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segunda-feira, 2 de março de 2015

"Alerta Fotográfico"... (II)



- ALERTA COSTEIRO 14/15 é um retrato informativo, crítico e cru de uma realidade da costa portuguesa, nomeadamente na Cova-Gala - erosão costeira.
- É um olhar preocupado de um jovem covagalense...

Vídeo sacado daqui.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

A EXPOSIÇÃO CENSURADA PELO PRESIDENTE DA JUNTA DE FREGUESIA DE S. PEDRO


Este é o trabalho que o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz tinha preparado para inaugurar hoje, às 10.30, no Mercado de S. Pedro, na Gala. No entanto, por não ceder ao pedido do presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro, António Salgueiro, para retirar uma fotografia da sua narrativa fotográfica ALERTA COSTEIRO 14/15, a exposição foi cancelada. 
A exposição não se vai realizar, mas o problema esse vai continuar. 
O alerta foi dado!

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

ALERTA COSTEIRO 14/15: MISSÃO COMPRIDA E CUMPRIDA. PARABÉNS PEDRO CRUZ E QUEM TE APOIOU...

Foto António Agostinho. Mais fotos aqui.
Os 500 jornais impressos foram vendidos e juntaram-se outros apoios monetários que permitem a plantação de 1.000 pinheiros mansos junto à praia da Orbitur, uma cerimónia simbólica que aconteceu hoje de manhã, no Dia da Floresta Autóctone.
Os pinheiros foram plantados por cerca de 110 crianças da Escola da Gala (Agrupamento de Escola da Zona Urbana da Figueira da Foz) que irão prestar, no âmbito do projecto eco-escolas, um acompanhamento directo assegurando o crescimento dos pinheiros.
“A mensagem da sensibilização para a importância dos problemas da erosão costeira passou. O que estamos aqui a fazer é um acto de cidadania que só perca por tardia”, disse Pedro Cruz.
Sobre a ausência de representantes da autarquia e Junta de Freguesia de S. Pedro, “foram todos convidados, mas não acho estranho que cá não estejam. Estranho é nunca terem feito algo neste sentido. Nem na preparação dos terrenos aqui vieram, nunca os vi cá. Houve um choque de ideias, mas mais importante do que eu, é a causa que aqui abraçamos, que é bem maior do que outras questões", considerou Pedro Cruz.

Pedro Cruz tem já em mente outro projecto direccionado para a comunidade, onde deixa mais um alerta para uma situação triste recentemente vivida.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Afinal aconteceu: foi no passado dia 30, quinta-feira e está hoje no jornal...

Mais de dois meses depois, “Alerta costeiro 14/15”, uma exposição fotográfica de Pedro AgostinhoCruz, ainda não conseguiu ser inaugurada e continua a ser notícia...
Hoje - que foi o dia a seguir à ironia ter saido à rua com os dentes afiados - depois de na passada quinta-feira a deputada municipal Ana Oliveira ter apresentado uma moção que propunha a realização da mesma exposição nos Paços do Concelho, o assunto merece destaque no jornal AS BEIRAS.
Na sessão da assembleia municipal realizada no último dia do mês de Abril de 2015, a troca de argumentos entre os partidos representados naquele órgão autárquico envolveu “os valores de abril”em particular a liberdade de expressão: o autarca de São Pedro, eleito por uma lista PS, foi acusado de falta de cultura democrática.
Bonito, mas bonito mesmo, para mim, que por mero acaso estava presente no salão nobre dos paços do concelho, foi ter presenciado a bancada do PS figueirense na Assembleia Municipal, na discussão da proposta, cometer o mesmo erro que o presidente de São Pedro, dois meses antes: como sabemos, na vida ou na política, se avançamos, sem retaguarda, deixamos para trás a hipótese de recuar. 
E isso, mais cedo que tarde, costuma sair caro...

Daí, esta iniciativa da oposição quase ter sido aprovada, não fosse o voto de qualidade do presidente da mesa, José Duarte.
Tudo porque alguns deputados socialistas, a meu ver, certamente pouco confortáveis com o sentido de voto da bancada a que pertencem, num assunto tão delicado, melindroso e sensível, para os verdadeiros socialistas - tem tudo a ver com a liberdade de expressão e de pensamento - se terem ausentado da reunião momentos antes da votação, verificando-se o tal empate (16-16 e uma abstenção).
Para Ana Oliveira, do PSD e a autora da proposta, "esta visava despertar as consciências para o problema da orla costeira”
Já para Nuno Melo Biscaia, líder do PS na assembleia, não passava de uma moção que tinha “encapotada uma provocação política”Registei, e lamento, meu caro Amigo, as tristes figuras que um líder político de uma bancada, por vezes, tem de fazer. E lamentei ainda mais, acredite pois isto é sincero, sendo V. Exa. filho de um Homem tolerante e um verdadeiro democrata chamado Luís Fernando Argel de Melo e Silva Biscaia para quem "a coerência é, talvez, o que melhor define o seu carácter. Sem nunca tergiversar nas suas tomadas de posição ao longo da vida, é um verdadeiro democrata de espírito aberto e tolerante. Acredita nos seus ideais, mas respeita democraticamente os dos outros." 

O debate teve ainda um momento interessante, principalmente para os fregueses de São Pedro, quando José Elísio, ao responder a uma desajeitada “picardia” de António Salgueiro, proferiu esta declaração:  “tive duas oportunidades para governar a Junta de São Pedro e não as aceitei”. O presidente de Lavos, José Elísio, proferiu estas palavras em resposta a António Salgueiro "quando este lhe sugeriu que tratasse de Lavos que ele tratava da sua freguesia"
A primeira oportunidade, explicou José Elísio, "foi em 1985, quando defendeu a desanexação de São Pedro de Lavos. A segunda foi em 2013, com a reforma administrativa, dando a entender que, se tivesse querido, São Pedro regressaria à freguesia de origem".

Completamente fora desta polémica e às questões político-partidárias em seu redor, o fotojornalista Pedro Agostinho Cruz, em declarações ao jornal AS BEIRAS, mostrou-se surpreendido com a iniciativa do PSD e disse "que a exposição vai ser inaugurada em breve, num espaço público e com outro formato”.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Balanço final de 4 páginas de jornal, baseado nas declarações do presidente da junta de freguesia de S. Pedro

Depois de nos últimos dias termos vindo a tentar focar, por temas, as declarações do senhor António Salgueiro, presidente da Junta de Freguesia de S. Pedro, concedidas ao jornal AS Beiras na passada quarta-feira, o saldo final resume-se assim: o senhor Presidente da Junta de S. Pedro perdeu uma excelente oportunidade de permanecer calado.
Resumindo: de novo, nada foi dito.
A única "vantagem" foi esta: para quem não o conhecia, ficou a conhecê-lo um pouco melhor. Isto é: constatou o vazio de conteúdo que patenteou, e não pelo que, em substância, foi dito efectivamente.
Dá vontade de deixar escrito. 
Ganda presidente! 
Não só pelo conteúdo das declarações, mas ainda mais pelo ar cândido e forma displicente, como se gastou em 4 páginas de jornal, sem dizer coisa nenhuma!...
Para quem mostrou ambição política (o que não é negativo), com menos de 2 anos anos já para cumprir deste mandato e, depois de uma já longa carreira política, algo maior e de relevância, haveria a esperar
Ficou por  conhecer o essencial: a visão e a estratégia do desenvolvimento global, sustentado e planeado que, presumo, deverá ter para a freguesia de S. Pedro
As suas respostas, porém, conseguiram o desiderato: deixaram a nu e ilustram, sem sofismas, a atenção (ou melhor: a falta dela...) que os executivos municipais presididos por João Ataíde têm dispensado à nossa freguesia - nenhuma!
As pequenas freguesias, para quem não tem qualquer visão de desenvolvimento global, são apenas uma chatice que é necessário contornar, de quatro em quatro anos.

Pena, foi ter-se perdido uma excelente oportunidade de esclarecer a população da freguesia da margem sul do Mondego e ter optado por divagações e linguagem truncada de conotação aparentemente jocosa, mas, efectivamente bélica, referindo-se a inimigos imaginários, coisa  pouco inteligente para um político que ambiciona ainda construir uma carreira – apesar de estar na política activa há 30 anos

Devo confessar a surpresa com que verifiquei os remoques deixados nas declarações do presidente da junta, a quem, apenas, com lealdade, de alma aberta e transparente e sentido de servir a sua Terra, a sua solicitação, se prontificou colaborar com ele.
Apesar do reconhecimento da boa razão do “alerta costeiro”, entendeu que a forma era mais importante do que o conteúdo, e acabou por espalhar-se ao comprido, deixando pelo caminho, em diversos sectores da vida local, concelhia, distrital e até nacional, um suave perfume a ridículo, que o vai perseguir pela vida política que ainda lhe resta.

Na questão da erosão costeira, não fora a acção de alguma gente, e S. Pedro estaria numa situação ainda mais complicada. V. Exa. está há cerca de 30 ano ligado a uma lista de poder e a sua acção, neste caso, como em outros, tem sido tão só de colaboracionismo com o poder político figueirense.
foto sacada daqui
Nunca ouvi uma só palavra da sua parte a confrontar, quem de direito, com o problema que acabou de se agravar e consumar com o prolongamento dos tais 400 metros no molhe norte: a erosão costeira a sul e o perigo nas entradas e saídas da barra de muitos filhos da nossa Terra que têm de arriscar a vida para conseguir o pão para a família. 
Penso que ainda todos temos presente a sua intervenção no recente drama do naufrágio do Olívia Ribau: limitou-se a acompanhar, mudo, quedo e calado, o presidente da câmara no papel de "emplastro".
Assim como nunca ouvi da sua parte -  a Assembleia Municipal, realizada na passada segunda-feira, constituiu uma excelente oportunidade que foi desperdiçada, naquele órgão autárquico: num assunto que tem a ver directamente com a freguesia de que é presidente, o seu silêncio foi ensurdecedor... uma palavra sobre o caso do estacionamento do parque do hospital e as graves questões de operacionlidade para os veículos prioritários e de emergência no acesso a este estabelecimento hospitalar, que foram levadas à discussão pública.

Tal, como acontece desde 1990, ao arrepio da necessidade e dos princípios que estiveram na origem da sua constituição, em 1985,  o grupo de que emana o poder que tem definido a linha de rumo de S. Pedro, limita-se a tentar ter as melhores relações com quem está conjunturalmente e exerce o poder na Figueira. Dessa subserviência, ditada por favores, pessoais ou familiares, obtidos ao longo dos anos por certos membros da lista de que faz parte, os resultados estão à vista. 
Para simplificar, basta verificar as condições em que a juventude da nossa freguesia pratica desporto. Neste momento, o Grupo Desportivo Cova -Gala é a única equipa distrital que participa na divisão de honra com um campo peladoAlém de uma vergonha, é uma ameaça à integridade física dos atletas que são obrigados a participar num jogo de futebol, a contar para a prova rainha da AFC nas condições vergonhosas em que o Clube que representa a nossa Terra, por falta de apoios ao longo dos últimos 15 anos, tem para o fazer.

Quanto ao problema de fundo que me move, é  apenas este: gostaria que muitos outros cidadãos desta nossa pequena Aldeia, aspirassem e exigissem a viver numa terra mais digna, desenvolvida, capaz de garantir habitabilidade e emprego aos seus filhos - coisa que, até ao presente, não foi conseguida. 
Salvaram-se algumas, poucas, excepções. Daí, termos ainda por cá, 41 anos depois de Abril de 1974, reminiscências de um caciquismo místico, seráfico e serôdio.

De resto, a constatação há muito feita, de que esta presidência da autarquia figueirense despreza as pequenas freguesias, não chega para justificar a situação a que se deixou chegar esta Aldeia – ver, por exemplo, o abandono a que deixaram chegar as nossas “excelentes” praias
Em certas zonas, mais parece que estamos no terceiro mundo...
Já sei que a responsabilidade será de todos, logo, de ninguém. Mas, seguramente que será necessário gente nova, outra gente, que saiba traçar metas de desenvolvimento, que determinem planos e prazos de execução.
No fundo, que se disponha a governar no interesse do colectivo - e não governar-se a si e aos seus - para que algo mude.

terça-feira, 9 de junho de 2015

ALERTA COSTEIRO 14/15 - AGORA POR BOAS RAZÕES - CONTINUA A SER NOTÍCIA

Beiras
A vitória dos mais fracos – normalmente, pessoas com honra e carácter… - sempre se deveu, tão-somente, à justeza das suas razões e à coragem que demonstram.
Tu és jovem e não tens memória disso: em 1974, os verdadeiros Homens da Revolução foram generosos. 
Passados 41 anos, ninguém, verdadeiro amante da Liberdade e da Democracia, espere de aspirantes a tiranos tanta generosidade. Por isso, embora o tenhas feito por instinto natural, foi tão importante a tua atitude e a forma serena, adulta e responsável, como te conduziste neste processo. 
Desde logo porque é prudente que, para preservar a Liberdade, que os Homens da Liberdade e da Democracia não vacilem no combate aos seus inimigos.
No tempo que passa, a democracia portuguesa, se não for a mais generosa, deve ser das mais generosas do mundo face aos badalhocos de todas as estirpes, e a mais injusta que conheço face aos “homens de bem”.
Mesmo na Figueira, para quem não anda atrelado, por ter vontade própria, apesar das contrariedades, acontecem dias que têm um sabor especial - como o de ontem.
Só vale a pena a estabilidade com LIBERDADE, JUSTIÇA E BELEZA. 
Há pessoas na Aldeia que nunca conseguirão encarnar, de forma autêntica, estes valores. Não é por nada - simplesmente porque não são capazes
Porém, não existe nada em permanência -  a não ser a possibilidade da mudança.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Daqui a pouco na Foz do Mondego Rádio "Tem a palavra" Pedro Cruz



Hoje, das 21 às 22h00, o fotojornalista Pedro Cruz é o convidado do programa da Foz do Mondego Rádio "Tem a Palavra", para uma conversa sobre o seu percurso, as suas referências, os seus objectivos e, em especial, a exposição que inaugura, este sábado, no Mercado da Gala, "Alerta Costeiro 14/15", em que denuncia, através de dois anos de fotografias, a degradação da orla costeira na margem sul. 
Um programa a não perder, em 99.1 e em myradiostream.com/fozdomondego.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Manuel Luís Pata, avisou em devido tempo, mas ninguém o ouviu...

Manuel Luís Pata, noventa anos - nasceu na Gala, actual freguesia de S. Pedro, no dia 22 de Novembro de 1924. Tal como eu, é filho, neto e bisneto de marítimos oriundos de Ílhavo, os primeiros povoadores da Cova, aí pelo ano de 1742. 
Como escrevi, numa crónica publicada no dia 13 de Julho de 2000, no extinto jornal “linha do oeste”, para mim, Manuel Luís Pata não é, ao contrário do que muitos julgam, até talvez ele próprio, um Homem teimoso. É sim, do meu ponto de vista, um dos raros exemplos de verdadeira perseverança que conheço... 
Como ele próprio me disse na altura, já lá vão quase dezasseis anos, “é pena que nem toda a gente entenda que na construção do futuro é necessário guardar a memória”
Foi com este Senhor - de seu nome MANUEL LUÍS PATA – nas suas palavras "um modesto marítimo figueirense que sempre amou a sua Terra e sempre sofreu com as consecutivas asneiras que LHE foram feitas ao longo da sua longa vida”, que passei gostosamente parte desta tarde, a pedido do Pedro Agostinho Cruz, que me convidou para o acompanhar na entrega, que fez questão de fazer a este velho e incansável lutador pelo progresso da nossa Figueira, de um exemplar do ALERTA COSTEIRO 14/15
Já agora, aproveito para recordar algo do que me tem dito ao longo dos anos o experiente Manuel Luís Pata, nas inúmeras e enriquecedoras conversas que com ele tenho tido: “a Figueira nasceu numa paisagem ímpar. Porém, ao longo dos tempos, não soubemos tirar partido das belezas da Natureza, mas sim destruí-las com obras aberrantes. Na sua opinião, a única obra do homem de que deveríamos ter orgulho e preservá-la, foi a reflorestação da Serra da Boa Viagem por Manuel Rei. Fez o que parecia impossível, essa obra foi reconhecida por grandes técnicos de renome mundial. E, hoje, o que dela resta? – Cinzas!..” 
Foi este Senhor que no dia 26 de Março de 2007, no “Diário de Coimbra”, pág. 8, na secção Fala o Leitor, escreveu: "Foram estes “Molhes” que provocaram a erosão das praias a sul da Figueira, e foi o “Molhe Norte” que originou a sepultura da saudosa “ Praia da Claridade”, a mais bela do país. Embora seja de conhecimento geral, quão nefasto foi a construção de tais molhes teimam em querer acrescentar o “Molhe Norte”, como obra milagrosa… Santo Deus! Tanta ingenuidade e tanta teimosia!... Quem defende tal obra, de certo sofre de oftalmia ou tem interesse no negócio das areias!... É urgente contratar técnicos credenciados, de preferência Holandeses, para analisarem o precioso projecto elaborado pelo distinto Engenheiro Baldaque da Silva em 1913, do qual consta um Paredão a partir do cabo Mondego em direcção a Sul, a fim de construir um Porto Oceânico junto ao Cabo Mondego e Buarcos. Este Paredão, sim, será a única obra credível, não já para o tal Porto Oceânico mas sim para evitar que as areias vindas do Norte, se depositem na enseada, que depois a sucessiva ondulação arrasta-as e deposita-as na praia da Figueira, barra e rio."
Ah, pois é: ninguém o ouviu e agora temos as consequências...

terça-feira, 5 de maio de 2015

Finalmente, as dunas a sul do quinto molhe estão a começar a ser refeitas!..

foto António Agostinho
A ocupação desordenada do litoral contribuiu para situações de desequilíbrios e fenómenos de erosão costeira que têm vindo a pôr em causa a segurança de pessoas e bens.
Foi o que aconteceu  a sul do porto da Figueira da Foz,  depois das obras do prolongamento do molhe norte em 400 metros,  onde nos últimos anos se agravaram os efeitos erosivos a sul do "Quinto Molhe".
Por aqui, nesta outra margem, a protecção da Orla Costeira Portuguesa é uma necessidade de primeira ordem, há muitos e muitos anos.

Neste blogue, já em 2006, andávamos a fazer alertas para o estado em que se encontrava a duna logo a seguir ao chamado “Quinto Molhe”, a sul da Praia da Cova.
Escrevemos, então que, "por vezes, ao centrar-se a atenção sobre o acessório, perdia-se a oportunidade de resolver o essencial..."
Foi o que aconteceu.

Hoje, depois de anos e anos de alertas e preocupações sinto-me mais aliviado: as dunas a sul do quinto molhe, desfeitas pela natureza e pelos erros cometidos pelos homens, estão a ser refeitas, como a foto acima e as que podem ver clicando aqui, atestam.
Só é vencido quem desiste de lutar por aquilo em que acredita. 
Nunca duvidei que o bom senso acabaria por imperar.
Contudo, o "Alerta Costeiro" vai continuar.
A Liberdade é isto - mesmo que a justiça não seja realizada, a liberdade preserva o poder de protesto contra a injustiça e ainda pode contribuir para salvar a Aldeia...

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Figueira da Foz recebe Seminário Anual de Adaptação Local às Alterações Climáticas

A Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas realiza o seu Seminário Anual no próximo dia 16 de novembro, sexta-feira, pelas 9h00, no Centro de Artes e Espectáculos, na Figueira da Foz.
A apresentação da programação decorreu esta manhã, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, presidida pela Vereadora Ana Carvalho e contou com a presença de Frédéric da Cruz em representação do Leirena Teatro e, também, de Sérgio Barroso da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas.
No Seminário, que terá inicio pelas 9h30, estará presente o Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, João Ataíde, o Presidente da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas, Vítor Aleixo e o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
Contando com a presença de vários especialistas nacionais e internacionais, e com a partilha de experiências inspiradoras que serão trazidas por estes, será também palco de apresentação de trabalhos e projetos em curso nos vários concelhos do País.
No âmbito do seminário, decorrerão, também, o espectáculo de teatro infantil “OINK”, no dia 14 de novembro, pelas 14h30, no Grande Auditório do Centro de Artes e Espectáculos, que irá abordar a temática das alterações climáticas através da reinterpretação de um conto infantil e, ainda, a exposição de fotografia “Alerta Costeiro”, da autoria do fotojornalista figueirense Pedro Cruz, que tem na erosão costeira a base do projecto e que estará patente a partir de 12 de novembro, na Sala de exposições do CAE.

As inscrições poderão ser formalizadas até ao dia 13 de novembro, através do preenchimento do formulário disponível no linkhttp://www.adapt-local.pt/seminario-anual/edicao-anual.

Via Município da Figueira da Foz

sábado, 28 de fevereiro de 2015

O comunicado emitido pelo presidente da Junta de S. Pedro, António Salgueiro a propósito do cancelamento da exposição fotográfica ALERTA COSTEIRO 14/15

O comunicado de sua excelência, o presidente da junta de freguesia de S. Pedro fala por si, pelo que, qualquer comentário é absolutamente excedentário, tal a gravidade da sua tomada de posição: "pediu" para retirar uma foto...ao que se seguiria um muito claro "se não retirasse essa não havia exposição"...  que foi o que acabou por acontecer.
Enfim...
Lamento ter de o escrever.
O senhor presidente não percebe o óbvio: continua a ser completamente burro todos os dias, até aos sábados...
Temos pena...
A exposição era do artista: na totalidade - no talento e nos custos.
A Liberdade é isto, senhor presidente.
“Seu” era o espaço do Mercado da Gala.
O senhor entendeu interditar o acesso ao espaço.
Problema seu, caro presidente da junta.
Neste momento, a exposição do Pedro já foi mais longe do que o senhor pensa – e sabe, porquê?
Porque o senhor, além de acagaçado, é burro todos os dias (até aos sábados)...
Na Cova e Gala, freguesia e vila de S. Pedro, 41 anos depois, continuamos entre a liberdade e a democracia formal, entre o sentimento e o falhanço, entre a governação e o autoritarismo, entre a Liberdade e a ostentação, entre a justiça e a injustiça, entre a Liberdade e a fraude, entre a Liberdade e a intimidação. 
Je suis covagalense e tenho nojo do presidente da junta de freguesia da minha Terra. 

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Sublinhe-se e registe-se a coerência do senhor vereador da cultura dr. António Tavares...

A foto de cima, foi obtida na passada sexta-feira, no decorrer da inauguração da exposição mais recente do fotojornalista covagalense Pedro Agostinho Cruz.
A foto mais abaixo, foi obtida na inauguração de uma mostra  que decorreu no Núcleo Museológico do Mar de 8 de Junho a 23 de Agosto de 2013, que englobou cerca de 70 peças das áreas do artesanato, pintura, fotografia e desenho, e resultou da tese de mestrado de Filipe Couto, apresentada na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. 

"Recantos da Aldeia", "Gentes do Mar", "Alerta Costeiro 14/15", "Mário de Belém, visto por Pedro Cruz",  e "Olívia Ribau - o naufrágio não é o pior", são  5 exposições de fotografia de um jovem fotógrafo figueirense que viram a luz do dia na cidade da Figueira da Foz, entre os anos de 2010 a 2017. 

Nesta segunda Exposição do Pedro Cruz no Núcleo Museológico do Mar, sito na Rua Governador Soares Nogueira, n.º 32 - Buarcos, Figueira da Foz, que vai estar patente ao público até 31 de Maio próximo, como muito bem escreve a jornalista Bela Coutinho no Diário de Coimbra de hoje, "o ambiente era diferente de qualquer um outro na inauguração de uma exposição. No ar, e no rosto das pessoas, sentia-se tristeza e a própria sala, semi-iluminada propositadamente, também parecia de “luto”, tal como as 19 fotografias que Pedro Agostinho Cruz tem expostas. Dor, desespero, sentimento de impotência, mágoa, e muitos outros sentimentos apanhados pela objectiva do fotojornalista no dia da tragédia do naufrágio do “Olivia Ribau”. A exposição termina (como uma lufada de esperança), com o rosto do agente Carlos Santos, que, num acto de heroísmo (que lhe valeu uma medalha), conseguiu salvar duas pessoas."

Gostava de viver numa cidade onde os jovens que se preocupam com a Cultura fossem estimulados, incentivados e apoiados por quem tem o dever de o fazer.

Mas, assim não acontece. A Figueira transformou-se num clube de amigos... 
Não só por isso, mas também por isso, a Figueira está às portas da morte. Pouco a pouco,  os burocratas do regime foram afastando os valores que a Figueira tinha. 
O maior pecado que poderia ter acontecido para com estes jovens, foi cometido: os responsáveis pela condução da política figueirense trataram-nos com indiferença. E a indiferença,  como muito bem sabe um vereador da cultura do gabarito intelectual do senhor doutor António Tavares, é a essência da desumanidade

João Traveira, um dia destes, a propósito disto, deu uma entrevista transparente e esclarecedora.

Por muito maçadora que seja a vida, hoje, numa cidade como a Figueira, ela teria que ter algum conteúdo, ideias e valores. 
E isso é algo que a Figueira deixou de ter: vivemos no vazio de ideias e competências.
A Figueira, hoje, é uma cidade  irrelevante.

A meu ver, seria uma  uma atitude que só enobreceria quem está à frente desses cargos políticos, independentemente de benefícios pessoais, dar uma palavra de incentivo e estímulo aos jovens talentos que, felizmente, ainda existem na Figueira da Foz!
Há uns dias, fui assistir ao lançamento de um livro de um jovem e talentoso escritor figueirense, de seu nome Pedro Rodrigues
Sala cheia, mas ninguém do departamento cultural da Câmara da Figueira da Foz estava presente.
O Pedro Cruz nas 5 exposições de fotografia que já levou a público na Figueira da Foz, em nenhuma delas mereceu ter a presença do senhor vereador da cultura, prémio Leya e tudo, dr. António Tavares.

Há pessoas que ufanamente gostam de apregoar a sua coerência por sempre terem pensado e agido do mesmo modo. 

A esses, eu contraponho que, coerentemente, já mudei de opinião várias vezes e que não me arrependo nada de o ter feito, nem me envergonho de o confessar publicamente. 
É tudo uma questão de se ser coerente.

sábado, 27 de junho de 2015

DISTINÇÕES HONORÍFICAS E HOMENAGENS PARA NOVENTA E OITO [98] ENTIDADES, INSTITUIÇÕES E PESSOAS NA FIGUEIRA DA FOZ…

foto de Pedro Agostinho Cruz, que me
 convidou para o acompanhar na entrega,
 que fez no passado dia 9 a este velho e
 incansável lutador
 
pelo progresso
da nossa Figueira, de
 um exemplar
do ALERTA COSTEIRO 14/15
Nos últimos dias, através dos jornais e outros órgãos de informação, tomámos conhecimento de que, comemorando-se em 24.06.2015 o dia anual do Município da Figueira da Foz (Portugal), para além dos habituais festejos e folias de praia, localmente tradicionais — e também uma "Procissão e tradicional Benção do Mar" [sic]... (que, de facto, não tem nada de verdadeiro, pois é uma mentira que foi inventada, para ser "tradicional", por volta do ano de 1998 [!], ao mesmo tempo da preparação da Expo de Lisboa…) —, foi também agora celebrada, nesse mesmo dia 24.06.2015 (numa cerimónia solenizada à maneira local, numa instalação que parece que se chama "Centro de Artes e Espectáculos Pedro Santana Lopes"...), uma atribuição de distinções honoríficas, e homenagens, conferidas a noventa e oito (98) entidades, instituições e pessoas individuais desta cidade (segundo o jornal, tratou-se de "...98 entidades repartidas entre funcionários do Município, entidades e personalidades figueirenses, PMEs", etc.).

O Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque (CEMAR) — a pequena associação científica privada que, neste ano de 2015 (desde 27 de Janeiro), por acaso, está a celebrar os vinte (20) anos da sua fundação (pois foi criada, por escritura pública assinada no salão nobre da Câmara Municipal da Figueira da Foz, em 27.01.1995, e tendo como primeira sede o Forte de Santa Catarina, na Foz do Mondego) —, congratula-se portanto com o facto de que, ao que parece, nesta cidade, são consideradas como existentes e como homenageáveis (e em números tão significativos) tantas entidades, instituições e pessoas que tão publicamente se prestigiam localmente como merecedoras de tais distinções e homenagens municipais. Mas não pode, nem deve, deixar de lamentar que não tenha sido tida em conta a sugestão, que atempada e discretamente havíamos formulado (perante quem havíamos julgado que dirigia e representava a cidade), de que fosse homenageado, em vida, neste ano de 2015, um homem como o nosso Exº. Amigo (e Associado Honorário do CEMAR) Senhor Manuel Luís Pata, o homem a quem a Figueira da Foz deve um capítulo tão importante da sua História Marítima como é a publicação dos três volumes sobre a Pesca do Bacalhau pelos Navios Figueirenses (uma actividade que, no passado, foi tão central, tão importante e tão emblemática para a economia, a sociedade e a identidade local figueirense); e a quem a Figueira da Foz deve o esforço para a organização do movimento cívico que, ingloriamente, tentou salvar da destruição o último navio bacalhoeiro figueirense (o "José Cação", antigo "Sotto Mayor", que acabou por ser entregue para a sucata); e a quem a Figueira da Foz deve (em parceria com o seu conterrâneo Capitão João Pereira Mano) o esclarecimento do equívoco e do erro científico (que, nas últimas décadas do século XX, estava cada vez mais disseminado, avolumado, e generalizado… por estar a ser doutoralmente repetido a partir dos "milieus" da "comunidade científica"…) de se andar a chamar "Xávega" [sic] e "Barco da Xávega" [sic] à "Arte" e ao "Barco da Arte" ("Barco do Mar") da Beira Litoral; etc..

Enfim, o Senhor Manuel Luís Pata, neto, bisneto e trineto de pescadores, a quem a Figueira da Foz deve tudo isso, e muito mais do que isso, pela sua voluntariosa e inglória tentativa de defesa do Património Local, ao longo de muitas décadas.
A quem a Figueira da Foz deve e, infelizmente, vai continuar a dever.

De facto, o nosso Exº. Amigo Senhor Manuel Luís Pata, um homem corajoso, e de opiniões desassombradas — e que, por isso, na Figueira da Foz, é alguém que sempre muito admirámos, e continuamos a admirar —, é o homem que em 1997, 2000, 2002, 2003, havia coligido, publicado, e re-publicado (com a nossa colaboração, do CEMAR, que nos orgulhamos de então ter prestado) os livros, que vão ficar para sempre, sobre a Figueira da Foz e a Pesca do Bacalhau. E é o homem que, em 1998-1999, tentou em vão salvar da destruição o último navio figueirense (e com uma denúncia cívica que, em 07.09.1998, chegou a ter que ser feita em conferência de imprensa realizada na rua, na via pública, à porta do Museu e Auditório Municipal…! [em mesas, e cadeiras, fornecidas, à última hora, pelo Centro de Estudos do Mar...], devido à proibição de utilização desse Auditório Municipal...). E é o homem que, além disso — para além dessa sua defesa do Património Cultural e Histórico —, teve sempre também a coragem de se manifestar em defesa do Património Natural e Ambiental… apontando a catástrofe da acumulação das areias represadas pelo molhe norte do porto comercial da Figueira da Foz (as areias que, ao longo das últimas décadas, cada vez mais, afastaram a cidade do mar, destruíram o turismo urbano, e fizeram falta, dramaticamente, nas outras praias, escavadas e ameaçadas, do sul da Foz do Mondego).

E é o homem que, já antes disso, em 17.10.1997, se havia prontificado a testemunhar, corajosamente, a destruição dos seis (6) exemplares antigos de arquitectura naval — barcos tradicionais, seleccionados, obtidos, e estudados, para fins museológicos, pelo próprio Arq. Octávio Lixa Filgueiras (a maior autoridade científica, em Portugal, sobre arquitectura naval tradicional em madeira…) —… os seis (6) exemplares únicos e insubstituíveis (incluindo um "Meio Batel-do-Sal", verdadeiro… e um "Barco-da-Arte", grande, da Leirosa…) que foram destruídos no pátio interior do Museu Municipal da Figueira da Foz.

Não somente pela publicação dos seus três volumes, mas também por todas estas outras razões, acima citadas — pela denúncia da destruição do património de Arquitectura Naval local, e pela denúncia da destruição do património ambiental marítimo (aquilo que, nas suas próprias palavras, veio a ser, em frente à Figueira da Foz, "a Praia da Calamidade"… —, Manuel Luís Pata, descendente de uma das primeiras (se não a primeira) família de patriarcas pescadores ilhavenses que no século XVIII criaram as povoações a sul da Foz do Mondego (Cova, Gala, etc.), é credor de um reconhecimento, na sua cidade, que ainda não lhe foi prestado.

Pela nossa parte — pela parte do Centro de Estudos do Mar - CEMAR (em que, desde há muitos anos, já nos orgulhávamos de o ter como associado) —, fizemos o que nos competia: neste mesmo ano de 2015, em 29.03.2015 (por ocasião do vigésimo [20º] aniversário do próprio Centro de Estudos do Mar, que, neste mesmo ano de 2015, estamos a celebrar), atribuímos ao Senhor Manuel Luís Pata o título de "Associado Honorário" do CEMAR, pelo seu Mérito Cultural e Histórico (mérito, acrescido, de alguém que é um autodidacta).

Não é demais repetir que, para além dessas matérias culturais, também nas outras matérias, as do Património Natural e Ambiental (dinâmica sedimentar das areias, porto comercial errado, erosão costeira), foi Manuel Luís Pata quem chamou as coisas pelos seus nomes — chamou bois aos bois... —, pronunciando-se sobre o maior e o mais grave de todos os problemas da Figueira da Foz, o problema que levou à decadência e ao desaparecimento, no todo nacional, desta região e desta Cidade de Mar.

O problema que, ainda hoje (e, agora, mais do que nunca), continua a ser decisivo, momentoso, e grave, para o Presente e o Futuro da Figueira da Foz e da sua praia… Mas perante o qual, em vez de se procurarem e se encontrarem quaisquer soluções verdadeiras e efectivas, só se têm aumentado, acrescentado, e avolumado, os maiores erros vindos do Passado… Assim se agudizando as contradições, eternizando os impasses, e se originando as situações insustentáveis, absolutamente previsíveis, e de extraordinária gravidade (que nenhuma hipocrisia pseudo-"ambientalista" vai poder disfarçar), que cada vez mais se aproximam, nos desenlaces do futuro próximo dessa "Praia da Calamidade" que é, infelizmente, a da Figueira da Foz.

Em suma, para além da dramática gravidade da catástrofe cultural que é o estado de destruição, abandono, e desprezo, do Património Cultural e Histórico Marítimo da Figueira da Foz (uma área em que este homem, só, absolutamente autodidacta, e descendente de Pescadores, fez o que pôde, e fez muito, somente com os seus próprios meios, enfrentando todas as contrariedades que lhe foram movidas nos círculos que eram supostos defender e preservar esse Património Cultural), também acerca da calamidade ambiental irresolúvel em que a Figueira da Foz desde há décadas se encontra sepultada (com toda a gente a fingir que não vê, quando a areia, tanta, está à frente dos olhos…) foi Manuel Luís Pata quem tomou sempre posição pública, voluntariosamente, corajosamente, à sua maneira.
Foi ele quem disse o essencial: "a Figueira da Foz virou costas ao Mar…!".

É essa coragem que distingue a verdadeira intervenção e serviço de utilidade pública (e da parte de quem nem sequer recebe, para fazer tal intervenção cultural ou ambiental, quaisquer remunerações, reformas, etc., pagas com dinheiro público…!). É a coragem de quem tenta voluntariosamente ser útil à sua terra, metendo ombros a tarefas e a obras que são trabalhosas e meritórias (em vez de viver simplesmente em agrados e ambições de carreirismo pessoal, em intrigas políticas fáceis, nos bastidores, acotovelando à esquerda e à direita, à sombra do poder do momento). É a coragem de quem é capaz de se pronunciar, não menos voluntariosamente, sobre tudo o que é verdadeiramente importante, não receando, para isso, tocar nas feridas dos assuntos verdadeiramente graves e polémicos (em vez de mostrar a cara em artigos de jornal para escrever sobre insignificâncias pessoais e diletantismos, "culturais", pseudo-"progressistas").
É a coragem — típica de Pescador…? (mesmo quando um pouco brusca…?) — de quem é capaz de tentar mesmo fazer alguma coisa, a sério (mesmo que não consiga…)… e, para isso, é capaz de tentar enfrentar, de frente, qualquer vaga, seja de que tipo for. Em vez de viver no (e do) manhoso tacticismo, no (e do) elogio mútuo, no (e do) tráfico de influências, nos bastidores do poder que anseia e rodeia, e ao qual espera chegar rodeando.
Enquanto todos os verdadeiros problemas, os do Presente e do Futuro, culturais ou ambientais, ficam por resolver (e, por isso, se agravam)… e todos os verdadeiros patrimónios, os do Passado, culturais ou ambientais, se vão perdendo com o tempo ("como neve diante do sol")... Enquanto as nuvens negras das catástrofes, quer culturais e sociais, quer ambientais e ecológicas, se avolumam, em dias de sol, no horizonte próximo.

A Cultura e a Natureza estão, talvez, estranha e paradoxalmente ligadas de uma forma muito íntima, de maneira muito simbólica: quem sabe se, um dia, na luxuosa pobreza extrema, e na merecida desgraça última, quando se enfrentar as vagas assassinas de um tsunami que venha a devastar uma área de ocupação humana ao nível do mar — mas… será possível que haja alguém que, em pleno século XXI, esteja a querer legitimar ("ecologicamente"…!!!), e a, assim, adensar e avolumar (!) uma ocupação humana (dita "turística", e "cultural"… e, até, "ambiental"…! [e, na verdade, pré-imobiliária…?!]) ao nível do mar…?! —, irá ser lembrada, e recordada, com saudade, a geometria fina e a silhueta esguia, cortante, dos antigos "Barcos-da-Arte" ("Barcos-do-Mar"), em "meia-lua"… Que, nesse dia, já não existirão… nem existirá ninguém que os saiba construir...! (embora, provavelmente, vá continuar a existir gente funcionária e política, paga com dinheiro público, que estará pronta para tentar continuar a viver à custa dessas tais matérias, "culturais", e "ambientais", dos barcos antigos, e das praias ecológicas…).

Com o nosso Exº. Amigo Senhor Manuel Luís Pata, aprendemos, há muito tempo, o lema que ele sempre proclama (e que nós sempre repetimos): "O Mar não gosta de cobardes… não gosta de quem lhe vira as costas…".

Centro de Estudos do Mar e das Navegações Luís de Albuquerque (CEMAR)