quarta-feira, 17 de agosto de 2022

A Ucrânia a bombardear jornalistas

(Quem vê as nossas televisões já deve ter reparado que os mísseis russos só atingem hospitais, escolas, maternidades e outras infraestruturas civis… Como se isso fosse possível nesta época de alta tecnologia que eles dominam até melhor que o Ocidente. Em contrapartida os mísseis ucranianos acertam sempre em alvos militares, de acordo com os nossos comentadores de trazer por casa.

Na verdade, este testemunho de quem está lá, no terreno, arriscando a vida, dá conta que não é assim. A Ucrânia dispara sobre alvos civis, no caso jornalistas e os nossos órgãos de informação censuram tais factos.

Já não chegava as guerras serem deploráveis. Temos ainda que viver com a censura instituída de novo, e curiosamente, instituída em nome da Liberdade. Os déspotas fazem sempre isso.

Estátua de Sal, 16/08/2022)

Bruno Amaral de Carvalho
Donetsk, 16 de Agosto.

"No meio de sucessivos bombardeamentos, há ideias que não desaparecem por si e não consigo parar de pensar nisto. Há quase duas semanas, um hotel cheio de jornalistas foi atacado em Donetsk. Durante este ataque, morreu uma mulher que caminhava junto à entrada do Donbass Palace. Meia hora depois, havia ainda mais jornalistas no local a fazer a cobertura do que tinha acontecido. Eu estava entre eles quando esta zona voltou a ser atacada. Três projécteis caíram a 50 metros de distância do hotel matando outras quatro pessoas, entre as quais uma professora de ballet e a sua aluna de doze anos.
Para além da morte de civis, algo que deve chocar qualquer um de nós enquanto cidadãos independentemente do lado da guerra, o silêncio absoluto sobre um ataque contra este hotel cheio de jornalistas é algo que mostra uma parte sinistra desta guerra. Ninguém, nenhum governo ou sindicato, condenou esta agressão contra quem trabalha para mostrar o que aqui se passa.
Por curiosidade, resolvi perguntar a Javier Couso, irmão de José Couso, repórter de imagem espanhol que morreu no Iraque, em 2003, depois de um ataque norte-americano contra um hotel com jornalistas, qual foi a reacção das instituições e sindicatos à morte deste jornalista e de Taras Protsyuk, repórter de imagem ucraniano ao serviço da Reuters. Nesse mesmo hotel, em Bagdad, estava Carlos Fino, da RTP, e Carmen Marques, da TVI. Os Estados Unidos afirmaram que estavam a responder ao fogo de um franco-atirador, algo contestado por vários jornalistas no local.
Segundo Javier Couso, a maioria dos sindicatos espanhóis condenou o ataque contra este hotel, onde as forças norte-americanas sabiam que havia jornalistas, e exigiram uma investigação. A própria Federação Internacional de Jornalistas condenou este ataque, assim como o Sindicato dos Jornalistas, em Portugal.
Também não havia qualquer posição militar no Donbass Palace. Felizmente, desta vez, não houve vítimas entre os jornalistas, ao contrário do que já aconteceu do outro lado da linha da frente, algo que mereceu, e bem, o repúdio do sindicato português e da Federação Internacional de Jornalistas. A dúvida que permanece é sobre o silêncio em relação a um ataque contra um hotel cheio de jornalistas e o que fica no ar, uma vez mais, é se este silêncio terá a ver com o facto de estarmos a cobrir a guerra a partir do lado russo. A defesa da liberdade de imprensa e do pluralismo exige que nos posicionemos contra qualquer agressão que ponha em causa o trabalho de qualquer jornalista em qualquer parte do conflito. Foi nesse sentido, enquanto sócio, que enviei esta mensagem à direcção do Sindicato dos Jornalistas na esperança de que haja um pronunciamento sobre este ataque ao nosso trabalho enquanto repórteres em Donetsk."

terça-feira, 16 de agosto de 2022

É claro que, em política, é tudo propaganda...

Só com o passar do tempo e a realidade histórica, é que conseguimos  ter a certeza que os socialistas governaram mal a Figueira, entre 2009 e 2021.

Aliás: em abono da verdade, há muito tempo que ninguém governa bem este concelho. Presumo, até, que ninguém sabe como se faz. 

Os figueirenses nunca sabem se estão bem, a não ser que alguém lhes diga que estão bem. 
Também não sabem se estão mal.

Normalmente, dizem-lhes as duas coisas.
A situação diz uma coisa e a oposição a outra coisa.
E os figueirenses ficam na dúvida e sem saber o que hão-de pensar.

Isso, para eles, é ouro sobre azul: resolve-lhes este problema. 
O de pensar, claro.

Um dia destes, somos capazes de ficar mais exigentes, olhar em volta e ver. 
Há esforços para resolver o atraso. 

O concelho está a fazer um esforço de modernização.
Confesso-me curioso pela chegada do outono, para ver se vamps continuar a comer castanhas assadas em em cartuchos feitos a partir de papel de lista telefónica. 

Claro que isso é, apenas, um pormenor.
O importante era resolver o problema da pobreza. 
Contudo, vivemos na Figueira onde o dinheiro sempre foi um problema para a maioria...

"O casamento deveria ser um contrato a prazo"

 Para ler clicar aqui.

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Crescer...

"Porque todas as pessoas grandes já foram crianças.
(Há é poucas que se lembram disso.)"

Foto António Agostinho
Os  desgostos, os contratempos, as dificuldades e os obstáculos, são para ultrapassar.
Ou nos matam, ou fazem-nos crescer. 
Sobreviver, não é mérito: é condição. 
E quem não aguenta? 
Fica pelo caminho...
Crescer é fantástico. 
Todavia, pode não o ser. 
Crescer é a consequência de uma serie de vivências que se pudéssemos escolher, muitas não as teríamos tido.
Crescer implica perder e aprender a lidar com isso.
Crescer implica perceber que sabemos pouco e podemos pouco. 
Crescer implica perder a naturalidade e a ingenuidade. 
Crescer significa deixar de ver a vida de uma forma pura e simples. 
Significa deixar de rir e aprender a sorrir. 
Porém, crescer é inevitável.
Devíamos saber aprender a crescer.
Mas, é possível aprender a crescer?

terça-feira, 9 de agosto de 2022

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Economia de subsistência...

"Manuel Pinho pede alargamento do raio da pulseira eletrónica para conseguir tratar da horta"...

O estacionamento na baixa da Figueira...

Só não sabe quem não faz compras nesses espaços comerciais figueirenses: que o comércio tradicional, incluindo os comerciantes e os utentes do Mercado Municipal, na baixa da nossa cidade vive, há décadas,  numa situação de desvantagem em relação "à mercearia", que teve um crescimento exponencial na última década no concelho da Figueira da Foz.
Ou já esqueceram, que o modelo de crescimento implementado pelos 12 anos de governação socialista do concelho, entre 2009 e 2021, assentou na criação de empregos com muito baixos níveis salariais e, em muitos casos, sem qualquer progressão ao longo da carreira? Para não falar na precariedade do emprego criado e o que foi extinto...
A verdade é esta: o estacionamento no casco velho da cidade é mesmo um problema sério. 
Portanto, o caminho terá de ser mesmo este: olhar para essa dificuldade e resolvê-la.
Creio que ninguém coloca em causa a necessidade de dotar o Mercado Municipal Engenheiro Silva de estacionamento para facilitar a vida aos vendedores e aos utentes...
As circulares externas, em qualquer cidade, servem para proporcionar maior fluidez ao trânsito. Na Figueira, serviram para instalar superfícies comerciais.
Imagem via Diário as Beiras

Venha o amor...



Nota de rodapé.

O texto de Carlos Monteiro foi publicado na edição de hoje do jornal Diário as Beiras.

"... o apogeu da silly season figueirense"...

6 dias a escrever sobre isto:

Imagem via Diário as Beiras

domingo, 7 de agosto de 2022

Ventura, o defensor da castração química e da prisão perpétua...

Morreu a Poeta Ana Luísa Amaral

A Poeta Ana Luísa Amaral, segundo o Jornal Público, era "uma das vozes mais celebradas da poesia portuguesa, reconhecida internacionalmente.
Era também um nome central nos estudos feministas portugueses. Tinha 66 anos."
Como a Poeta escreveu na sua ODE À DIFERENÇA: "Felizmente. Somos todos diferentes. Temos todos o nosso espaço próprio de coisinhas próprias, como narizes e manias, bocas, sonhos, olhos que vêem céus em daltonismos próprios. Felizmente. Se não o mundo era uma bola enorme de sabão e nós todos lá dentro a borbulhar, todos iguais em sopro: pequenas explosões de crateras iguais. Assim e felizmente somos todos diferentes. Se não a terapia em grupo era um sucesso e o que é certo é sermos mais felizes a explorar solitários o nosso próprio espaço de manias, de traumas, de unhas dos pés invaloradas pela nossa cultura (que lá no Oriente o pé é o caso sério, motivo sensual e explorativo)."

Polónia, um país da União Europeia: "o governo polaco quer impor penas de prisão até dois anos para quem for apanhado a blasfemar. Isso mesmo: quem fizer piadas sobre a Igreja Católica vai dentro"...

Os talibans de Varsóvia e o futuro da democracia

 


"O vice-presidente do Governo polaco, Zbigniew Ziobro, quer alterar o Código Penal para fazer com que dizer “piadas” ou ridicularizar a Igreja Católica, bem como perturbar missas ou funerais, seja punível com dois anos de prisão."