sexta-feira, 9 de junho de 2006

Um caso no jornalismo figueirense

O pequeno mundo dos media figueirenses, foi abalado com a notícia publicada pelo diário “as beiras”, na passada quinta-feira, que dava Lídio Lopes, vereador do PSD na Câmara da Figueira, portanto, figura pública, como condenado pelo crime de ofensa à integridade física de um jovem.
Sabe-se agora, depois de Lídio Lopes ter dado uma conferência de imprensa, a negar a história e a exigir a reposição da verdade que, afinal de contas, o documento em que a jornalista Anabela Vaz se fundamentou, «não era a sentença do tribunal, mas sim a acusação formulada pelo Ministério Público.»
A jornalista terá, presume-se, sido induzida em erro pela fonte que lhe forneceu o documento, ou, eventualmente, ter feito alguma confusão entre uma sentença do tribunal e uma acusação do Ministério Público...
Anabela Vaz, diz quem a conhece, “tem provas dadas de bom jornalismo”.
Que diabo, então isto não pode ser normal! ....
O que haverá por explicar em toda esta história ?...
Este facto, creio que inédito no panorama jornalístico figueirense, coloca questões e desafios aos que fazem da transmissão da informação o seu modo de vida na nossa cidade.
O desafio que, acima de tudo, se coloca hoje aos jornalistas na Figueira, é o de responder com um jornalismo de qualidade.
Isso, passa, indiscutivelmente, pelos jornalistas e pelas Empresas de comunicação social.
Pergunta-se: onde está o aperfeiçoamento profissional, através de cursos de reciclagem e outras formas de actualização?
A formação profissional dos jornalistas figueirenses , deverá ser encarada, não como um custo supérfluo, mas sim como um investimento estratégico decisivo.
O que está em causa, é a qualificação de um grupo profissional, cujas especiais responsabilidades na formação da opinião pública da nossa cidade, são por demais evidentes.
É claro que isto, embora importante, é, no momento presente, talvez secundário
para os “nossos” jornalistas.
As condições objectivas para o exercício da sua profissão na Figueira, sempre foram fortemente condicionadas por um contexto político e empresarial complexo.
Se quisermos ser mais explícitos e frontais, teremos de admitir as tentativas de instrumentação dos média e as pressões que restringem as liberdades dos cidadãos e dos profissionais de informação.
Isto, claro, por parte dos “poderes”.
Neste contexto, espera-se dos jornalistas figueirenses, muito mais do que o mero registo dos factos que animam ou oprimem o quotidiano da nossa cidade.
Mais do que testemunha profissional da História, o jornalista é chamado a procurar compreender e explicar qualificadamente os factos no seu contexto, sob pena de contribuir para reduzir as sociedades modernas e democráticas a um imenso mosaico amorfo e acrítico de espectadores passivos ou, na pior das hipóteses, gozosos do sofrimento alheio.
O jornalismo é uma profissão de risco.
A Anabela Vaz cometeu um erro grave.
Mas, os erros também nos podem fazer crescer.
Pergunta quem a conhece, “será que um erro, embora grave, pode pôr em causa toda uma carreira sem mácula?”
Como sabe, o nosso conhecimento é superficial.
Peço, portanto, que desculpe a minha ousadia e permita que subscreva o pedido do José Luís de Sousa, no magnifico texto inserto no seu blogue.
“Reflicta.
A sua contribuição para um bom jornalismo na Figueira da Foz é absolutamente necessária”.

QUE SOMOS NÓS



Que somos nós senão o que fazemos?
Que somos nós senão o breve traço
da vida que deixamos passo a passo
e é já sombra de sombra onde morremos?

Que somos nós senão permanecemos
no por nós transformado neste espaço?
Que serei eu senão só o que faço
e é tão pouco no tempo em que não temos

para viver senão o tempo de
transformar neste tempo e neste espaço
a vida em que não somos mais do que

o sol do que fazemos. Porque o mais
é já sombra de sombra e o breve traço
de quem passamos para nunca mais.

Manuel Alegre

quinta-feira, 8 de junho de 2006

Vamos ser optimistas ...

Foto: Pedro Cruz

O que está previsto é o seguinte: 24 meses, é o prazo máximo para a conclusão das obras da nova Ponte dos Arcos.
Isto, evidentemente, após o seu início. Com os obstáculos do IPTM já ultrapassados, aguarda-se, a todo o momento, o arranque dos trabalhos.
A obra já se encontra consignada, pelo que os dois milhões de euros, que é quanto se prevê seja o custo global, também já não devem constituir problema. Claro, isto se não houver derrapagem financeira no decorrer da execução do empreendimento ...
Dada a necessidade, para a Freguesia de S. Pedro e para todo o concelho da Figueira da Foz, da conclusão desta obra estrutural, 24 meses até seria um prazo razoável ....
Vamos ser optimistas.

"Nascer na Figueira" vai a LISBOA



O movimento cívico “Nascer na Figueira” aderiu à acção nacional de protesto da iniciativa do Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, a realizar no próximo sábado, pelas 15:00, junto ao Marquês de Pombal (Lisboa). A comissão apela aos figueirenses para que se juntem ao protesto, assegurando aos interessados transporte com saída, do Parque das Gaivotas, às 10:00. As inscrições para esta marcha podem fazer-se através do número de telefone/fax 233 425 417.

ParaIndústria



Foto:
Pedro Cruz


No final de 2005, a ParaIndústria fechou com “resultados relativamente modestos”.
Esse argumento, foi um dos que levou o PS a votar contra a recondução dos corpos sociais da ParaIndústria.
Mas os Vereadores do Partido Socialista na Câmara da Figueira, colocam outras questões, do seu ponto de vista pertinentes.
Que promoção tem sido feita do Parque Industrial da Gala?
Ainda há pouco tempo, Montemor-o-Velho foi contemplada com um importante investimento estrangeiro.
Porque é que a API (Associação de Parques Industriais), sendo sócia da ParaIndústria, não canaliza investimentos para a Figueira?
Existe dinâmica no funcionamento da ParaIndústria?
Os resultados do ano passado, da empresa que gere a Zona Industrial, detida em 65% pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, foram “relativamente modestos”.
É o próprio Presidente do Conselho de Administração, eng. Duarte Silva, também Presidente da autarquia figueirense, que o admite.
Apesar disso, a maioria das personalidades que compões os Corpos Sociais da ParaIndústria foram reconduzidas para executarem um novo mandato.
Isso aconteceu na reunião de câmara da passada segunda–feira, com os votos a favor do PSD. Os vereadores socialistas, afirmaram não ter motivos “para aprovar a recondução de uma administração que obteve resultados modestos”.
E, acentuaram: “a maioria dos seus elementos são pessoas ausentes”.
Apesar de serem considerados “nomes sonantes, não têm demonstrado ser uma mais–valia”.
O vereador Paz Cardoso disse mesmo: “vêm cá poucas vezes e estão desenquadrados com a realidade da Figueira”.
Com críticas, ou sem críticas, a maioria é que acabou por ditar leis.
O eng. Duarte Silva permanece no lugar de Presidente da Administração, tendo como “braço direito” Luís Tadeu.
Amaral Vieira e Luís Dias, assumem os lugares de vogais.
Na Presidência da Assembleia Geral, a autarquia mantém Morão Dias, com Nogueira Santos e Carlos Fonseca.
O Conselho Fiscal, continua a ser presidido por Daniel Bessa, acompanhado por Carlos Santos e João Pedrosa Russo.

quarta-feira, 7 de junho de 2006

Não haverá perigo?



A situação é esta, há, pelo menos, 8 dias.
O local, é um dos mais frequentados da Gala: na Avenida 12 de Julho, mesmo junto ao Clube de Vídeo.
Mesmo que não seja perigosa, esteticamente é lamentável.

terça-feira, 6 de junho de 2006

Será possível iluminar o Sintético da Praia da Cova?


É um grupo de amigos da Cova e Gala, que gosta simplesmente de se divertir com a prática de desporto.
Uma vez por semana, normalmente às segundas-feiras, aí por volta das 21 horas, vai até ao Pavilhão do Sport Clube de Lavos, para realizar umas jogatanas.
Se são de S. Pedro, porque é que vão até Lavos, para jogar futebol de salão?
Porque, como todos sabemos, São Pedro não tem um Pavilhão Gimnodesportivo.
Pode ser que daqui por uns tempos, espera-se que não muito longos, as coisas se alterem, com a urbanização da antiga Alberto Gaspar & Cª. Ldª. ...
Vamos ver o que permite o PDM a definir para o local ... Há que aguardar ...
Todavia, cremos que, entretanto, são possíveis criar outras alternativas, não muito dispendiosas e exequíveis, que permitam aos jovens da nossa Freguesia a prática do desporto de lazer e entretenimento, à noite, depois do estudo, ou do trabalho.
Nesta altura do ano, de noites quentes e agradáveis, se, por exemplo, o sintético da praia da Cova tivesse iluminação, seria completamente escusado os nossos jovens deslocarem-se para uma freguesia vizinha, pagando do seu bolso, para se divertirem, de forma saudável e salutar, ocupando o tempo na prática do desporto.
Aliás, a iluminação daquele polidesportivo, permitiria, igualmente, ao Desportivo Cova Gala, uma infra-estrutura alternativa e de apoio, para desenvolver a sua meritória actividade em prol do fomento desportivo, junto da juventude de S. Pedro.
Não será possível iluminar o sintético da Praia da Cova?

ÀS TANTAS! ...


Os conselhos foram tantos,
Os amuos foram tantos,
Os receios foram tantos,
Os medos são tantos! ...

As preocupações foram tantas,
As mensagens foram tantas,
As missivas foram tantas,
As surpresas são tantas! ...

As sugestões foram tantas,
As provocações foram tantas,
As acusações foram tantas,
As certezas são tantas! ...

Tantas, tantas, tantas,
Que às tantas,
Temos de continuar.
São outras tantas! ...

segunda-feira, 5 de junho de 2006

Quem é o Pai do FALA BARATO? ...





José Vilhena nasceu a 7 de Julho de 1927 na aldeia de Freixedas, perto da Guarda. O seu pai era um pequeno proprietário agrícola e a mãe professora primária. Aos dez anos foi para Lisboa estudar. Até ao quarto ano do Liceu, permaneceu na capital, mas foi depois para o Porto onde tinha uma tia. Após um ano de tropa, seguiu para as Belas Artes e cursou arquitectura. Porém, tinha começado a fazer desenhos para jornais e abandonou o curso no quarto ano. "Diário de Lisboa", "Cara Alegre", "O Mundo Ri" são alguns dos jornais e revistas onde trabalhou, nos anos 50, alternando com alguns trabalhos em publicidade. Fixou-se na zona do Bairro Alto, o "sítio dos jornais" onde convivia com os jornalistas. A partir dos anos 60 a sua actividade de escritor desenvolve-se. Os seus livros e os seus desenhos provocam-lhe problemas com a polícia, especialmente com a PIDE-DGS, constantes apreensões dos seus escritos e três visitas à prisão de Caxias (sempre sem julgamento).
Até ao 25 de Abril de 1974, escreve entre 60 e 70 livros (o número é incerto por falta de registos). Nesse ano, logo a 15 de Maio sai o primeiro número da Gaiola Aberta. Desde 1984 e durante 12 anos foi dono das boites Noite e Dia e Confidencial. Após uma pausa na publicação de revistas, volta à carga com "O Fala-Barato". Em 96, fez no palácio de Galveias a primeira grande exposição da sua obra de pintura sobre o 25 de Abril.

FALA® BARATO




“Para o poder absolutista o que importa é a salvação pública, não a opinião ...”.
Praticar, hoje, a liberdade de pensar, escrever, opinar – numa palavra, exercer o direito à cidadania, devia ser um acto normal num País que, desde o 25 de Abril de 1974, deixou de estar formalmente mudo e amordaçado.
Mas, como sabemos, ainda não é assim...
É claro – e, ao escrever isto, também é para sossegar certas almas que já estavam a ficar inquietas e nervosas - que um escriba, nunca pode ter grandes objectivos nem ambições.
A sociedade não muda, por se escrever este ou aquele texto, por se abordar este ou aquele tema, por se levantar esta ou aquela questão.
A função do escriba é simples: levantar os problemas.
E um dado adquirido, porém, que nesta era “informática”, com o boom das novas tecnologias, muita coisa mudou radicalmente.
Os jovens de hoje são diferentes dos da minha geração.
Quem é que lê agora o Eça, o Camilo, o Pessoa, o Lobo Antunes, o Saramago?
Estou a referir-me a ler as centenas de páginas dum livro.
Hoje, a Wikipedia tem o digeste de cada um deles ...
Só que o saber, não é algo adquirido, por ser preexistente...
Só porque alguém estudou os clássicos, os organizou e colocou acessíveis num DVD, isso não quer dizer que esse seja o caminho para a construção daquilo que nos torna, a cada um de nós, um ser único.
Quer dizer, detentores de um bem único e intransmissível: a nossa cultura pessoal.
É que, a fruição, o gozo, encontra-se no percurso a percorrer até à descoberta.
Muitas vezes, o local de chegada é, apenas, o novo ponto de partida para novas descobertas.
O conhecimento, o saber, a cultura, é uma construção que dá trabalho.
A liberdade individual também passa por aí.
Como defendia já em 1820, o “Patriarca da Liberdade”, o figueirense Manuel Fernandes Tomás, “a liberdade de comunicação é um dos mais preciosos direitos do homem”.
Tem de ser bem usado, portanto.
Por todos.
Também pelos mais jovens.
A juventude é importante para o futuro do país, duma cidade, duma freguesia duma terra.
Mas qual juventude?
A que sabe, a que pensa, a que é activa e crítica.
Ou aquela que é excelente pesquisadora do Google, isto é, que se limita a ser esponja absorvedora e acrítica do conhecimento pré estruturado.
E aqui é que bate o ponto: falar é importante.
Mas FALA® BARATO será! ...
Isso, só está ao alcance de Mestres.
Como o “fala barato” do Zé Vilhena.
Mas, esse é doutra cepa: a dos que mantém toda a vida a “gaiola aberta”.

domingo, 4 de junho de 2006

Assembleia de Freguesia de S. Pedro vai reunir sexta-feira





Convocada pelo Presidente, Domingos São Marcos Laureano, vai reunir em Sessão Ordinária, no próximo dia 9 de Junho, pelas 21 horas e 30 minutos, no edifício sede da Junta, a Assembleia de Freguesia de S. Pedro.
A Ordem de Trabalhos é a seguinte:
ANTES DA ORDEM DO DIA
Leitura da Acta da sessão anterior
Informações de carácter geral
ORDEM DO DIA
Informação do Executivo
Proposta de alteração do Regulamento do Mercado de S. Pedro
Toponímia

O que se passa com a Praia do Cabedelo?








Domingo, 4 de Junho, cerca das 11 da manhã, é este o aspecto da Praia da Cova.
Limpa e muito frequentada, a demonstrar que houve, de quem de direito, preocupação com a abertura da época balnear.
A foto de Pedro Cruz, fala por si.



Domingo, 4 de Junho, cerca das 10 horas e 45 minutos, o cenário da Praia do Cabedelo era este.
Suja e pouco frequentada, a demonstrar que, quem de direito, não se preocupou com a abertura da época balnear.
A foto de Pedro Cruz, também aqui fala por si.






Afinal, o que se passa com a Praia do Cabedelo?

sábado, 3 de junho de 2006

Vida de cão é para continuar ! ...

Foto: Pedro Cruz
Ser cão, já não é fácil! ...
Ser cão vadio, é mais difícil ainda.
E, cães vadios, é o que não falta na Freguesia de S. Pedro.
Na Cova, na Gala, no Cabedelo e na Morraceira, são inúmeros os canídeos vagabundos..
È uma praga, dirão uns. É um perigo, dirão outros. É uma calamidade, dirão outros mais extremistas.
Será, talvez, uma fatalidade ...
Vida de cão é vida de cão.
Mas, ao menos por um dia, não seria possível atenuar as agruras do quotidiano do cão?
Não estou a brincar. A ideia existe e foi apresentada na Assembleia da República.
O PSD foi o autor do projecto de resolução, que visa instituir um dia nacional do cão.
Estão admirados?! ...
Os deputados, na sua grande maioria, pelos vistos admiraram-se também! ...
Até na própria bancada proponente, a laranja, houve estranheza.
Hugo Velosa, deputado madeirense do PSD, dá a cara pela indignação: “como deputado nunca daria prioridade a um projecto desse tipo. Há matérias muito mais importantes, como a situação da nossa economia e das finanças públicas, da administração pública...”
Por muito respeito que tenha por quem tenha assinado o projecto (para além de Marques Guedes, líder parlamentar do PSD, estão também as assinaturas do vice-líder parlamentar Montalvão Machado, Ana Manso, Arménio Santos, entre outros), Hugo Velosa não consegue compreender a urgência.
Por sua vez, João Rebelo do CDS/PP considera o projecto laranja “totalmente disparatado”, pois do seu ponto de vista, “os dias são para temas mais humanos, como os pais ou as mães”...
Francisco Louçã, líder do Bloco de Esquerda, que é membro da Sociedade Protectora dos Animais, tal como João Rebelo, diz “que os dias nacionais, são simbolismos, vazios de conteúdo”.
No PS, o tema foi motivo de riso contido.
O deputado Mota Andrade assumiu mesmo: “mais do que o dia do cão , estamos interessados em criar medidas que protejam os animais de companhia e de estimação”.
Quais, é que não explicou! ... Mas adiante, pois isso é o prato do dia ...
Surpreendido com a iniciativa do PSD, ficou também Agostinho Lopes, do PCP, mas preferiu guardar mais comentários, para “depois de conhecer o projecto”.
Coitados dos cães. Muito palavreado, mas acções concretas, nicles! ...
Pelos vistos, não vai haver dia do cão.
Certo, certo, é continuar a vida de cão.
Ser Homem – e pelos vistos, ser cão - não é fácil.
Haverá reacções?
Do Homem será o previsível: resignação expectante! Passivo à superfície, mas atento e crítico no fundo.
E o cão, reagirá? ...

sexta-feira, 2 de junho de 2006

O FALA BARATO com um fim de semana de grande actividade



Que fazer com este batel?


Foto: Pedro Cruz




Esta é a pergunta que devem estar a fazer, a si próprias, as Instituições Assembleia Figueirense, Associação Comercial e Industrial, Ginásio Clube Figueirense, Misericórdia da Figueira e as Juntas de Freguesia de São Julião, Alqueidão, Vila Verde, São Pedro, Lavos e Maiorca, as entidades que há cerca de 5 anos atrás constituíram a parceria Sal do Mondego.
A réplica do batel, o “Sal do Mondego”, construído para fazer viagens turísticas pela antiga rota do sal do nosso rio, continua sem licença e imobilizado no portinho da Gala, depois de ter estado amarrado anos frente a Vila Verde.
Neste momento, a esperança para tentar salvar este projecto, onde já estão gastos cerca de trinta e seis mil euros, parece estar a esvair-se.
Na última reunião, os parceiros decidiram entregar o Barco à Câmara Municipal.
Isto, claro, “se ela estiver interessada”.
Tal fica a dever-se, no essencial, segundo Maria Caeiro Simão, presidente da Junta de Freguesia de Alqueidão e “madrinha do batel, “aos custos de manutenção do barco" e, também, "ao difícil processo de legalização junto da Capitania do Porto”.
Segundo a mesma autarca, em declarações que prestou ao semanário Correio da Figueira, outro motivo que levou a esta decisão, foi o facto de já “não haver a união, o elo que parecia haver no início”.
Como perguntámos há uns dias atrás, neste mesmo Outra Margem, será que vai deixar-se apodrecer, ingloriamente, na lama de um qualquer esteiro do nosso rio, 36 e seis mil euros e a derradeira possibilidade de ver sulcar nas águas do Mondego o último exemplar do “barco do sal”?
Será que teremos de recorrer às fotografias antigas para poder ter a emoção de ver um batel?

quinta-feira, 1 de junho de 2006

Liberdade



Não há nenhum vestígio de impureza,
Aqui nesta praia onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente,
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade



Sophia de Mello Breyner Andresen
Foto: Pedro Cruz

Dia Mundial da Criança




... A criança,
Toda a criança.
Seja de que raça for,

Seja negra, branca,
vermelha, amarela,
Seja rapariga ou rapaz.
Fale que língua falar,
Acredite no que acreditar,
Pense o que pensar,
Tenha nascido seja onde for,
Ela tem direito...

..A ser para o homem

A Razão primeira da sua luta.

(excerto de um poema de Matilde Rosa Araújo)

Foi necessária, tanta, tanta, tanta madeira! ...




Muita madeira foi necessária para ligar a Cova ao Cabedelo! ...
Muita madeira, muito trabalho e muito esforço.
E, presumo, muita habilidade e persuasão para negociar a execução da obra.
Foi uma cartada de génio.
Foram gastas toneladas e toneladas de madeira.
Tanta, tanta, tanta madeira, que deve ter sido tarefa difícil e complicada a sua quantificação.
Mas a obra – ou melhor, as obras, dado que houve uma primeira e uma segunda -, ficou vistosa.
E, sejamos justos, continua útil.
Tanta, tanta, tanta madeira se gastou e ninguém arranjou lenha para se queimar! ...
Foi de mestre.
Concretização soberba, esta.
Na claridade do dia, ou no escuro da noite, dá gosto passear pelas passadeiras da praia.
Que madeira tão preciosa, esta, a das passadeiras de S. Pedro.
Ajudou a dar uma nova panorâmica à Terra.
Fácil de ver, aliás: basta aventurar-se circular, aproveitando a tanta, tanta, tanta madeira gasta nas passadeiras da praia, pelo escuro da noite.
De preferência, virado a norte, com a Figueira no horizonte.