sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Não podemos continuar a viver acima das possibilidades….


O Proença não terá nada a justificar aos trabalhadores?..

foto sacada daqui

Ironia... (IV)


«Todos sabem que o silêncio do Presidente da República é de ouro, hoje a cotação do ouro foi 1.730 dólares por onça»...

Os dias difíceis da imprensa regional…


Crónica de uma morte anunciada… “A da morte anunciada de «O Figueirense» para 28 de dezembro!” 
Pode lê-la, pela pena de Joaquim Gil, Director... 
Razão – mais uma vez na pena do Director: “a razão que me foi transmitida foi de natureza financeira. E eu só posso acreditar e só tenho razões para acreditar que a razão é financeira e, como sempre referi à administração, os números são números, não os discuto. 
Mas que outra razão poderia ser? 
Se acaso fosse a linha editorial, se se quiser, a linha dos meus editoriais, então teria bastado um sinal, um simples sinal, para que eu saísse espontânea, leal e imediatamente pela porta por onde entrei. Eu ando sempre com as chaves do carro no bolso… 
Se acaso fossem as eleições autárquicas que por aí vêm, eu teria lembrado que passei por três eleições sem uma nota de reparo, nomeadamente nas autárquicas de há três anos, com elogio de ganhadores e perdedores e até público louvor de um dirigente distrital do Bloco. 
Quero aliás referir aqui, expressa e formalmente, que eu só tenho uma agenda, qual seja, no plano jornalístico, a dos leitores e, como diretor, a do acionista. 
Por isso, ao contrário do que me foi sugerido e até recomendado, me mantive afastado dos poderes vários, do convívio e dos afetos – exceto daqueles que já eram os meus, pois sou de fidelidades e da lealdade! – que um dia, inevitável e inelutavelmente, cobram ou, pelo menos, condicionam. 
Agora, sim, vou andar por aí livre como o passarinho a que abriram a porta da gaiola… 
As razões deste encerramento só podem ser, pois, as financeiras.”
 



A imprensa regional  - e não é de hoje - vive dias difíceis.
(Por experiência própria, sei do que escrevo e sei o que sente neste momento o meu Amigo Jorge Lemos e restantes pessoas ligadas ao O Figueirense, a quem endereço uma palavra de solidariedade, pois estive ligado a dois projectos figueirenses que tiveram de encerrar por dificuldades económicas: Barca Nova e Linha do Oeste.)
Mas, infelizmente, O Figueirense não irá ser caso único, nos próximos tempos, na imprensa regional. Às dificuldades que já vinham do passado, a crise económica e a perda de hábitos de  leitura das novas gerações fizeram o resto em 2012.
Contudo, a crise agravou-se desde que o Estado praticamente acabou com a distribuição da publicidade institucional pelos jornais regionais, como sabemos um suporte financeiro importante para a sua sobrevivência. As dificuldades em cobrar as assinaturas, menos publicidade ou publicidade mais barata e menos apoios do Estado, através da abolição do porte pago, o que levou  ao aumento dos custos de distribuição, explica o resto.
Entretanto, os jornais reagiram, pensando apenas no presente: despediram  jornalistas e prescindiram de colaboradores, imprimiram  menos páginas, passaram a usar papel mais barato e, alguns, chegaram mesmo a mudar a periodicidade.
Resultado: os jornais tornaram-se  mais pequenos,  menos interessantes e pluralistas e, por consequência, perderam capacidade competitiva num mercado cada vez exigente e concorrencional.
A perda de títulos regionais é uma realidade em Portugal. O Figueirense é, apenas,  a próxima vítima de que tenho conhecimento.

2013 na Figueira

para ler
clicar na
imagem

Escrever, aqui pela Figueira, tem destas coisas…
Pelos vistos, o que se avizinha não irá ser especialmente  aliciante nem animador.
No entanto, nem tudo será necessariamente desolador.
Resta-nos a vida intelectual, a leitura e o conhecimento.
Sim,  porque em termos de vida coletiva, social e política, também a Figueira ficará mais pobre em 2013.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

«5.ªs de Leitura»

«No âmbito da iniciativa «5.as de Leitura», Emílio Rui Vilar estará hoje, às 22h00, na Biblioteca da Figueira da Foz. 
Esta é uma parceria entre o Programa Gulbenkian de Língua Portuguesa e Câmara Municipal da Figueira da Foz, através da sua divisão de Cultura.»

Via O Figueirense

À atenção do vereador da cultura da câmara municipal da Figueira da Foz, dr. António Tavares.
Nesta altura do ano, às 5 e tal da tarde anoitece...
Ainda por cima, as noites estão frias e pouco convidativas a sair do aconchego do lar...
Porquê, então, marcar a iniciativa para as 22h00?.. 
Certamente, que deverá haver uma razão plausível e lógica...
Só que, confesso, não estou a ver qual seja...

"Bons malandros"...




E ninguém poderá dizer: desta água não beberei…



Para sobreviverem, cada vez mais portugueses roubam água nas bombas de gasolina, desempoeiram candeeiros a petróleo e comem apenas o que não precisa de ser cozinhado. 
A VISÃO foi ver como se vive hoje em oito casas nas quais já só restam as memórias de banhos longos, assados no forno ou aquecedores elétricos - antigos luxos da classe média…

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ironia (III)

"O dinheiro emprestado pela troika é muito barato", explica aqui o senhor FMI...
Abebe Selassie, o
 chefe da missão do Fundo Monetário Internacional disse
 também que Portugal tem "um ministro das Finanças muito impressionante".

É preciso ter lata...

Cavaco: "portugueses esqueceram o mar, a agricultura e a indústria"!.. 
Isto, depois de durante dez anos (1985/1995),  ter ajudado a desmantelar as pescas, a indústria e a agricultura, a troco de alguns (muitos) milhões que da Europa (CEE) vieram, para distribuir generosamente e torrar em cimento e alcatrão.
Valha-me Deus...
 "Em Belém já não mora ninguém e lá só se ouvem passos..."

Vamos ter cá o fantástico Santana…


imagem sacada daqui
Considero verdadeiramente fantástica a capacidade, que este ex-presidente da câmara municipal da Figueira da Foz, tem para continuar a projectar a voz em todas as suas intervenções políticas - na Figueira e no País!.. 
Do assunto mais comezinho à questão mais importante,  Santana engrossa o aparelho fonador e, qual barítono de opereta, faz estrondear as suas sentenças políticas sobre os amedrontados adversários políticos e jornalistas.
Sim, amedrontados... E eu não os censuro.
Confesso, aliás, que se eu fosse seu adversário político ou  jornalista  e tivesse de enfrentar a fúria retórica deste ex-presidente da câmara municipal da Figueira da Foz ficaria cagadinho de medo. Acham que estou a exagerar?.. Olhem em redor - para a Figueira e para o País.
Como certamente já perceberam, sou, desde sempre,  um atento  fã deste homem. 
A sua voz denota firmeza, carácter, força, convicção, pujança, ímpeto e integridade - talvez não por esta ordem, mas tudo isto ao mesmo tempo. 
Sim, porque aquela voz  só pode brotar de um genuíno e puro desejo de fazer o bem-comum. E aquele ribombar das palavras requer a certeza de quem sabe o que está a fazer e não admite dúvidas ou opiniões contrárias, porque estas são pura e simplesmente inadmissíveis,  por ignorantes.
É claro que,  em certas situações, todo este troar eloquente já chegou a ser um pouco ridículo... 
Mas, isso, foram as excepções…
  
Em tempo e antes que seja tarde de mais...
Não obstante toda a minha admiração, espero que o Santana nunca venha a ler este post. 
É que eu não o quero ver aborrecido comigo.
Pensando melhor, talvez este post não tenha sido uma grande ideia. 
Vocês não lhe digam nada, ouviram?..
Vejam lá!..  É que não posso correr o risco que se pense que estou a brincar com quem tem uma voz e um peso, que todos conhecemos e reconhecemos. 
Na Figueira... E não só!

Apenas uma pergunta…

para ler melhor clicar em cima da imagem
Num Portugal virado ao contrário, pouca coisa já me parece surpreendente, estranha, errada, ou iníqua.
Se Portugal está como sabemos a Figueira poucas melhoras tem. O  que nos rodeia  está, de facto, de pantanas. Vejam isto: “religar o contador da água na Figueira passa de 50 euros para 92 euros"!..
Posto isto, o grande lamento, em jeito de questão, que eu gostava de colocar, hoje, aqui, é o seguinte: privatizar, é elevar o preço de um serviço básico até ao infinito?..

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Tem razão senhor primeiro ministro!..

Passos Coelho...
"Não são os Governos que criam empregos".
Tem razão senhor primeiro ministro.
Mas, já agora, penso eu...
Também poderiam evitar criar desemprego...
Ou, isso,  seria pedir muito?..
Em tempo.
"...Há cada vez mais gente desesperada, um sem--número de pessoas que não aguentam a situação em que sucessivos governos deixaram Portugal. Nos bairros dos subúrbios os filhos nunca tiveram emprego e os pais já não têm. Temos uma falsa democracia, em que os manifestantes são espancados mas os antigos responsáveis do BPN, banco em que desapareceram para os bolsos de alguns milhares de milhões de euros, nunca foram presos e tornam-se conselheiros do primeiro-ministro. Portugal é um país com milhão e meio de desempregados. As estatísticas falam de um número recorde de pessoas na pobreza, de gente expulsa das suas casas e sem dinheiro para comer. A violência é filha de um país sem saída. Como querem ter a paz social da Suécia com a miséria da vida da Grécia?"

“O executivo e a troika não alteraram as previsões para 2013, mas reviram em baixa o crescimento para 2014, o ano da retoma.”


A propaganda vale o que vale... 
Só convence quem quer (ou se deixa) ser convencido…
Infelizmente,  o país "inventado" por Vitor Gaspar, Passos Coelho e Paulo Portas está muito distante daquele que encontramos diariamente -  feio, pobre e triste, cuja única coisa que tem para nos oferecer, é conseguir esvaziar-nos as "carteiras" ...

Desgraças...


Pelo facto de ser covagalense, tive  obstáculos ao longo da vida…
Mas, ser covagalense  não foi uma escolha -  foi um destino.
Ainda que ser covagalense não me impeça de escrever, creio que só  vale a pena fazê-lo, a partir de uma lucidez exasperada.
Assim, afirmo que ter nascido covagalense  foi uma desgraça.
Como é uma desgraça ser figueirense, português,  pobre,  negro,  homossexual,  poeta – e outras coisas assim, marginais.
Tirando esse pormenor,  o importante é aquilo que fazemos com as nossas desgraças.