quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Nos últimos 4 anos...

É um ver se te avias...
Depois que Durão Barroso anunciou a sua demissão, em 29 de Junho de 2004, para assumir o cargo de presidente da Comissão Europeia, já passaram pela Presidência do PSD Santana Lopes, Marques Mendes, Luís Filipe Meneses e Manuela Ferreira Leite.
Que mais irá acontecer?..

X&Q449


NÃO PASSARÃO

Não desesperes, Mãe!
O último triunfo é interdito
Aos heróis que o não são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão!

Não passarão!
Só mesmo se parasse o coração
Que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
Entre o sangue vertido
E o sonho desfeito.

Só mesmo se a raiz bebesse em lodo
De traição e de crime.
Só mesmo se não fosse o mundo todo
Que na tua tragédia se redime.

Não passarão!
Arde a seara, mas dum simples grão
Nasce o trigal de novo.
Morrem filhos e filhas da nação,
Não morre um povo!

Não passarão!
Seja qual for a fúria da agressão,
As forças que te querem jugular
Não poderão passar
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu
E repetiu:
Não passarão!

Miguel Torga (in Poemas Ibéricos, 1965)

Salinas

Foto: Pedro Cruz

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Segundo o Instituto da Água, os terrenos do Cabedelo “deverão manter-se livres de qualquer construção”



Apesar da crise imobiliária, em Portugal as frentes marítimas continuam a ser apetecíveis para os tubarões da construção civil. São Pedro, não é excepção.
Daí, que não surpreenda ninguém minimamente atento, a gula por dois terrenos no Cabedelo: um, com a área de 14 500 m2; o outro, com 13 930 m2. Até porque estes dois terrenos têm uma particularidade importantíssima: os dois, podem transformar-se num só, eliminada que seja a estrada pública que os divide. E, isso, está previsto...
Estamos a referimo-nos, como é público e evidente, ao terreno onde ainda se encontram as instalações desportivas do Grupo Desportivo Cova-Gala e ao terreno localizado a nascente deste.

A questão, processualmente falando, parecia estar arrumada.
A Junta de Freguesia de São Pedro deu o seu acordo. A Câmara Municipal da Figueira da Foz, por maioria (quatro votos a favor e três abstenções dos vereadores do PS), submeteu o assunto à Assembleia Municipal que, por sua vez, também por maioria (trinta e sete a favor – 20 do PPD/PSD, 11 do PS e de 2 membros independentes – e quatro votos contra – 2 do PCP/PEV, 1 do PS e 1 de um membro Independente), deliberou autorizar a alienação em hasta pública dos terrenos do Cabedelo, em conjunto.

Para a maioria da classe política do nosso concelho, o facto da zona em questão ser “muito sensível em termos territoriais”, por estar situada em cima de duna primária e secundária, era um pormenor irrelevante.
Só que, segundo o Instituto da Água, o Plano Director Municipal, em revisão, não poderá “contrariar os objectivos do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Ovar-Marinha Grande (aprovado pela resolução do Conselho de Ministros nº. 142/2000, de 20 de Outubro).
Quer dizer: este Plano Especial do Ordenamento do Território “prevalece sobre o PDM”, pelo que “as regras definidas no POOC para a ocupação da faixa costeira e o modelo de ordenamento, consideram, entre outros aspectos, o risco associado à previsível evolução da linha de costa.”
Neste contexto, considerando que o zonamento do POOC para esta área reflecte este diagnóstico, o Instituto da Água “considera que deverão os terrenos em causa manter-se livres de qualquer construção”.

Esta é a posição do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, através do organismo competente, o Instituto da Água.
E, agora, senhores políticos das maiorias figueirenses?

X&Q445


Gentes

Foto: Pedro Cruz

domingo, 7 de setembro de 2008

Grupo Desportivo Cova-Gala

Jogo particular:
Cova-Gala / Condeixa

aF30


É o líder dos socialistas figueirenses que o diz: “este, é um PU à la carte...”


E diz mais.
A Câmara está a ceder à pressão imobiliária e à construção Civil. Assistimos a uma distorção de factos com projecção da especulação imobiliária”.
E o PS deixa alguns casos concretos.
"Os terrenos das antigas instalações da empresa Alberto Gaspar (freguesia de S. Pedro) encontram-se ainda inscritos em zona industrial (apesar da possibilidade da construção habitacional para imóveis até sete pisos), no entanto uma empresa espanhola encontra-se há mais de um ano a comercializar lotes habitacionais como se de um projecto já materializado se tratasse”, aliás, como aqui no OUTRA MARGEM, por diversas vezes, chamámos a atenção, como por exemplo em 31 de Agosto de 2007.

Mas, segundo Paredes, continuando a citar o jornal O Figueirense, há mais situações estranhas, pois “ esta revisão do PU traz uma desconfiança acrescida”. “Este pode ser mais um caso de polícia atendendo às formas de engenharia administrativa aplicadas para contornar a lei e privilegiar a especulação imobiliária”, afirma ainda o Presidente da Concelhia do PS figueirense. ”A hipótese da Quinta de Santa Catarina (propriedade da família de Duarte Silva) poder vir a receber construção habitacional levou António Paredes a afirmar que “os detentores de cargos públicos não devem ser penalizados nas suas vidas pessoais, mas também não devem ser beneficiados. Acima de tudo está o interesse público”.

António Tavares, Vereador do PS, por seu lado, sustenta que “este processo nasceu torto e está a ser enviesado. A maioria (camarária) não tem uma visão integral mas sim parcial e casuística. Não há uma distribuição coerente e racional. A Figueira está ao sabor dos patos bravos, da pressão imobiliária e da construção civil. Há muito para justificar”.
O Vereador eleito pelo PS questiona-se por que motivo, na revisão do PU já elaborada, “o perímetro urbano foi alargado, porque houve recuo nas áreas verdes e retrocesso na qualidade de vida dos munícipes, quais as razões que levaram a Câmara a passar por cima do estudo de impacto ambiental” e como pretende a Câmara permitir a construção em zonas de reserva ecológica e onde não tem jurisdição (espaços do domínio marítimo).”

Por causa dos telhados de vidro, e antes que chovam pedras, “António Paredes, referindo o passado urbanístico figueirense, afirmou que “o PS já pagou politicamente esses erros.”
Aguardemos, então, que o PS local, quando for novamente poder na Figueira, tenha aprendido realmente com os erros do passado.
A ver vamos ...

Variedades

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