sábado, 2 de outubro de 2021

No PSD Figueira o imenso muro de silêncio tem os dias contados?..

Depois do saldo apurado nas eleições autárquicas de domingo passado, tem-se falado muito... 
Há por aí, porém, quem continue a agir como se, no fundo, no fundo, não se tivesse passado nada. 
É claro que há quem pense que na Figueira não se passa nada... 
Contudo, algo parece estar a acontecer. Pelo menos, tive oportunidade de ler na edição de hoje do Diário as Beiras, algo que leva a crer (não confundam: não é querer, é crer...) que sim...

A arte de viver


"Está ao teu alcance ser invencível, desde que não te aventures em nenhum concurso cuja vitória não dependa de ti. 
Considera pois, ao ver um inimigo com mais honrarias do que tu, mais poderoso ou que de qualquer outro modo goze de maior renome, que estás a ser levado pela ilusão. 
É que, se de facto a essência do Bem é algo que depende de nós, não há então lugar para a inveja ou para o ciúme. E não desejarás ser general, pretor ou cônsul, antes e só um homem livre. 
Para tal há um só caminho: o desprezo por tudo quanto de nós não depende." 

Por falar em desempregados...

Isto em 2021 tem mesmo de tomar rumo, porque os figueirenses merecem...
"Nunca lutes com um porco. Ficas todo sujo, e ainda por cima o porco gosta." 
Esta frase, do dramaturgo irlandês Bernard Shaw, encerra em si mais do que o sarcasmo, em que ele era exímio: é uma lição de sabedoria política
Um blogger sempre bem disposto só trata das grandes questões: política, sexo,  religião, futsal, morte...
E ele?
Coitado: não é nada de nada...

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Eleições Autárquicas/2021 - Resultados finais na sequência do apuramento da Assembleia de Apuramento Geral

Para ler melhor clicar na imagem.

Um olhar sobre o Jardim Municipal

 Foto Luís Pena

Carlos Monteiro e Ricardo Silva

Já houve várias abordagens às autárquicas 2021, na Figueira.
Já se falou na vitória de Santana para a Câmara. Já se falou na vitória amarga do PS nas freguesias e na Assembleia Municipal. No quase  esvaziamento do PSD Figueira. Nas perdas  da CDU, do BE e do CDS que continuam sem peso autárquico significativo.
Contudo, não vi nenhuma análise profunda a dois nomes que marcaram decisivamente estas eleições.
Carlos Monteiro: nas duas vezes que foi a votos como cabeça-de-lista perdeu.
Quando João Ataíde deixou a Figueira e partiu para Portugal, para o seu lugar, avançou Carlos Monteiro. Politicamente, antes de 2009, de 2001 a 2005, foi membro da Assembleia de Freguesia de S. Julião da Figueira da Foz. E, de 2005 a 2009, foi membro da Assembleia Municipal da Figueira da Foz. 
Com a ascenção de Carlos Monteiro a presidente, o provincianismo figueirinhas delirou com a ideia de ser um dos seus a limpar o que foi feito por quem realmente mandou na Figueira, entre outubro de 2009 e abril de 2019. 
"Em Abril de 2019, mais  importante que saber quem tinha sido, o que estava em cima da mesa era saber o que seria Carlos Monteiro como presidente de câmara até Setembro de 2021. 
Poderia vir a ser um dos melhores presidentes dos últimos 40 anos. Se tivesse sabido ouvir e comunicar com os figueirenses. Se tivesse sabido ser justo nas decisões difíceis. Se soubesse ter sido gestor e político. Se tivesse ter sabido distinguir as prioridades. Se soubesse ter lidado com os erros e ter feito as necessárias rectificações. Se tivesse sabido para onde ia e não navegar à vista. E, sobretudo, se tivesse sabido claramente o que queria e  para onde conduzia o concelho."
Carlos Monteiro foi uma desilusão. Fica para a história como apenas mais um. Com o pormenor de não ter sido eleito presidente. Ascendeu ao cargo por sucessão.
O resultado de pôr quem não serviu para a freguesia de S. Julião a lidar com um concelho como a Figueira ficou, nos dois anos em que esteve no poder, cada vez mais visível, como aliás em devido tempo foi previsto aqui no Outra Margem.
Com a ida de Ataíde para Lisboa, Monteiro teve o seu momento de deslumbramento. Foi um daqueles momentos raros, um golpe de sorte (acabou por ser de azar...) que acontecem por vezes às pessoas e também aos políticos. Daqueles momentos que fazem tudo ganhar objectivo e sentido - toda a espera, toda a paciência, os sapos engolidos e todo o trabalho, finalmente,  a valerem a pena. 
Faltou, porém, a consagração: Monteiro ter sido validado pelos votantes do concelho. O verdadeiro objectivo do medíocre percurso político de Monteiro, ser aceite por uma sociedade figueirense que sempre o rejeitou. A derradeira meta era vencer essa rejeição. Não conseguiu.
Ricardo Silva: em 2017 foi o quarto na lista à Câmara encabeçada pelo Dr. Carlos Tenreiro e o PSD elegeu 3 vereadores. Ricardo Silva ficou à porta, mas acabou por ocupar o lugar de vereador em substituição de Ana Oliveira. 
Em 2021, era o número dois na lista do Dr. Pedro Machado e o PSD elegeu um vereador. Voltou a ficar à porta.
A curto prazo veremos se avança para a vereação ou se o PSD Figueira, que vai ser o fiel da balança na próxima gestão autárquica, indo ao encontro daquilo que certamente será do interesse do Dr. Santana Lopes, consegue encontrar outra solução interna para viabilizar uma gestão autárquica sem sobressaltos nos próximos 4 anos.
Na Figueira, como em todo o lado, não há políticos imprescindíveis.
E se os houvesse, não seria certamente, politicamente falando, um especialista em criar factos políticos e dar "cambalhotas" políticas.
 
Entretanto, o Dr. Pedro Machado considerou que o seu papel está cumprido e foi dedicar-se ao turismo.
A vida é tão simples...

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Rendeiro...

No dia 22 de Setembro, os advogados do BPP avisaram a Justiça portuguesa para o perigo de fuga de João Rendeiro. Hoje, o Conselho Superior de Magistratura (órgão que fiscaliza os magistrados) concorda com a juíza titular do processo (Tânia Loureiro Gomes) que considerou que «nada fazia prever que havia perigo de fuga».
A passividade e o manto de silêncio sobre a fuga de João Rendeiro, ao mais alto nível institucional, remetem os protagonistas para a sarjeta política em que estão tão habituados a chafurdar que já nem dão conta da porcaria que os cidadãos vêem. Uns com os olhos no chão, outros a fazerem graças nervosas e ainda uns quantos a meterem o princípio da responsabilidade política no bolso e até a invocarem a presunção de inocência.
Entretanto, a manobra de diversão para abafar a fuga de João Rendeiro à custa das Forças Armadas. 
O fait divers que serviu para desviar as atenções da fuga de João Rendeiro ficou "esclarecido".  Agora, resta esperar – boa sorte! – pela palavra presidencial sobre mais um escândalo na Justiça que faria cair o governo em qualquer país digno de um Estado de Direito.

"Para alguns sectores social-democratas locais, a aproximação a Pedro Santana Lopes é encarada como vital para a reabilitação do partido..."

Perante este cenário, e tendo em conta o que aconteceu na campanha eleitoral, o que resta ao PSD Figueira fazer com Ricardo Silva, ainda presidente da concelhia? 
Ao que transpirou para a opinião pública, o clima anda muito crispado e há muita contestação pelos lados da Rua da Liberdade à metodologia utilizado pelo presidente da concelhia.
Segundo o que conseguimos apurar junto de fontes ligadas à concelhia do PSD Figueira, este comunicado não saiu de nenhuma tomada de posição colectiva desta estrutura dirigente do partido. Nomeadamente, existe grande descontentamento pelo facto do presidente da concelhia ainda não ter apresentado a demissão e continuar, ainda que ligado às máquinas, a tentar manter o poder a todo o custo.

Via Diário as Beiras

O "fenómeno" Santana, "apesar de querer “enterrar machados de guerra”, deixou claro "que ninguém o verá do lado contrário ao dos seus princípios por interesses políticos”, ao dizer que “sabe bem qual é o seu bando”

 Via Campeão das Províncias

PARA LER MELHOR, CLICAR NA IMAGEM

Na despedida, a obra para o futuro: “O MAR QUE NOS UNE” ...

 Via Paulo Pinto

"Os Municípios da Figueira da Foz, Cantanhede e Mira representados em “O mar que nos une” uniram-se, para um projeto cultural focado no mar, a realizar simultaneamente nestes três concelhos.

A candidatura orçada num valor de cerca de quase 300 mil euros, para a Programação Cultural em Rede 2021, foi aprovada pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC). Financiamento a 100%.

O projecto, com direcção artística de André Varandas, visa integrar, capacitar e revitalizar os agentes culturais e artísticos oriundos dos territórios dos três municípios, que constituem, seguramente, um dos sectores mais afectados por esta situação pandémica.

A Programação em Rede “O Mar que nos Une” inclui 120 associações e artistas locais, com 208 eventos a apresentar em 57 locais dos três concelhos que se uniram nesta iniciativa.

Os eventos serão criados em 24 “oficinas”.

O Mar é o elemento unificador das características das populações dos concelhos de Figueira da Foz, de Cantanhede e de Mira e é uma iniciativa para a revitalização do sector, que está fragilizado devido à situação pandémica provocada pela covid-19, sendo a iniciativa um apoio aos artistas e colectivos artísticos, culturais e recreativos, que há muito se encontram em situação de imposta estagnação e suspensão da sua normal actuação.

Nota: Obra no Cabo Mondego
Imagem de uma “Amonite”, constituem um grupo extinto de moluscos que existiu há milhares de anos na zona do Cabo Mondego.

Obra de - Bordalo II, o artista ecológico."

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

À ATENÇÃO DOS GRANDES ESTRATEGAS QUE QUISERAM IMPEDIR SANTANA LOPES DE IR A ELEIÇÕES...

Não conseguiram que Santana Lopes deixasse de ir a votos para a Câmara Municipal da Figueira da Foz, mas conseguiram que a FAP fosse impedida de ir a eleições em Lavos e no Alqueidão.
Sabem o que aconteceu em Lavos e no Alqueidão? 
Duas maiorias absolutas do PS. 
O objectivo da candidatura de Pedro Machado era dar uma maioria absoluta ao PS e termos Carlos Monteiro como presidente de câmara da Figueira até 2033?
Em tempo.
Resultados eleitorais via site da CNE.

Haja um minimo de decência...

É certo que a Figueira política nunca foi um concelho muito normal em termos de práticas éticas...
Contudo, o decoro e a decência recomendam que estas notícias sejam recebidas com algum sentimento de preocupação. Isto vai continuar a correr mal para o PSD Figueira...
Via Diário as Beiras

 

O PCP está a suicidar-se?


Uma crónica publicada no Diário de Notícias pelo militante do PCP e jornalista Pedro Tadeu.
Para ler clicar aqui.

Para quem ainda não percebeu a derrota de Carlos Monteiro

Como escrevemos ontem neste blogue.
"O eleitorado figueirense não podia ser mais claro e objectivo: estava fartinho de Carlos Monteiro." 
O afastamento de Carlos Monteiro da presidência da Câmara da Figueira da Foz, se outras razões não houvesse - e existem - passaram por aqui: ter desfigurado Buarcos, a baixa da cidade, o jardim municipal e o Cabedelo, continuando aliás, a obra do seu antecessor.

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Em declarações hoje publicadas no Diário de Coimbra, o presidente da Comissão Política Concelhia do PSD Figueira, escusou pronunciar-se sobre os resultados eleitorais e nem adiantou se continua a liderar o partido na Figueira. 
Numa curta declaração, salientou que respeitavam os resultados eleitorais, “mas conscientes que fizeram uma candidatura credível, com propostas, com apoios nas elites locais e nacionais”.
O presidente da concelhia do PSD, a meu ver, já deveria ter apresentado a demissão. “A vontade do eleitor foi soberana”
Não o fez, ainda, mas isso vai ser inevitável. Quem, em devido tempo, não faz o que devia, acaba a fazer o que não queria. 
O povo, o eleitor maioritário, na Figueira, divide-se em dois. O rural, velho e desconfiado, e o suburbano, pobre e remediado. Foi ignorado, como a curta declaração acentua (“fizeram uma candidatura credível, com propostas, com apoios nas elites locais e nacionais”) e pagou na mesma moeda à candidatura Pedro Machado – Figueira do Futuro. 
As elites, o eleitor minoritário, entre uma olhadela à Caras e ao lixo televisivo, ligaram mais à candidatura de Santana. 
As outras elites, as "intelectuais", entretidas que estão "na busca de um mundo melhor", apesar de no arranque terem marcado notória presença na candidatura de Pedro Machado-Figueira do Futuro, acabaram ligadas ao BE.
Ninguém, em seu perfeito juízo, conta com elas. O “seu” mundo, é o seu umbigo. 
Os jornalistas, os de Lisboa, entenda-se (que os da província ocupam-se da necrologia e da propaganda ao poder (seja ele qual for), estavam virados para outro lado. Assim sendo, ou o PSD local sai do armário – e há animação – ou isto vai continuar com cadáveres adiados que andam a fingir-se de mortos há muitos anos lá pela Rua da Liberdade. Querem ver que a salvação do PSD Figueira ainda vai passar pelo homem do nevoeiro!.. 

E a agravar o problema, lá mais para o inverno – em Dezembro (passe a publicidade) – até sem sede vão ficar. 
Uma desgraça, nunca vem só.

Dez de Agosto alvo de ação de despejo das instalações onde está desde 1883 (com um interregno de 5 anos, entre 1950 e 1955)

Via Diário as Beiras
"A Sociedade Filarmónica Dez de Agosto (SFDA) está a contestar no tribunal uma ação de despejo, acionada pelo senhorio. 
Ao que o DIÁRIO AS BEIRAS apurou, este ano, por dificuldades de tesouraria, a centenária coletividade pagou rendas com atrasos de alguns dias e numa ocasião atrasou-se um mês, pagando duas de uma vez. Neste momento, não tem rendas em atraso. 

A ação de despejo da Dez de Agosto foi um dos temas abordados na última sessão da Assembleia Municipal do mandato, por iniciativa da CDU, que indagou o executivo camarário sobre o assunto. Deste, obteve a resposta de que estavam a decorrer conversações com a direção da SFDA, para se “tentar encontrar soluções”

Contactada pelo DIÁRIO AS BEIRAS, a direção da coletividade, liderada por Sansão Coelho, adiantou que o processo está a decorrer em tribunal e que aguarda pelo resultado. No entanto, os dirigentes da SFDA mostram-se otimistas em relação ao desfecho do contencioso. O presidente da “Teimosa” espera, por outro lado, “que o novo executivo camarário (que será presidido por Pedo Santana Lopes) se envolva numa solução para este problema”
Fundada a 10 de agosto de 1880, a SFDA é uma das mais emblemáticas coletividades do concelho da Figueira da Foz. 
 Alcunhada de “Teimosa”, a associação tem entre os seus nomes históricos a atriz Maria Olguim (1898-1984), que ali iniciou a sua longa e bem-sucedida carreira na arte de representar. A Dez de Agosto desistiu da banda filarmónica no início do corrente século."

O eleitorado figueirense não podia ser mais claro e objectivo: estava fartinho de Carlos Monteiro

O sinal dado pelo eleitorado figueirense foi claríssimo: estava saturado de Carlos Monteiro.
Deu a vitória ao PS e a José Duarte na votação para a Assembleia Municipal. Deu a vitória ao PS em 11 das 14 catorze freguesias que o concelho tem. Derrotou Carlos Monteiro e uma  equipa de vereadores testada em 2 mandatos anteriores com maioria absoluta.
A autarquia figueirense era do PS há 12 anos. A derrota de Carlos Monteiro abre espaço à oposição interna no PS Figueira. A meu ver, Carlos Monteiro foi derrotado pelos do PS que não votaram no candidato do seu partido para a Câmara, por estarem fartos e desiludidos da sua prestação nestes dois últimos anos, depois que assumiu o cargo de presidente de câmara, em consequência da ida do falecido Dr. João Ataíde para o governo.

Contudo, as coisas não estão fáceis para a governação do concelho. 
Em muitas freguesias não existem maiorias. Pedro Santana Lopes, na Câmara, vai precisar de entendimentos com o PS ou com o PSD para governar.
A Figueira anda de novo nas bocas do mundo. E isso parece bastar, por agora, aos figueirenses. Mas não vai ser sempre assim.

As sondagens não falharam só em Lisboa. Também naquela que Santana Lopes prometeu que ia  transformar em “capital do mar”  falharam. 
As últimas apontavam mesmo uma maioria absoluta para o líder do movimento independente Figueira A Primeira (FAP). Contudo, foi preciso contar até aos últimos votos: Pedro Santana Lopes ganhou a câmara por  619 votos.
Santana ganhou, em 2021, a câmara da Figueira porque o candidato do PS derrotado foi Carlos Monteiro.

20 depois, a realidade é a realidade. O eleitorado figueirense foi claro e objectivo.
Deu a vitória na Assembleia Municipal e em 11 das 14 freguesias ao PS, mas para a Câmara proporcionou a  Santana Lopes cometer "uma proeza sem igual" ao ganhar a Carlos Monteiro e à sua equipa de vereadores que vinham de 2 maiorias absolutas. Santana Lopes está na Figueira. Por quantos anos: quatro, oito ou doze?