António Agostinho, o autor deste blogue, em Abril de 1974 tinha 20 anos. Em Portugal havia guerra nas colónias, fome, bairros de lata, analfabetismo, pessoas descalças nas ruas, censura prévia na imprensa, nos livros, no teatro, no cinema, na música, presos políticos, tribunais plenários, direito de voto limitado. Havia medo. O ambiente na Cova e a Gala era bisonho, cinzento, deprimido e triste. Quase todas as mulheres vestiam de preto. O preto era a cor das suas vidas. Ilustração: Pedro Cruz
sábado, 11 de agosto de 2007
Centenário de Miguel Torga
A RTP2 transmite no domingo, dia em que Miguel Torga faria 100 anos, um documentário sobre o escritor que, segundo o autor do projecto, o jornalista Luís Costa, mantém «uma actualidade desconcertante».
«Miguel Torga - O meu Portugal» será transmitido pela RTP2 domingo às 21:15, com repetição segunda-feira às 23:30.
Miguel Torga, nasceu em 12 de Agosto de 1907 em S. Martinho de Anta, aldeia onde cresceu e que o havia de marcar para toda a vida - o "Reino Maravilhoso" de Trás-os-Montes perpetua-se na sua escrita, sempre enaltecida como terra de Deus e dos deuses.
O médico e escritor, de nome Adolfo Correia Rocha, adoptou em 1934 o pseudónimo literário Miguel Torga, com o ensaio A Terceira Voz.
Não escolhe o nome por acaso. Associando o fitónimo "torga" - evocativo de resistência e de ligação à terra; nome dado à urze, planta bravia, campestre, que sobrevive nas fragas das montanhas, com raízes muito duras infiltradas por entre as rochas - a "Miguel" - nome de escritores ibéricos Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno, de artista e visionário Miguel Ângelo - o poeta, com apenas 27 anos, escolhe assim um programa ético e estético centrado no confessionalismo e na busca de autenticidade.
Coimbra é uma das ligações de Torga à vida.
Aí estudou, exerceu medicina e desenvolveu a sua actividade criadora como escritor, ligando-se aos grupos literários da cidade e participando no movimento da Presença, de que foi um dos fundadores e um dos mais entusiastas defensores.
Miguel Torga é autor de mais três dezenas de títulos de poesia, ficção e teatro. Foi distinguido com diversos galardões, nacionais e estrangeiros, nomeadamente o Prémio Montaigne (1981), o Prémio Écureuil de Literatura (Bordéus, 1982), Prémio Camões (1990) e o Prémio Crítica 1993 do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários. A sua obra tem vindo a ser traduzida para a generalidade dos idiomas europeus e ainda para chinês e japonês. Actualmente, é um dos escritores portugueses de mais lidos e citados a nível nacional.
Miguel Torga morreu em Coimbra a 17 de Janeiro de 1995.
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Mudanças
Ao longo dos anos muita coisa tem mudado nesta Terra.
No plano associativo, mudou-se daqui para aqui.
No plano educacional, mudou-se daqui para aqui.
Mas, o homem, já o escreveu Alexandre Herculano no século XIX, “é mais propenso a contentar-se com as ideias dos outros, do que a reflectir e a raciocinar”.
Portanto, mudou-se natutalmente daqui para aqui.
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
“Gosto de ver as pessoas a olhar para o meu jardim, até as convido a entrar ”
Sou um dos muitos que, quando passa por este jardim, pára para se deslumbrar com toda aquela beleza.
Tudo aquilo é perfeito, as flores, as cores, os peixes do lago etc.
Hoje o Outra Margem teve uma conversa com o proprietário daquele magnifico recanto, frente ao mar, no Largo Eng. Aguiar de Carvalho - um senhor de nacionalidade holandesa.
Quanto ao jardim: “isto só é possível com muita dedicação, depende do carinho das pessoas (...)”, disse-nos o proprietário. E acrescentou: “ a primeira hora do dia, todos os dias, é para o jardim”.
Ah já agora, eu fui um dos que entrei...
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Passado...
Esta fotografia já tem uns anos.
Um “bairro de lata” na Cova-Gala (construção precária - edifícios improvisados de madeira ou chapas de metal, degradada, geralmente sem água canalizada, saneamento, electricidade ou outras infra-estruturas), é uma imagem que, felizmente, hoje não seria possível obter.
Um “bairro de lata” na Cova-Gala (construção precária - edifícios improvisados de madeira ou chapas de metal, degradada, geralmente sem água canalizada, saneamento, electricidade ou outras infra-estruturas), é uma imagem que, felizmente, hoje não seria possível obter.
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Desporto e instalações desportivas
A petanca é um jogo popular. O jogo é originário de França, onde goza de grande aceitação. O seu nome provém da expressão "pés juntos".
Na prática, o jogo faz-se em zonas planas e arenosas. Consiste em lançar uma série de bolas metálicas com o intuito de aproximar-se o mais possível de uma pequena bola de madeira que foi lançada anteriormente por um jogador. As bolas usadas no jogo são metálicas com umas estrias. O diâmetro deve situar-se entre 7 e 8 cm, enquanto que o peso oscila entre os 625 e os 800 gramas. A bola pequena ou boliche é de madeira e deve ter um diâmetro entre 2,5 e 3,5 cm.
Na nossa Terra, o local acima é o que foi destinado para a prática da petanca.
Outros locais para a prática desportiva na nossa freguesia aqui.
Nesta Terra também passa um Rio
Na nossa Terra, toda a publicidade para cativar visitantes assenta no Parque das Merendas e nas Praias.
Agora, imaginem que alguém tinha visitado Lisboa e ao regressar lhe perguntavam pelo Tejo.
Tejo, qual Tejo? Não vi lá Tejo nenhum.
Mas, como sabemos, não só passa um rio em Lisboa, como parece impossível que alguém pretenda descrever a cidade ser dar conta desse facto.
Na nossa Terra, também passa um Rio
No entanto, o impossível acontece.
Nesta Terra, não existe uma única iniciativa para animar o Rio.
Nunca é indiferente o sentido de voto da maioria da população.
Menos ainda se esse sentido de voto é constante há 16 anos.
Agora, imaginem que alguém tinha visitado Lisboa e ao regressar lhe perguntavam pelo Tejo.
Tejo, qual Tejo? Não vi lá Tejo nenhum.
Mas, como sabemos, não só passa um rio em Lisboa, como parece impossível que alguém pretenda descrever a cidade ser dar conta desse facto.
Na nossa Terra, também passa um Rio
No entanto, o impossível acontece.
Nesta Terra, não existe uma única iniciativa para animar o Rio.
Nunca é indiferente o sentido de voto da maioria da população.
Menos ainda se esse sentido de voto é constante há 16 anos.
Uma foto de 1999
Esta fotografia, pertence ao baú de recordações da minha prima Vanessa (blogue There is a word), que ontem retornou aos EUA, depois de 15 dias de férias em Portugal.
O acidente que envolveu o cargueiro Kaaksburg verificou-se no dia 2 de Janeiro de 1999.
Uma avaria nas máquinas, obrigou o comandante do navio a solicitar ajuda às autoridades marítimas da Figueira da Foz. Fundeado a duas milhas da costa, o cargueiro foi empurrado pela força das ondas para a costa, junto à praia da Cova Gala. Na manhã seguinte, os sete tripulantes tiveram de ser resgatados por um helicóptero da Força Aérea, vindo do Montijo.
O cargueiro, com bandeira da Antígua, era um navio de 2.500 toneladas, 88 metros de comprimento e 11,30 de boca.
A sua remoção, que não foi fácil, esteve, numa primeira fase, a cargo de uma empresa holandesa que chegara a acordo com a companhia de seguros do navio. Todavia, nos dias 16 e 17 de Janeiro, a forte ondulação marítima provocou graves danos no Kaaksburg, tendo-se chegado à conclusão que "a sua recuperação era de tal forma dispendiosa" que não era viável.
Numa reunião havida no dia 18 de Janeiro, foi decidido que o navio seria desmantelado, cabendo ao armador e à companhia de seguros elaborar o plano de desmantelamento.
É neste espaço de tempo que surge a empresa Draganorte, a demonstrar o seu interesse em recuperar o navio, o que viria a conseguir numa tarde de domingo, dia 16 de Maio de 1999.
Decorridos pouco mais de 4 meses sobre a data do sinistro do Kaaksburg.
domingo, 5 de agosto de 2007
Domingo de Agosto...
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