domingo, 3 de novembro de 2024

Gente

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Conheço e sou leitor da secção "Gente" do Expresso, há mais de 45 anos.
Ainda sou do tempo em que nesse espaço do Expresso, surgiu, escrita por Marcelo Rebelo de Sousa, uma frase sem contexto - "O Balsemão é lelé da cuca".
Isso aconteceu a 5 de agosto de 1978.
«E ao agora Presidente da República, já alguém lhe terá chamado "lelé  da  cuca"?»
Foi uma das perguntas que Francisco Pinto Balsemão fez a Marcelo Rebelo de Sousa, na edição de Deixar o Mundo Melhor, em que o presidente da República falou de aspetos da sua vida pessoal e política que raramente abordou antes.

Para onde caminhamos?..

Extracto do texto de opinião, "A vontade do povo: 100 anos de regressão", de Miguel Sousa Tavares, publicado esta semana no Expresso

«A menos que um milagre nos salve a todos, e não apenas aos americanos, na quarta-feira acordaremos com Donald J. Trump eleito de novo como Presidente dos Estados Unidos. É natural que num país que se divide ao meio entre uma elite que representa o melhor da espécie humana em termos de inteligência, investigação, empreendedorismo e criação artística e outra metade que é orgulhosamente ignorante e hostil a tudo o que não entende nem quer entender, o absurdo sistema eleitoral produza alternadamente Presidentes capazes e Presidentes que são um embaraço ou um retrocesso para o mundo. Mas nunca, nunca nos piores pesadelos da gente de bom senso alguém tão boçal, tão alarve, tão perigoso para o mundo como o Trump 2ª versão esteve à beira de chegar ao poder na “nação indispensável”. E se já é sinistro imaginar à solta um animal vingativo e desprovido de quaisquer limites éticos como ele, mais sinistro é pensar que quem o elege é o povo contra a elite. É na terra de referência do capitalismo que a derrota final das teses marxistas se torna mais evidente: são as massas, o sector mais desprotegido de uma sociedade de abundância, que não só não se revoltam contra quem lhes quer tirar um mínimo de apoios sociais — o Medicare, as bolsas de estudo universitárias, as ajudas contra a pobreza extrema — como ainda elegem ou deixam eleger como líder alguém que ostenta a sua exuberante riqueza como um dom, que não paga impostos e que tem no cadastro de sucesso milhares de despedimentos. E, se perder a eleição, Kamala Harris, símbolo do american dream, de quem se fez por si e a pulso erguendo-se de um destino de miséria pré-traçado, tê-la-á perdido porque não conseguiu o número suficiente de votos entre os mais fracos e desprotegidos: os negros, os latinos, os pobres. Em contrapartida, tem garantido o apoio maioritário dos brancos educados, da inteligência, das universidades e do mundo artístico. Mas o povo é quem mais ordena. Bem podem gritar-lhe — até os antigos colaboradores de Trump — que o homem venera ditadores, que tem mentalidade de fascista e inclinações nazis. Que não lê nada nem escuta informação ou conselho algum, fiando-se apenas no seu desmesurado ego. Que é uma ameaça real à economia e à democracia, à paz interna e às relações com os aliados de sempre. Que irá demitir, silenciar, perseguir todos os “inimigos internos” como nem no tempo de McCarthy. O povo não quer saber, o povo não acha isso importante. Um estudo de há dias revelou que 40% dos americanos entre os 16 e os 29 anos, a nova geração, recolhiam toda a informação de que dispunham do TikTok: têm as melhores universidades do mundo, uma imprensa de referência, museus espantosos, um cinema e uma literatura de vanguarda, mas, para metade deles, basta-lhes as redes sociais para saberem do mundo. Por isso, os milionários entre os milionários, como Musk ou Zuckerberg, controlam as redes sociais e metade dos jovens que votam escolhem Trump.»

sábado, 2 de novembro de 2024

Toxicidade

Lapidar

PS já Chega?

«O presidente da câmara de Loures, Ricardo Leão, defendeu «despejo “o despejo “sem dó nem piedade” de inquilinos de habitações municipais que tenham participado nos distúrbios que têm ocorrido na Área Metropolitana de Lisboa

Estes ataques de justiceirismo são típicos de vários tipos de ébrios. Pode acontecer numa conversa entre amigos que beberam um bocado de mais e dão por eles a explicar como é que se resolviam sumariamente os problemas dos incêndios, com propostas que incluem atar os pirómanos a uma árvore durante o incêndio que atearam. Também temos os partidários do Chega, ébrios de grunhice, parecendo que têm como alvo os bêbedos com solução alcoolizada para tudo.

O presidente da câmara de Loures é do PS, mas parece ter ficado intoxicado com algo que o levou a ter um ataque de chganismo. No fundo, para esta gente, os tribunais, as leis e a decência são coisas que atrapalham. É o marialvismo do “havia de ser comigo” ou do “isto era preciso era um Salazar”.»

Debate do Orçamento do Estado: frases ...

Paulo Raimundo, Secretário-geral do PCP: “Não é possível que as empresas PSI-20 tenham 32 milhões de euros de lucros/dia, enquanto milhões de trabalhadores são condenados aos baixos salários”.

Pedro Nuno Santos, Secretário-geral do PS: “Aumentar pensões não é alimentar clientelas. Os mais velhos não podem ficar à espera da pró - xima Festa do Pontal para saber se recebem suplemento”.

Rui Rocha, Presidente da IL: “[Declaramos] guerra ao IRC excessivo, que torna o país pouco competitivo. A IL está onde sempre esteve, os senhores [PSD] é que mudaram”.

Fabian Figueiredo, Líder parlamentar do BE: “Governo quer fazer venda irresponsável de 900 milhões de euros do edificado do Estado. O objetivo parece ser mesmo aumentar custo da habitação”.

André Ventura, Presidente do Chega: “Este é um Governo que, ao fim do dia, é tão, tão, tão ladrão como era o ladrão anterior, que tirava de um lado para dar ao outro”.

Linha Circular Sul e novos horários do barco elétrico entram hoje em funcionamento

Depois de ter introduzido, em maio de 2024, uma nova oferta de transporte coletivo de passageiros na zona urbana, com a Linha Circular Urbana, o Município da Figueira da Foz introduz a partir de hoje, dia 2 de novembro, uma nova linha circular, desta feita na zona sul: CAIS DO CABEDELO - HOSPITAL - ZONA INDUSTRIAL, que será operada pela Rodoviária do Lis.

Com esta segunda linha circular a autarquia pretende continuar a melhorar significativamente o serviço público de transporte de passageiros, através da introdução de um serviço regular e cadenciado que irá passar, nomeadamente no Hospital Distrital e na Zona Industrial, locais de grande afluência diária de pessoas.

Também a partir de hoje, os horários do barco que efetua a travessia do Mondego sofrerão alterações, para que sejam compatíveis com os da nova linha circular.

 Novo Horário Barco Elétrico

 Horários e Paragens - Linha Circular Sul

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

«Duas para o ar, duas sobre Odair. O carro não era furtado, a faca não foi usada. E agora?»

Foto: daqui
Na passsada terça-feita, na crónica que publicou no jornal Público, escreveu Amílcar Correia: “O Chega continua a pisar o risco contínuo da decência e não tem escrúpulos em se aproveitar de qualquer situação que seja para incitar ao ódio e à divisão entre nós e eles… O PSD não pode cair nesta patranha, não se pode deixar contagiar e pisar o mesmo risco contínuo que pisa o Chega. O eleitoralismo e a táctica da desigualdade e da discriminação não justificam o sacrifício da ética política.”

Coreto de S. Pedro está a ser requalificado

 Via Munícípio da Figueira da Foz

Dia 10 deste mês, pelas 16H00

 Via Diário as Beiras

Prémios em dinheiro são os maiores atribuídos em Portugal

 Via Diário as Beiras


Diga...

Imagem via Jornal de Notícias

Permita-me, Dr. Luís Montenegro: o Senhor ainda vive no tempo em que a palavra “bairro” era sinónimo de boa convivência, solidariedade, paz social, amizades para a vida, um lugar onde toda a gente se conhecia e ajudava?
Nessa altura, “Bairro” era uma palavra bonita e era algo de “bom”
Hoje, e o Senhor deve saber mais disso do que eu, infelizmente é um depósito onde habita uma grande percentagem de pobres, que merece o desprezo e a mais profunda indiferença por parte dos que os marginalizam, é lugar de tráficos diversos, caldeirão de problemas sociais que radicam numa pobreza que não se combate reduzindo impostos, e ainda menos atirando a matar.
As coisas mudaram em Portugal. Não é por acaso o impacto que o partido de direita radical teve nos últimos dois anos no sistema político prtuguês. O seu crescimento trouxe à tona de água um extremar da retórica, os "valores" do Estado Novo e a descarada divulgação e promoção da xenofobia

“E esta?...”

Via Visão

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Município da Figueira da Foz interessado nas antigas instalações dos serviços florestais

"O Município da Figueira da Foz continua interessado na antiga sede da Administração Florestal, situada na Baixa da cidade. O imóvel foi concessionado há vários anos, decorria ainda o anterior mandato autárquico, pelo Estado a particulares, ao abrigo do Fundo Revive.

Inicialmente, estava previsto instalar no edifício uma unidade hoteleira. Entretanto, o objeto da concessão foi alterado para a instalação de uma residência artística.
Na última reunião de câmara, uma vez mais, o presidente da autarquia reiterou o interesse do município em ficar com aquele imóvel, para ali instalar serviços da autarquia espalhados por diversas zonas da cidade."

Por onde andam as televisões?..

"Foi operado no privado. 
Correu mal. 
Foi transferido para o público. 
Um belo resumo do negócio da saúde também conhecido por excelência dos hospitais privados
Também pode correr mal no público, mas fica no público. E soube-se porque era uma figura pública. Tivesse corrido mal no público e tínhamos as televisões todas na porta do hospital e as análises dos especialistas sobre a degradação do Serviço Nacional de Saúde e a urgência de transferir competências para o privado e as amarras ideológicas que o impedem."

Imagem via Público

“A polarização é um modelo de negócio”

Graças a diretos diários e acríticos, os populistas vão ganhando espaço e fomentando a polarização
Extracto do texto "o algoritimo matou a sensatez", publicado por Rui Tavares Guedes na Visão desta semana. 
Para ler na íntegra clicar aqui.

«É nos momentos de crise que mais precisamos de ponderação, de raciocínio elaborado e, acima de tudo, de uma dose mínima de sensatez. A cabeça quente, como todos depressa aprendemos quando éramos novos, nunca é boa conselheira. E mesmo as decisões que pensamos tomar por instinto são, na verdade, ditadas por um acumulado de experiências ou de treino intensivo, que nos possibilitam agir com rapidez. Vivemos, no entanto, no tempo em que apenas se privilegia o imediatismo e a reação rápida, como se o mundo fosse acabar no minuto seguinte. O tempo em que, a qualquer momento, todos os assuntos são discutidos com o ardor enviesado e incendiário com que, desde há duas décadas, se convencionou que deviam ser os programas de televisão sobre futebol: duelos permanentes, com os intervenientes tantas vezes a roçarem o insulto descarado, em que a gritaria é norma, a interrupção é o truque mais usado e os argumentos são apresentados sem a mínima preocupação com a verdade, mas apenas para defender as cores do seu clube. Este estilo de debate saltou do futebol para a política – às vezes, até com os mesmos protagonistas – e, de repente, com o impulso das redes sociais, acabou por contaminar todo o espaço público.»

Ciclista português Afonso Eulálio oficializado na Bahrain Victorious

O ciclista português Afonso Eulálio, que deu nas vistas na última Volta a Portugal ao liderar a prova durante 6 dias, vai representar a Bahrain Victorious nas próximas duas temporadas.

O jovem português faz parte da lista de quatro contratações divulgada pela Bahrain Victorious.

“Sinto-me muito feliz por ir juntar-me à equipa nas próximas duas épocas. Espero que com esta oportunidade possa continuar a evoluir e crescer numa das melhores formações do mundo. Estou muito motivado e estou ansioso por agradecer à equipa pela oportunidade que me deram”, disse Eulálio, citado em comunicado.

Aos 23 anos, o figueirense vai ‘emigrar’ pela primeira vez, estreando-se logo no WorldTour, a primeira divisão do ciclismo mundial, na qual vai encontrar João Almeida, Rui e Ivo Oliveira e António Morgado, todos da UAE Emirates, Rui Costa (EF Education-EasyPost), Nelson Oliveira e Ruben Guerreiro, ambos da Movistar.

Campeão nacional de fundo em sub-23 (2022), Eulálio alcançou ainda vitórias em etapas no Troféu Joaquim Agostinho, no qual foi segundo na geral e venceu a classificação da juventude e por pontos, e no Grande Prémio Jornal de Notícias, onde foi terceiro na geral final.

O agora ciclista da Bahrain Victorious representou a ABTF-Feirense nas últimas duas épocas, depois de ter começado a sua carreira profissional precisamente na equipa de Santa Maria da Feira (2020-2021). Em 2022, fez parte da equipa da Glassdrive-Q8-.

Porque para a memória o tempo é como o vento para as dunas...

António Agostinho, 24 de setembro de 2008

 O corpo e a alma

Tempo houve em que São Pedro, Freguesia, não tinha esse nome. Chamava-se Cova, Gala, Cabedelo e Morraceira.
São Pedro, Freguesia, “foi criada em 1985”. Antes, como a maioria certamente se lembra, fazíamos parte da vizinha freguesia de Lavos.

Mas, como começou São Pedro de facto?
Segundo o Cap. João Pereira Mano, não só o maior investigador figueirense vivo, mas também o maior conhecedor da história marítima do nosso concelho, autor de obras como “Terras do Mar Salgado”, com centenas de textos avulso publicados em periódicos, tudo resultado de décadas de investigação aturada em fontes directas, “decorria o ano de 1793, quando Manuel Pereira se descolou a Lavos, com a sua mulher Luísa dos Santos e alguns familiares, para baptizar seu filho Luís, que nascera havia quatro dias, no lugar da Cova. A certidão do recém-nascido passou assim a ostentar como local de nascimento o lugar da Cova, passando a povoação a ver reconhecida oficialmente a sua existência.”

Ainda de acordo com o mesmo investigador, “a povoação da Gala nasceu da deslocação de alguns pescadores mais para nascente, na zona ribeirinha, onde ergueram barracas para recolha de redes e apetrechos de pesca. Igualmente à beira rio, surgiram depois grandes armazéns em madeira para salga, conservação e comercialização da sardinha com origem nas artes de pesca da Cova”...

É possível, que estas miudezas históricas, para alguns, interessem pouco.
Mas, como escreveria Saramago, “a mim interessa-me muito, não só saber, mas ver, no exacto sentido da palavra, como veio mudando São Pedro desde aqueles dias.” Parafraseando Saramago, “se o cinema já existisse então, se as mil e uma mudanças por que São Pedro passou ao longo destes 200 e alguns anos tivessem sido registadas, poderíamos ver essa Cova e essa Gala a crescer e a mover-se como um ser vivo.”
Tal como magistralmente escreve Saramgo sobre Lisboa, “fisicamente, habitamos um espaço, mas, sentimentalmente, somos habitados por uma memória. Memória que é a de um espaço e de um tempo, memória no interior da qual vivemos, como uma ilha entre dois mares: um que dizemos passado, outro que dizemos futuro. Podemos navegar no mar do passado próximo graças à memória pessoal que conservou a lembrança das suas rotas, mas para navegar no mar do passado remoto teremos de usar as memórias que o tempo acumulou, as memórias de um espaço continuamente transformado, tão fugidio como o próprio tempo. Esse filme, comprimindo o tempo e expandindo o espaço, seria a memória perfeita da Cova e Gala.
O que sabemos dos lugares é coincidirmos com eles durante um certo tempo no espaço que são. O lugar estava ali, a pessoa apareceu, depois a pessoa partiu, o lugar continuou, o lugar tinha feito a pessoa, a pessoa havia transformado o lugar.”


A Cova e Gala da minha infância foi sempre a das casas térreas e pobres de madeira, cheias de aberturas nas paredes, por onde no inverno o ar gélido passava como cão por vinha vindimada .
Quando, mais tarde, as circunstâncias me permitiram viver noutros ambientes, a memória que prefiro guardar é a da Cova e Gala dos meus primeiros anos, a Cova e Gala “da gente de pouco ter e de muito sentir”, a Terra pequena e modesta nos costumes e nos horizontes da compreensão do resto do País e do mundo.

São Pedro, entretanto, transformou-se muito por fora nos últimos anos.
Em nome do chamado progresso, alterou-se o perfil e o panorama da Cova e Gala, colocaram-se toneladas de betão onde outrora existiu a madeira das casas antigas.
Tal como Saramago, gostaria de poder continuar a acreditar que, apesar de tudo, “o espírito da Cova e Gala sobrevive”, pois “é o espírito que faz eternas terras”.
Para mim, chegava que a Cova e Gala fosse uma Terra culta, moderna, limpa e organizada – e, se possível, sem perder nada da sua alma.

Como comprova a realidade em 2024, foi desejar demais.

Em entrevista, o diretor do MARE Pedro Raposo de Almeida alerta para a diminuição das populações de lampreia no rio Mondego, no programa da RTP Portugal em Direto

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Portugal “deve manter-se como país acolhedor”, defende Telmo Correia

via DIÁRIO AS BEIRAS

«O secretário de Estado da Administração Interna defendeu ontem, na Figueira da Foz, que Portugal deve continuar a ser um país aberto, mas com controlo da entrada de imigrantes e seu acompanhamento.

“É certo que Portugal deve manter-se como um país acolhedor, como um país aberto a receber quem quer vir para o nosso país para estudar, para trabalhar, para viver”, advogou Telmo Correia.

Não obstante, ressalvou: “Mas também é verdade que devemos assegurar mecanismos de controlo e acompanhamento de quem transpõe as nossas fonteiras, além de regras bem claras e definidas sobre quem está ou não autorizado a residir ou a permanecer no nosso país”