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terça-feira, 19 de novembro de 2019

Erosão costeira e a distracção do povo...

Via Diário as Beiras: "avanço do mar causa preocupação na Leirosa"

"Nos últimos 10 anos, o mar vem destruindo a duna da zona sul da Praia da Leirosa, aproximando-se perigosamente do bairro social. Calcula-se que tenha derrubado cerca de 50 metros da proteção natural. A agitação marítima da semana passada empurrou a água para a mata que se interpõe entre  o mar e as casas. As previsões meteorológicas para amanhã apontam para forte ondulação, temendo-se que a investida seja ainda mais forte.
Na zona norte da praia, são as hortas e os anexos de apoio à agricultura para autoconsumo que sofrem com a subida do mar e o refluxo do Rego da Leirosa.
Silvério Andrade Russo, de 67 anos, foi pescador dos 15 aos 57. “A parte sul está mais em perigo do que a parte norte. Isto devia levar umas pedras, pois não é com areia nas dunas que se resolve o problema. Se não puserem mão nisto, a parte sul vai ficar uma ilha”, defendeu.
O presidente da Junta da Marinha das Ondas, Manuel Rodrigues Nada, subscreve o conhecimento empírico do antigo pescador da Leirosa, defendendo uma proteção com rochas ao longo de 200 metros. “Estou muito preocupado com o avanço do mar na zona sul da praia. Aliás, já tenho alertado as autoridades, mas isto está cada vez pior. Parece-me que, se continuar assim, dentro de alguns dias, a água passará para o outro lado [zona habitada]”, afirmou o autarca.
“Cada vez mais perigoso”
O presidente de junta acrescentou que “os pescadores dizem que, com areia, isto não se resolve”. Assim sendo, sustentou: “Colocar areia é gastar dinheiro, porque o mar leva-a. A solução para travar o mar é prolongar o molhe em 200 metros. O que resta da duna é muito mais frágil e baixo. Portanto, torna-se cada vez mais perigoso”.
Contactado pelo DIÁRIO AS BEIRAS, o presiente da câmara também se mostrou preocupado.
“Estamos todos preocupados. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Governo também estão preocupados. Caso contrário, não tinham tomado a iniciativa [de avançar com a transposição de três milhões de metros cúbicos de areia, da zona do areal urbano para as praias sul do concelho, com comparticipação financeira da autarquia]”, afirmou Carlos Monteiro.
A transposição de areia está sujeita aos prazos dos concursos públicos. Na Leirosa, porém, teme-se que a empreitada já não chegue a tempo para alguns. “Há pelo menos uma casa onde o mar já chega, quando há forte agitação marítima”, alertou Manuel Rodrigues Nada."

Nota  OUTRA MARGEM.
A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial... 

Este alerta, foi publicado neste espaço em 11 de Dezembro de 2006, quase há 13 anos! 
Daí para cá, tudo, por aqui, foi dito ao longo dos anos e pode ser consultado... 
Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e outros habitantes do nosso concelho e dos seus bens.
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...
Recordo, que para além das palavras de circunstância, como as que podem ser lidas no texto publicado na edição de hoje da Diário as Beiras, que cito acima, de responsáveis políticos com vários anos de exercício de poder, houve quem ao longo dos anos tenha feito o que podia.
Recordo-me da Deputada Ana Oliveira, em Abril de 2018, ter questionado o Ministro do Ambiente sobre a erosão costeira e a barra da Figueira da Foz. O vídeo pode ser ouvido aqui.
Em Junho passado tornou a fazê-lo. O vídeo fica aqui. Podem ouvi-lo.

Como por aqui se pratica a democracia, fica também a resposta do Ministro do Ambiente.
Para a próxima, antes de votarem pensem... Se quiseram, evidentemente.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Erosão costeira a sul da freguesia de S. Pedro esta manhã...

A foto desta manhã de Pedro Agostinho Cruz, dispensa  as palavras...
Tudo, por aqui,  foi dito ao longo dos anos e pode ser consultado... 
Para ver melhor a dimensão desta catástrofe ambiental, é só clicar na imagem.

Em tempo.

Tal como escrevemos em 11 de dezembro de 2006, já lá vão quase dez anos, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe, a nosso ver, era já então uma prioridadeContinua a ser... Até porque, entretanto, pouco se fez.

Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. Especialmente, uma zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicada ao longo de quase dez anos prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.
Sofremos ataques de personagens que passaram pelo poder local figueirense... Infelizmente, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Milagres

Crónica publicada na Revista Óbvia no mês de Outubro

O milagre de Joaquim Namorado

"Onde o santo punha o pé nasciam rosas.

 ... e o povo lamentava

que não fizesse o mesmo com as batatas."

O milagre da sobrevivência dos reformados em 2023

Para viver em Portugal e na Figueira sempre foi necessário um enorme sentido de humor.

Entretanto, vamos andando ensarilhados em dívidas, públicas e privadas, sem se  vislumbrar como vamos sair da situação de escravos endividados, soterrados vivos por politicas e políticos incompetentes ao longo de dezenas de anos.

Sabemos que isto não vai acabar tudo bem, mas dá jeito acreditar que está a correr mais ou menos...

"Com uma inflação galopante, que o governo estima em 7,4% este ano, embora o Conselho das Finanças Públicas aponte para 7,8%, os pensionistas com prestações de 650 euros brutos vão ter de viver com apenas mais 5,58 euros nos bolsos todos os meses, segundo os cálculos do Dinheiro Vivo com base nas simulações da Ernest & Young (E&Y) para 2023. Significa que cerca de 1,6 milhões de reformados, ou seja, mais de metade dos que irão beneficiar de uma atualização entre 4,43% e 3,53% em 2023, terão um acréscimo líquido mensal de 0,8%. Mais 5,58 euros, portanto."

Como diria a minha avó, "andam a comer-nos as papas na cabeça". Detesto ser tratado como um tolo. Foi como este governo com aquela rábula do adiantamento fez. 

Para já, além de estar tudo cada vez mais caro, o pessoal ter cada vez menos dinheiro disponível, os contextos europeus e mundiais estarem cada vez mais perigosos e  ameaçadores, a  ansiedade vai dar mais lucros às farmacêuticas e às clinicas da psique, e os  livros de tangas de auto ajuda vão subir as tiragens!

Preparem-se para o devir. Em 2023 vamos ter mais do mesmo. Ou pior... 

Para acabar com a politiquice, num assunto tão sério, será preciso acontecer um milagre?

Não sei como é com você, mas a  mim vai-me safando a essência.

E a minha essência esteve, está e estará sempre no mar... 

O mar tranquiliza-me. Como gente do mar que sou, caminhar em direcção a ele, é uma atitude intrínseca. Quase tudo se descortina ao olhá-lo. É um saber de experiências feito, que me foi transmitido pelos mais velhos.

Gosto da orla marítima, sobretudo fora da chamada “época alta”.

Para quem não “vive” o mar, as imagens parecem sempre iguais.

Contudo, garanto que não! Para quem o conhece bem, o mar é sempre diferente. E, também, sempre imprevisível!

Santana Lopes, acusou no final da reunião camarária realizada no passado dia 12 «a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de estar a gozar com a Figueira, ao protelar no tempo intervenções de transposição de areias na zona costeira do concelho: depois do que foi dito [pela APA], tomar uma decisão dessas é gozar com a cara dos figueirenses». Segundo Santana Lopes, «a APA não tem intenção de executar antes de 2025 a transferência de 3,2 milhões de metros cúbicos de areia para sul da Cova Gala, que estava prevista para 2023.»

O efeito não se fez esperar. Horas depois, ainda nesse mesmo dia 12 de outubro de 2022, o vice-presidente da APA, Pimenta Machado, deslocou-se à Figueira da Foz para se reunir com o autarca.

Fonte da autarquia avançou ao DIÁRIO AS BEIRAS que, afinal, aquilo que a APA havia protelado para 2025 será realizado em 2024. 

Por mim, limito-me a lembrar o que ando dizer há vários anos sobre este assunto: dado que o que está em causa e em risco, é a segurança de pessoas e bens, apenas  quero alertar que o momento não está para politiquices. A erosão costeira a sul da barra do Mondego é um assunto muito sério. E o inverno está à porta.

Concedam ao rejeitado o milagre de descansar em paz

Em Abril de 2019, quando o falecido João Ataíde deixou a Figueira, para o seu lugar, avançou Carlos Monteiro. 

Politicamente, Carlos Monteiro antes de 2009, de 2001 a 2005, foi membro da Assembleia de Freguesia de S. Julião da Figueira da Foz.  E, de 2005 a 2009, tinha sido membro da Assembleia Municipal da Figueira da Foz. Depois foi vereador do executivo presidido por João Ataíde.

Com a ascensão de Carlos Monteiro a presidente, o provincianismo figueirinhas delirou com a ideia de ser um dos seus a limpar o que foi feito por quem realmente mandou na Figueira, entre outubro de 2009 e abril de 2019.

O resultado de pôr quem não serviu para a freguesia de S. Julião a presidir um concelho viu-se na Figueira nos dois anos que se seguiram.

Com a ida de Ataíde para Lisboa, Monteiro teve o seu momento de deslumbramento. Foi um daqueles momentos raros, um golpe de sorte (se bem me lembro, até houve foguetes...) que acontecem por vezes às pessoas e também aos políticos. Daqueles momentos que fazem tudo ganhar objectivo e sentido - toda a espera, toda a paciência, os sapos engolidos e todo o trabalho, finalmente,  a valerem a pena. 

Contudo, acabou por ser o seu maior momento de azar. Faltou uma coisa: quando foi a votos, mais uma vez, Monteiro não foi validado pelos votantes do concelho. 

O verdadeiro objectivo do medíocre percurso político de Monteiro - ser aceite por uma sociedade figueirense que sempre o rejeitou - não foi alcançado. 

A derradeira meta era vencer essa rejeição. Não o conseguiu.

Que continue o milagre de continuar a haver lugar para o sonho

Escrever é ficar. Se continuo a  escrever, é porque ainda não fui. Ainda aqui estou. 

Já me disseram, olhos nos olhos: "o meu trabalho de sonho era fazer o que você faz".

Os melhores projectos de todos são aqueles que nos põem a pensar e a mexer. Os únicos projectos que vale a pena prosseguir, são os que não nos deixam dormir. 

É o caso do único projecto que sempre tive e continuo a ter: a minha vida, apesar de já terem passado mais de 68 anos.

Basta tão pouco e é tão tanto.

Não sei se me assusto, se me espanto, se me regozijo, se sonho: alguns de vocês conseguem  saber de mim o que eu ainda estou a tentar descobrir. 

Obrigada por me lerem. 

Tal como Martin Luther King "não tenho um plano: tenho um sonho."

Que continua. 

"Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Mas, sonho que se sonha junto, é realidade."

domingo, 1 de novembro de 2020

Erosão costeira na outra margem figueirense: eu sei que a esperança deveria ser a última coisa a morrer...

Recorro à memória e ao meu saudoso Amigo Manuel Luís Pata.

Fartava-se de dizer o seguinte: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".

Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas: "é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".
Como se optou por defender o acrescento do molhe norte, passados quase 18 anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra". 
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira". Porém, e espero que isso seja tido em conta no disparate que é a projectada obra a levar a cabo pela Câmara Municipal da nossa cidade, "essa área de areia será  sempre propriedade do mar, que este quando assim o entender, virá buscar o que lhe pertence".

Como previmos, por isso o escrevemos para alertar quem de direito, já em 11 de dezembro de 2006, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe,  era já então uma prioridade
Continua a ser... Até porque, entretanto, pouco se fez...
Nessa altura - 2006 -, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes - pelo menos para Manuel Luís Pata e para o responsável deste espaço. Especialmente, numa zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicadas prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.

Sofremos - na altura houve perseguições pessoais e continuamos a ser apelidados de tudo e mais alguma coisa... - ataques vindos de personagens que vão passando pelo poder local aldeão e  figueirense... 
Infelizmente, porém, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, apesar de uma duna ter sido reconstruída e desfeita pelo mar e dos "chouriços" que estão a ser desfeitos também pelo mar, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar continua a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, tal como mais que em devido tempo Manuel Luís Pata, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Cheguei a ter a esperança que, ao menos, perante a realidade os responsáveis autárquicos figueirenses pudessem compreender o porquê das coisas...
Já nem isso, porém: basta ler a crónica de ontem no Diário as Beiras da vice-presidente da autarquia figueirense para constatar que já nem essa esperança me resta.
Não passamos disto: não é fácil quebrar a monotonia na Figueira... 

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

CARTA ABERTA A LUÍS MONTENEGRO

Caro Sr. Primeiro-Ministro

Espero que se encontre bem.

Li a sua intervenção pública sobre os jornalistas e o jornalismo e, se me permite, vou abster-me de repetir o que disse e passar adiante, pois ambos sabemos do que estamos a falar.
Antes de mais, saiba o seguinte: em matéria de autocrítica, diagnóstico e reflexão não há nenhum congresso do PSD que se compare aos dois últimos congressos de jornalistas. Pelo menos. É pena que nenhum dos assessores do seu governo, e há tantos ex-jornalistas entre eles, lhe tenha dito isso.
Se há profissionais obcecados com o que fazem e as condições em que o fazem somos nós.
Se há profissionais que esgravatam as próprias feridas – por vezes, em demasia – e discutem até à exaustão (e às vezes quase até ao confronto), somos nós.
Se há profissionais que procuram, no seu íntimo, as circunstâncias mais dignas de exercer um ofício que honre a República, mesmo quando tudo “arde”, somos nós.
Pode pedir os documentos e os vídeos, estão disponíveis. Talvez se espante sobre o rol de insatisfações, frustrações e erros próprios que admitimos. E depois ainda nos desunhamos a tentar que os governos nos ouçam, sem efeito.
De qualquer forma, tomara eu que o PSD tivesse feito a mesma barrela interna que o cavaquismo, por exemplo, merecia. Talvez hoje não houvesse um oráculo televisivo em figura de gente no primeiro lugar da sua lista de preferências para Belém. Um desses que caem sempre de pé e vêm do tempo em que a RTP pagava os Futres.
Mas os líderes passam e o esterco fica.
Por isso lhe digo: não precisamos que venham de fora dizer-nos como discutir, melhorar e fazer. Se levassem à séria uma pequena parte das nossas reivindicações, já era bom. E não me leve a mal: também podíamos dar conselhos sobre a forma como o PSD, ao longo de décadas, poderia ter prestado relevantes serviços à República nesta matéria. Só eu devo ter assistido a uns dez. Mas para os disparates não chegaria uma resma de moções.
Tenho respeito pelo seu ministro Pedro Duarte, a si não o conheço tão bem. E custa-me ver o seu ministro, no mínimo, desfocado do essencial, após tantas propostas que foram feitas, algumas das quais pelas estruturas representativas dos jornalistas.
Mas já que também é do seu partido, aproveite para trocar umas impressões com Miguel Poiares Maduro. Talvez lhe pudesse contar umas histórias sobre aquilo que a nata do capitalismo português pensa do jornalismo de investigação e de serviço público que alguns teimam em fazer, contra tudo e todos. Pergunte-lhe o que ele ouviu quando, há uns anos, reuniu à mesa os senhores das principais fundações privadas do País e lhes propôs apoios sérios para o jornalismo. Se calhar vai ficar surpreendido com o requinte das respostas dos mecenas nacionais, etc e tais. Depois admire-se que nos viremos para o Estado.
Vá, não me interprete mal. Olhe que não sou dado a corporativismos.
Muitos de nós são também bastante críticos de um certo jornalismo justiceiro, de certos cavaleiros andantes em horário nobre, daqueles, enfim, que tendo uma carteira profissional a usam, no quotidiano, contra tudo o que ela representa. Não são recomendáveis e, infelizmente, não são poucos. E se permanecem ao serviço isso diz muito mais sobre o ecossistema mediático e financeiro que a classe política alimenta e perpetua há muitos anos do que sobre os "podres” do ofício.
Um jornalismo cão há de merecer um mundo cão”, escreveu Mário de Carvalho há décadas. E ainda estávamos bem longe deste “território comanche” onde abundam empresários instantâneos e de vão de escada que descobriram o filão de terem órgãos de informação. Como se pudessem – e alguns podem – fazer deles lavandarias dos seus próprios currículos (e dos amigos). Que, de resto, tresandam.
Por momentos, pensei que o senhor iria dedicar dois/três minutos da sua intervenção a esses “bons rapazes” ou que iria anunciar algumas medidas para que empresários de fancaria deixassem de ter a vida tão facilitada por estas bandas para se tornarem “donos disto tudo” na Imprensa.
Já olhou para o tipo de gente que hoje se acha no direito de frequentar uma redação e dar ordens? Já dedicou cinco dos seus preciosos minutos a tentar perceber o emaranhado de paraísos fiscais, de redes transnacionais e interesses subterrâneos que representam? Ou ainda não reparou nas mais recentes crises que abalaram grupos de comunicação social? Já pensou que foi o mercado, com rédea solta, que nos trouxe aqui? E, já agora: o que fez o PSD na Europa para contrariar a ditadura do Google y sus muchachos? Ou fica satisfeito com uma regulação fofinha, tipo filme da Disney?
Mas voltemos ao que disse sobre o jornalismo que se pratica.
Na verdade, doutor Montenegro, se bem me lembro, o próprio PSD, na oposição, já brindou e se embebedou com este jornalismo apressado, de “auricular” ou lá o que é. Ou estarei equivocado?
Se não fosse esse jornalismo dos diretos televisivos eternos e insanos, do jornalismo de corpo presente ou pé de microfone, dos casos e casinhos em pingue-pongue e servidos à saciedade com frases bombásticas, se não fosse, enfim, esse jornalismo da espuma dos dias, do fogo na pradaria, do comentário inflamado, no País onde um chefe de governo se demite por causa de um parágrafo misterioso, um ex-ministro pode ser filmado em pijama na rua a passear o cão e um líder parlamentar de taberna se ofende com o que não devia - e, ainda assim, passa 50 vezes na TV - poderia garantir, com toda a certeza, que teria chegado a primeiro-ministro?
Ai quer sossego, agora?
Desculpe, não me leve a mal, mas faz lembrar aquelas vedetas de telenovela ou certa aristocracia falida que adora aparecer nas capas das revistas do coração quando o sucesso, os barcos e os amores navegam de feição, mas se indignam com a invasão de privacidade quando tudo se desmorona. Lamento, mas o pior do jornalismo também lhe vai tocar a si. O que era refresco no governo dos outros agora é pimenta no seu.
Quanto ao bom jornalismo, continuará por aí. Com inquietação, inquietação, que é o que se pede a quem faz bem o seu trabalho.
Mas, se quer mesmo mudar algo, em vez de dirigir o seu (pouco) subtil ataque aos operários do jornalismo, talvez fosse de pegar no telefone – não censurava, digo-lhe – e chamar à pedra aqueles que, no topo da hierarquia, são os engenheiros e arquitetos da luta pelas audiências e entregam de mão beijada a agenda mediática aos tweets, à latrina das redes sociais e aos spin-doctors (há exceções, claro!) Não se esqueça daquele antigo diretor de canal e jornal que reconheceu o enorme contributo que o seu grupo de comunicação deu para criar um líder político entre a “rua segura” e o “pé em riste”. Deu-lhe palco, tempo de antena e criou um Frankenstein. Agora anda por aí e é um problema seu. E nosso.
Pense: acha mesmo que foram os jornalistas "bravos do pelotão", os que contabilizam mais horas de trabalho do que folgas, os que têm mais mês do que salário, os escravos do clique, “do que está a bombar” e da produção jornalística de fábrica têxtil que são os culpados deste ecossistema?!
Sabe, doutor Montenegro?
Durante uma década, pelo menos, recebi na redação onde trabalhava dezenas de alunos de jornalismo que me procuravam para um conselho, ajuda num trabalho ou entrevista para uma investigação académica. A esmagadora maioria era gente bem-intencionada, com os valores da profissão no sítio. E tinham um sonho: contribuir, através do jornalismo, para uma sociedade mais decente, uma democracia mais íntegra e poderes mais escrutinados. Em síntese: melhorar as nossas vidas. Sabe como acabaram? Sabe por que desistiram?
Era por aqui que deveriam ter começado as medidas que o seu governo estudou durante este tempo. Pela dignificação do ofício, das redações, do relevante serviço público que o jornalismo, a viver no osso, ainda presta à democracia, tão ameaçada em muitos lugares por estes dias. Mesmo que o Estado e os governos de turno não possam, como é óbvio, solucionar uma crise que é mundial.
Repare: o problema não é o Estado. É o estado a que chegámos.
E as suas medidas para a RTP não auguram nada de bom. O que fez foi apenas concretizar o eterno sonho húmido de alguns players (é assim que se diz, não é?) arrastando a empresa pública e os seus trabalhadores para um fim “amigável”. Amigável para quem, senhor primeiro-ministro?
Quanto ao financiamento público, fale com o Joaquim Fidalgo, meu camarada de ofício, fundador do Público. Talvez ele lhe possa fornecer os dados que apresentou no nosso último congresso. Dizem o seguinte: raro, na Europa, é não haver apoio estatal ao jornalismo. Há muitos modelos. É só escolher. Ou fazer um mix. Outra dica (mas não conte a ninguém): até há países, bem maiores do que o nosso, onde o financiamento sério a um bem público como o jornalismo não é motivo de controvérsia política, veja lá…
Acredite em mim: foi o sistema - não aquele de que fala o doutor em Direito que só sabe dizer “chega” e "vergonha" - que nos trouxe aqui.
Um modelo económico-financeiro falido, mas que repetimos, uma e outra vez.
Um modelo de sociedade que prefere gastar o pouco que tem em raspadinhas em vez de comprar um livro ou um jornal.
Um modelo de sociedade que vende a precariedade como liberdade e os direitos como arqueologia.
Um modelo de comunicação tik-tok que se excita com a raiva, a polémica, o horror, para vender horas de “informação” de forma tão pornográfica que até um telejornal deveria ter bolinha.
Este modelo, senhor primeiro-ministro, é que nos engaiolou.
Já não somos livres, na verdade. Somos alimentados, a horas certas, através da portinhola que daria acesso ao sonho, mas não temos a chave. O pesadelo vive-se por dentro das redações, das nossas vidas, dos nossos afazeres de ratinhos de laboratório, cobaias de novas experiências de sucesso, sempre votadas ao fracasso.
Querem-nos cada vez mais produtos de aviário.
Já não voamos, por vezes já nem nos mexemos e pedem-nos cada vez mais ovos. Os horizontes que nos prometeram e com que sonhamos - não mais do que viver dignamente e trabalhar com decência em nome de uma sociedade melhor, mais escrutinada e justa - já não estão ao nosso alcance.
Para que algum jornalismo que preza o seu nome ainda se faça por estes dias muitos de nós esfrangalham as suas vidas pessoais, amarrotam os melhores dias das suas existências, congelam a esperança, vão viver para longe ou espremem-se num quotidiano miserável. Move-nos uma missão impossível, um sentimento de pertença a algo que, para o cidadão comum, está em liquidação. Sim, é essa a palavra: liquidação.
Por isso, lamento dar-lhe a má notícia: tal como um jornal datado, aquilo que anunciou só servirá, quando muito, para embrulhar o peixe de amanhã.
Talvez os líderes passem e o jornalismo fique, que sei eu...
Resistir é o nosso nome do meio.
Às vezes escrevemo-lo em caixa alta ou fazemos um título com ele.
Mas se soubéssemos a força que temos, seríamos manchete.
E aí, parafraseando o velho Almada, talvez Portugal percebesse de vez, caso a sua cegueira não seja incurável, a necessidade que tem de ser, de uma vez por todas, “qualquer coisa de asseado”. Pim!

Com os melhores cumprimentos
Miguel Carvalho 

terça-feira, 4 de abril de 2017

Na política figueirense, nunca há Assembleia Municipal tão fraquinha que não possa piorar!..


A Assembleia Municipal da Figueira da Foz reuniu-se ontem, em sessão extraordinária, por iniciativa da oposição.
PSD, CDS/ PP, CDU e BE, formaram uma "geringonça local" pontual e tentaram que a maioria absoluta socialista discutisse publicamente a revisão do Plano Director Municipal (PDM).
Diga-se, desde já, que tal não foi conseguido. É verdade que foram apresentadas propostas por social-democratas e comunistas. Mas, o que marcou a sessão extraordinária de ontem da AM, foram alguns  momentos de grande crispação política, chegando-se ao ponto da bancada "Somos Figueira" ameaçar abandonar os trabalhos.
A presidência da mesa da AM também deixou muito a desejar. A CDU acusou a mesa da assembleia de não ter preparado devidamente a condução da sessão. 
Foi uma sessão azarada para todos os que lá estivémos, em especial para o presidente Ataíde: quando tentava saír do lugar onde se encontrava, a bancada destinada ao executivo, deu uma queda aparatosa. 
Na altura, estava no uso da palavra a deputada Silvina Queiroz. A sessão foi interrompida, cerca de um quarto de hora. Felizmente, apesar da espetacularidade e do aparato do trambolhão do presidente Ataíde, o autarca não sofreu ferimentos, a não ser, ao que deu para perceber, num joelho. 
No mais, pouco há a dizer. No essencial, a oposição reclamou mais debate público. Os socialistas, defenderam que a sessão não se justificava, uma vez que o prazo de discussão pública, de 30 dias úteis, só ontem se iniciou. 
A oposição, sublinhou  que a revisão do PDM deve ser amplamente debatida pela população. A melhor intervenção da tarde pertenceu ao "velho comunista laranja", Nelson Fernandes, que voltou pontualmente à AM para mostrar que quem sabe nunca esquece.  Dissertou sobre o documento de forma conhecedora e  pormenorizada, demonstrando que tinha feito o trabalho de casa. 
Já o PSD, por sua vez, teve outra postura. A certa altura o líder da bancada social democrata, Pereira da Costa, disse que não estava ali para debater o documento, mas sim para defender a necessidade dele ser debatido junto dos figueirenses. “Nós não queremos que nos expliquem o PDM, nós queremos que o expliquem aos munícipes. Pedimos esta assembleia para alertar as pessoas sobre o que se está a passar”.
Em defesa desta revisão falou João Ataíde. Mostrou-se disponível para participar em sessões de esclarecimento públicas, mas rejeitou que a oposição lhe imponha uma agenda. E deixou o grande argumento:.
“Este documento vai resolver a vida a muita gente; a centenas, a milhares”. 
No final, a maioria absoluta socialista "chumbou" as três propostas apresentadas pela oposição: duas do PSD e uma da CDU.
Nota de rodapé.
"Nunca mais, nesta assembleia, ninguém terá roda livre para falar!" 
José Duarte, presidente da mesa da Assembleia Municipal da Figueira da Foz.
"Estou envergonhada com o serviço que estamos a prestar à população da Figueira da Foz, porque ainda não fizemos nada nesta Assembleia".
Mafalda Azenha, secretára da mesa da Assembleia Municipal da Figueira da Foz.

A degradação da classe política figueirense, a mediocratização das elites e o abandalhamento dos diversos poderes, são factos indesmentíveis na Figueira nos últimos 40 anos.
Contudo, o pior é que a saúde mental, moral, cultural, cívica e social, do chamado povo, também anda de rastos. Isso, de todo, não permite alimentar o optimismo e a esperança de renovação na política figueirense.
O homem comum que eu sou, o homem da rua que eu sou, o homem que eu sou no dia a dia, corre o risco de se tornar incivilizado, amoral, inculto, boçal. 
O homem comum que eu sou, o homem da rua que eu sou, o homem que eu sou no dia a dia, corre o risco de perder o ideal, o projecto e o sentido para a vida em comunidade. 
O homem comum que eu sou, o homem da rua que eu sou, o homem que eu sou no dia a dia, porém, tem de resistir, tem de se recusar a apostar tudo no efémero e não promover o cultivo do superficial, ir pelo mais fácil, destacar o mais vistoso e explorar o sensacionalismo. 
Eu sei que quem luta, nem sempre ganha. Mas quem não luta já perdeu tudo.

Conheci há muitos anos (já sou velho..) grandes jornalistas, em Lisboa e na Figueira. Tive grande proximidade com alguns. 
Falámos de tudo, sobretudo do jornalismo. 
Lembro-me de me terem dito que estava a aproximar-se o tempo em que não interessava propriamente a notícia, mas antes o empolgamento que o jornalista conseguia transmitir. 
Se um presidente de câmara, por exemplo, der uma queda aparatosa no decorrer de uma sessão pública, o interessante não era a queda e as eventuais consequências nefastas, mas o modo como o jornal conseguia fazer chegar isso aos leitores. 
O que interessava aprofundar era a  exploração da situação da vítima... 
Sem isso os jornais não se vendem... 
Nos dias que correm, isto é o pão nosso de cada dia. Nos jornais e nas televisões. Basta abrir um jornal, ligar um telejornal, logo se encontra o senscionalismo, a focagem do acessório, o empolgamento dos factos, os títulos que nada têm a dizer com o texto desenvolvido no interior. 
O presidente da câmara da Figueira, na sua imensa sabedoria, diria que são as regras do mercado. 
O leitor mudou. Foi educado para comprar a demagogia. 
Como sabemos, na sociedade figueirense, para se ser ouvido por muitos, a regra básica é não incomodar ninguém... 
Isso, acabou por nivelar tudo por baixo. Isto é, chegámos ao nível inferior do sensacionalismo na política, como ficou ontem demonstrado no decorrer da AM. 
Lembrem-se os nossos detractores que, hoje, por aqui está a ser o dia do bloguismo vocacionado para a paz. 

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

By pass: este foi o tempo certo para anunciar o estudo de viabilidade. Vamos ver quando é o tempo para o transformar em projecto...

O Governo antecipou a divulgação do estudo sobre a transposição de areias na barra da Figueira da Foz, prevista para setembro. O documento foi apresentado ontem.
Recorde-se que o estudo do by pass foi adiado durante anos.
Um estudo no valor de cem mil euros contra os milhões constantes que se despendem em dragagens.
Em Setembro de 2018,  a Vereadora Ana Carvalho não só não se mostrou muito preocupada com a situação como até afirmou: "não sou grande defensora dessa solução". 

Mais vale tarde do que nunca, diz o Povo. A pouco mais de um mês da realização das eleições de 26 de Setembro de 2021, o ministro do Ambiente assumiu que a transferência de areias para combater a erosão costeira a sul da Figueira da Foz com recurso a um sistema fixo (bypass) é a mais indicada, e será realizada. “Avaliada esta solução [da transferência de areias] não há qualquer dúvida de que o bypass é a mais indicada e, por isso, vamos fazê-la”, disse à agência Lusa João Pedro Matos Fernandes.
O “Estudo de Viabilidade de Transposição Aluvionar das Barras de Aveiro e da Figueira da Foz”, apresentado na manhã de ontem pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), avalia quatro soluções distintas de transposição de areias e conclui, para a Figueira da Foz, que embora todas as soluções sejam “técnica e economicamente viáveis”, o sistema fixo é aquele “que apresenta melhores resultados num horizonte temporal a 30 anos”.
O estudo situa o investimento inicial com a construção do bypass em cerca de 18 milhões de euros e um custo total, a 30 anos, onde se inclui o funcionamento e manutenção, de cerca de 59 milhões de euros. “Obviamente que o que temos, para já, é um estudo de viabilidade, económica e ambiental. Temos de o transformar num projecto, para que, depressa, a tempo do que vai ser o próximo Quadro Comunitário de Apoio, [a operação] possa ser financiada”, frisou o ministro, em declarações à margem da sessão.
O sistema fixo de transposição mecânica de sedimentos, conhecido por bypass, cuja instalação o movimento cívico SOS Cabedelo defende, há uma década, que seja instalado junto ao molhe norte da praia da Figueira da Foz, será o primeiro em Portugal e idêntico a um outro instalado na Costa de Ouro (Gold Coast) australiana. É constituído por um pontão, com vários pontos de bombagem fixa que sugam areia e água a norte e as fazem passar para a margem sul por uma tubagem instalada por debaixo do leito do rio Mondego. A tubagem estende-se, depois, para sul, com vários pontos de saída dos sedimentos recolhidos, que serão depositados directamente nas praias afectadas pela erosão.
A opção de avançar para a construção de um bypass é, para o presidente da Câmara, uma solução que permite “tranquilidade e esperança a quem usa o porto comercial, a quem usa o porto de pesca e à população da margem sul da Figueira da Foz”. Carlos Monteiro argumentou que uma proposta a longo prazo “não é frequente” em Portugal e agradeceu ao ministro do Ambiente, Matos Fernandes, por aquilo que considera ser um gesto com “visão”.
Carlos Monteiro pediu que o estudo e apresentado seja “avaliado o mais depressa possível” e que o projecto “seja desenvolvido”. Mas disse esperar, “fundamentalmente, que tenha a maturidade necessária para ser inscrito no Quadro Comunitário [Portugal] 2030. Atendendo aos valores, acredito que possa e deva ser”, frisou o presidente da Câmara. Até lá, lembrou, o problema da erosão da costa a sul do porto da Figueira vai a ser mitigado, até 2023, com o abastecimento de três milhões de metros cúbicos de areia, retirados do mar a norte do molhe norte.
Já o arquitecto Miguel Figueira, do movimento cívico SOS Cabedelo, manifestou-se agradado com a decisão de se optar pelo bypass. “Agora temos uma responsabilidade de contribuir para que seja bem feito. Há uma série de dúvidas, estamos a trabalhar em coisas que já deram provas de funcionamento, o sistema australiano funciona há mais de duas décadas, mas há sempre dúvidas sobre os impactes”, notou.
O ministro do Ambiente recordou a primeira vez que ouviu falar “ao vivo” da hipótese do bypass na Figueira da Foz e lembrou o “ar zangado” do arquiteto “cheio de certezas absolutas”, quando o movimento protestava, em 2019, pela construção do sistema fixo. “Agradeço ao SOS Cabedelo, a forma, muito para além de reivindicativa, mas técnica, com que nos entusiasmou a chegar aqui”, frisou Matos Fernandes.

Espero, sinceramente, que tudo seja mais do que uma mera jogada de propaganda eleitoral.
"A protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem...
O processo de erosão costeira assume aspectos preocupantes numa percentagem significativa do litoral continental.
Atente-se, no estado em que se encontra a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial..."
Escrevemos isto em aqui no OUTRA MARGEM em 11 de Dezembro de 2006. Infelizmente, continua cada vez actual.
Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.
A pesca está a definhar - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O tempo certo para anunciar foi ontem. Vamos ver quando é o tempo para o transformar em projecto...

domingo, 7 de janeiro de 2018

Há quem lhe chame progresso!..

FOTO PEDRO CRUZ
Esta foto mostra o que a avidez humana pode fazer...
O meu Amigo Manuel Luís Pata, fartava-se de dizer o seguinte: "há muita gente que fala e escreve sobre o mar, sem nunca ter pisado o convés de um navio".
Em 2003, lembro-me bem da sua indignação por um deputado figueirense - no caso o Dr. Pereira da Costa - haver defendido o que não tinha conhecimentos para defender: "uma obra aberrante, o prolongamento do molhe norte".
Na altura, Manuel Luís Pata escreveu e publicou em jornais, que o Dr. Pereira da Costa prestaria um bom serviço à Figueira se na Assembleia da República tivesse dito apenas: "é urgente que seja feito um estudo de fundo sobre o Porto da Figueira da Foz".
Como se optou por defender o acrescento do molhe norte, passados 15 anos, estamos precisamente como o meu velho Amigo Manuel Luís Pata previu: "as areias depositam-se na enseada de Buarcos, o que reduz a profundidade naquela zona, o que origina que o mar se enrole a partir do Cabo Mondego, tornando mais difícil a navegação na abordagem à nossa barra". 
Por outro lado, o aumento do molhe levou, como Manuel Luís Pata também previu, "ao aumento do areal da praia, o que está a levar ao afastamento do mar da vida da Figueira". Porém, e espero que isso seja tido em conta no disparate que é a projectada obra a levar a cabo pela Câmara Municipal da nossa cidade, "essa área de areia será  sempre propriedade do mar, que este quando assim o entender, virá buscar o que lhe pertence".


Como previmos, por isso o escrevemos para alertar quem de direito, já em 11 de dezembro de 2006, o processo de erosão costeira da orla costeira da nossa freguesia, a sul do quinto molhe,  era já então uma prioridade
Continua a ser... Até porque, entretanto, pouco se fez.
Nessa época, tinha este blogue cerca de 6 meses de existência e a erosão da orla costeira da nossa freguesia assumia já – como continua a assumir cada vez mais ... - aspectos preocupantes para o responsável deste espaço. Especialmente, uma zona a que, na altura, ninguém ligava: a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova...
Tal como agora, entendíamos que, por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perde-se a oportunidade de resolver o essencial...
Durante todos estes anos – o histórico de postagens publicadas prova-o -, a erosão costeira tem sido a maior preocupação do autor deste blogue.

Sofremos - continuamos a ser apelidados de tudo e mais alguma coisa... - ataques de personagens que vão passando pelo poder local aldeão e  figueirense... 
Infelizmente, porém, o que muito lamento, pois adorava ter sido eu a estar completamente enganado e fora da razão, a realidade é a que todos conhecemos: neste momento, a duna a  Sul do 5º. Molhe da praia da Cova está devastada  e o mar está a entrar pelo pinhal dentro...

Muita gente, que deveria ser responsável, por omissão, contribuiu para o estado a que chegámos.
Nós, aqui no Outra Margem, continuaremos a fazer aquilo que é possível: contribuir para sensibilizar a opinião pública da nossa freguesia, do nosso concelho, do nosso País e dos inúmeros covagalenses espalhados pela diáspora, para um problema gravíssimo que, em última análise, pode colocar em causa a sobrevivência dos covagalenses e dos seus bens.

Tudo foi dito, tudo se cumpriu: depois da construção do acrescento dos malfadados 400 metros do molhe norte, a erosão costeira a sul  da foz do mondego tem avançado, a barra da Figueira, por causa do assoreamento e da mudança do trajecto para os barcos nas entradas e saídas, tornou-se na mais perigosa do nosso País para os pescadores, a Praia da Claridade transformou-se na Praia da Calamidade, a Figueira, mais rapidamente do que esperava, perdeu.

A pesca está a definhar, o turismo já faliu - tudo nos está a ser levado...
Espero que, ao menos, perante a realidade possam compreender o porquê das coisas...
O que nos vale é que temos uma política bem definida para a orla costeira...

domingo, 14 de novembro de 2010

A gestão da Aldeia

No decorrer da última reunião da Assembleia de Freguesia de São Pedro, realizada em 30 de Setembro passado, o momento da noite foi a intervenção do membro deste órgão autárquico, eleito pelo PS, João Pita.
Essa intervenção pode ser lida na íntegra, clicando aqui
Todavia, como essa intervenção, a meu ver, merece ser conhecida, passo a transcrevê-la, na íntegra :


“Sr. Presidente da mesa da Assembleia de Freguesia de S. Pedro, neste momento da apreciação e aprovação da acta peço que me dê a palavra por 3 ou 4 motivos que passo a explanar:
1) No seguimento do que acaba de ser lido pela mesa e pelo respeito que este espaço e os seus elementos me merecem, pormenorizo os motivos que me obrigaram a faltar à sessão de Junho.
Uma reorganização interna dos serviços da fábrica onde trabalho, associada a doença de um colega, obrigou a trabalho extraordinário que me impediu de aqui estar presente. Aproveito para agradecer à mesa a sua justificação.
2) Quero justificar o meu voto: não estando presente na sessão de Junho, o meu voto, para a aprovação da acta da mesma, não podia ser outro que não a abstenção, apesar de boa parte das intervenções e discussão me dizerem respeito e à minha pessoa serem dirigidos.
3) Em relação ao conteúdo da acta dessa sessão e pelos motivos atrás expostos (conteúdo dirigido à minha pessoa) cumpre-me dizer o seguinte:
a. Sou amigo do Sr. Presidente da mesa há muitos e muitos anos, desde a infância, desde as terras longínquas da cidade da Beira em Moçambique e, já antes de nós, também os nossos pais o foram. Amigos. Por isso, por o conhecer há muito tempo, considero que o presidente da mesa da Assembleia de freguesia de S. Pedro reúne todas as condições de base para o necessário rigor, equidade e imparcialidade institucionais.
b. Não conheço, senão que ligeiramente, a Carolina, segunda secretária da mesa, mas não me é difícil entender que estará dotada de uma educação familiar e social associada a uma formação escolar superior que, à partida, a capacita para o bom entendimento do que será o rigor, a equidade e a imparcialidade, principalmente quando em presença de ambientes e razões institucionais e não os de carácter pessoal.
c. Objectivamente consideramos que, de facto, a acta da sessão de Dezembro não estava elaborada com o rigor que se impõe e a que nos devemos obrigar. Porque objectivamente - fomos obrigados, em prol do rigor, a solicitar que se anexassem às actas os documentos e intervenções entregues à mesa, - fomos obrigado, em prol do rigor a elencar uma série (julgo que seis) de pedidos de adendas à acta, (ou seja, emendar a acta) e todas elas foram aceites e não discutidas. Foi por causa de toda esta falta de rigor e cuidado, sempre no mesmo sentido, que nos levou a propor a gravação das sessões.
Não o fizemos de ânimo leve ou por razões de afronta a quem quer que seja, mas sim por considerarmos que as actas são um documento muito importante para a memória futura de todos os covagalenses que, naturalmente, se nos seguirão. Democraticamente aceitamos que a mesma não tenha sido aprovada, mas lamentamos que o voto negativo de qualidade do Sr. presidente da mesa se suportasse, somente, num testemunho de incapacidade e incompetência, num tempo remoto, para a execução da tarefa.
d. Passo a transcrever o que foi redigido na acta da sessão de Abril; …“ Carlos Simão pediu a palavra para dizer que a acta estava a ser analisada para ver se haveria algo a acrescentar …”
Mas, agora é o Sr. Presidente da Junta que analisa e decide sobre as actas das sessões da assembleia de Freguesia?
Todos sabemos da apetência do Sr. Presidente da Junta pela tutela, por tutelar tudo, todos e todas as coisas.
Mas há limites e tem de haver respeito pelas instituições.
Aqui, na Assembleia de Freguesia não há, não pode haver tutelas.
Solicito ao Sr. presidente da mesa que se obrigue e a todos obrigue ao estrito cumprimento do regimentado de acordo com os preceitos legais.
e. Ainda sobre a intervenção do Sr. Presidente da Junta, Carlos Simão, na sessão de Junho; todos os adjectivos, que dirige à minha pessoa na tentativa pessoal de um assassínio de caracter, vã, manipuladora, demagógica e indigna deste espaço que é a Assembleia de Freguesia, me passariam absolutamente ao lado e não me levariam a qualquer comentário (por os considerar de caracter pessoal e quanto a questões pessoais estou completa e absolutamente resolvido e aconselharia o Sr. Carlos Simão a fazer o mesmo).
Mas não deixo de recordar, com saudade, de o meu pai me ter ensinado que um homem de carácter e princípios não ataca nem afronta outro homem que não esteja presente e, por isso mesmo, no imediato, não tenha a possibilidade de se defender. Se o fizer, não só demonstra não ter carácter como, também, pratica um acto de cobardia.
f. No entanto, a intervenção do Sr. Presidente da Junta, Carlos Simão, é de um assombroso e prepotente ar de tutela, quando afirma …“portanto a partir deste momento reservo-me o direito de responder a quem achar que o devo fazer e quando bem o entender”…. Para ele, qualquer membro da assembleia que aja ou pense de forma diferente, por ele considerada, é sujeito a pena sumária de excomunhão ou degredo.
Aliás, no seguimento do que já aconteceu no passado, quando considerou e o publicou na comunicação social, que determinado membro da assembleia anterior não era digno de viver na freguesia de S. Pedro pelo simples facto de ter votado abstendo-se, a proposta de elevação à categoria de vila a “povoação de S. Pedro”. (aproveito para dizer que se estivesse presente nessa assembleia teria votado contra essa aberração histórica que foi a elevação do “povoado de S. Pedro” a vila.).
g. O Sr. Presidente da Junta, Carlos Simão, pensa como se vivesse num outro tempo e fosse dono da junta, da assembleia e dos membros da junta e da assembleia. O assombroso disto é que o Sr. presidente da Junta faz tábua rasa da vontade do povo covagalense, que legitimou, de igual forma, pelo voto, todos os elementos desta assembleia. Faz tábua rasa dos preceitos legais em vigor que determinam as competências, os direitos e deveres dos membros e dos órgãos institucionais locais. Para ele, omnipotente, só a sua vontade deve prevalecer.
E isso não é aceitável!
Se o Sr. Presidente da Junta, Sr. Carlos Simão, não se sente em segurança nesta assembleia deve perguntar-se a si próprio e à sua consciência das razões e motivos para tal!
Eu já o conheço há muito tempo, num tempo em que não era assim.
Num tempo, em que a única entidade a que prestava contas era o povo da Cova-Gala.
E sei o que digo porque era eu que o ajudava a pensar a terra, o seu desenvolvimento, a sua credibilidade, lhe escrevia os discursos e redigia as tomadas de posição estratégica.
Mas, agora, a quem é que presta contas quando, após ganhar as ultimas eleições pega no telemóvel e diz, não se sabe a quem: … “estes artistas pensavam que ganhavam isto”.
A quem é que ele presta contas quando, ao pronunciar o seu discurso de vitória, aliviado e empolgado, levanta o dedo, acusa e culpa o povo da Cova-Gala por não ter ganho a Câmara, o candidato apoiado por ele?
4) Conclusão:
a. Sr. Presidente da mesa, Carolina, por tudo o que acabo de dizer e mantendo a exigência de rigor, equidade e imparcialidade na feitura das actas, a frase …“ parece-me que as actas estão a ser manipuladas”… não vos era dirigida. Se ela feriu a vossa sensibilidade retiro-as de imediato do contexto, porque não era essa a minha intenção.
b. Mais uma vez afirmo que fui eu que informei a assembleia de que estava a usar um gravador pessoal de forma livre, consciente e responsável.
c. No seguimento da insatisfação da mesa da Assembleia, por essa mesma informação não ter sido previamente efectuada com o respectivo pedido de utilização, acatei-a de imediato, desligando o gravador.
d. Repudio da forma mais veemente a insidiosa e demagógica manipulação e aproveitamento que o presidente da Junta, Carlos Simão, fez, no momento, dos acontecimentos. Aproveito para me retractar pelo tom de voz mais elevado que usei para, então, dizer ao Sr. Presidente da Junta que aqui na assembleia de Freguesia de S. Pedro não há, nem haverá donos.
e. Repudio, da mesma forma, o subsequente aproveitamento feito pelo Sr. Presidente da Junta, Carlos Simão, na sessão de Junho, onde aqui sim, é notório a tentativa de assassínio de carácter à minha pessoa, com a agravante de o ter feito na minha ausência o que, por si só, é elucidativo do caracter de quem o pratica. Chamo aqui à atenção para o facto de, nessa sessão, ter havido uma intervenção de um elemento desta assembleia, afirmando não lhe parecer bem que estivessem a atacar quem não estava presente e o registo da mesma intervenção não estar contida na acta.
f. O povo da Cova-Gala tinha razão quando, através do voto depositou a confiança nos seus eleitos e decidiu desta forma distribuir os lugares nesta Assembleia. Se dúvidas houvesse da necessidade de um oposição responsável, serena, consistente e corajosa os últimos acontecimentos, protagonizados pelo Sr. Carlos Simão provam-no à exaustão. Quando não olha a meios nem a critérios para atingir determinados fins (neste caso desacreditar, descredibilizar e enxovalhar) está tudo dito. A forma fechada, egocêntrica e autocrática como executa o poder, a dualidade de critérios ou a falta dos mesmos para a distribuição de apoios, a arbitrariedade, a falta de cortesia que, por vezes, muitas vezes, roça a grosseria no contacto com os covagalenses, a falta de planeamento estrutural e conjuntural para um desenvolvimento harmonioso da Cova-Gala e o desrespeito pelos valores históricos de identidade. Tudo isto faz com que nos obriguemos de forma séria, honesta, responsável e dedicada à responsabilidade que o povo da Cova-Gala depositou em nós nas últimas eleições. Sermos Oposição. Se não o soubermos ser, não seremos dignos da confiança que depositaram em nós.


João Pita