Francesca Albanese apela a que o governo português reconheça o Estado da Palestina em carta aberta. Relatora especial da ONU esteve em Portugal mas Paulo Rangel recusou recebê-la.
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Francesca Albanese apela a que o governo português reconheça o Estado da Palestina em carta aberta. Relatora especial da ONU esteve em Portugal mas Paulo Rangel recusou recebê-la.
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"Muito obrigado pela oferta do seu texto, que já li, e pelo qual felicito. É um testemunho muito sincero, e bem ilustrativo do que foram as dificuldades desses tempos, nos ambientes marítimos portugueses."
Margarida Davim |
(...)
«Foi há 86 anos que os primeiros presos saíram de Lisboa, no paquete Luanda, com destino ao que viria a ser o «Campo da Morte Lenta», na ilha de Santiago, em Cabo Verde. O Luanda era normalmente usado para transporte de gado proveniente das colónias e os porões habitualmente utilizados para esse efeito foram transformados em camaratas.
«E na noite de 18 de Outubro, de madrugada, reuniram-nos em camionetes da GNR. Estas dirigiram-se para o cais de embarque, em Alcântara... No caminho, apesar das ameaças dos soldados, demos largas ao nosso protesto. O nosso vibrante grito de revolta ecoou, ao longo de todo o percurso, nas ruas, desertas, daquela madrugada lisboeta. Cantámos, a plenos pulmões, todas as canções do nosso vasto cancioneiro revolucionário... (...)
A 29 de Outubro de 1936, onze dias depois de termos partido de Lisboa, o velho Luanda fundeou, ao princípio da tarde, na pequena e aprazível baía do Tarrafal. Pouco depois, começou a descarregar a "mercadoria" que transportava nos seus porões... Alguns prisioneiros tinham chegado a um tal estado de fraqueza que só puderam abandonar o barco apoiados nos seus camaradas...»
Via Diário as Beiras
"Figueira da Foz inicia projeto de recolha de biorresíduos para 10 mil habitantes"
Um em cada 10 trabalhadores é pobre, o que deve ser encarado como "um factor de preocupação". A incidência da pobreza no grupo dos desempregados, que tinha diminuído entre 2020 e 2021, voltou a subir: 3,3 pontos percentuais, face a 2021. De acordo com a Pordata, trata-se de "uma das subidas mais elevadas da última década", com excepção do ano de pandemia."
«... a propósito da alegada “humilhação pública de Ricardo Salgado”: o ex-“DDT” podia ter entrado no tribunal da mesma forma que saiu — pela garagem. A exibição da sua fragilidade foi uma escolha premeditada da defesa, que queria passar a imagem do pobre velhinho desmemoriado obrigado a comparecer em tribunal pela malvada juíza, cheia de preconceitos contra os “poderosos”. Na terça-feira, aquilo que me pareceu mais insuportável não foi ver Ricardo Salgado a andar, mas o seu advogado Francisco Proença de Carvalho a falar. Com a altivez própria dos fidalgos do regime, Proença de Carvalho Júnior classificou o evento que ele próprio resolveu criar como uma “página negra” da justiça portuguesa, imprópria de um “país civilizado”; uma “vergonha mundial” protagonizada por uma “justiça que humilha” e “viola a dignidade” das pessoas. Francisco Proença de Carvalho decidiu exibir o seu cliente perante as câmaras de televisão para depois se poder queixar de exibição despudorada. É preciso ter muita lata e muito pouca vergonha. Mas convenhamos: só cai quem quer.»
- regista Alfredo Barroso, depois de ler e ouvir 'betos' já crescidinhos, peneirentos e "colunistas", de jornais e TV's que já foram de referência» |
«Num texto publicado na rede social Facebook, António Lé, antigo presidente da cooperativa de produtores Centro Litoral e o maior armador português da pesca do cerco, afirmou que o que acontece na barra da Figueira da Foz – considerada perigosa para os barcos de pesca e de recreio, pela acumulação de areia e orientação de entrada e saída, para sudoeste, que faz com que a ondulação de noroeste embata de lado nas embarcações – “é um atropelo ao direito à vida que tem cada indivíduo”.
As críticas de António Lé estenderam-se à Administração portuária conjunta dos portos de Aveiro e da Figueira da Foz, que acusa de nada fazer para garantir a segurança dos pescadores na barra.
“Administradores do Porto de Aveiro e Figueira da Foz tenham vergonha e vão-se embora antes que sejam forçados”, vincou, no texto, António Lé, acusando ainda a classe política nacional de estar alheada da situação vivida na barra da Figueira da Foz.
“A classe política anda toda muito entretida a magicar acordos e arranjos de governação (…) Pergunto-me para quê? Para quem querem estes tipos governar? Para um pelotão de condenados que nem sequer têm direito a auxílio numa situação de perigo? Quando um cidadão, ou uma classe profissional, são deixados entregues a si mesmos numa situação limite, algo está por definição errado na palavra país”, argumentou.
Ouvido pela agência Lusa, o armador da Figueira da Foz reiterou as críticas à administração portuária, mas também à classe política, argumentando que o texto por si publicado é “um grito de revolta e é um ultimato” aos representantes do Estado.
“Cuidado, queremos ter aqui as altas individualidades que representam o país, nomeadamente o Presidente da República, o senhor primeiro-ministro e os ministros num contexto de festa, num contexto de celebração de qualquer coisa de bom para a nossa cidade. Nunca mais cá venham no contexto da Virgem Dolorosa [o naufrágio ao largo da Marinha Grande que, em Julho, provocou seis mortos] ou no contexto das outras pessoas que perderam a vida à entrada da barra, por falta de segurança [como no naufrágio do arrastão Olívia Ribau, que resultou em cinco mortos, em 2015] ou incompetência das administrações sucessivas da Administração portuária”, enfatizou o armador.
António Lé, referiu-se, nomeadamente, à actual Administração dos Portos de Aveiro e da Figueira da Foz “que tem sido a pior de todos os tempos”.
“Aveiro e Figueira têm tratamentos completamente diferentes. E a Figueira da Foz tem de ser vista como um porto seguro, não um inseguro que afasta qualquer tipo de negócio ou possibilidade de negócio. Mas, mais importante, a Figueira é um porto integrado, não é só de pesca, nem só comercial e de recreio, tem as três vertentes e tem de ter segurança”, aduziu.
Questionado se a actual configuração do porto privilegia a segurança dos navios cargueiros de maiores dimensões, em detrimento das embarcações de pesca e de recreio, António Lé afirmou que a insegurança é para todos.
“Ainda não tivemos foi a infelicidade de haver uma falha mecânica qualquer [num cargueiro] porque, em termos de resistência, será muito mais difícil tombar um grande do que um pequeno. Tombando [um grande] teremos percas materiais e não humanas, nos outros [de pesca e recreio] teremos perdas humanas e a vida humana não tem preço”, argumentou o armador.
A Lusa tentou ouvir Nuno Lé, presidente da cooperativa Centro Litoral, que representa os armadores desta região, mas os contactos resultaram infrutíferos.
Já fonte da Administração dos Portos de Aveiro e da Figueira da Foz remeteu uma reacção para um comunicado a divulgar mais tarde.»
Na Antena 1, no programa Portugal em directo, António Lé proferiu as seguintes declarações:
Para o jornal Público, Montenegro fez “mau cálculo político” ao não revelar reuniões com Ventura.
António Capucho, antigo ministro de Cavaco Silva: “André Ventura iria inventar qualquer pretexto e criar todos os incidentes possíveis e imaginários” para “conseguir atenção mediática dia sim, dia sim, e ser entrevistado todos os dias nas televisões”.
Ferreira Costa, politólogo: se o Governo insistir em manter um diálogo com o Chega, passará a ideia de que “está a fazer tudo para se manter no poder” — o primeiro-ministro “não se pode colocar numa posição em que fica prisioneiro de um partido com uma estratégia assente na sobrevivência política e na tentativa de se manter na ordem do dia”.
Nota de rodapé.
Em Portugal, temos uma a classe política que vive numa redoma. Entregue a si mesma, às suas conversas e encontros, no isolamento das suas mordomias. A vida do cidadão comum, que anda em transportes colectivos, anda na rua, sente regularmente um local de trabalho colectivo ou um mercado, passa-lhes ao lado. A política em Portugal tornou-se um misto de palavras e intrigas. Sobrevivem os piores. A falta de diálogo que se está a acentuar entre as cúpulas partidárias resulta as mais das vezes, de tricas, questões e rivalidades puramente pessoais. A mediocracia (expressão criada por Balzac para designar “nova classe política burguesa”) é dominante no espaço político. Desde o 25 de Abril tivemos políticos e técnicos capazes, que a revolução cilindrou. E como o rumo dos acontecimentos não vai mudar, teremos mais políticos incompetentes, e caminharemos para uma sociedade cada vez mais cruel e desumana.
Via Diário as Beiras