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terça-feira, 25 de agosto de 2020

CELEBRAR O DIA 24 DE AGOSTO E O LIBERALISMO, CONTRA O FEUDALISMO, NA FIGUEIRA DA FOZ DO MONDEGO

«O dia de hoje, 24 de Agosto, é um dia muito especial. Não somente por outras razões — e a menor delas não é seguramente o facto de ser o dia, de marés vivas (antigamente), que em Portugal é considerado como sendo "o dia de São Bartolomeu" ou "dia em que o Diabo anda à solta"… e por causa disso em São Bartolomeu do Mar, em Ponta da Barca, e em outros locais, as comunidades marítimas e fluviais o festejarem especialmente com rituais antiquíssimos que fazem parte da Cultura Popular Marítima Portuguesa — mas também porque esta data de 24 de Agosto é a data em que neste país ocorre a efeméride da revolução de 24 de Agosto de 1820… através da qual foi aqui instalado o Liberalismo, e assim se começaram a dar os primeiros passos decisivos (que, depois, ainda iriam ser muito demorados, dolorosos, e incompletos), para a ultrapassagem daquele que, desde sempre, e para sempre, foi, é, e continua a ser, o principal problema estrutural deste país que se chama Portugal, e da sua História: o Feudalismo… O regime senhorial-feudal caracterizado pelo senhorialismo económico monopolista e provinciano, pela feudalização jurídico-política, de tipo local, autenticamente vassálico, e que, muitas vezes, anedoticamene, ou tragicamente, chega a situações extremas, e ridículas, de caciquismo mafioso.

   
O senhorialismo feudal, típico do "Antigo Regime", desde a Idade Média, e que, neste país, secularmente periférico e subdesenvolvido, mesmo depois dessa revolução de 1820, tem deixado resquícios que têm demorado demais para serem totalmente ultrapassados.

E, hoje, 24 de Agosto de 2020, não se celebra só uma efeméride qualquer e igual a todas as outras, nos outros anos, rotineiramente (não é também somente a data do nascimento do grande escritor mundial, o argentino, de origem portuguesa, Jorge Luis Borges). Hoje, em 2020, celebram-se os duzentos (200) anos do 24 de Agosto de 1820.

E portanto o CEMAR (Centro de Estudos do Mar), com sede na Figueira da Foz do Mondego — embora sempre primacialmente vocacionado para outras matérias, de História e de Património Histórico Marítimo, que não as da História Política portuguesa e metropolitana — não poderia nunca deixar de aqui recordar esta data especialmente significativa, pois ninguém ignora, nem deve ignorar, que nessa revolução de 1820, e na consequente instauração do Liberalismo em Portugal, desempenhou um papel determinante um homem notável provindo desta cidade da Foz do Mondego, o jurista Manuel Fernandes Tomás. Como mostrou o Asssociado Honorário do CEMAR Capitão João Pereira Mano, no livro "Terras do Mar Salgado" que foi editado pela nossa associação científica, a família de Manuel Fernandes Tomás era uma família dos ambientes marítimos e comerciais da Figueira da Foz (vide Cap. João Pereira Mano, Terras do Mar Salgado. São Julião da Figueira da Foz - São Pedro da Cova-Gala - Buarcos - Costa de Lavos e Leirosa, Figueira da Foz: CEMAR, 1997).
   
É mesmo uma curiosa e significativa coincidência o facto de, na História de Portugal, para a afirmação da nacionalidade livre e responsável (o que, hoje, numa República, chamamos "a cidadania") — para a construção do Estado e para a reforma da sociedade no sentido da modernização e do Futuro (no foro decisivo, que é o jurídico-político e constitucional) —, terem tido reflexões teoréticas estruturantes, e papéis políticos determinantes, a quase quatro séculos de distância (!),  duas figuras históricas que, por acaso, se deu a coincidência de terem estado ambas ligadas a esta região, aberta, comercial e progressiva: no século XV o Infante Dom Pedro (1392-1449), Duque de Coimbra e Senhor de Buarcos, Montemor, etc., que governou o país e mandou promulgar as decisivas (civil e "constitucionalmente""Ordenações Afonsinas" de 1446; e no século XIX o jurista Manuel Fernandes Tomás (1771-1822), que nasceu na Figueira da Foz e foi um dos principais obreiros da decisiva (civil e "constitucionalmente") revolução de 1820.
   
O  primeiro foi o verdadeiro responsável não só pela reflexão filosófica e politológica pessoal que ficou consignada no "Livro da Virtuosa Benfeitoria" de c.1431 mas também pela pioneira e fundacional organização jurídica, sistemática e colectiva, que ficou consignada nas primeiras "Ordenações", em 1446; e o segundo, para além da sua acção organizativa e política, e ainda antes dela, foi também um jurisconsulto apontado para a modernização e racionalização do ordenamento jurídico português, e por isso o autor que produziu o "Repertorio geral ou índice alphabetico das leis extravagantes do reino de Portugal, publicadas depois das ordenações, comprehendendo também algumas anteriores que se acham em observância", em 1815.
   
Ambos por isso merecem ser evocados especialmente nesta cidade da Foz do Mondego (e têm-no sido), e os seus exemplos podem e devem ser aproximados (e ainda não o foram suficientemente), e é isso que, pela parte do CEMAR, hoje, aqui, se está a fazer. O exemplo de Fernandes Tomás, que a partir do Porto preparou uma revolução, e deu um futuro ao país, tem sido recordado, em termos cívicos e políticos, por quem tem obrigação de o recordar; e a figura do malogrado Infante Senhor de Buarcos que foi assassinado em Alfarrobeira, às portas de Lisboa (e, nessa ocasião, não por acaso, tinha aí consigo os Pescadores de Buarcos), tem sido sobretudo evocada pelo CEMAR (como nos compete, por sermos uma associação científica local apontada para o Património Cultural Marítimo desta região da Beira Litoral e Foz do Mondego).

Neste ano de 2020 — no ano que é, em números redondos, dos dois séculos da revolução e da Constituição Liberal de 1820 — espera-se que, portanto, sejam possíveis as celebrações, verdadeiramente significativas, que ainda venham a poder ser feitas, no decorrer do ano, e até ao seu fim, na sua cidade da Figueira da Foz, do jurisconsulto e homem político que aqui nasceu em 1771. Ao que parece, infelizmente, não veio a concretizar-se a ideia que havia sido proposta numa conferência de S.E. o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal da Figueira da Foz, promovida pelo seu anterior Presidente de Câmara (um jurista nascido nesta mesma cidade em que veio a ser autarca, depois de ser Juiz Desembargador no Tribunal da Relação de Coimbra, o Exº Senhor Dr. João Ataíde, entretanto precocemente falecido): a ideia de que esta cidade natal de Fernandes Tomás tomasse a dianteira, caminhasse nesse sentido, e trabalhasse para isso, e assim fosse a cidade em que viessem a ser centralizadas celebrações verdadeiramenete nacionais, e significativas, da figura do "Patriarca da Liberdade”.

Pela parte da nossa pequena associação científica privada — que nisso não poderia nunca ter especiais responsabiidades, ou capacidades, pela exiguidade dos nossos recursos (sempre sem querer receber e gastar dinheiro público) e por não ser essa a nossa vocação estatutária — aquilo que desde há muito temos praticado, e consideramos a nossa própria celebração do Liberalismo oitocentista, estando sediados na Figueira da Foz, foi a publicação (e a distribuição, gratuita, e generalizada, oferecidos a quem quer que no-los peça) dos dois grossos e sólidos volumes (tão grandes em dimensão quanto em qualidade, erudição, e interesse) da obra do nosso querido e saudoso associado Professor Hélio Osvaldo Alves, professor catedrático da Universidade do Minho, doutorado pelo University College da Universidade de Londres, presidente da Associação Portuguesa de Estudos Anglo-Americanos, etc., e que tivemos o prazer e a honra de ter como segundo presidente da Assembleia Geral do Centro de Estudos do Mar (sucedendo nessas funções ao também saudoso Dr. Luís de Melo Biscaia, vereador da Cultura da Câmara Municipal da Figueira da Foz, entretanto também ele já falecido).

A distribuição, gratuita e desinteressada, que desde há anos fazemos (e vamos continuar a fazer, para quem no-los peça) desses dois importantes volumes sobre História do século XIX que o CEMAR invulgarmente editou na Figueira da Foz (e que são, na carteira editorial global das dezenas de edições do CEMAR, algo de verdadeiramente único e excepcional, por não dizerem especialmente respeito à vocação estatutária desta associação apontada para o Mar e a História Marítima) é a nossa maneira de celebrarmos o Liberalismo oitocentista (a Revolução Francesa, e os seus reflexos em toda a Europa, em Portugal, e até mesmo em Inglaterra).

Estes volumes ainda hoje continuam a ser oferecidos a partir da Figueira da Foz.

A outra forma através da qual o CEMAR vai prestar o seu contributo para a celebração do Liberalismo, na Figueira da Foz, neste ano emblemático de 2020, vai ser através da manutenção do Encontro do Mar (embora, devido à pandemia da Covid 19, em teleconferência e emissão telemática, e não ao vivo e com público presente) que estava previsto, na culminação do ano, e na culminação dos Encontros do Mar, para o dia 12 de Dezembro de 2020, com o Professor José Adelino Maltez (do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa), sob o tema "(Re)Pensar a Regeneração de Há Duzentos Anos (1820-2020).

A celebração da memória do Progresso, desde a Idade Média — e o resgate da "maldição" dessa "memória" — têm sido, desde há vinte e cinco anos, um combate do Centro de Estudos do Mar nesta cidade da Figueira da Foz; e no que diz respeito à figura medieval do Regente da Coroa de Portugal que foi Senhor de Buarcos e deu a Portugal o seu primeiro código sistemático de leis — um momento, fundacional, da construção do Estado Português, contra o Feudalismo — esse combate vai continuar a ser travado, para futuro, no âmbito do processo para a definitiva e inadiável criação do Museu do Mar da Foz do Mondego nesta cidade. Um processo que, no entanto, continua numa situação incompreensível, sem que acerca dele existam quaisquer desenvolvimentos, pelos quais se continua a aguardar.

O combate pelo Progresso e pelo Futuro, nas regiões da Beira Litoral do antigo Ducado de Coimbra do Infante Dom Pedro e do seu neto e herdeiro político, o "Príncipe Perfeito" Dom João II (a quem o cronista chamou, logo no século XV, "próprio e verdadeiro coração da república"), é um combate que o CEMAR faz desde a sua fundação, em 1995, com a publicação, logo nesse primeiro ano, do livro de Alfredo Pinheiro Marques, A Maldição da Memória do Infante Dom Pedro e as Origens dos Descobrimentos Portugueses (Figueira da Foz: CEMAR, 1995).

Os inimigos desse Progresso e desse Futuro são aqueles que, desde o princípio, nos séculos XV-XVI, sempre o foram (e já se instalaram cá na Beira Litoral para isso mesmo, para asfixiar estas regiões). Os seus expoentes principais são o senhorialismo, de tipo eclesiástico (mesmo quando dito "pós-moderno"… e sempre hipocritamente "intelectual"), da Universidade que foi trazida de Lisboa, juntamente com a criação da Inquisição, em 1536-1537, precisamente para asfixiar política e culturalmente, e oprimir económica e socialmente, estas regiões da Beira Litoral (intitulando-se, desde então, com o nome de "Universidade de Coimbra", e ao longo dos séculos seguintes semeando a ignorância, o reaccionarismo e a hipocrisia à sua volta), e o senhorialismo feudal e nobiliárquico de um ramo colateral da Casa de Bragança, o dos Duques de Cadaval (Condes de Tentúgal e Marqueses de Ferreira), que, desde o século XVI, foram instalados em Tentúgal e em Buarcos precisamente para asfixiarem todas estas regiões da Beira Litoral que haviam sido do Ducado de Coimbra, e ao longo dos séculos seguintes o fizeram sempre. E por isso não é de admirar que, depois, nas décadas iniciais do século XIX, essas duas entidades senhoriais e feudais, a Universidade dita "de Coimbra", instalada no antigo Paço da Alcáçova onde havia vivido o Infante Dom Pedro, e os Duques de Cadaval instalados no Paço de Tentúgal onde também havia vivido o autor da "Virtuosa Benfeitoria", fossem regionalmente os dois expontes máximos do reaccionarismo absolutista, caceteiro, e boçal, que em nome do Feudalismo tentou impedir o advento do Liberalismo em Portugal.

Os Duques de Cadaval, latifundiários e feudais em pleno século XIX, e por isso odiados pelas populações locais (quer pelos camponeses de Tentúgal, quer pelos pescadores de Buarcos), foram por fim desalojados pelo triunfo do  Liberalismo, e o antigo Paço do Infante Dom Pedro em Tentúgal (que ocupavam desde há três séculos!), por ser seu, incendiado pelas populações.

O outro exponte regional do Absolutismo caceteiro e reaccionário, a Universidade trazida de Lisboa juntamente com a criação da Inquisição em 1536-1537, e desde então já instalada em Coimbra desde há mais de dois séculos, e por isso auto-intitulando-se com o nome, abusivo e erróneo, de "Universidade de Coimbra", teve por fim nas primeiras décadas do século XIX que se conformar com o triunfo do Liberalismo que não conseguiu impedir (nem ela, nem o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra… ao qual, desde o princípio, sempre esteve umbilicalmente ligada, pela hipocrisia clerical e pela ignorância doutoral, apropriando-se ambos do nome da "Sophia" do Infante Dom Pedro, e a partir de Coimbra se digladiando feudalmente e judicialmente pela posse dos senhorios económicos da Beira Litoral, desde o castelo de Buarcos até Leiria, etc.).

E assim essa Universidade continuou pelo século XIX adiante, para na sua segunda metade sobre ela ser dito o que havia para ser dito, como merecia, por Antero de Quental e Eça de Queirós. E pela célebre frase, habitualmente atribuída a Guerra Junqueiro, sintetizando tudo.

O que essa Universidade continuou a fazer sempre — não por acaso… (e, assim, cobrindo-se de ridículo…) — foi continuar a ensinar, nos bancos das suas aulas de História e de Direito, ainda em pleno século XX (praticamente até à data de 25 de Abril de 1974…!), a curiosíssima concepção, tão reveladora, de que "em Portugal nunca existiu o Feudalismo"… [sic]…  Era, e continuou a ser, para sempre, a Universidade em que, em pleno século XX, a História poderia vir a ser ensinada, e dirigida (como veio), por alguém como Torquato de Sousa Soares…

Trata-se, aqui, em tudo isto (que é a História de Portugal…), de facto, da questão, de sempre, do Feudalismo e do Liberalismo. E, agora, estamos em 2020, duzentos anos depois.»

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Um dia, o presidente Ataíde vai perceber que o pecado capital da "sua" maioria foi "tentar asfixiar uma pessoa" para "poupar oxigénio"...

Miguel Almeida, o senhor desta foto, foi, a meu ver,
o verdadeiro motivo que precipitou João Ataíde para
 a armadilha das reuniões à porta fechada. Os figueirenses
nunca vão acreditar e, muito menos  "entender que, nos dias
de hoje, os municípios vivem num ambiente de
concorrência entre si, e o momento em que alguns assuntos
estratégicos podem ser tornados públicos, deve ser
detalhadamente estudado e programado”
.
Assim como os figueirenses não percebem como
 é possível, no dia 24 de agosto de cada ano, que
"um senhor, bem engravatado e  cheio de sentimento,
vá  prestar homenagem ao patriarca da liberdade
 Manuel Fernandes Tomás e, em outubro, proíba os jornalistas
de assistirem e fazerem o seu trabalho numa reunião de câmara!"
Na Figueira,  cada vez mais se verifica o afastamento dos cidadãos da vida e da coisa pública.
Aliás, para sermos mais precisos e em abono da verdade, os gestores da coisa pública é que se encarregaram de afastar os cidadãos.

Em nome  do pragmatismo, a maioria absoluta conquistada por João Ataíde, em 2013, acreditou no sonho que todos aceitariam a suspensão da democracia, em nome do bem do concelho.

Foi assim: a segunda-feira, dia 4 de novembro de 2013, passou a ser uma data histórica na Figueira da Foz - foi o dia, desde que vivemos em democracia, em que, na nossa cidade, se realizou a primeira reunião da câmara à porta fechada.
Tal, registe-se, ficou a dever-se a uma imposição da maioria absoluta de João Ataíde obtida nas autárquicas do dia 29 de setembro de 2013.
Tamanho desencanto magoa muitos figueirenses  - mas, ainda mais do que o desencanto, principalmente a crescente consciência dele... 

Mas, se a política, enquadrada nos partidos, desapareceu da vida figueirense, sublinhe-se que toda a revolução começou sempre por ser individual, e está a acontecer no íntimo de muitos de nós, em cada minuto dos dias que passam.

Para as pessoas, as leis e os regulamentos que criam obstáculos à Liberdade, são como o oxigénio. As leis e os regulamentos que criam obstáculos à Liberdade - que foi o que a maioria absoluta de João Ataíde efectivamente fez... - mudam a qualidade e a pureza do oxigénio que permite que as pessoas respirem e vivam...
E as pessoas, nem que seja apenas por uma questão de sobrevivência,  hão-de acabar por reagir, pois as pessoas não conseguem respirar com facilidade um oxigénio sem qualidade e altamente poluído.

É pelo pensamento que sempre começa a revolução.
Um dia,  os figueirenses,  vão acordar. 
Quando tal acontecer, não vão aceitar mais a multiplicação de discursos e proclamações de belos e grandes princípios democráticos que redundam, sempre, num profundo imobilismo político.
Os figueirenses, um dia, vão perceber que basta fazer o óbvio – pensar antes de votar.

domingo, 23 de julho de 2017

Apresentação da candidatura do independente e "entusiasta socialista" Ataide à Câmara Municipal da Figueira da Foz, com a presença de António Costa...

A ANC-Caralhete News está em condições de informar que no próximo dia 8 de Agosto (uma terça-feira), pelas 21h00, realizar-se-à a apresentação pública da candidatura de João Ataíde e da sua equipa à Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Esta apresentação ocorrerá na entrada da Praça Velha - Figueira da Foz (junto da Caixa Geral de Depósitos) e contará com a presença do Secretário Geral do Partido Socialista e Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa.

Nota de rodapé.
Esta preciosa informação foi obtida a partir de um mail dimanado da direcção de campanha (não se sabe quem são os ilustres que a constituem, nem o nome de quem a representa,  devem querer manter o anonimato para não criar invejas serôdias...) da candidatura do independente e "entusiasta socialista" Ataide à Câmara Municipal da Figueira da Foz
Ficámos também a saber que o local escolhido para o evento de tal envergadura política é a entrada da praça velha (Praça General Gomes Freire de Andrade), que é bem mais apertada do que a praça nova do patriarca da Liberdade - Fernando Tomaz. 
Por certo, neste local, a família dos "entusiastas socialistas", fica mais aconchegada em companhia dos mandaretes, amanuenses  e outros mangas de alpaca do municipalismo figueirense. 
E quanto aos socialistas? 
Sabemos que alguns militantes foram convocados por mail, outros (poucos) por telefone, e ainda outros vão receber mensagem de fumos (se a protecção civil deixar, a menos que seja director municipal do urbanismo e aí até foguetes podem ser lançados)
É importante, que não estejam muitos socialistas, porque afastam o eleitorado do actual edil da Figueira e antigo  juiz desembargador - Dr. João Albino Rainho Ataide das Neves. 
A reeleição tem que ser garantida a todo o custo, para o objectivo delineado há oito anos ser integralmente cumprido - doze anos de presidência municipal  e a seguir a justa reforma
E, depois, a cereja no topo do bolo -  uma prateleira dourada...Nem que criem uma, por exemplo: Presidente da ANCIM - Associação Nacional dos Candidatos Independentes Municipais (principal objectivo desta associação é lutar para que os presidentes das câmaras voltem a ser nomeados, como no antigamente... as eleições são uma chatice...)

PS -
A ANC-Caralhete News conseguiu apurar que o famoso Gato Preto vai estar fechado no dia do evento, para não ser confundido com uma tasca de ébrios das tias de Coimbra.

domingo, 30 de junho de 2019

Via João Pedrosa Russo

Sacado daqui, com a devida e necessária vénia.
Nota OUTRA MARGEM.

Manuel Fernandes Tomás, "O Patriarca da Liberdade" e a consciência cívica...

Na Figueira,  sempre foi proibido questionar convenções.
Quem o faz, é imediatamente alvo de campanhas de ostracização.
Se algo ameaça a postura convencional, então é porque é extremista, ou marginal, ou pior.
Assim, não é de surpreender que – talvez na Figueira mais do que em qualquer outra cidade - os génios sejam todos póstumos.
É biografia recorrente aquela que acaba por concluir que, em vida, a excelsa pessoa nunca foi compreendida ou admirada.

Manuel Fernandes Tomás foi preciso morrer na miséria e na amargura para postumamente lhe reconhecerem o devido valor.


Joaquim Namorado: “Tudo existe. O que se Inventa é a descrição”

Joaquim Namorado viveu entre 1914 e 1986. Nasceu em Alter do Chão, Alentejo, em 30 de Junho. Se fosse vivo, faria hoje 105 anos. Por tal motivo, Alter do Chão, Coimbra e a Figueira da Foz, as terras por onde repartiu a sua vida, assinalam a data.
Mas Joaquim Namorado, em vida teve uma Homenagem. Tal aconteceu nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983. Por iniciativa do jornal barca nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem, que constituiu um acontecimento nacional de relevante envergadura, onde participaram vultos eminentes da cultura e da democracia portuguesa.
Há pessoas que nos estimulam. São as pessoas  que nunca se renderam ao percurso da manada.
Joaquim Namorado foi desses raros Homens e Mulheres que conheci.
Considerava-se um figueirense de coração e de acção – chegou a ser membro da Assembleia Municipal, eleito pela APU.
Teve uma modesta residência na vertente sul da Serra da Boa Viagem. Essa casa, aliás, serviu de local para reuniões preparatórias da fundação do jornal barca nova.
Joaquim Namorado, foi um Cidadão que teve uma vida integra, de sacrifício e de luta, sempre dedicada à total defesa dos interesses do Povo.
Nos dias 28 e 29 de Janeiro de 1983, por iniciativa do jornal barca nova, a Figueira prestou-lhe uma significativa Homenagem.
Na altura, lembro-me como se fosse hoje, nos bastidores do Casino Peninsular, escutei-o com deslumbramento.
Ao reviver o seu discurso, o que consegui a partir de uma gravação que obtive por um feliz acaso do destino,  fiquei com a certeza de que era necessário trazê-lo até aqui (fica o meu agradecimento aoPedro Agostinho Cruz), pois o que escutei fala mais de quem foi e continua a ser Joaquim Namorado, no panorama cultural português, do que tudo o que alguém, por mais talentoso que seja, conseguiria alguma vez transmitir sobre uma personalidade tão especial e genuína. Neste documento, para mim com uma carga emocional enorme, está o Joaquim Namorado com quem convivi nas mesas do velho café Nau e na redacção do barca nova, que permanece vivo na minha memória. Ainda por cima, ouve-se também, ainda que de forma breve, a voz do Zé Martins.  
Na sequência dessa homenagem, a Câmara Municipal da Figueira, durante anos, teve um prémio literário, que alcançou grande prestígio a nível nacional.
Santana Lopes, quando passou pela Figueira, como Presidente de Câmara, decidiu acabar com o “Prémio do Conto Joaquim Namorado”.

Joaquim Namorado l
icenciou-se em Ciências Matemáticas pela Universidade de Coimbra, dedicando-se ao ensino. Exerceu durante dezenas de anos o professorado no ensino particular, já que o ensino oficial, durante o fascismo, lhe esteve vedado.
Depois do 25 de Abril, ingressou no quadro de professores da secção de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Notabilizou-se como poeta neo-realista, tendo colaborado nas revistas Seara Nova, Sol Nascente, Vértice, etc. Obras poéticas: Aviso à Navegação (1941), Incomodidade (1945), A Poesia Necessária (1966). Ensaio: Uma Poética da Cultura (1994).)
Dizem que foi o Joaquim Namorado quem, para iludir a PIDE e a Censura, camuflou de “neo-realismo” o tão falado “realismo socialista” apregoado pelo Jdanov...
Entre muitas outras actividades relevantes, foi redactor e director da Revista de cultura e arte Vértice, onde ficou célebre o episódio da publicação de pensamentos do Karl Marx, mas assinados com o pseudónimo Carlos Marques. Um dia, apareceu na redacção um agente da PIDE a intimidar: “ó Senhor Doutor Joaquim Namorado, avise o Carlos Marques para ter cuidadinho, que nós já estamos de olho nele”...

Aquilo que se passou - o passado realmente acontecido - é o que resta na nossa memória. 
Joaquim Namorado continua presente na minha memóriaE é uma memória de que tenho orgulho.
Doutor (foi assim que sempre o tratei) - também sou um Homem coberto de dívidas. 
Consigo e com o  Zé, aprendi mais do que na escola: ensinamentos esses que deram sentido à minha vida, onde cabem a honra, a honestidade, a coragem, a justiça, o amor, a ternura, a fidelidade, o humor
Mas, para  Companheiros do barca nova nada há agradecer...
“É assim que as coisas se têm de continuar a fazer, pois a sarna reaccionária continua a andar por aí...”
A luta por uma outra maré continua!..
Até sempre e parabéns pelos 105 anos, meu caro Doutor Joaquim Namorado

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Homenagem a Fernandes Tomás este ano decorreu de forma diferente: teve música, canto e artes plásticas

 Via Município da Figueira da Foz

«Manuel Fernandes Tomás, “Patriarca da Liberdade”, foi ontem homenageado, pelas 18h30, na Praça 8 de Maio, numa cerimónia que este ano juntou várias artes. 

A cerimónia de homenagem reuniu, várias dezenas de pessoas, entre cidadãos, autarcas e representantes de entidades civis e militares e paramilitares. 

Primeiro ouviu-se a «Marcha do Vapor» e depois, perante a guarda de honra dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz foi desposta uma coroa de flores junto ao túmulo de Manuel Fernandes Tomás, tendo-se seguido o cumprimento de um minuto de silêncio em sua memória. 

Seguiram-se as intervenções, breves, do Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa, Fernando Cabecinha; do Presidente da Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto, Rui Miguel; do Presidente da Associação Manuel Fernandes Tomás, Fernando Cardoso; do familiar do homenageado, Filipe Fernandes Thomaz e do Presidente da Câmara Municipal, Pedro Santana Lopes.

A tónica das mesmas foi posta na importância de continuar a evocar a figura de Manuel Fernandes Tomás e os ideais, valores e princípios pelos quais se bateu ao longo da vida, principalmente junto dos figueirenses mais jovens, que devem compreender o papel que teve na História. 

A cerimónia prosseguiu com a leitura de uma súmula do trabalho realizado no ano letivo 2022/2024 Divisão de Cultura do Município e pelos Agrupamentos de Escolas do Concelho que, no âmbito do Plano Nacional das Artes, trabalharam a figura de Manuel Fernandes Tomás e tudo o que ele representa em termos históricos para a Figueira da Foz e para o país.

Seguiu-se um momento musical a cargo de Hilton Costa, violinista e diretor adjunto do Conservatório de Música David de Sousa (CMDS) e Nathalie Gal, coordenadora do Departamento de Classes de Conjunto do CMDS. Os músicos interpretaram a peça «Avé Maria», de Gounod (1859) e o tema "O Amor a Portugal", de Ennio Morricone.

Já no final, o Presidente da Câmara Municipal apresentou cumprimentos aos artistas plásticos das associações Magenta – Artistas Pela Arte e AAAGP- Associação da Amizade e das Artes Galego Portuguesa, que se associaram à iniciativa e promoveram, ao longo do dia, uma sessão de pintura ao vivo com o tema “Manuel Fernandes Thomaz, a sua Vida, Obra e legado”

segunda-feira, 30 de junho de 2014

FERNANDES TOMÁS, PATRIARCA DA LIBERDADE

Na Figueira,  sempre foi proibido questionar convenções.
Quem o faz é imediatamente alvo de campanhas de ostracização.
Se algo ameaça a postura convencional, então é porque é extremista, ou marginal, ou pior.
Assim, não é de surpreender que – talvez na Figueira mais do que em qualquer outra cidade - os génios sejam todos póstumos.
É biografia recorrente aquela que acaba por concluir que, em vida, a excelsa pessoa nunca foi compreendida ou admirada.
Foi preciso morrer na miséria e na amargura para postumamente lhe reconhecerem o devido valor.
FERNANDES TOMÁS, PATRIARCA DA LIBERDADE, nasceu há 234 anos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Já não há Pombas Brancas

Conforme podem tomar conhecimento pormenorizado, clicando aqui, a Figueira da Foz assinalou, ontem, o I Centenário da Implantação da República.
Assisti às cerimónias que decorreram no Museu Municipal e no Cae. De todos os discursos, o que verdadeiramente me tocou, foi um poema, inédito, do eng. António Cândido Alves, Amigo de há longos anos, que a meu pedido cedeu o texto para ser publicado no Outra Margem.
A seguir à leitura do poema, feita pelo autor, foi solta uma pomba branca que esvoaçou pelo céu da Figueira, a cidade de Pedro Fernandes Tomás, o Patriarca da Liberdade:


O País está cheio de Pombas e de Pombos.
Passeio pelas cidades, vilas e aldeias, vejo bandos de todas as espécies.
Mas, sobretudo, bandos de Pombas.
Olhando, o que vejo?
Pombas pretas e cinzentas.
As pretas identificadas.
As cinzentas pintalgadas.
Estas possuem diversas caras, mas não vejo Pombas Brancas!
O que é feito delas?
Cortaram-lhe as asas?
Cortaram-lhe a Liberdade?
Sufocaram-nas?
Estão escondidas em silêncio?
Será que a mãe natureza as fez morrer?
Estão acorrentadas?
É que todos os cavaleiros brancos da Paz são atirados para o lixo.
Há lixo inquinado de vampiros à espera das presas.
As pretas e cinzentas picam-se.
Picam-se.
Picam-se quando disputam a comida.
Têm medo umas das outras.
Olham-se com desconfiança.
Empurram-se.
Não conhecem o norte, o sul, o poente e o nascente.
Ai o Nascente que não as criou, não lhes deu rumo.
Encostam-se!
Encostam-se aos mais fortes de cuja permanência nada ganham.
Penso na Pomba Branca!
Via-a sempre, como Liberdade.
Paz.
Solidária.
E humilde.
A Pomba com o ramo de oliveira.
A Pomba que Cristo transformou.
Como seria bom que este mundo estivesse povoado de Pombas Brancas!
Mas, na realidade, os milhafres comeram-nas todas.
Mas!
Preservaram as pretas e cinzentas!
Voltem Pombas Brancas.

domingo, 29 de novembro de 2015

A Figueira intelectual deixou de pensar?

foto sacada daqui
O silêncio dos intelectuais figueirenses, face ao que se passa na nossa cidade desde 4 de novembro de 2013, diz quase tudo da cidade que somos. 
Não me lembro só (mas também...) de colunistas com tribuna fixa na imprensa ou com acesso aos canais intelectuais locais bem-pensantes. 
Lembro-me da elite intelectual local em geral, gente com obra feita na literatura, no jornalismo, nas artes plásticas, no ensino, responsáveis por grandes empresas, gente do teatro e do cinema, etc. Com raríssimas excepções, ressalvando os casos do engº. Daniel Santos e Rui Curado da Silva, o silêncio tem sido praticamente total. 
Nenhum órgão de comunicação local se lembrou de organizar um debate onde pusesse a discutir o tema, nomes “fortes” como Gonçalo Cadilhe, Nuno Camarneiro, Mário Silva, Domingos Silva, Joaquim de Sousa, Fernando Cardoso, Luis Albuquerque, Silvina Queirós, António Jorge Pedrosa, António Augusto Menano, por exemplo, para lhes perguntar o que pensam  de na Figueira se realizarem reuniões de Câmara à porta fechada, há mais de dois anos, num País que conseguiu a democracia desde o 25 de Abril de 1974.
Seria interessante saber o que pensa a intelectualidade local, sobre este assunto. 
O silêncio, na cidade do respeitinho, sobre este assunto, continua ensurdecedor.
Será, assim, com a manutenção de decisões destas, que se vai conseguir reforçar a participação dos figueirenses na vida colectiva da sua cidade? 
As pessoas, como sabemos, cada vez comparecem em menor número aos actos eleitorais. 
Cabe também aos políticos pensarem nisso - principalmente, fora da época das campanhas eleitorais!..
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia. 244 anos depois do seu nascimento, ainda na sexta-feira passada, no discurso que fez no decorrer da cerimónia de homenagem a Álvaro Cunhal, João Ataíde - e bem - lembrou este grande vulto da Liberdade em Portugal. 
Como entender, perceber e aceitar que tivesse sido imposto por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias realizadas à porta fechada?..

sábado, 24 de agosto de 2013

Hoje, é um dia óptimo para recordar Manuel Fernandes Tomás, "O Patriarca da Liberdade"



Homenagem a Manuel Fernandes Tomás - "O Patriarca da Liberdade" 
PROGRAMA: 
Praça 8 de Maio 18H00 – Cerimónia Oficial de Homenagem; Deposição de coroa de flores na base do monumento. 
Centro de Artes e Espectáculos (CAE - pequeno auditório) 19H00 – Conferência pelo Prof. Doutor António Ventura: “Manuel Fernandes Tomás, a Maçonaria e a Revolução Liberal”

domingo, 10 de setembro de 2017

"300 Anos de Maçonaria - uma família muita unida."

Ti Ataide depois das comemorações do dia 24 de Agosto, que homenagearam o Patriarca da Liberdade - Manuel Fernandes Thomas,  referência maior da maçonaria, presidiu à inauguração da exposição "300 anos de Maçonaria", patente ao público no Museu Municipal Dr. Santos Rocha e promovida pela edilidade figueirense. 
Esta iniciativa contou com a presença do responsável máximo do Grande Oriente Lusitano - Grão Mestre Fernando Lima
Ti Ataíde parece gostar muito das organizações secretas, e segundo António José Vilela, autor do livro "Segredos da Maçonaria Portuguesa",  afirma na página número 211, do referido livro, que o ex-Juiz Desembargador e Presidente da Câmara Municipal da Figueira pertence à maçonaria regular  
(GLLP/GLRP - Grande Loja Legal de Portugal - Grande Loja Regular de Portugal).  
Neste mesmo livro, o autor faz referência a muitos outros nomes, que pairam na politica figueirense e, certamente, só  por mera coincidência, estão ligados à Câmara e ao PS, como são os caso de José Fernando Correia (ex-adjunto de Ataíde), Hélder Rocha (Presidente da Empresa Municipal Figueira Domus), João Portugal  (vereador e Presidente da Concelhia do PS), Rui  Carvalho (candidato na lista do PS à Câmara), José Manuel Santos Silva  (Técnico do Museu Municipal Dr. Santos Rocha), José Iglesias  (ex-vereador e dirigente do PS). 
Segundo apurou o ANC, existem muitos mais homens e também mulheres do avental, ligados à Câmara e ao PS da Figueira.
Como recentemente o ANC anunciou, a lista à Câmara do PS, para além da lógica partidária é feita sob a influência e manobra da maçonaria, das duas obediências - GOL e GLLP/GLRP, mais concretamente das Lojas Fernandes Thomas e Brasília
Mas nem tudo é um mar de rosas. Tal como nos partidos, também nas lojas, existem lutas de poder. 
A ascensão meteórica de José Fernandes e de Nuno Gonçalves (Cid),  na política figueirense e nas lojas, são motivo de grande mal estar e conflitualidade. Estas duas personalidades, estiveram sempre ligadas à política do concelho de Montemor, mas nesta terra não vingaram, ainda que, o seu edil - Emilio Torrão, segundo o autor António José Vilela, também pertença  ao avental. 
Fernando Cardoso, Paz Cardoso, Vitor Jorge, Cândido Alves, Joaquim Jerónimo e tantos outros socialistas figueirenses ligados à maçonaria, sentem-se preteridos, ultrapassados e  já falam em cisões fortes e numa guerra silenciosa, que pode acabar mal, ou não... 
Depende do milho que houver para distribuir...
O que dizer deste poder subterrâneo? Em democracia qual é a sua legitimidade? Quem verdadeiramente manda nas instituições representativas do povo? Qual é a finalidade desta exposição? Qual o propósito de ser promovida pela edilidade? Que interesses lhe estão subjacentes?
Como diz a Teresa Guilherme: "isso agora também não interessa nada."
Venha Outubro e o São Martinho, com castanhas, muita água pé, para não se perder o pé, ou para que o chão não fuja...ao pé. 

Conteúdo ANC-CARALHETE NEWS

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Estou a ficar velho...


Um dia destes, casualmente, na rua que vinda da Praça Velha, desemboca na praça dos táxis, quase que à sombra da estátua do Patriarca da Liberdade, encontrei um amigo de há longos anos. Como normalmente acontece, falámos da Figueira e da sua deriva democrática.
Tanto ele, como eu, pertencemos a uma geração que foi rebelde. Há 30 anos atrás, éramos adubados pela "teimosia da esperança" com a crença que, tanto a Figueira, como Portugal, iam mudar.
Tentámos, cada um à sua maneira, ajudar a Figueira e o País a abrir os olhos à sua cegueira. Mas, que nos reservou o futuro, que o mesmo é dizer, o presente?
Uma Figueira e um País à beira do desespero, descrente, um horizonte de nuvens cerradas, em que é com grade dificuldade que se vislumbra algo de luminoso ao fundo do túnel. Na Figueira e no País instalou-se um cansaço doentio e indolente e uma indiferença contagiante.
O meu amigo, a determinada da altura, disse-me: “um gajo cansa-se de remar contra maré...”
Pois é, mas resta o quê? Esperar e aceitar? Mas, esperar e aceitar , o quê?
Uma sociedade egoísta, petulante e sem valores?
Uma Figueira e um País, que se afundam em dívidas de milhões de euros, a cada minuto que passa, e que enterraram o futuro em novas oportunidades dadas a novos e velhos oportunistas?
Pode ser que isto não passe de um ciclo vicioso, e que o Povo cientificamente estupidificado, acorde e ainda consiga sobreviver!..
Estou a ficar velho para acreditar que a Figueira consiga, de novo, interessar politicamente figuras como, por exemplo, Maria Judite Pinto Mendes de Abreu, Joaquim Namorado, Mário Neto, Armando Garrido, João Bugalho, Alzira Fraga, Rui Alves, Gilberto Vasco, Mário Lima Viana, Costa Serrão, Viana Moço, João Severino Neto, Joaquim de Sousa, Melo Biscaia, Abílio Bastos, José Fernandes Martins…
Hoje, ao olhar para a composição da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, fica-se cá com uma dor de alma…

sábado, 29 de agosto de 2020

Ana Oliveira e Ana Carvalho, via Diário as Beiras...

"A Figueira da Foz sempre foi uma cidade bastante atrativa por diversos motivos. A história revela isso mesmo. Poderia descrever cronologicamente diversos momentos que relatam que a Figueira sempre foi uma referência, mas avanço na linha do tempo e destaco os gloriosos anos, entre 1940 a 1970. O auge da Costa de Prata, onde se ganhou o estatuto de rainha das praias de Portugal. A beleza ímpar devido à nossa localização geográfica fez sempre do “nosso cantinho à beira mar” uma terra bastante avançada para os tempos que corriam. Mas no auge da fama não se pensava nas mudanças que o mundo iria ter. Perante tal evolução podemos dizer que continuamos a ser uma cidade desenvolvida? Quais são, afi nal, as características de uma cidade moderna? O facto de estarmos no Centro do país, num dos extremos da Europa e com o mar a vislumbrar outros continentes faz com que continuemos a ser especiais e a termos uma posição privilegiada. Mas devemos, à custa disto, estar parados, como se a sorte simplesmente nos batesse à porta? Com as prioridades que hoje se exigem não me parece que basta estarmos onde estamos para garantirmos desenvolvimento. O conceito atual de uma cidade moderna é uma cidade acolhedora, que acarinha os seus munícipes. Não os condiciona com falta de emprego ou só limita a oferta a trabalho precário. Uma cidade moderna aumenta os seus espaços verdes e não os destrói. Uma cidade moderna é uma cidade limpa. Uma cidade moderna tem uma rede desenvolvida e abrangente de transportes públicos. Uma cidade moderna protege as pessoas, principalmente as mais vulneráveis e acautela os seus serviços de saúde de proximidade. Uma cidade moderna apoia as suas empresas e os seus comerciantes. Uma cidade moderna cuida da sua história e do seu património. Uma cidade moderna investe na cultura e na formação. Numa cidade moderna existe comunicação. O “quero, posso e mando” está um pouco fora de moda! Os prémios instantâneos atribuídos ao concelho, faz de nós uma terra moderna? Não me parece! No fi m de contas, a Figueira é um ícone de modernidade? Infelizmente, nem de longe nem de perto! Mas que poderíamos ser, isso não tenho a menor dúvida!"
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"Diz-se que uma cidade moderna é ser inovadora, progressista, é a ideia de que pode tornar-se sempre melhor no que diz respeito à condição humana dos seus habitantes. Nessa perspetiva, diria que a Figueira é uma cidade moderna, consequentemente, e tanto quanto dizem os rankings nacionais, é uma das melhores cidades para viver. Tal deve-se muito às suas gentes! Não fossem os figueirenses sucessores do ilustre Manuel Fernandes Tomás, o patriarca da liberdade e promotor da mudança de todo o país, um legado que passados 200 anos ainda perdura. Esta ânsia de inovar percebe-se em áreas muito transversais à sociedade. Ao nível do desenvolvimento económico a Figueira dá cartas na região, pois detém uma base produtiva industrial sólida com expressão tecnológica inovadora de relevo nacional e até mundial, como é o caso do setor da pasta e papel, das resinas, do setor alimentar das conservas, arroz ou aves, dos componentes técnicos ou do vidro de embalagem. Sinal positivo é também a dinâmica da Incubadora de Empresas do Mar e o Mercado de Ideias, apoiados pelo Marefoz que conta já com mais de 30 investigadores residentes, repletos de novos projetos e empresas iniciantes. Uma aposta ganhadora que irá, certamente, dar origem a negócios de sucesso. Ao nível cultural a Figueira é precursora. Basta perceber o número de associações de artistas plásticos, de escolas e grupos de teatro, dança e música, de eventos culturais, exposições, de espaços museológicos, de salas de espetáculo, de escritores premiados e de prémios literários, de fotógrafos famosos e de festivais de cinema. Face à sua dimensão, é sem dúvida uma das cidades mais influentes! A modernidade também se pode constatar pela diversidade de modalidades desportivas praticadas, pelos espaços públicos disponíveis ao ar livre muito superior à média nacional, pela qualidade do ensino e do acesso aos cuidados de saúde ambos públicos com resultados e provas dadas. Não é por acaso que cada vez mais turistas nos procuram. São surpreendidos positivamente por momentos de animação diferenciadores ou pela nossa oferta hoteleira e de restauração que tem sabido ultrapassar com inovação as dificuldades."

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

“Uma por mês, é mais do que suficiente”, disse Mário Paiva!..

Na foto sacada daqui, temos o Presidente Junta Freguesia de Buarcos/S. Julião
à esquerda, e Mário Paiva, à direita, em primeiro plano.
No início do presente mandato, depois de ter obtido a presente maioria absoluta, o presidente da câmara fechou a primeira das duas reuniões mensais ao público e à comunicação social, invocando a permissão da lei e a necessidade de alguns assuntos serem tratados com privacidade.
Na Assembleia Municipal realizada no passado 30 de Dezembro, Ana Oliveira, da coligação Somos Figueira, propôs  a revogação da deliberação, afirmando a dado passo (edição de hoje do jornal AS BEIRAS): “Por que é que não aplicou esta medida no mandato anterior?  Por que sabia que não ia ser aprovada (por ter maioria relativa)?”
“Não propus, porque tinha a consciência de que essa não era a vontade da maior parte dos vereadores”, respondeu  João Ataíde.
Reacções das outras  bancadas representadas na Assembleia Municipal.
Mário Paiva, do PS:  “A bancada do PS até poderia rever-se neste voto de protesto se os cidadãos não tivessem acesso à câmara. Uma por mês (esclareça-se: reunião camarária aberta),  é mais do que suficiente”.
Silvina Queirós, da CDU: “A democracia fica suspensa uma vez por mês”. “Na Figueira da Foz, é a primeira vez que tal acontece desde o 25 de Abril de 1974”.
João Paulo Tomé, do BE:  “Uma coisa é a lei, outra coisa é o conceito ético de transparência e democracia”.

Em tempo.
“Uma por mês” (esclareça-se, mais uma vez, reunião camarária   aberta) senhor deputado municipal Mário Paiva?!..
Que tal, em 2017, arranjamos um ditador, que proíba a que sobrou, por mês?
Daqui a 191 anos, a Figueira, a Terra do Patriarca da Liberdade, será,  de certeza,  uma potência exemplar, no que à resistência democrática diz respeito... Para mais,  como cidade à beira-mar plantada, que somos, manteremos certamente intacta a nossa capacidade de continuar a boiar...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Uma Câmara Municipal é um órgão democrático do Poder Local...

O presidente só consegue impor a sua vontade se tiver o apoio ou a conivência da maioria dos vereadores...
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia.
243 anos depois do seu nascimento, como entender que tivesse sido imposto por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias realizadas à porta fechada?.. 


“É votada hoje a proposta dos vereadores do PSD que defende o fim das reuniões de câmara à porta fechada..." 
Segundo o jornal AS BEIRAS, "o vereador Carlos Monteiro terá discordado". Por sua "o vice-presidente da câmara, António Tavares, também não esteve de acordo e recentemente assumiu, em público, que é apologista que todas as reuniões sejam abertas." 
O PS não gostou desta frontalidade. O deputado municipal Mário Paiva, na qualidade de comentador do programa “Câmara oculta” da Foz do Mondego Rádio, afirmou que “o vereador António Tavares perdeu uma oportunidade de ficar calado”.
O jornal AS BEIRAS contactou os vereadores socialistas, incluindo o gabinete do presidente, para tentar saber como vão votar a proposta da oposição.
As respostas, embora evasivas, fazem adivinhar que tudo vai ficar na mesma. António Tavares adiantou que a proposta tem de ser previamente debatida pelo executivo, apontando o debate interno para a manhã desta segunda-feira. 
Por sua vez, Carlos Monteiro lembrou que, “enquanto não se voltar a debater o assunto, a decisão está tomada”
João Portugal, que acumula a vereação com a liderança local do PS, por seu lado, disse que mantém a sua posição, pois considera que  “não houve nenhuma alteração que se justifique uma mudança”. No entanto, reitera que a reunião em que se discute e vota o orçamento do município deve ser aberta ao público, ao contrário do que aconteceu este ano, pela primeira vez na Figueira da Foz desde 1974. 
Este foi, aliás, o pretexto para os contestatários à decisão de João Ataíde recolocarem o tema na agenda política. 
Ana Carvalho também advoga que “uma reunião deve manter-se fechada ao público”
Do gabinete da presidência o jornal obteve esta resposta: “Todas as considerações relativas à proposta apresentada pela coligação Somos Figueira [liderada pelo PSD] serão apresentadas em sede própria - reunião de câmara”. 
Ironia do destino: é precisamente numa reunião à porta fechada que a oposição vai tentar alterar a situação, o que certamente dará muito jeito a António Tavares e João Ataíde...   
Tal como previ, em devido tempo,  a “coisa” continua a dar muito que falar e escrever!.. 

segunda-feira, 5 de junho de 2006

FALA® BARATO




“Para o poder absolutista o que importa é a salvação pública, não a opinião ...”.
Praticar, hoje, a liberdade de pensar, escrever, opinar – numa palavra, exercer o direito à cidadania, devia ser um acto normal num País que, desde o 25 de Abril de 1974, deixou de estar formalmente mudo e amordaçado.
Mas, como sabemos, ainda não é assim...
É claro – e, ao escrever isto, também é para sossegar certas almas que já estavam a ficar inquietas e nervosas - que um escriba, nunca pode ter grandes objectivos nem ambições.
A sociedade não muda, por se escrever este ou aquele texto, por se abordar este ou aquele tema, por se levantar esta ou aquela questão.
A função do escriba é simples: levantar os problemas.
E um dado adquirido, porém, que nesta era “informática”, com o boom das novas tecnologias, muita coisa mudou radicalmente.
Os jovens de hoje são diferentes dos da minha geração.
Quem é que lê agora o Eça, o Camilo, o Pessoa, o Lobo Antunes, o Saramago?
Estou a referir-me a ler as centenas de páginas dum livro.
Hoje, a Wikipedia tem o digeste de cada um deles ...
Só que o saber, não é algo adquirido, por ser preexistente...
Só porque alguém estudou os clássicos, os organizou e colocou acessíveis num DVD, isso não quer dizer que esse seja o caminho para a construção daquilo que nos torna, a cada um de nós, um ser único.
Quer dizer, detentores de um bem único e intransmissível: a nossa cultura pessoal.
É que, a fruição, o gozo, encontra-se no percurso a percorrer até à descoberta.
Muitas vezes, o local de chegada é, apenas, o novo ponto de partida para novas descobertas.
O conhecimento, o saber, a cultura, é uma construção que dá trabalho.
A liberdade individual também passa por aí.
Como defendia já em 1820, o “Patriarca da Liberdade”, o figueirense Manuel Fernandes Tomás, “a liberdade de comunicação é um dos mais preciosos direitos do homem”.
Tem de ser bem usado, portanto.
Por todos.
Também pelos mais jovens.
A juventude é importante para o futuro do país, duma cidade, duma freguesia duma terra.
Mas qual juventude?
A que sabe, a que pensa, a que é activa e crítica.
Ou aquela que é excelente pesquisadora do Google, isto é, que se limita a ser esponja absorvedora e acrítica do conhecimento pré estruturado.
E aqui é que bate o ponto: falar é importante.
Mas FALA® BARATO será! ...
Isso, só está ao alcance de Mestres.
Como o “fala barato” do Zé Vilhena.
Mas, esse é doutra cepa: a dos que mantém toda a vida a “gaiola aberta”.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Manuel Fernandes Tomás, "O Patriarca da Liberdade" e da consciência cívica...

Recordar Manuel Fernandes Thomaz, um figueirense que «fez à Pátria mui relevantes serviços, e morreu pobre» é uma obrigação de todos nós.

Porém, a meu ver, não deve ser apenas no dia 24 de agosto de cada ano: hoje e sempre, "...vale a pena celebrar a liberdade, relembrar a biografia deste figueirense ímpar da História, a dimensão do corajoso e impoluto lutador pela liberdade, um homem livre, honrado e de bons costumes. O seu exemplo persiste e serve de referência ..." [palavras proferidas por José Guedes Correia. Jornal O Figueirense, 27/08/2010, p. 14]

A Figueira é uma terra cruel.
Foi preciso morrer na miséria e na amargura para, postumamente, reconhecerem o devido valor a Manuel Fernandes Tomaz...

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Senhores vereadores da Câmara da Figueira isto só pode ser dos nervos!.. Ou estarei enganado?...

Está nas Beiras.
“Os vereadores deixaram em aberto a possibilidade de não voltarem a dar a palavra a Custódio Cruz, que já protagonizou várias altercações nas reuniões de câmara. As intervenções do comerciante, disse João Ataíde, “começam de uma forma relativamente aceitável e acabam sempre mal”.”
Confesso que estou perplexo. Estava convencido que a Câmara da Figueira estava solidária com os seus munícipes!..
Alerto, caso não se lembrem, que se silenciarem o Custódio Cruz estão a silenciar os comerciantes do mercado de cuja associação o Custódio é presidente, eleito democraticamente.
Senhores vereadores da Câmara da Figueira, vejam bem onde se estão a meter.
A democracia, mesmo a nossa, que pouco mais é do que permitir a cada um dizer o que pensa e poder decidir pelo voto quem quer que conduza os nossos destinos, continua a ser um bem inestimável…
Mesmo em dificuldades e em crise, ou com a crise, a Figueira continua a ser a Terra do Patriarca da Liberdade.
Quem é que assume a responsabilidade de suspender a democracia num órgão autárquico eleito democraticamente!..

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Tudo como dantes?...

Na edição de hoje do Diário as Beiras pode ler-se.


"O novo presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, adiantou ao DIÁRIO AS BEIRAS, em entrevista (será publicada na sexta-feira), que as duas reuniões mensais ordinárias da vereação vão continuar como estão. Ou seja, uma é fechada ao público (a primeira) e a outra é aberta... 
A decisão de fechar uma das reuniões ao público é política. Carlos Monteiro afiançou que se percecionasse que a democracia fosse lesada com aquela medida retomaria as duas sessões ordinárias abertas ao público."


Nota de rodapé.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O presidente só consegue impor a sua vontade se tiver o apoio ou a conivência da maioria dos vereadores... 
A Figueira é o berço do Patriarca da Liberdade e uma Terra aberta e disponível para a democracia.
243 anos depois do seu nascimento, como entender que tivesse sido imposto por um executivo camarário PS, com maioria absoluta, tendo como presidente de Câmara o Dr. João Ataíde, reuniões camarárias realizadas à porta fechada?.. 



Tal como previ, em devido tempo,  a “coisa” continua a dar muito que falar e escrever!..