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segunda-feira, 5 de julho de 2021

Cabedelo, um lugar cada vez mais de ninguém

"O CABEDELO MORREU !
Mais uma Excelente Obra deste Executivo do PS com o ALTO PATROCÍNIO da APA (Ministério do Ambiente )
Hoje, como se pode ver numa das fotos, 3 de Julho não havia um carro, estava deserto!
Reparem nas “pontes passadiços“ com centenas de metros de comprimento….
Pobre da nossa FLORESTA!"

Fotos e citação de 3 de Julho de 2021. Via Casimiro Terêncio
Em Julho de 2021, o Cabedelo é só obras e ausência de gente que já lá devia estar a ocupar o devido lugar e, este ano, não está lá. 
Na minha imaginação,  por ali andam fantasmas. O Cabedelo existe, o território existe, a praia existe, mas aquilo que existe é uma farsa.  
O Cabedelo morreu. 
No Cabedelo sinto-me como aqueles velhos, que já têm mais mortos na vida que vivos. É um local cheio de ninguém. Existem memórias a pairar no Cabedelo de vidas inteiras que se resumem numa palavra - saudade. 
Tal como o Cabedelo, Macondo também desapareceu do mapa, levando para o esquecimento as suas ruas com nomes de generais.
Mas tal como Macondo, o Cabedelo não é um lugar, mas um estado de espírito que nos vai permitir continuar a ver ver o que queremos, do modo como queremos. 
Em algum lugar entre Aracataca e a América Latina, Macondo existe e ficou imortalizada por Gabriel García Márquez. E o prolongamento da Gala, a terra na margem sul que segue o mondego até ao mar, o Cabedelo, também. 
O seu nome não vem no mapa. Contudo, não era terra morta que merecesse ser tão levianamente maltratada. 
Tem passado. E esse passado não foi tido em conta e, muito menos, respeitado.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Ficou desvendado o mistério ontem à tarde no decorrer da Assembleia Municipal: Tróia, é o sonho húmido de Ataíde para o Cabedelo!..

Foto Pedro Cruz
Eu já andava desconfiado...
Não me parece que seja o concreto que faz sonhar o senhor presidente da câmara Municipal da Figueira da Foz...
Sonhar, para o senhor presidente, a meu ver, é a abstração completa que tudo permite, em que tudo é possível, pois não parte da realidade, antes a constrói ao seu belprazer.
Mas, será que o acaso existe?
Pelos vistos, neste caso, não...
Da mesma forma que não existe a coincidência, sempre que se quer tirar ilações da sobreposição de factos, que só o poderiam ser  por obra do acaso.
Reparem na coincidência: até o arquitecto Hipólito é o mesmo de Tróia!..


Cerca de 100 pessoas deslocaram-se ontem à reunião da Assembleia Municipal da Figueira da Foz, em protesto contra a  intenção da autarquia em acabar com o parque de campismo da praia do Cabedelo.
O grupo de manifestantes, parte do qual esteve concentrado, antes da reunião, em frente ao edifício da autarquia, acompanhado da PSP, contesta a intenção camarária, decidida no âmbito de um projecto de requalificação, que ninguém ainda sabe em concrecto o que é.


Uma das campistas, Maria Teresa Ferreira, usou da palavra na reunião, lembrando o historial do parque de campismo - que começou por ser um local de campismo selvagem e foi legalizado há quase 30 anos, em 1988, através de uma concessão feita pela administração portuária à Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal (FCMP), que termina a 31 de dezembro - e alegando que o entusiasmo pelo local "foi crescendo" ao longo dos anos, sendo que o parque "tem utilização superior" aos três restantes existentes no concelho e não teve "qualquer melhoramento" por parte da Câmara.
"Depois destes anos todos no esquecimento, vem o senhor presidente da Câmara, de forma cruel, maldosa, prepotente e autoritária, correr com quem sempre cá esteve. Já somos três gerações de campistas, somos a escumalha do Cabedelo", acusou a munícipe.
A intervenção mereceu o aplauso generalizado dos cidadãos que enchiam a sala, levando o presidente da Assembleia Municipal a intervir, avisando da proibição de manifestações do género, que não voltaram a suceder.


Cristela Costa, actual proprietária da mais antiga escola de surf do Cabedelo, disse que o projecto de requalificação não foi apresentado aos utilizadores daquela zona.
"É difícil entender como é que uma via de acesso passa por um café recentemente construído e o parque de campismo não pode ser requalificado", frisou Cristela Costa, embora manifestando, a exemplo dos campistas, não ser contra a requalificação do Cabedelo, "mas contra a forma como está a ser conduzido o processo".


Da parte da bancada do PSD, o deputado Tiago Cadima - que explora a cantina do parque de campismo e disse ter já pedido a cessação do contrato assinado com a FCMP - argumentou que o projecto apresentado publicamente pela autarquia "não é aquele que está a levar por diante", numa alusão ao plano original, onde o parque de campismo aparecia deslocalizado umas centenas de metros para sul.
Tiago Cadima citou declarações do presidente da Câmara, João Ataíde, que terá afirmado que o parque de campismo do Cabedelo - localizado junto à orla marítima, entre os molhes sul e interior sul do rio Mondego - "é um espaço demasiado nobre para estar alocado a parque de campismo", classificando-as de "despropositadas e algo xenófobas".
"O que o senhor transmitiu a cerca de 50 mil associados da Federação é que não eram bem-vindos à Figueira da Foz", declarou o deputado municipal.
Tiago Cadima classificou ainda o planeamento da área de reabilitação urbana do Cabedelo como "um caso de estudo em como fazer tudo mal", questionando sobre a deslocalização do café instalado no local há menos de um ano, por a estrada para ali projetada passar onde o edifício foi construído.


Imagem sacada daqui
Na resposta, o presidente da Câmara, João Ataíde, alegou que o parque de campismo do Cabedelo "não é propriamente um projecto estimado pelos figueirenses e pela comunidade local".
O autarca lembrou que a requalificação do "espaço urbano de praia" do Cabedelo assenta na degradação da envolvente e que o projecto, aprovado pela autarquia, prevê um investimento de 2,5 milhões de euros que ainda aguarda visto do Tribunal de Contas.
João Ataíde adiantou que foi pedido a um arquitecto paisagista a valorização do espaço, comparando o Cabedelo a Tróia, afirmação que motivou risos na assistência.
"O parque de campismo, com a sua configuração actual, é conflituante com este objectivo. Não vemos grande vantagem em prol da cidade na manutenção deste parque de campismo, no nosso projecto não está integrado nem tem de ser integrado", argumentou o autarca.
Disse ainda que não existe "nenhum direito adquirido" dos campistas e utilizadores do parque, nem nenhum direito de propriedade ou posse "nem foi gerado qualquer tipo de expectativa", finda a concessão.
No entanto, o autarca admitiu, a "título precário", antes de começarem as obras e sujeito a reavaliações "de três em três meses", que a concessão se possa manter "enquanto não ocuparmos aquele espaço".
"A expectativa era o prazo de concessão e temos oferta suficiente em termos de campismo", disse ainda João Ataíde.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

Figueira em finais de 2021: um caso sério de destruição gratuita de uma cidade

A Figueira, no final do ano de 2021, depois da passagem durante 12 anos do PS pelo poder autárquico, é um caso sério de destruição gratuita de uma cidade. Ao mesmo tempo, é um caso extremo de incompetência recheado de mentiras. Depois de Buarcos, da "baixa da cidade", temos também o Cabedelo. Sem esquecer o Jardim Municipal.

Em linguagem popular da Aldeia, todas as obras em curso no concelho da Figueira da Foz estão empachadas. Será por mero acaso ou obra do destino?
A toda a incompetência juntou-se a mentira sistemática. Lembram-se do folhetim protagonizado pelo dr. Carlos Monteiro sobre os prazos das obras de Buarcos?
Mas, o mais grave foi construir, como é o caso do Cabedelo, onde existem dúvidas se se podia construir, pois tal pode colocar em causa a segurança das pessoas. 

A verdade é que surgiram suspeitas sobre o projecto do Cabedelo. Os vereadores da oposição Carlos Tenreiro e Miguel Babo, bem como o SOS Cabedelo, sustentaram que existem ilegalidades na requalificação do Cabedelo, ainda em curso. Os autarcas e o movimento cívico em Abril de 2019 defendiam a suspensão da empreitada, enquanto decorresse a discussão pública da alteração ao Plano de Praia (PP).
Também aqui, a autarquia figueirense não foi sensível, e a obra em pleno verão continuou com todos os prejuízos e transtornos que causou a quem está habituado a frequentar o Cabedelo para fazer praia.
É cada vez mais óbvio que aparentemente estamos perante um grave caso de incompetência e irresponsabilidade. Incompetência, pela maneira como foi conduzido o processo e irresponsabilidade por se construir sem se dar ao trabalho de respeitar as leis. Dizemos aparentemente, porque a autarquia nunca prestou os esclarecimentos que foram sendo solicitados pela oposição, pelo SOS e porque quem se interessa pelo Cabedelo.

Para quem gosta da freguesia de S. Pedro, os últimos anos foram difíceis e dolorosos por constatar que a barbárie e a selvajaria paisagística atingiriam a dimensão actual.
O Cabedelo não escapou - foi também devastado pelo “progresso”. A acção destrutiva que, nestes últimos vinte e tal anos, desabou na Cova e Gala - e que se materializou na forma como se betonizou, se descaracterizou a paisagem e se desfigurou a Aldeia -, empenhou-se, também, em aniquilar o impensável: o Cabedelo. 
Onde estiveram os covagalenses? 
A VOTAR, APLAUDIR E A LEVAR EM OMBROS OS RESPONSÁVEIS.

As piores oportunidades perdidas são aquelas em que nos dizem depois, sempre depois, que se tivéssemos insistido seriam ganhas. A ignorância é uma bênção, logo, todos os ignorantes podem ser felizes. A ignorância consciente, como opção, é também uma forma de auto-protecção: a informação acelera o medo.  Na tarde de hoje, podia ter acontecido uma desgraça: bastava ter ido a passar um veículo na estrada que foi varrida pelo mar... Não aconteceu, felizmente, mas poderia ter acontecido. E nada garante que não aconteça...

sábado, 2 de junho de 2018

"O cartão de visita do novo Cabedelo"

O projecto de iluminação da Praia do Cabedelo foi apresentado, ontem, nos paços do concelho do munícipio da Figueira da Foz.
 “O surf encaixa-se no âmbito da nossa estratégia”, disse na oportunidade João Ataíde, conforme se pode ler na edição de hoje do jornal AS BEIRAS. E acrescentou: “O Cabedelo é uma zona de excelência que tem de se trabalhar sem estragar”. Por isso, será alvo de uma “intervenção minimalista”.
Deve ser por isso, que a autarquia vai investir mais de dois milhões de euros...
 “Não estamos a apresentar nada de novo, apenas estamos a cumprir um sonho antigo dos surfistas da Figueira da Foz (o de surfar à noite)”, disse Eurico Gonçalves, do movimento cívico SOS Cabedelo e subscritor da proposta de iluminação da praia. 
Por sua vez, o presidente da Junta de São Pedro, António Salgueiro, afirmou aos jornalistas, que a iluminação da praia será “uma mais-valia” para a freguesia. 
Tudo banalidades. É  asssim que o Cabedelo continua a ser tratado: como uma coisa banal. Ao sabor dos interesses do momento.
Pois eu gosto de poesia. 
Aprecio no Poeta a capacidade de nos maravilhar e de nos fazer pensar. 
Com o tema mais banal, com o facto mais comum, com a ideia mais prosaica eles conseguem que sonhemos, que nos interroguemos e que consigamos manter a capacidade de espanto.
Foi o que me aconteceu com esta imagem, convencional, que alguém me sugeriu  ser "o cartão de visita do novo Cabedelo".
Esta foto, faz-me lembrar tempos em que eramos não convencionais e um pouco rebeldes. 
Tempos em que pensavamos (o Eurico era um deles...) que podíamos "mudar" o Cabedelo... 
E sabem uma coisa? 
Acho que tínhamos razão! 
Nós podíamos e devíamos ter "mudado" o Cabedelo, mas, alguns, desistiram cedo demais...
Fazemos parte de um uma Figueira complicada, mas gira! 
Este não conformismo, esta rebelião inconsciente anárquica agrada-me. 
Porém, sabe-se lá porquê, nem sempre vejo o espírito contestatário dirigido adequadamente contra o Poder...
“O Cabedelo é uma zona de excelência que tem de se trabalhar sem estragar”...
Isso, no fundo, é o importante.

sábado, 18 de julho de 2020

A faixa litoral a sul do Mondego, entre o rio e campo de futebol...

Em toda a costa figueirense, apenas uma pequena parte se mantinha razoavelmente incólume à pressão e especulação urbanísticas induzidas pelo turismo. 
Refiro-me, à faixa litoral a sul do Mondego, entre o Cabedelo e o Campo de futebol.
É ainda possível por aí fazer férias em comunhão com a Natureza e frequentar boas praias, sem os inconvenientes das urbanizações selvagens. 
Por conhecermos o triste destino da restante costa figueirense, devemos manter-nos atentos e vigilantes. 
Recordo que o Cabedelo nunca teve Bandeira Azul.  E bem. É o único pedaço de Paraíso imaculado  da costa figueirense  que ainda nos resta.

Quem tem resposta a estas perguntas sobre o Cabedelo?
1. Alguém sabe, se a câmara muncipal da Figueira da Foz tomar posse administrativa do Parque de Campismo Foz do Mondego, o que vai acontecer aos trabalhadores que prestam serviço na estrutura, alguns há dezenas de anos?
2. Sabem porque se instalou o Parque de Campismo no Cabedelo há 32 anos? 
3. Sabem o impacto que ao longo desses 32 anos os campistas tiveram no pequeno comércio da Cova e Gala?
Nota: (eu sei por conhecimento próprio ao longo de 10 anos. Entre 1994 e 2003). 
4. Sabem o que seria o Cabedelo no inverno sem a presença dos campistas? 
5. Sabem  que antes do campismo ordenado, já havia campismo selvagem no Cabedelo? 
6. Sabem que entre a comunidade campista e os surfistas sempre houve uma camaradagem sã e um convívio fraterno? 
7. Sabem que há determinadas partes do território concelhio, onde não existem só as casas de férias, os futuros hotéis ou hostéis, os futuros campos de golfe, os bronzes das gajas boas, mas a essência, que não é o visível, mas o essencial?
8. Em Dezembro de 2017, no decorrer de uma Assembleia Municipal, Cristopher Oliveira, do BE, disse que o assunto ainda não foi debatido no partido
Alguém sabe se o BE já debateu a problemática do Cabedelo?
9Na edição de hoje do jornal AS Beiras, de 7 de Dezembro de 2017, pode ler-se que a "Junta de São Pedro recebeu várias manifestações de interesse para a instalação de um hostel e bangalôs no espaço do campismo... " Para quem afirma que o Cabedelo vai ser devolvido à Cova e Gala, para começo de conversa, não está nada mal.
Alguém sabe quem é que, em nome da Cova e Gala, vai receber o Cabedelo devolvido?

domingo, 16 de maio de 2021

O que fizeram ao Cabedelo!..

Memória...

Ontem, foi uma tarde de sábado livre.
Deu para fazer algo agora pouco habitual. Fui até ao Cabedelo. 
É raro, agora, ir até aquelas bandas.
O Cabedelo, em anos anteriores, por esta altura, constituía já um ponto de referência estival no concelho da Figueira da Foz.

O tempo passou.
Há obras em curso.   
E quando há obras e o tempo passa, muda tudo - sobretudo os velhos hábitos.
 
Ontem, a mente, liberta de preocupações, deixou-se inundar por inúmeras recordações que se sobrepunham de forma intemporal.  
Deu para dar conta do apagamento de velhos pontos de referência. 
Triste ver esse apagamento. 
Dói. 
Mas também dói o vazio humano que se via no café, nos novos arruamentos e, até, praia. 

Um vazio humano, um vazio de sentimentos e um vazio de esperanças. 
Dói ver o vazio e a decadência a desfilar perante os olhares de quem se entretém, durante uma bela tarde, a analisar os passantes e o ambiente. 
Interroguei-me sobre o que se passava, como se fosse muito complicado encontrar as explicações. O que não é: a desoladora realidade está ao alcance de qualquer um de nós.

O Cabedelo perdeu encanto e capacidade de sedução. 
Agora, é um local vazio de gente, vazio de sentimentos e vazio de esperança. 
O Cabedelo está morto. É um  vazio humano num cemitério de obras completamente desajustadas e que nada têm a ver com aquele local. 

O Cabedelo está morto. Mas está mesmo. 
Não fiquei muito tempo. Os espaços  onde passei  belas tardes, locais de alegrias e de esperanças, no fundo altares de almas, estavam vazios. Incomoda-me o vazio, incomoda-me a agonia do Cabedelo, incomoda-me gente que aceita com resignação a morte do Cabedelo. 
Triste Povo. Triste Figueira. Triste concelho. Triste Cabedelo.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Cabedelo, a imagem de marca da anterior gestão municipal: "prazo ultrapassado"...

Via Diário as Beiras
«Estava previsto que o processo do Cabedelo ficasse concluído antes do fim de setembro. O ex-presidente da Câmara da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, numa reunião de executivo camarário, afirmou que se a data fosse ultrapassada pela APFF recorreria ao Governo, a fim de ser esclarecido sobre se os imóveis ainda pertencem à administração portuária ou se também foram transferidos para o município no âmbito da delegação de competências que permitiu intervir no Cabedelo. 
Entretanto, realizaram-se Eleições Autárquicas e o interlocutor da APFF na câmara municipal passou a ser Pedro Santana Lopes. 
A APFF continua a ser proprietária dos imóveis integrados no antigo parque de campismo, ou seja, o edifício principal e os balneários. Esta empresa pública, que também gere o Porto Comercial de Aveiro, detinha, também, os terrenos onde a Câmara da Figueira da Foz procedeu à requalificação urbana, mas foram cedidos ao município no âmbito da delegação de competências. 
Para a Câmara da Figueira da Foz poder encerrar o processo de concessões no Cabedelo, o título de propriedade dos imóveis terá de ser transferido para o município. No entanto, a APPF não deverá abdicar de contrapartidas. 
Para o edifício principal, onde funcionaram os serviços administrativos do antigo parque de campismo e um espaço de restauração (concessionado), há diversos interessados, entre os quais marcas de prestígio internacional de desportos de ondas. 
Neste momento, a APFF está a tratar de encontrar um compromisso legal e jurídico entre a administração portuária, o Estado (este, na qualidade de acionista principal da empresa que gere os dois portos) e o município. Os restantes imóveis do Cabedelo, incluindo terrenos, para os quais também há interessados privados, mantêm-se com o estatuto de interesse portuário. 
Para estes casos, a APFF está a fazer uma proposta de ordenamento. Por outro lado, o património não pode ser utilizado sem concurso público. A solução poderá passar pelo reordenamento dos lotes e respetivo regulamento, para poderem, assim, ser concessionados pela APFF. “Acolhemos bem a vontade e o interesse das empresas ligadas [aos deportos de ondas] interessadas em localizar-se ali”, afirmou Fátima Alves.»
Foto António Agostinho
Nota de rodapé.
Li recentemente no jornal Pùblico, algo sobre um filme, com um argumento parecido: um parque de campismo localizado num lugar de excelência, com décadas a ser usufruído pelo povo, foi encerrado. 
Sobre o Cabedelo, muita coisa está por descobrir. Um dia destes saberemos essa verdade escondida em toda a sua plenitude. 
Entretanto, o desfrutar tranquilo dum espaço único para se observar “aquele pôr-do-sol” desapareceu do olhar do utente do Parque de Campismo do Cabedelo, que esperava gozar lá a paz da sua reforma. 
Ainda quanto ao Cabedelo, repito: estou em crer que muito ainda estará para vir ao conhecimento do povo, apesar de ter acontecido ao executivo que estava a tratar do assunto, o mesmo que fez aos utentes que - segundo eles... - não tinham categoria para usufruir dum espaço nobre: foi para o olho da rua.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Só não acerto no euromilhões...

Domingo, 9 de abril de 2017. Já lá vão mais de 4 anos, escrevi isto. Passo a citar-me.
Longe dos olhares, no silêncio dos gabinetes, o Cabedelo está a ser alvo de um atentado. Se nada mais conseguirmos, não podemos esquecer o julgamento e fazer cair definitivamente a máscara dos mandantes...
Como penso que toda a gente que vem até este meu canto sabe, tenho um fraquinho muito grande e especial pelo Cabedelo.
Desde que me recordo,  olho para o Cabedelo de uma forma cúmplice e agradeço a força e o sorriso que traz, todos os dias, à minha vida.
Como sabemos, a vida custa a todos... Mas, a alguns em especial!
Como acontece em tudo na vida, é preciso estar-se no sítio certo no momento certo. O trabalho e o esforço são determinantes, mas um pouco de sorte ajuda muito. 
E ter a sorte de poder, sempre que o queira, encontrar-me com um local como o Cabedelo, mais do que sorte, na minha vida é uma benção. 
No inverno, tem aquela luz ténue e límpida, própria desta estação do ano. Em dias frios, tenho a sensação que o frio purifica a luminosidade, o que é uma benção, em especial, para os fotógrafos. 
A luz de inverno, no Cabedelo, é calma e fugaz. Os dias são curtos e transmite a necessiade de não desperdiçar um momento que seja, pois os dias de inverno no Cabedelo são lindos, mas têm algo que faz lembrar o efémero. 
A partir da primavera tudo é diferente. A sensação de êxtase dura mais - quase parece permanente. 
Tirando o mês de Agosto, o Cabedelo rodeia-nos de uma atmosfera muito especial. Somos nós e o sol - isto, é a natureza.

Fim de citação.
Passados 4 anos e mais de 5 milhões de euros o Cabedelo está assim...

Praia do Cabedelo, freguesia de São Pedro. Autor: Celso Silva/Digitart. Via Figueira na Hora

terça-feira, 21 de julho de 2020

A reacção do Vereador Miguel Babo à noticia de hoje no Diário As Beiras

Via Carlos Tenreiro - Mudar Porque a Figueira Merece
"Na última reunião de câmara e a propósito da decisão da Câmara Municipal relativamente à decisão de não prorrogar o alvará nº33/2012 que permitia a exploração do parque campismo de Cabedelo pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal fiz uma intervenção em que em primeira instância culpava o executivo pela situação criada ao não ter cumprido o plano dia ARU aprovado por unanimidade, que previa a deslocalização do parque campismo para uma outra zona do Cabelo. Mais, disse que parte do erro tinha passado pela contratação do paisagista Bettencourt, que ficou célebre pela apresentação pública do projecto no Cabedelo onde citou Golfe em vez de Surf e se referiu a uma zona do projecto onde se podia praticar “aquela coisa que tem uma tábua e uma rodas”, não sabendo o nome do Skate para o qual tinha supostamente desenhado uma pista. Ao não colocarem o “novo parque de campismo” na candidatura aos fundos comunitários terão sido os grandes responsáveis pela actual situação no que se refere ao Parque de Campismo. Defendi sempre que os campistas do cabedelo tinham sido, e são, muito importantes, mesmo imprescindíveis, para o Cabedelo, no que diz respeito à sua pacificação e humanização. Disse, quer nesta reunião, quer em inúmeras intervenções anteriores, que a presença destas famílias no Cabedelo, a sua vivência, a sua presença à noite, tão importantes para se evitarem actos marginais naquele lugar, foram fundamentais para a celebrizarão daquele espaço e sucesso que tem junto de quem o visita.
Ficando tudo isto bem claro critiquei de seguida a actuação da FCMP pelo facto de, no meu entender, nunca se ter verdadeiramente importando pelos campistas, que estão e querem continuar a estar, no cabedelo. Basta saber que a referida federação propôs fazer-se um novo parque de campismo em Quiaios. Como facilmente se entende a FPCC não se manifestou preocupada com a presença das pessoas no Cabedelo apenas se manifestou preocupada que as pessoas possam estar num espaço concessionado por eles. Por esta razão, porque defendo que os campistas devem ter o seu espaço no Cabedelo, entendo que será positivo que se remodele o actual parque de campismo, já não havendo a hipótese de o deslocalizar por responsabilidade da CMFF, e que o parque de campismo passe a ser municipal já que é a CMFF que vai fazer a obra e gastar o dinheiro e porque poderá ser a entidade quer mais desinteressadamente poderá cuidar dos interesses do Cabedelo, dos figueirenses e dos campistas.
Esta foi, em síntese, a minha intervenção na CMFF. Não posso pois deixar de ficar indignado que a única coisa que o “Diário das Beiras” no artigo de hoje, terça-feira, 21 de Julho de 2020, tenha referido da minha intervenção ser a minha concordância e apoio ao Presidente Carlos Monteiro na crítica ao procedimento da Federação Portuguesa Campismo e Montanhismo de Portugal."

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Cabedelo preocupa SOS...

Via Notícias de Coimbra 

Foto António Agostinho
«O SOS Cabedelo, movimento cívico da Figueira da Foz, denunciou um potencial perigo para os banhistas da praia do Cabedelo, por acção do mar, com a construção de um muro de protecção, incluído numa obra hoje aprovada.

Miguel Figueira, dirigente do movimento SOS Cabedelo, arquitecto e surfista, avisou ontem durante a reunião do executivo camarário, que a obra projectada para a zona marítima da praia do Cabedelo – que a câmara diz ser de requalificação, contrapondo os críticos que é obra nova e, como tal, deveria ser sujeita a estudo de impacte ambiental – vai criar novas correntes e vórtices (redemoinhos) que põem em causa a segurança de banhistas e surfistas.

O SOS Cabedelo afirma que a obra de protecção costeira, constituída por um enrocamento de pedra, vai avançar para dentro de água cerca de seis metros, “criando um desfasamento” com o molhe ali existente e provocando uma “armadilha letal”.

“O novo enrocamento terá de seguir o alinhamento e a geometria do enrocamento existente. Esta sempre foi a nossa posição para que não estivéssemos a criar ali alguma acção que pudesse impactar contra o funcionamento das ondas ou a segurança naquela zona da praia”, frisou Miguel Figueira.

O dirigente explicou que as preocupações com a segurança dos banhistas derivam de existir, junto ao molhe sul do porto da Figueira da Foz, adjacente ao qual se situa o areal do Cabedelo, “um dos maiores, senão o maior agueiro” da costa, uma corrente inversa à direcção da ondulação, que os surfistas usam como “uma estrada para ir para as ondas” afastadas da praia e a que chamam “o canal”.

Esse agueiro, que “não se move, é permanente” e desde as obras de prolongamento do molhe norte em 2010 “tem ganho imensa força”, constitui um problema acrescido de segurança para os banhistas, “porque a zona afunda muito rapidamente as pessoas perdem pé e são arrastadas”.

Miguel Figueira explicou que com a construção do enrocamento irá surgir “um pequeno ou grande vórtice, dependendo da intensidade do mar” no referido canal, na zona de articulação entre o molhe existente e a nova estrutura de protecção, uma situação que preocupa o SOS Cabedelo.

Recentemente, um instrutor de surf (Miguel Guedes) e um seu aluno, Santiago, de apenas 8 anos, salvaram duas pessoas no local, tendo sido alvo de um voto de louvor por parte do município. Miguel Figueira enfatizou que ambos, perante a situação que teme vir a verificar-se no futuro, “não teriam conseguido sair e teriam lá ficado”, sem conseguirem salvar os banhistas e pondo em risco a sua própria vida.

“Esta é uma questão de uma seriedade que impõe da nossa parte um alerta muito claro e muito inequívoco”, afirmou o arquitecto, que adiantou ter pedido por três vezes uma reunião ao presidente da câmara sobre o tema e ter sido “ignorado”, decidindo-se pela inscrição no período reservado ao público para que o alerta fique em acta.

“Estou aqui também para vos esclarecer em tudo o que quiserem, com ou sem desenhos, para que não possam invocar no futuro, perante uma eventual calamidade [que não sabiam], porque este projecto, que hoje vai a votação com o voto de cada um de vós [foi aprovado por com quatro votos a favor do PS e três contra do PSD], tem responsabilidades”, avisou.

O dirigente referiu ainda que, no futuro, “se porventura esta armadilha letal que estiverem a viabilizar vier a trazer outras consequências”, se não se conseguir impedir que esta obra vá para a frente, “esta acta servirá para fazer o cabal apuramento das responsabilidades”.

“Se quiserem insistir neste disparate, porque o que está em causa é a minha segurança e a dos meus filhos e a dos banhistas, iremos usar dos recursos legais e com todas as nossas competências para que esta obra, nesta forma, não avance”, garantiu Miguel Figueira.»

Segundo o Diário as Beiras de hoje, «o  presidente da câmara, Carlos Monteiro, prometeu que a autarquia vai debruçar-se sobre o assunto.
Por outro lado, frisou que o projecto poderá ser sujeito a alterações durante a obra.
A segunda fase da Área de Reabilitação Urbana do Cabedelo, destinada à protecção e reabilitação costeira e dunar, foi aprovada ontem com os votos a favor do PS e os votos contra do PSD. 

Entretanto, decorrem as obras da primeira fase, destinando-se à infraestruturação daquela zona de praia da Freguesia de São Pedro.»

quarta-feira, 22 de julho de 2020

"Um dia o parque do Cabedelo vai abaixo. Pode ser já a 1 agosto"...

Via Diário de Notícias
«O parque de campismo da praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, tem os dias contados. Se tudo correr como a câmara planeia, as centenas de campistas vão ter de retirar tendas e caravanas até ao final do mês. Uma onda de contestação levanta-se, mas há um projeto de requalificação que está pronto a avançar.

Um diferendo entre a Câmara Municipal da Figueira da Foz e a Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal pode levar centenas de campistas a abandonar forçosamente a praia do Cabedelo, já no próximo dia 1 de agosto. Em causa está o programa de requalificação urbana daquela zona balnear - bastante procurada pelos surfistas, mas também cada vez por mais veraneantes -, uma obra que já deveria estar concluída. Apresentada em 2018, o prazo de execução era de 15 meses. Desde o princípio que previa uma intervenção no espaço onde está o parque de campismo, além da criação de 600 lugares de estacionamento, que entretanto cresceram para 1000.

A primeira fase da empreitada (em curso) está orçada em 2,64M€ + IVA e contempla o recuo da estrada e do estacionamento, libertando a frente marítima, conforme aprovação do Plano de Praia, da APA (Associação Portuguesa do Ambiente) e do POOC (Plano de Ordenamento da Orla Costeira).

O parque de campismo Foz do Mondego, que existe no Cabedelo desde os anos 80, é o sonho de qualquer campista ou caravanista: fica praticamente em cima da praia, de frente para o mar. Durante anos manteve-se sob a alçada da gestão portuária do porto da Figueira da Foz, que entretanto comunicou à Federação de campismo que não iria renovar a concessão. A partir daí a concessão tornou-se precária, atribuída mensalmente e não anualmente, como era habitual.

Com a transferência dessas competências para os municípios, a Câmara da Figueira entrou noutro domínio de responsabilidade. "Renovámos essa necessidade de retirada, para podermos executar a obra que estava aprovada, projetada e que vamos executar", disse ao DN o presidente da autarquia, Carlos Monteiro.

O parque sai ou não sai?
"Andámos uma série de tempos em conversações. Chegámos a elaborar um projeto que eles nos enviaram, elaborámos um pequeno esquiço e definimos uma data: 15 de junho, para ver se interessava ou não. Responderam-nos que iam reunir a 7 de julho. Percebemos que a federação não queria ajustar o parque que lá tinha àquilo que eles mesmos nos tinham proposto, e tivemos que passar para o passo seguinte: tomar posse administrativa", acrescenta o autarca. E isso é o que deverá acontecer a 1 de agosto.

Foi precisamente um dia depois, a 8 de julho, que os campistas e trabalhadores do parque receberam uma comunicação da entidade gestora do parque. Nessa carta, assinada por João Queiroz, presidente da direção, a Federação informa os utentes do parque de "todo o processo negocial", informando que vai recorrer à via judicial, através de uma providência cautelar.

Questionado pelo DN, João Queiroz é perentório: "o assunto foi entregue ao nosso Gabinete Jurídico e, segundo informação dos nossos advogados, em 1 de agosto nada vai acontecer. Achamos que ainda pode imperar o bom senso e encontrarmos uma solução que permita ultrapassar este conflito."

Mas essa não é a opinião do presidente da câmara. "Dia 1 o parque passa para a câmara. A licença não foi renovada. E os campistas vão ter que sair", afirma Carlos Monteiro, que fala de um processo de negociação com todas as partes, sublinhando que "a federação foi sendo protelando". Por essa razão, considera que "a revolta dos campistas é fundamentalmente com a Federação, que nunca os pôs ao corrente nem nunca os informou do que se estava a passar. Cobrou-lhe taxas anuais quando sabia que tinha uma licença precária mensal".
A Câmara da Figueira vai tomar posse administrativa do parque. "Os campistas vão ter de sair a 1 de Agosto", diz o presidente. 
Requalificar o parque
Sandrina Silva, uma das utentes do parque que desde 2017 mantém lá "uma caravana o ano inteiro", disse ao DN que a primeira comunicação que recebeu da FCMP foi o comunicado de 8 de julho. Tal como muitos outros campistas, deparou-se nos últimos dias com um conjunto de painéis no parque, sugerindo que a responsabilidade estará do lado da Câmara. Na manhã do dia 8, ligou para a Federação, para saber o que se passava, afinal. "Responderam-me que nesse dia haveria de receber um e-mail com a comunicação, e assim foi. Até agora nunca nos tinham feito aviso nenhum".

Tal como uma boa parte dos campistas, Sandrina encantou-se pelo mar do Cabedelo e pelas aulas de surf. Acabou por fazer um contrato anual com o parque, ao preço de 105 euros por mês, para uma caravana. Tal como ela, são muitos os utentes nesta condição. Mas uma volta pelo exterior do parque permite perceber que há quem o utilize bastante. "Mas aquilo não pode ser um bairro habitacional. Não é isso que se preconiza para os parques de campismo", sublinha o presidente da Câmara, que afinal não tenciona acabar, de todo, com um o parque, antes requalificá-lo.

"Aquele espaço não pode ser todo ele utilizado em termos de parque de campismo, ao abrigo do POOC, até no âmbito das alterações climáticas, do recurso estratégico programado", acrescenta Carlos Monteiro. O projeto passa por reduzir a área, dotando-o de bungalows e espaço para caravanas, mas muito mais reduzido.

Carlos Monteiro considera que não seria compatível requalificar o Cabedelo com "o estado de abandono em que aquele parque". Confrontado com o atraso da obra (que já deveria estar concluída), atribui-o ao impasse das negociações com a Federação de Campismo. E diz que equaciona mesmo "colocar uma ação judicial pelo danos causados".

João Queiroz recusa essa responsabilidade. Justifica que "o processo negocial coincidiu com a pandemia, mesmo na sua fase mais aguda, sendo certo que a FCMP não se furtou a diversas deslocações de Lisboa à Figueira da Foz, em inúmeros contactos com a Câmara, a várias reuniões da sua direção, não obstante os prazos curtíssimos, 5 dias, que nos foi imposto para cada passo que foi dado nas negociações".

"Falar em arrastamento neste contexto é , no mínimo, desculpa de mau pagador de quem prefere o conflito, que não desejamos, ao consenso", conclui o presidente da FCMP.

Ordenar o espaço público
A autarquia da Figueira conta abrir parte da zona intervencionada no Cabedelo "até ao final do mês de julho", garante o presidente. Numa praia em que a via de acesso tem apenas uma entrada e saída, o estacionamento desordenado e sobrelotado facilmente tornam o trânsito caótico. Carlos Monteiro adianta que, quando a obra estiver concluída, serão 1000 lugares de estacionamento à disposição de uma praia que este ano tem 4.100 (ou 5,100, dependendo das marés) pessoas de carga máxima, segundo as orientações da DGS.

O recuo estratégico programado (que vai acabar com a atual estrada e passar a fazer o acesso por uma via paralela entretanto já construída) "irá libertar a pressão sobre a linha de costa", garante o autarca. Mas a associação SOS Cabedelo considera que a obra "precisa ainda de muitos ajustes", tal como defende Eurico Gonçalves, presidente daquela organização e proprietário de uma das duas escolas de surf que existem na praia. Como está desde 2012 num espaço provisório (junto ao parque de campismo), não entrou nas negociações com a autarquia, ao contrário do que aconteceu com a outra escola, que acabou por ser indemnizada em 45 mil euros. Também um café que existia na zona intervencionada foi alvo de uma contrapartida no valor de 80 mil euros.

"O nosso foco é o mar"
"Estou expectante. Mas desconfio muito da eficácia desta obra", acrescenta Eurico. A associação a que preside continua "mais preocupada com esta linha de costa e com a preservação das ondas, a que ninguém parece ligar. Só os surfistas e os pescadores compreendem o que tem vindo a acontecer".

Na praia do Cabedelo - que passou a ser vigiada apenas há meia dúzia de anos - "não há semana nenhuma em que os surfistas não tenham que ir buscar alguém ao mar", conta ao DN Miguel Figueira, outro ativista da SOS Cabedelo, um dos autores da exposição "o mar é a nossa terra", que por estes dias está em exposição no CCB. Natural da Figueira da Foz, foi um dos primeiros surfistas no Cabedelo, a par do amigo Eurico Gonçalves. Ambos se lembram ver de ver nascer o parque de campismo, e ambos concordam que assim não pode continuar. Mas lamentam que, em todo este processo, o movimento cívico a que dão corpo nos últimos 10 anos "nunca tenha sido ouvido, ao longo de todo este processo, no âmbito da requalificação", diz Eurico.

A SOS Cabedelo insiste que o foco deve estar no mar. "Tudo o que se passa a sul do Mondego tem impacto até ao Canhão da Nazaré. Por isso insistimos tanto com o fim das ripagens, por isso fizemos uma queixa à Comissão Europeia, por isso vemos as coisas ao contrário: quando nos vêm falar de uma praça do surf, no âmbito da requalificação urbana, o que temos a dizer é que a nossa praça é o mar".

domingo, 1 de setembro de 2019

Depois do período experimental, para quando surf pela noite dentro no Cabedelo?...

O projecto para a iluminação, que tornaria possível a prática do surf nocturno no Cabedelo, foi entregue à Câmara em 2011, pelo arquitecto Miguel Figueira, na sequência do desafio lançado em 2010.
O Cabedelo é um local mítico, para quem gosta de desportos com ondas. A Câmara da Figueira da Foz, em janeiro de 2017,  afirmava que ia avançar com a iluminação permanente do mar, criando condições para a prática nocturna de surf no Cabedelo.
A iluminação permanente do mar junto à praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, é um projecto pioneiro a nível europeu, que a autarquia local dizia que queria concretizar, o que merecia o apoio, quer da comunidade surfista (que o promoveu), quer do presidente da entidade regional de Turismo do Centro.
“É nosso objectivo que este local seja uma estância para a prática dos desportos de ondas”, disse no princípio de Janeiro de 2017, o presidente da Câmara da Figueira da Foz na altura, João Ataíde. A decisão da autarquia  foi saudada por João Aranha, presidente da Federação Portuguesa de Surf, que sublinhou “o carácter pioneiro da iluminação do Cabedelo no contexto nacional”.
Segundo fonte da autarquia figueirense, a empreitada arrancaria “o mais cedo possível”, surgindo como um claro sinal de apoio à comunidade surfista e aos desportos de mar.
“Para o grupo de cidadãos e praticantes que abraçou esta ideia, foi uma enorme alegria e motivo de orgulho saber do compromisso da autarquia em avançar com a iluminação do Cabedelo para a prática do surf durante o período nocturno”, reconheceu o escritor e surfista Gonçalo Cadilhe.
Estamos em Setembro de 2019 e, de definitivo,  nada.  Todavia, no dia 1 de Junho de 2018,  no Salão Nobre do Paços do Concelho da Figueira da Foz,  aconteceu a apresentação pública do projecto de iluminação do Cabedelo.

Na sexta-feira passada, porém, na Figueira da Foz, as ondas foram surfadas, não só durante o dia, mas também à noite. Para já, foi apenas um avanço do que deverá ser uma realidade permanente no próximo ano.
Para ver o video basta clicar na imagem.

Para ter sido possível esse momento invulgar, foi preciso instalar torres de iluminação provisórias que funcionam apenas no decorrer do Glinding Barnacles.
De estranhar: 
1. por onde anda a vereadora do desporto, que desperdiçou uma oportunidade soberana de aparecer na televisão?
2. por onde anda o presidente da câmara, também conhecido pelo dr. "Breve", que também desperdiçou uma oportunidade soberana para aparecer na televisão?

quinta-feira, 18 de maio de 2017

EROSÃO COSTEIRA: SOS CABEDELO VAI APRESENTAR QUEIXA EM BRUXELAS

O movimento cívico SOS Cabedelo vai avançar com uma queixa em Bruxelas contra a intervenção em praias da Figueira da Foz, considerando que a obra da Agência Portuguesa do Ambiente agrava o problema de erosão.

O projeto de reconstituição do cordão dunar da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) está previsto para as praias da Leirosa e Cabedelo (Figueira da Foz), e Vagueira (Vagos), e arrancou há cerca de uma semana na Leirosa, depois de vários alertas lançados pelo movimento contra uma obra que consideram que vai agravar a erosão que já afeta aquela zona costeira.

"Vamos apresentar uma queixa à Comissão Europeia", disse à agência Lusa um dos responsáveis do SOS Cabedelo, Miguel Figueira, considerando que, caso a intervenção chegue ao Cabedelo, o movimento vai mobilizar a comunidade para "defender a praia" e garante que "lá não entram" as máquinas.

Em causa, está o método escolhido pela APA para a reconstituição do cordão dunar, um projeto com um investimento de mais de 400 mil euros e com apoio de fundos comunitários, através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).

Na Leirosa, o movimento diz que constatou que a Agência Portuguesa do Ambiente está a "roubar areias ao mar" para fazer a duna primária, através do método de ripagem, num espaço que já é "deficitário de areia", explanou.

O banco de areia que cria a duna hidráulica, também conhecido como "praia submersa", "é a primeira barreira na proteção costeira", sendo que em vez de se diminuir o impacto de erosão na costa, a intervenção da APA está a gravar o efeito erosivo, disse um dos responsáveis do movimento, sublinhando ainda que a eliminação do banco também põe em causa a prática do surf naquela zona da costa.

Segundo o SOS Cabedelo, as zonas a sul das intervenções nas praias ficarão mais expostas ao avanço do mar, sendo que, no caso da praia da Leirosa, poderá afetar um aglomerado urbano a sul, e, no caso do Cabedelo, o Hospital da Figueira da Foz.

"Não achamos aceitável roubar areias ao mar. Tem um impacto muito agressivo", sublinhou Miguel Figueira, frisando que a obra da APA não vai ao encontro da própria estratégia assumida pelo Governo, que assenta "na reposição do equilíbrio sedimentar".

Para a SOS Cabedelo, a intervenção deveria passar pela injecção de areia "exterior ao sistema", para se conseguir combater a erosão naquela zona da costa da Figueira da Foz.

"Deviam ir buscar areia a um sítio com excesso, como é o caso da praia da Figueira", realçou.

A agência Lusa tentou, sem sucesso, obter uma resposta por parte da APA.

Via Diário de Notícias

segunda-feira, 8 de abril de 2019

O que está em causa são os passadiços ou todos os acessos ao Cabedelo, incluindo o estacionamento?

Via Diário as Beiras
Os vereadores da oposição Carlos Tenreiro e Miguel Babo, bem como o SOS Cabedelo, sustentam que existem ilegalidades na requalificação do Cabedelo, em curso. Os autarcas e o movimento cívico defendem ainda a suspensão da empreitada, enquanto decorrer a discussão pública da alteração ao Plano de Praia (PP).
Um dos dirigentes do SOS Cabedelo, Eurico Gonçalves tem uma escola de surf na zona de intervenção. “Um dos motivos pelo qual o PP está a ser alterado é para colocar as escolas de surf na nova praça. Caso contrário, não podiam lá continuar, porque o POC não previa novas edificações naquela zona”, disse ao Diário as Beiras a vereadora Ana Carvalho.
Por isso, acrescenta a vereadora ao mesmo jornal: “Não conseguimos perceber esta dualidade critérios de Eurico Gonçalves, pois quer estar lá e é contra à alteração ao PP. Há aqui uma bipolaridade que não se entende bem”.
Contactado pelo Diário as Beiras, Eurico Gonçalves respondeu que lamenta que “a autarca opte pelo ataque pessoal”. O empresário e activista acrescentou que “desconhecia que a vereadora tinha conhecimentos em psiquiatria”. E concluiu: “A ser verdade, será bom que reveja o seu conceito de bipolaridade. Por uma questão de educação, não me merece outro qualquer comentário”.

Polémica à parte, gostava era de ser devidamente esclarecido: o que está em causa são os passadiços, ou todos os acessos ao Cabedelo?
“A rodovia existente, inscrita no Plano de Praia (PP) 28, não vai ser substituída por uma nova rodovia não prevista?”.
É que, se bem me lembro, Tenreiro e Babo,  apontaram também o estacionamento. Passo a citar: “o projecto apenas contempla uma parte da área prevista no PP 28 (estacionamento a criar), propondo uma nova zona onde este uso não está previsto”. Por outro lado, continuando a citar Tenreiro e Babo, os “acessos para a circulação ligeira - o projecto não respeita o traçado inscrito no PP28, substituindo-os por outro, sem que se perceba a articulação com os apoios de praia previstos”. A propósito de concessionários, Carlos Tenreiro e Miguel Babo um pedido de apreciação legal das obras do Cabedelo.  concluem que “o projecto omite os apoios de praia previstos no PP 28, comprometendo a sua viabilidade, ora porque os novos acessos colidem com a implantação dos apoios de praia previstos, ora porque não garantem a acessibilidade”. 
Sobre isto, na troca de galhardetes mediática entre a vereadora Ana Carvalho e o membro do SOS Cabedelo nada ficou esclarecido. 
Deixo uma pergunta do SOS CABEDELO: "Se esta alteração serve para CONTORNAR O INCUMPRIMENTO do projecto face à lei, perante o facto consumado da obra que já está em curso, para que serve esta consulta pública?

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Estão a fazer ao Cabedelo o que fizeram ao resto na Figueira: torná-lo num local deprimente...

Os políticos encheram o concelho de lugares deprimentes. 
Assim de repente, recordo-me da baixa da Figueira (em obras que nunca acabam), Buarcos (depois das últimas obras), o Bento Pessoa (em obras que nunca mais acabam), a chamada praça do Forte (que não tem manutenção depois das obras, e está a ficar descaratizada, feia e suja), o Paço de Maiorca (cujas trapalhadas nos vão custar os olhos da cara), o Edifício o Trabalho (uma telenovela cujo fim ninguém consegue prever) e muitos mais. Entre eles, a outrora Praia da Claridade (hoje, praia da calamidade). A Figueira, há muito que deixou de ser a Rainha das praias de Portugal dos postais antigos, que quer continuar a vender.
Na foto, o saudoso "Luis Elvira", uma lancha a motor, onde os figueirenses que embarcavam frente ao Largo do Carvão, na antiga doca, onde havia as "escadinhas ancoradouro"se encavalitavam para atravessar o rio...
E temos o Cabedelo...
Cada vez mais percebo melhor a nostalgia,  sentimento hoje considerado piegas, em cima do qual fica bem escarnecer. Posso comprovar a tese, sou “desse tempo”. Mas, consigo fazer a viagem recordando as histórias do tempo do António dos Santos - o Tróia, um lobo do mar, talvez um dos maiores de toda a orla marítima portuguesa.
Faz sentido, que quem viveu o Cabedelo que o Tróia habitou, não goste do que lhe está a acontecer. O Cabedelo foi sempre um reduto com pessoas - não apenas indivíduos, cidadãos, empresários, donos de bares, escolas de surf, donos de parques de campismo ou de hotéis, contribuintes, clientes, proprietários de carros futuramente bloqueados. 
Há outros recantos no concelho da Figueira que têm pessoas. Porém, raros são aqueles recantos, como é o caso do Cabedelo, em que essas pessoas, quase todas vindas do outro lado da cidade, consegue ali ter uma vivência e uma vida que, em conjunto, faz sentido. E que, por ser diferente e orgânica naquele lugar especial que é o Cabedelo (na sua normalidade quotidiana), emociona e dá paz e harmonia à alma de quem, vindo do lado norte da cidade, a consegue contemplar da outra margem. 

Fala-se muito na requalificação do espaço e menos noutros pormenores felizes e representativos do espírito da zona: os espaços naturais de convívio que lá existem. Não têm a sofisticação – sobretudo e ainda bem - artificiosa dos recriados espaços que, dizem, estar a requalificar, mas são os autênticos do espírito do verdadeiro Cabedelo, que proporcionam, a quem o visita, sentir que está num lugar diferente e especial.
Estão a matar o Cabedelo, aquele local que ainda consegue oferecer essa antiga ilusão que ninguém consegue ver, mas alguns conseguem sentir, que se chama  intimidade - talvez, a mais importante de todas as utopias.

domingo, 18 de junho de 2023

Serviço público: por ser verdade e para que conste, "ao abrigo do acordo assinado entre a administração portuária e o município da Figueira da Foz, o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, onde também funcionou um restaurante, uma esplanada e um café, ficou de fora da mudança de titulares dos imóveis"

Não sei porquê, mas quase sempre que vou ao Cabedelo, sou abordado sobre o estado de degradação do mamarracho com mau aspecto, que é agora o  edifício que serviu de sede administrativa ao antigo parque de campismo que existiu no Cabedelo.
Lá tenho que recorrrer ao que foi publicado pelo Diário as Beiras, na edição de 19 de Maio de 2023.
"Os concessionários que aguardavam luz verde para instalarem os seus equipamentos na zona requalificada do Cabedelo já podem levantar as licenças de construção, uma vez que a passagem dos terrenos e de três edifícios, da administração portuária para o Município da Figueira da Foz, já foi formalizada. 
São quatro os espaços concessionados: um destinado a restauração e os outros a escolas de surf. 
Àqueles quatro, em breve poderão juntar-se outros três. 
«Possivelmente, vamos avançar com a concessão dos balneários do antigo parque de campismo, que também deverão ser utilizados para apoios de praia [restauração], negócios relacionados com a actividade do surf ou outros» - disse na altura o vereador Manuel Domingues. 
Ao abrigo do acordo assinado entre a administração portuária e o município da Figueira da Foz, o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, onde também funcionou um restaurante e café, ficou de fora da mudança de titulares dos imóveis. 
Para ver melhor, clicar na imagem
Este imóvel instalado na nova praça do Cabedelo é o mais cobiçado.  
O edifício-sede do antigo parque de campismo integra o estudo de viabilidade económica para a concessão da futura marina do Cabedelo, daí ter sido excluído do pacote de transferência de património da administração portuária para o município."

Recorde-se, que o edifício que serviu de sede administrativa do antigo parque de campismo, que eu conheço como as palmas das minhas mãos, que condicionou todo o projecto de requalificação do Cabedelo, que deu, por responsabilidade da gestão socialista então à frente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, naquilo que já todos sabem, que se encontra em estado de degradação em marcha acelerada, tem tudo para tonar-se numa BELA e TURÍSTICA ruína, a acompanhar, num futuro não muito longínquo, a ruína geral que vai ser o resultado do plano de requlificação  do Cabedelo levado a cabo pelo município da Figueira da Foz entre 2017 e 2022.
Naqule edifício, em tempos não muito recuados, existiu, na minha opinião, a mais bela e aprazível esplanada debruçada sobre o mar do concelho da Figueira da Foz.
Isso, porém, são águas passadas. Neste momento, face ao estado do edifício, não seria mais precavido, sensato e lógico, tentar avançar já para a sua concessão e recuperação, em vez de se estar à espera de uma putativa concessão inserida no processo da futura marina do Cabedelo, que ninguém, neste momento, sabe quando vai acontecer, ou se vai mesmo acontecer?