quinta-feira, 24 de agosto de 2023

A memória é curta e selectiva, mas autarquias que viraram “Comissões de Festas” é um assunto que já vem de longe...

Anda por aí alguma polémica sobre pagamentos aos artistas que tentam o impossível: animar Portugal… Oliveira do Hospital, segundo o Correio da Beira Serra, lidera: "pagou mais aos artistas que o resto do pais…"


A criação do Poder Local teve como objectivo garantir uma  maior eficácia na resolução dos problemas das populações. Porém, nos últimos anos, muitas autarquias tornaram-se autênticas “Comissões de Festas”. Uma parte significativa do seu orçamento vai para a organização de festanças, festas e festinhas avulsas sem objectivos estratégicos para o desenvolvimento integrado e sustentado dos municípios.

Lamento dizê-lo, mas os cidadãos tornaram-se muito pouco exigentes com os seus autarcas satisfazendo-se com pouco mais que “pão e circo”. As pessoas necessitam de se divertir – completamente de acordo –  mas precisam sobretudo que as autarquias resolvam os seus principais problemas.

A função de uma autarquia é muito mais que a organização de eventos. Nunca percebi porque as autarquias gastam tanto dinheiro em espectáculos.

Nada disto é novidade. Por exemplo, na Figueira, na sessão de Câmara de 1 de Agosto de 2016, a "temperatura" aqueceu. No essencial, por "culpa" de Anselmo Ralph! Recordam-se?

«Uma proposta do executivo socialista em apoiar financeiramente um concerto do cantor Anselmo Ralph, promovido por uma empresa privada e com entradas pagas, gerou polémica na reunião camarária da Figueira da Foz e mereceu a reprovação da oposição.

Em causa, estava um concerto do artista angolano agendado para 12 de agosto de 2016. Segundo os termos do acordo com o promotor, obrigava a autarquia a desembolsar 13.400 euros, mais IVA [Imposto sobre o Valor Acrescentado], num total de cerca de 16.500 euros, caso o número de bilhetes vendidos, a um custo unitário de 10 euros, não atingisse os nove mil.

"O que nos está a dizer é que se eles não faturarem 90 mil euros, nós damos-lhes 13 mil?", questionou na altura Miguel Almeida, vereador da oposição camarária, dirigindo-se ao presidente da Câmara, João Ataíde (PS) e apelidando o acordo de "beneficio indevido".

Na resposta, João Ataíde argumentou com o que chamou de "factor de risco" do concerto, que será assumido pela autarquia. Miguel Almeida voltou a questionar os números apresentados, nomeadamente o preço apresentado à autarquia pelo espectáculo, que, segundo o presidente da Câmara, se situa nos 78 mil euros.

"Não somos contra o concerto, nem contra o financiamento. Mas se fossem quatro mil bilhetes [o valor a partir do qual a câmara não teria de financiar] era aceitável. Agora, nove mil? Pelo levantamento que fizemos, o concerto [de Anselmo Ralph] custa metade dos 90 mil", disse à agência Lusa Miguel Almeida.

Segundo fontes ligadas à produção de espectáculos, na altura o preço de um concerto de Anselmo Ralph, já com som e luz, situava-se entre 40 a 45 mil euros acrescidos de IVA.

O acordo entre a promotora Malpevent e a autarquia da Figueira da Foz pressupunha ainda a isenção de taxas de ocupação de espaço público e licença especial de ruído, no valor de cerca de 8.800 euros e apoio publicitário e pagamento de elementos da Cruz Vermelha Portuguesa (cerca de 3.500 euros).

Na reunião, Miguel Almeida começou por questionar a sustentação legal da isenção de taxas a uma empresa privada, tendo o presidente da Câmara retorquido com o "interesse público" do espectáculo, possível de acordo com a leitura que fez do regulamento municipal.

"Aqui é para trazer milhares de pessoas à cidade, tenho interesse em trazer o Ralph", frisou João Ataíde, voltando a argumentar que o apoio financeiro "é um incentivo à produção", já realizado no passado.

"Podia ser uma coprodução, mas não vejo interesse nenhum. Não acho que o que estamos a dar seja excessivo, estou convencido de que não vamos pagar nada, porque vamos ter mais de nove mil bilhetes vendidos, não vejo nada do outro mundo nesta proposta", acrescentou.

Depois, é que foram elas: no concerto realizado em 12 de Agosto de 2016, Anselmo Ralph vendeu apenas 2.720 bilhetes, contra as nove mil presenças esperadas pelo presidente da câmara!..

Por conseguinte, a receita de bilheteiras do concerto de Anselmo Ralph, na praça do Forte, ficou muito abaixo das expectativas.

A autarquia figueirense tinha assinado um acordo com a Malpevent, cujos termos obrigava o município a pagar à promotora do concerto 16.500 euros (IVA incluído), caso não se atingisse os 90 mil euros de bilheteira. Cada ingresso teve um custo de 10 euros. Venderam-se 2 720 bilhetes. O espectáculo orçou em cerca de 78 mil euros.

“Fizemos, em termos de promoção, o possível, mas os números não foram atingidos, ficaram muito aquém das expectativas que tínhamos pelas referências do artista. O risco foi assumido, nem mais nem menos”, referiu o presiednte da câmara.

E acrescentou: "teremos de rever esta situação no futuro e, em função deste exemplo, reenquadrar uma futura participação ou colaboração e assumir um controle mais atento sobre estes eventos".

Uma "má leitura do potencial" do artista e a sobreposição com outro concerto FINDAGRIM (os Azeitonas tiveram 6 000 pessoas) foram apontadas como causas prováveis do reduzido número de presenças.»

E pronto, ficámos assim. Além de um fantástico momento de comédia do improviso, em jeito de rescaldo final, é uma das muitas cenas que aconteceram na Figueira, num mês de agosto do ano da graça de 2016 que, pelos vistos, não ficaram na memória dos figueirenses...

A memória, é sabermos em que ponto nos encontramos. Já que temos memória, os passos a dar no futuro deviam ter em conta essa memória. Já que temos memória, deveria ser a partir dela que tudo deveria ser pensado e construído.

Ela - a memória - é o nosso alicerce. Preservá-la, não é sinónimo de saudosismo, mas uma atitude de sobrevivência. Até as más memórias nos são úteis...

Só por isso, me dei ao trabalho de fazer esta postagem.

A memória, seria a garantia de que, como figueirenses, poderíamos ter um futuro muitíssimo diferente, para melhor, do passado recente e do presente.

A memória dos últimos 17 anos na Figueira, goste-se, ou não, passa por aqui...

Figueira Champions Classic sobe à categoria ProSeries em 2024

Com o objectivo de conseguir "fazer ainda melhor"«A Figueira Champions Classic», que se estreou em fevereiro de 2023, regressa no próximo ano, mas com a classe 1. Pro, designação dada às provas ProSeries de um dia de competição, após a aprovação do pedido feito à UCI, que no seu relatório deu pontuação positiva à clássica da Figueira da Foz, na 1.ª edição este ano.

Casper Pedersen venceu em 2023 /Foto Juliana Costa


O relatório da UCI foi claro e não deixou margem para dúvidas de que a Figueira Champions Classic foi um êxito. Motivo que levou à aprovação do pedido para a subida de escalão, numa edição de estreia, onde tudo começou do zero e há muito a melhorar. Ainda assim, a entidade que tutela o ciclismo mundial entendeu que a organização mereceu uma avaliação positiva, naquela que foi a primeira corrida que colocou a Figueira da Foz no mapa do ciclismo internacional.

Recorde-se que esta é uma prova do Calendário Mundial só possível graças ao empenho do Município da Figueira da Foz em promover a marca «Figueira» a nível internacional através do ciclismo.
Para Carlos Pereira, “este é um importante passo para o ciclismo português. A decisão da UCI ao passar a prova a 1. Pro, faz com que a Figueira Champions Classic tenha a mesma categoria de uma prova tão importante como é a Volta ao Algarve, sendo as 2 provas da mesma categoria e separadas por poucos dias será bastante atractivo em termos competitivos para as melhores equipas Worldtour entrarem presentes. Trata-se de algo que muito nos orgulha pelo trabalho realizado na 1.ª edição, em fevereiro passado e mais um motivo para fazer ainda melhor em 2024, visto que a responsabilidade fica acrescida para todos”.
Além da clássica, que regressa à Figueira da Foz dia 10 de fevereiro de 2024, no dia seguinte vai realizar-se o Granfondo Figueira Champions Day, dia 11 (domingo), para amadores e onde «Todos Somos Campeões!»
As inscrições já estão abertas e estão disponíveis duas distâncias: 129 km (Big Day) e 77,3 km (Half Day). Este ano foram mais de mil os ciclistas que inundaram a Figueira da Foz, esperando-se que a 2.ª edição tenha ainda mais sucesso.
Inscrições em : https://racingtime.pt/gfchampionsday

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

"É preciso recuar até ao último trimestre de 2020, em pleno contexto pandémico, para encontrar um número de trabalhadores abrangidos por despedimento coletivo superior ao registado no segundo trimestre deste ano"

"No segundo trimestre do ano 87 empresas avançaram para despedimento coletivo, mais 19% do que no período homólogo do ano passado. Mas o número de trabalhadores despedidos disparou para níveis só superados no período da pandemia"

O pacote Mais Habitação não é nada socialista

Carmo Afonso
«Este pacote prevê a preservação de um quadro legislativo que favorece e estimula a iniciativa privada, valoriza o funcionamento do mercado imobiliário como solução para o problema da habitação e não o investimento público, prevê a criação de incentivos fiscais aos proprietários para trazer casas ao mercado de arrendamento, mantém os benefícios fiscais que levaram o mercado ao rubro como o regime de residentes não habituais, etc. Mais: esta proposta não se atreveu a interferir com a famosa “lei Cristas”, que agilizou despejos e fomentou a especulação imobiliária, e afinal vai manter os “vistos gold”
A sério que chamam a isto marxismo?

RISCO DE INCÊNDIO DEVIDO A VALORES MUITO ELEVADOS DA TEMPERATURA

Mais de 100 concelhos dos distritos de Faro, Santarém, Leiria, Portalegre, Beja, Castelo Branco, Guarda, Aveiro, Coimbra, Viseu, Braga, Porto, Vila Real e Bragança apresentam hoje um perigo máximo de incêndio rural, segundo o IPMA. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou também mais de 40 concelhos dos distritos de Faro, Beja, Lisboa, Leiria, Coimbra, Aveiro, Vila Real, Porto, Braga e Portalegre em perigo muito elevado. Outros concelhos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Leiria, Santarém, Setúbal, Portalegre, Évora e Beja estão hoje em perigo elevado de incêndio. 
Por causa das condições meteorológicas, o perigo de incêndio vai manter-se elevado pelo menos até domingo. Este risco, determinado pelo IPMA, tem cinco níveis, que vão de reduzido a máximo e os cálculos são obtidos a partir da temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas. Por causa do tempo quente com temperaturas máximas que podem ultrapassar os 40 graus, o IPMA colocou os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Coimbra, Castelo Branco e Santarém sob aviso vermelho até às 21:00 de hoje, passando depois a amarelo até às 21:00 de quinta-feira. Os restantes distritos do continente vão estar entre estes dias sob aviso laranja (o segundo mais grave), também devido ao tempo quente, segundo a informação divulgada, disponível no site do instituto.

Nota.

Deverão acompanhar-se os avisos meteorológicos e as previsões meteorológicas em:

http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev-sam/

http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.descritiva/

http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.significativa

Gliding Barnacles: Festival chega este ano à sua 10.ª edição

Via Diário as Beiras
"De 6 a 10 de setembro, na Praia do Cabedelo, surf, arte e música voltam a juntar-se"...

Santana Lopes visitou as obras na Zona Industrial e na EN109

Pedro Santana Lopes, presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, realizou ontem à tarde uma visita aos novos lotes do Parque Industrial e Empresarial da Figueira da Foz, resultantes da obra de ampliação do empreendimento.
Santana Lopes considera que  esta é uma obra muito importante e necessária, bem como a criação de outras zonas industriais que "já deveríamos ter há anos", referiu.
"Estamos a trabalhar o mais depressa que podemos". Para além da zona do Pincho, vão ser criadas também zonas a sul, nomeadamente na Marinha das Ondas que, segundo Santana Lopes, vão ser muito necessárias para o investimento que as eólicas offshore vão gerar na criação de empresas em áreas como a manutenção.
O presidente da autarquia figueirense visitou ainda as obras da EN109, sob a responsabilidade da Infraestruturas de Portugal, mas que o município teve de garantir que seriam feitas, tendo para tal efetuado várias diligências em Lisboa.
"Importa ir lá, tratar, resolver e saber fazer, que é coisa que muita gente não sabe", salientou Santana Lopes.

Santana ontem na SICN: Marcelo “tem direito a vetar” e Costa “não tem que amuar”

«A tensão está “muito alta” nas relações entre Belém e São Bento, considera Pedro Santana Lopes. Em entrevista à SIC Notícias, abre ainda a porta a um possível regresso como militante do PSD e aponta uma característica essencial a um próximo Presidente da República.»
Para ver e ouvir, clicar aqui.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

Cabedelo Art Experience 2023: pelo Mar e pela memória

De 22 a 26 de agosto, das 10h às 18h, a Praia do Cabedelo na Figueira da Foz é o cenário que acolhe mais uma edição deste evento para os amantes da arte e da cultura. 
O "Cabedelo Art Experience 2023" já está no terreno e reúne artistas plásticos num encontro inspirador à beira-mar. O objectivo desta iniciativa é congregar uma seleção diversificada de artistas plásticos da região, num ambiente de irmandade e criatividade potenciado pela serena envolvência marítima e memória de Mestre Mário Silva, que permanece imortalizado neste lugar. 
O evento acontece diariamente até sábado. 
Cada dia tem a participação de um grupo convidado diferente. 
O encerramento será no próximo sábado, 26 de agosto, com "Reunião Geral de Artistas" (RGA), um momento de convergência artística, onde diversas mãos criativas se unem para celebrar a arte, acompanhado por uma sardinhada oferecida gentilmente pela Associação de Desenvolvimento +Surf / Centro Litoral.
A programação do apresenta um line-up diversificado de convidados especiais: Terça-feira, 22/08/2023: Magenta Convida 
Quarta-feira, 23/08/2023: Vitor Costa Galeria Convida 
Quinta-feira, 24/08/2023: AAGP Convida 
Sexta-feira, 25/08/2023: Amigos do Mário Convida 
Sábado, 26/08/2023: RGA (Reunião Geral de Artistas) 
Este acontecimento pretende ir além da comunidade artística, abrindo portas aos visitantes da praia, oferecendo-lhes a oportunidade de se envolverem com a arte de forma única e descomprometida. 
A iniciativa é organizada por um grupo de cidadãos livres comprometidos com a cultura e memória (Quimadeira, Victor Costa, António Carraco dos Reis e Eurico Gonçalves.) e pretende destacar a rica simbiose entre arte, cultura, memória e lazer, enquanto presta uma homenagem a Mário Silva, cuja influência ultrapassou fronteiras, tornando-se quase embaixador do Cabedelo, promovendo-o na cena artística ibérica e europeia. 
Com uma adesão positiva já no primeiro dia, o evento promete encontros emocionantes e momentos de celebração, com condições climatéricas favoráveis que proporcionam um cenário perfeito para a criação artística. Venha ao "Cabedelo Art Experience 2023" e seja parte deste encontro mágico entre arte e mar. 
Junte-se e celebre a criatividade, a cultura e a homenagem ao legado de Mestre Mário Silva.
Ficam algumas fotos desta manhã.

 

Herman ainda não conseguiu ir à Expofacic, mas vem ao festival do chouriço tradicional

"O programa, assente na promoção do chouriço tradicional de Quiaios, tem este ano como cabeça de cartaz o "Senhor Entretenimento", Herman José, inclui animação infantil e itinerante e disponibiliza um serviço gratuito de babysitting para que pais e filhos se possam divertir à grande! A organização é da Junta de Freguesia de Quiaios e conta com o apoio do Município da Figueira da Foz."

Férias são férias

Sabem que nome tem aquela dor que dá quando percebemos que a pessoa de quem gostamos pode ser feliz sem a gente?
Ciúme, simplesmente...
Dizem, que não há ciúme sem amor.
Mas, se ciúme é amor, porque há-de ser dor?
Há alguma razão?
A não ser que o ciúme seja a mais complera confissão...
A meu ver, o ciúme é um sentimento desgraçado.
Cansa e maça mais que o trabalho apaixonado.
O ciúme é como uma dor  de ouvidos.
Absorve-nos todos os sentidos.
O ciúme é um sentimento guerreiro.
Dizem que não é um sentimento morno.
É a verdadeira "dor de corno".
Consegue absorver qualquer ser humano por inteiro.

Barco eléctrico: "o executivo camarário está a analisar que destino lhe dará"...

Via Diário as Beiras
"Se não fosse a embarcação com motor de combustão alugada em Aveiro, o Município da Figueira da Foz não teria capacidade de resposta para a procura que se tem registado no transporte fluvial entre as duas margens da foz do Rio Mondego.
Adquirido no mandato anterior pelo Município da Figueira da Foz, construído em Barcelona, foi baptizado, em maio deste ano, com o nome do ex-presidente da Junta de São Pedro Carlos Simão. No dia seguinte, avariou. Entretanto, foi reparado, mas a autonomia revelou-se insuficiente para responder à procura crescente. A embarcação tem estado parada."


A atribuição da Ordem da Liberdade a Volodymyr Olexandrovytch Zelensky

Carta Aberta ao Senhor Presidente da República

"António Nogueira de Matos Vilarigues, cidadão com intervenção cívica desde 1969, alguém que aos 17 anos, em Junho de 1971, passou à clandestinidade.

Sou filho do militante do Partido Comunista Português (PCP), Sérgio de Matos Vilarigues, que esteve preso 7 anos (dos 19 aos 26) no Aljube, em Peniche, em Angra e no campo de concentração do Tarrafal para onde foi enviado já com a pena terminada. Que foi libertado por «amnistia» em 1940, quatro anos depois de ter terminado a pena. Que passou 32 anos na clandestinidade no interior do país, o que constitui um recorde europeu. Consultado pelo Presidente da República Jorge Sampaio, recusou receber a Ordem da Liberdade. [i]

Sou filho da militante comunista Maria Alda Barbosa Nogueira, que, estando literalmente de malas feitas para ir trabalhar em França com a equipa de Irène Joliot-Curie, pegou nas mesmas malas e passou à clandestinidade em 1949. Que presa em 1958 passou 9 anos e 2 meses nos calabouços fascistas. Que durante todo esse período o único contacto físico próximo que teve com o filho (dos 5 aos 15 anos) foi de 3 horas por ano (!!!). Que, sublinhe-se, foi condecorada pelo Presidente da República Mário Soares com a Ordem da Liberdade em 1988 [ii]

(Para ler na íntegra esta carta aberta, na opinião do seu autor, "uma análise concreta da realidade concreta, em que a prática é o único critério da verdade", basta clicar aqui.)

Com esta decisão anunciada, o senhor Presidente da República Portuguesa insulta o 25 de Abril, agride os portugueses, humilha os antifascistas.

As atitudes ficam com quem as praticam.

Breves notas finais: que fique claro que nada do que foi analisado justifica a invasão da Ucrânia pela Federação Russa. A invasão russa é criminosa. Viola o Direito Internacional. Torna as populações civis inocentes de toda a Ucrânia – e não desta ou daquela região – reféns de interesses oligárquicos, a oeste e a leste, que tiram proveito da guerra.

São necessárias iniciativas que contribuam para o desanuviamento e que privilegiem um processo de diálogo com vista a uma solução pacífica para o conflito, assim como à promoção da paz e da segurança na Europa, no respeito dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia. 

Penalva do Castelo, 20 de Agosto de 2023

António Nogueira de Matos Vilarigues"

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Está confirmado o que se viu na altura...

Economia desacelerou com a Jornada do Papa em Portugal.

Parque Tejo. Jornada Mundial da Juventude, Lisboa-2023

© Carlos Pimentel/Global Imagens

"A economia foi-se abaixo. O consumo dos jovens peregrinos não passou tanto por refeições em restaurantes bons ou mais caros, viagens de TVDE, saídas noturnas, nem álcool. Também parece não ter acontecido uma vaga de compras de roupa, sapatos, garrafas de vinho de marca."

Agora, "as contas que ficam por fazer, e era bom que alguém as fizesse, é de quantos milhões necessitava o Estado - Governo e autarquias, para recuperar o agora denominado "Parque Tejo" e erguer a Ponte do Icebergue, dito de outra maneira, quantos Parques Tejo e quantas pontes do contribuinte tinha o Estado construído sem misturar política com religião?"

"O sal era branco, mas fazia o coração preto"

O Núcleo Museológico do Sal está a comemorar 16 anos de existência.
O video de José Manuel Teixeira da Ponte mostra uma das actividades realizadas para comemorar o evento: a recreação da safra do sal à moda antiga.
Como me dizia a minha Mãe, tiradeira de sal durante décadas: "o sal é branco, mas fazia-nos o coração preto".
A autenticidade, é a possibilidade de alguém ser capaz de revelar a realidade. 
O texto abaixo (que resgato de uma publicação OUTRA MARGEM de 24 de Abril de 2020) é isso mesmo: a revelação de uma realidade que existiu mesmo.

Texto José Elísio Oliveira
Fotos: Arquivo pessoal de Décio Salema Neves

"Pelos meados do século passado, nos anos quarenta, cinquenta e sessenta; nesta altura do ano, O SALGADO DE LAVOS já fervilhava de grande actividade. Nas cerca de 300 SALINAS que nessa altura se encontravam activas, mais de mil trabalhadores, MARNOTOS, MOÇOS e SALINEIRAS, trabalhavam freneticamente na preparação das Salinas para as colocar em condições de produzirem o bom e se possível muito SAL LAVOENSE que haveria de ser utilizado em todo o País e até no Estrangeiro.
Procedia-se à limpeza das lamas, dos limos, dos cachelros (Salicórnia) e outros lixos que as tinham invadido desde a última “SAFRA”, durante o Outono e o Inverno. Os limos e as lamas a que os Marnotos davam respectivamente os nomes de “ESCOICE” e “TORRÃO”. Eram colocados em cima das “CILHAS” para secar e ficarem mais leves.
Salina das Craveias...
As mulheres transportavam à cabeça, primeiramente em “GIGAS DE VIME” e mais recentemente em “GAMELAS DE MADEIRA” para determinados locais aos quais os carros de bois, camionetas ou os barcos de sal tivessem acesso para serem vendidos principalmente para a Região das Gândaras onde eram muitos apreciados como fertilizante natural (ecológico) dos terrenos onde semeavam batatas, cebolas e outros produtos hortícolas. Idêntico tratamento era dado aos limos que eram retirados dos VIVEIROS antes de serem pescados. De seguida as Salinas eram levadas a seco.
Os TALHOS onde se iria produzir o sal ficava alguns dias ao sol, para “ESTURRAR” e para que o outro que disso necessitasse fosse reparado, nos “CANEIROS”, nas “MARACHAS” ou até mesmo de alguma nascente de água doce ou salobra que se verificasse no seu interior. O passo seguinte era consolidar o piso dos talhos pelo que o Marnoto e/ou os Moços os pisassem usando os “CIRCIOS” que mais não era de que um enorme rolo de madeira (um tronco grosso de árvore) que tinha em cada extremidade uma “MANGA” que se puxava. Terminado este trabalho, passo seguinte era o “ARIAR” que consistia em cobrir os talhos com uma camada fina de areia branca que era levado das serras de que já falei (Caldista, Castanho), e de outros locais, para que o sal não ficasse directamente em contacto com o fundo do talho e não se sujasse.
Era e ainda é muito importante que o sal fosse muito clarinho é sinal de qualidade. Este procedimento foi sendo posto gradualmente de lado e hoje nas poucas Salinas ainda em actividade já ninguém o pratica.

Salina das Craveias...
Estava-se já na fase final dos preparativos para que o sal começasse a brilhar. A última etapa consistia em alagar os talhos com uma camada de água bem salgada “LARGAR” com a altura que cada Marnoto sabia bem calcular, a que se “ESGOTAR”. Havia até um certo despique entre os Marnotos para ver qual esgotava primeiro e consequentemente produzia o primeiro sal e, sobretudo em Julho e Agosto era lindo de ver O SALGADO DE LAVOS coberto de milhares de pequenos montes de sal aos quais se dava e dá o nome de “RASA” e era a azafama das Salineiras , (cada Salina ocupava entre seis a dez Salineiras, consoante o seu tamanho e a distancia a que se encontrava do barracão) a transportarem o sal à cabeça, em “CESTA DE VIME” autênticos objectos de arte artesanal feitas pelos irmãos Grazina, numa correria “SILHA A CIMA SILHA A BAIXO” com desenvoltura e destreza, procurando concluir a tiragem da “REDURA” o mais rapidamente possível pois normalmente daquela tinham que partir para outra onde o Marnoto já as esperava.

Acrescente-se que cada “RASA” normalmente teria entre cinco a dez cestas de sal e havia Salineiras que “TIRAVAM" em três, quatro e cinco Salinas, além de que ainda integravam a equipa que carregava e descarregava os barcos de sal e havia certos dias em que cada barco levava mais do que uma “BARCADA”. Refiro aqui por me parecer muito curioso que as Salineiras nunca eram avisadas das horas a que deveriam estar na Salina para tirar o sal, os Marnotos diziam-lhe que a tiragem era “ CEDO, ou “ATRÁS DE CEDO”, ou “À TARDE”, ou “JANTAR E IR” ou “ATRÁS DE TARDE” ou “ SEAR E IR” e elas já sabiam a que horas correspondia cada uma daquelas designações. No caso das “BARCADAS”, já era indicada a hora a que deveriam estar em determinada Salina. A Barcada era mais dura que a redura, sobretudo quando o “ESTEIRO” que dava acesso do barco ao barracão era pouco profundo e as mulheres tinham que ir por cima das MOTAS” puxando o “O BARCO À CIRGA” para ajudar os “BARQUEIROS”.
E eram estas Mulheres que ainda tinham que tratar dos filhos, ir à “SEMENTEIRA”, buscar feixes de lenha, de caruma, de “ RUSSOS” para as camas do gado e para os pátios, fazer a comida, acartar também à cabeça feixes de erva e pasto, lavar a roupa nos lavadouros, passar a ferro, entre muitas mais coisas. Eram autênticas “MULHERES DE AÇO” e “HOMENS DE BARBA RIJA”...

Hoje tudo é diferente para melhor, e ainda bem, mas é sempre de justiça não esquecer o passado…"

O caso do Baldios do Paião: "impasse dura há cerca de duas décadas, impedindo que cerca de 300 mil euros sejam investidos pelos compartes"...

Guerra de Pintos: "Dossiê dos Baldios do Paião vai para o Ministério Público" é uma publicação de 4 de Maio de 2017, que ajuda a contextualizar a situação.

Na edição de hoje do Diário as Beiras, o presidente da Câmara da Figueira da Foz, Santana Lopes, avança que vai exigir ao Governo a resolução do impasse, com cerca de duas décadas, que se verifica nos baldios da freguesia do Paião. 

“Vamos exigir a clarificação e a regularização da situação, porque os baldios estão no território do município. A lei prevê que os órgãos autárquicos zelem sobre o que se passa [nos seus territórios]. Espero que não seja necessário, mas não pode continuar assim”, sustenta Santana Lopes em declarações ao mesmo jornal.

O dia 24 de agosto é o dia em que a autarquia figueirense e a maçonaria rendem homenagem ao mentor da primeira constituição portuguesa

A Câmara Municipal da Figueira da Foz, em conjunto com a Associação Manuel Fernandes Tomás e a Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto, promovem, na próxima quinta-feira (dia 24), uma homenagem a Manuel Fernandes Tomás. 
A cerimónia está marcada para as 18H30, na Praça 8 de Maio.
A Figueira da Foz evocará, uma vez mais, a revolução de 1820 e a memória de um dos seus mais notáveis filhos: Manuel Fernandes Tomás.

Nota de rodapé:
"24 de Agosto", é uma crónica de José Fernando Correia, economista, publicada na edição de 24 de Agosto de 2017 no jornal AS BEIRAS
Via OUTRA MARGEM, ficam alguns extractos:
"A Figueira da Foz evocará hoje, uma vez mais, a revolução de 1820 e a memória de um dos seus mais notáveis filhos: Manuel Fernandes Tomás (MFT). 
Esta homenagem de 24/8 foi passando a integrar o património cívico da Figueira da Foz, mesmo se, sobre ela, recaem, de quando em vez, certas críticas que enfatizam a sua natureza meramente litúrgica, bem como a orientação para uma minoria interessada.  
Essas críticas merecem certo acolhimento e exigem uma reflexão sobre os meios para expandir o conhecimento e o interesse sobre o legado de MFT nas suas múltiplas dimensões."

Uma homenagem ao Mestre Mário Silva