Na Finlândia, fiel defensora da teoria da austeridade alemã, isso é mais difícil. "É preciso cumprir o que se apregoa para os outros", frisa Pasi Sorjonen, economista-chefe do Nordea, o maior banco da região nórdica, reconhecendo que o futuro próximo não parece risonho, porque o actual governo está a tentar cortar na despesa - depois do falhanço das subidas de impostos dos últimos anos -, mas os finlandeses estão a rejeitar o medicamento que, nos últimos anos, defenderam para o Sul da Europa.

Foi em Portimão, mas podia ter acontecido na Figueira...

GNR captura pescador reformado de 79 anos...
"O arguido vinha da doca pesca na sua bicicleta com um balde de sardinhas para o almoço, quando foi interceptado por uma viatura da GNR … tudo indica que as sardinhas não estavam legalizadas … ficou sem as sardinhas, teve de almoçar conserva de atum. 
Sinto-me mais seguro com estas intervenções da GNR."

Dado que a GNR estava na “zona portuária PTM” e pelo DL 81/2005, supõe-se que o reformado de 79 anos em causa vinha da lota sem guia de transporte para os seus 5 Kg de sardinha. Perdão, 5.1 Kg. O que iria este pescador reformado fazer com os cabazes, perdão, com um balde de sardinhas?
Talvez fosse fazer uma grelhada para os filhos e netos. É plausível, caso haja venda ao público na lota e caso a reforma de pescador chegue para tanto. Talvez, com maior probabilidade, ele fosse fazer um pequeno lucro vendendo o peixe a um restaurante, como forma de complementar a parca reforma que portugueses como ele têm ao fim de uma vida dura. Um dinheiro a mais para os medicamentos ou para os filhos sem trabalho, tábua de salvação de tantas famílias que têm nas reformas dos progenitores a única fonte de receita.
Sendo claro que a legislação pretende manter a venda de pescado dentro da malha fiscal, teria também o legislador a intenção de perseguir ninharias? Eventualmente sim, pois o padrão da governação tem sido mão pesada, sob forma de excessivas multas face ao delito. Aliás, face ao pequeno delito, já que aquele que causa milhões de prejuízo ao erário público tem passado incólume por entre as malhas das prescrições e da débil investigação criminal.
Mas um balde de sardinhas sem guia de transporte, senhores e senhoras, tão gritantemente sem o papel, não poderia passar em branco. 
Bem vistas as coisas, se se fechassem os olhos às coisitas, acabaríamos onde? 
A permitir que altos quadros da política e da banca levassem o país a ruína, não?

Via Aventar

Recordar a Aldeia

imagem sacada daqui
Maria Archer, grande escritora, homenageada sábado passado, na Cova-Gala, em 1938 na  sua novela "Entre Duas Viagens" escrevia assim sobre nós. 
"No primeiro domingo de Janeiro faz-se na Cova a romaria anual a São Pedro, padroeiro dos pescadores. No extremo da povoação, num ermo desabrigado, ergue-se a pequena e humilde capela do santo. Em redor alongam-se as dunas cobertas de juncos, enquadradas pelo pinhal e pelo mar. S. Pedro, se viesse dos areais da Judéia, com as suas rústicas sandálias de caminheiro pobre, as suas barbas austeras, a face tostada pelo ar salgado, sentir-se-ia à vontade entre a gente da Cova e no seu agreste cenário de deserto ribeirinho".

Em tempo.
Recordar a Aldeia, como aconteceu sábado passado no Clube Mocidade Covense, pode ser gratificante. 
Recordar a aldeia, como aconteceu sábado passado no Mocidade Covense, é também saudável, tranquilo, didáctico e enche a minha vida com outras cores. 
Da minha Aldeia continuo a ver o rio e o mar.
Recordar a Aldeia faz  bem à saúde do corpo e faz bem à saúde da alma. 
Às vezes, faz falta saber quem fomos, principalmente os valores e os princípios, para continuar a gostar da minha Aldeia.
Mais uma vez, ouso recomendar a leitura de "A Cova-Gala, como notável exemplo de Solidariedade".

O apetite pelo poder

Como os resultados demonstram e é do conhecimento mais ou menos generalizado, até aqueles que eram honestos e tinham atitudes socialmente aceitáveis no momento da sua chegada a uma posição de liderança, mudaram com demasiada facilidade as suas perspectivas morais uma vez tomado o gosto do poder.

domingo, 23 de agosto de 2015

Sabem quem é o líder do campeonato?..


O Arouca, pois claro...
Dois jogos = a duas vitórias!..

A Arte Xávega no Concelho da Figueira da Foz ficou mais pobre...

"Zé do Olho, 
Não tinha medo do mar! 
Era amigo e um amigo! 
Adorava ser fotografado! 
Era a pessoa que me movia para ir fotografar a Arte Xávega naquela localidade, Costa de Lavos. 
Carismático, trabalhador e divertido é assim que me vou recordar do Zé do Olho." 
Pedro Agostinho Cruz

Em tempo.
Zé do Olho é um Homem, como tantos outros, que vem dos tempos de nada. Nas aldeias, vivia-se do nada. Nem o mais essencial estava acessível à generalidade do povo... 
Uma vida certamente recheada de estórias empolgantes, vividas na solidão branca das ondas do mar.
Uma vida, como tantas outras, vivida em condições de extrema dificuldade, que passou pelos longos anos da guerra, anos de fomes, tempos de duros racionamentos.

Zé do Olho, um Homem do Povo e um Amigo do Pedro, que o Pedro não esqueceu.
Os meus pêsames à família enlutada.

"A Cova-Gala, como notável exemplo de Solidariedade", um livro que merece ser lido por todos, em especial pelos covagalenses...

foto António Agostinho
Jorge Mendes, advogado em Lisboa, nascido em Coimbra a 3 de Dezembro de 1945, um escritor para mim completamente desconhecido, publicou um livro "que tinha projectado escrever, não com o propósito de trazer ao conhecimento dos leitores grandes acontecimentos históricos que estivessem por revelar, pois esse trabalho estava superiormente feito pelo Comandante João Pereira Mano e Manuel Luís Pata", mas para "dar a conhecer os covagalenses e as suas vidas ao longo dos últimos 225, ou seja, desde 1790".  

Adquiri os dois volumes deste livro na Junta de Freguesia de S. Pedro apenas na passada sexta-feira, pelo que, até ao momento, só tive tempo de fazer a chamada leitura em diagonal.
Gostei. Talvez porque fala numa linguagem que é também minha. O que não me admirou, pois o autor tem uma longa ligação à Cova-Gala: a sua esposa descende, por via materna, de famílias da Cova - "Malaquias" e "Gonçalves" - e, por isso mesmo, desde há dezenas de anos passa na Gala uma parte das férias, fins de semana e outros dias, numa casa em frente ao antigo "Portinho".
Repito: gostei. Talvez porque fala de nós tal como o fomos, somos e sentimos, da nossa idiossincrasia, dos trabalhos e das dificuldades colossais por que passámos, das nossas conquistas e derrotas, tristezas e alegrias, das quatro "viagens" desde finais do século XVIII - a pesca das "artes", a cabotagem do comércio, as campanhas do bacalhau e as migrações (Tejo, Cascais) e a emigração para a América.

Para lá das memórias e da história passada a letra de forma, fica um contributo mais para a história da Cova-Gala, duas Aldeias que, de tão pequenas e insignificantes, pouca atenção merecem daqueles que determinam a política e a cultura no nosso concelho. 
Presumo que seja uma edição de autor. Não conheço o escritor desta obra (a não ser de vista - e eu para ele sou um completo desconhecido...), pelo que estou completamente à vontade para recomendar  aos covagalenses  e a todos os que se interessam pelo conhecimento, para se dirigirem à Junta de Freguesia de S. Pedro, onde por 10 euros, podem adquirir os dois volumes deste excelente testemunho que é o livro "A Cova-Gala, como notável exemplo de Solidariedade", escrito por Jorge Mendes, que traz ao nosso conhecimento referências humanas passadas e outros importantes "documentos" da história da Cova-Gala - a minha Terra, onde continua a haver uma certa doçura de viver que cada vez é mais difícil de encontrar noutros locais. Só espero que não estraguem mais do que já está irremediavelmente estragado.  
Continua a dar gosto dizer que a Cova-Gala é a  minha Terra - apesar dos apesares continua a ser a minha Identidade, a minha História, a minha Alma. Este livro reforçou esta minha firme convicção de sempre.
Como covagalense fica o meu agradecimento ao dr. Jorge Mendes.

A história do bom aluno continua, desta vez aplicada à sardinha...

foto sacada daqui
Dez municípios do país exigem o aumento da quota de captura de sardinha para este ano e o próximo solidarizando-se com os pescadores de Peniche e da Nazaré, impedidos desde hoje de capturar aquela espécie.
“Há condições para que possa haver um aumento de quota para que se possa pescar por mais algumas semanas”, afirmou António José Correia, em nome de todas as autarquias que se solidarizaram com aqueles dois municípios, uma vez que nos seus territórios, a quota irá também esgotar-se, nalguns casos nas próximas semanas e noutros em poucos meses.
Na posição conjunta, os dez municípios exigem ainda ao Governo que sejam rapidamente definidas “as medidas de acompanhamento para responder aos problemas resultantes da interdição e imobilização temporária das embarcações”, medidas essas que serão discutidas na terça-feira pela Comissão de Acompanhamento da Pesca da Sardinha.
A posição é subscrita pelas câmaras de Peniche, Nazaré, Figueira da Foz, Matosinhos, Sesimbra, Sines, Loulé, Portimão e Setúbal e Olhão, que se manifestaram ainda disponíveis para apoiar acções que venham a ser definidas pela Federação dos Sindicatos da Pesca.

Em tempo.
"Por este ano já se acabou a sardinha... 
Não, não acabou a época da sardinhada. Até ao fim do Verão ainda haverá por aí umas sardinhadas... Com sardinha espanhola, e ainda mais cara...
Também é para isto que serve o bom aluno... convenientemente confundido com o aluno obediente, que come e cala. Que, no fim de contas, é o que importa: para isto e para outras coisas semelhantes!
Por isso a ministra Cristas diz que tem de ser assim... Que o  que tem que ser tem muita força. Que temos de cumprir, se não no futuro teremos ainda quotas menores... É assim. Sempre foi assim... É sempre esta a história do bom aluno!" Eduardo Louro

sábado, 22 de agosto de 2015

À atenção dos exmºs. autarcas figueirenses: uma ideia fantástica

"Circular de bicicleta na cidade com segurança".
É uma daquelas ideias em que podemos dizer “como é que não pensei nisto antes?”
No desenho das estradas, em vez de colocar os carros encostados ao passeio, com uma pista de bicicletas ao lado das pistas dos carros, colocar em vez disso a pista de bicicletas junto ao passeio e usar os carros estacionados como uma barreira de protecção.
Fica-se a a aguardar que adoptem a ideia. 
Afinal de contas, tantas coisas inúteis têm feito no domínio das ciclovias, porque não fazer algo de facto útil?

Uma crónica hoje publicada no jornal AS BEIRAS