O mundo que temos é este em que vivemos. Portanto: «não importa para onde tentamos fugir, as injustiças existem em todo o lado, o melhor é encarar essa realidade de frente e tentar mudar alguma coisa.» Por pouco que seja, sempre há-de contribuir para aliviar...
Creio nos anjos que andam pelo mundo, creio na deusa com olhos de diamantes, creio em amores lunares com piano ao fundo, creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes;
creio num engenho que falta mais fecundo de harmonizar as partes dissonantes, creio que tudo é eterno num segundo, creio num céu futuro que houve dantes,
creio nos deuses de um astral mais puro, na flor humilde que se encosta ao muro, creio na carne que enfeitiça o além,
creio no incrível, nas coisas assombrosas, na ocupação do mundo pelas rosas,
«O fotógrafo Diogo Andrade percorreu toda a costa portuguesa, desde Caminha até Vila Real de Santo António, e trouxe consigo apenas os "postais feios". Construção sobre zonas protegidas ou de altura ilegal, indústria pesada instalada sobre os areais, vias de escoamento de resíduos a céu aberto, exemplos de planeamento urbanístico e paisagístico disfuncionais constam nas imagens do projecto que o fotógrafo ironicamente intitulou de O Jardim.
A Póvoa de Varzim, a Figueira da Foz e a Quarteira foram as cidades que, devido à elevada extensão e densidade habitacionais, o impressionaram mais negativamente. "Em termos de poluição ambiental, a refinaria de Leça da Palmeira e o Porto de Leixões, bem como toda a área do porto de Sines e São Torpes, são zonas em que se sente uma brisa marítima 'diferente'", ironiza. "Tudo poderia ter sido feito com mais critério e, sobretudo, com mais pensamento estratégico."
Diogo aponta o dedo ao turismo, "sem demonizar", como um dos principais responsáveis pela "intensa mudança da costa portuguesa" das últimas décadas, mas não isenta de culpa a população, que alimentou o forte desejo de "comprar ou arrendar uns metros quadrados à beira mar". "O Jardim não é um projecto de denúncia", elucida o fotógrafo, "mas sim de investigação sobre as escolhas erradas que foram feitas ao nível de desenvolvimento urbanístico e gestão do território, seja por parte do Estado, do poder local ou do cidadão individual".»
"Da minha, parte acabou", afirmou Carlos Monteiro. E acrescentou: "Se entretanto não saírem, no dia 1 de agosto, estão as máquinas a entrar [no parque de campismo para o demolirem]".
Teotónio Cavaco, hoje na sua habitual crónica das terças-feiras no Diário as Beiras:
«o Cabedelo é um diamante por lapidar, o que pressupõe
a possibilidade única e irrepetível
de aperfeiçoar o espaço, dotando-o
das condições que lhe permitam
tornar-se efetivamente um produto
turístico de excelência, mas também
um risco, proporcional ao valor inicial
acrescido do valor incorporado: o de
estragar tudo;
porque é que o Município da
Figueira da Foz, não tendo ganho na
sua decisão de tomar posse administrativa do Parque, a 1 de agosto,
não muda de atitude, encetando
uma verdadeira política de auscultação dos envolvidos, para, a partir daí,
e com o contributo da comunidade,
construir um novo Cabedelo?»
Entretanto, o assunto foi abordado ontem na reunião de câmara.
Seegundo o Diário as Beiras, edição de hoje.
"Custa-me a aceitar que
o Porto da Figueira da
Foz seja deixado para
trás”, frisou o autarca
Carlos Tenreiro. Miguel
Babo entende mesmo
que esta situação é inacreditável, lamentando
que este conselho de
administração não ajude o concelho. “O facto
de não ser competente
é muito grave”, frisou.
Do lado do executivo, o presidente Carlos
Monteiro tentou colocar alguma “água na
fervura”, reconhecendo que o facto de haver um compromisso
escrito de adiamento
da obra para 2023 é
um bom sinal. Quanto
à perda de importância
do porto, o presidente
referiu que defendeu
na Comunidade Intermunicipal Região de
Coimbra a duplicação
da ligação ferroviária
entre a Figueira e Coimbra e a necessidade de
se continuar a investir
naquela estrutura".
Carlos Monteiro, BRANQUEANDO, o que foi feito pelo governo. Recomendo OMO: lava mais branco...
"Depois de ter perdido em primeira instância e no Tribunal da Relação, a Câmara Municipal da Figueira da Foz viu agora indeferido o recurso interposto ao Supremo Tribunal de Justiça. O processo vai transitar em julgado e a autarquia terá mesmo de pagar mais de 5,1 milhões de euros à massa insolvente da Paço de Maiorca (que tem no banco BPI um dos principais credores), por colocar termo ao projecto, não concluindo os trabalhos de empreitada, ficando por pagar, financiamento e trabalhos de construção."
«“Em breve”, também deverá ser resolvido o dossiê do Paço de Maiorca. As obras de reconversão do imóvel histórico em unidade hoteleira de charme, ao abrigo de uma falhada parceria público-privada, encontram-se paradas há vários anos. A solução passa por a autarquia pagar três milhões de euros à banca, podendo ter de concluir o projecto, se não houver um privado interessado em fazer as obras e explorar o negócio. Sendo certo, contudo, que a actividade será concessionada a privados.»
O músico Waldemar Bastos, morreu esta segunda-feira de madrugada em Lisboa, vtima de cancro.
As canções integraram a luta de resistência dos angolanos. Uma das mais emblemáticas é, sem dúvida, Velha Chica, composta por Valdemar Bastos, antes do 25 de Abril.
Sou da idade de Waldemar Bastos.
A Primeira Festa do “Avante!” realizou-se a 24, 25 e 26 de Setembro de 1976, na FIL, em Lisboa.
Em 1976, tínhamos ambos 22 anos. No dia 25 de Setembro de 1976, um sábado, cerca das 16 hora, ao deambular ao acaso pela Festa, ouço uma voz que desconhecia totalmente: era Waldemar Bastos, num dos palcos secundários da Festa. Aquele que viria a ser um dos mais consagrados artistas da lusofonia.
Apelidado de "Lenda Africana", Waldemar cantou uma Angola sem fronteiras.
A música corria-lhe no sangue desde criança. Construiu pontes a partir de África, navegando pelo afropop, pelo fado e por influências brasileiras, numa sonoridade que abraçou toda a lusofonia.
Tive a oportunidade de ouvi-lo, pela primeira vez, há 44 anos, naquele que passou a ser o maior evento cultural, artístico, político, de convívio e de confraternização, do país.
Tínhamos ambos 22 anos. 44 anos, depois Waldemar Bastos, uma voz activa contra as disparidades em Angola tendo mesmo escrito “Pra quê tanta dor/pra quê tanto ódio/… /Angola é tão grande/tão rica e tão linda/que dá para todos nós” na canção “Sofrimento”, de que dizem que tinha um feitio difícil, pois era directo e frontal, partiu deste mundo.
Pugnou sempre por uma Angola na qual todos tivessem possibilidade de viver e de usufruir do país, o que não acontece.
Foi sempre uma voz dissonante perante a má distribuição da riqueza. Daí não ser querido pelo poder. Mas era acarinhado pelo povo.
Voltou várias vezes a Angola, sobretudo como artista. Sempre que tentava fazer algo, tudo lhe era impossibilitado. As vozes do livre pensamento são sempre incómodas para o poder.
Sempre cantou e lutou pela liberdade. Considerava que também é obrigação do artista ser consciente. É preciso abrir as portas da liberdade, não só através da música como também com atitudes e comportamentos.
Por norma, o poder não gosta dos artistas que são uma referência para o povo.
Com a morte de Waldemar Bastos desapareceu alguém que tinha a consciência que a arte e o talento e a música podem dar alento e esperança.
Desemprenhou essa misssão com humildade e competência.
"Centro de Recolha Animal Municipal será instalado em Santana"...
«“O projecto está pronto e o espaço está definido. Estamos na fase de submeter o CRA a uma candidatura, o mais depressa possível”, afirmou o vereador Miguel Pereira ao DIÁRIO AS BEIRAS. A construção avançará “o mais breve possível”. »
"Adjudicação da requalificação do jardim"
«As obras, que poderão arrancar até ao final do corrente ano, foram lançadas a concurso público, o segundo, com uma base orçamental de 1,3 milhões de euros.
As obras abrangem as ruas adjacentes, numa zona de ligação entre a Baixa da cidade e as Abadias. O jardim, por seu lado, terá um coreto, um novo parque infantil e um café com esplanada.»
Para mais tarde recordar: «A empreitada tem um prazo de execução de 12 meses.»
"Autarquia define normas para marchas populares"
«A Câmara Municipal da Figueira da Foz já defi niu as normas para a participação de grupos nas marchas populares de S. João de 2021.»
Este é também um dos assuntos da agenda da reunião de vereação, que se realiza hoje.
"Não podemos somar bondade aos homens bons. Não podemos acrescentar coragem aos heróis. Não podemos somar mais dor às prisões e torturas sofridas por Mandela ou Cunhal. Não podemos somar bravura desinteressada a um Salgueiro Maia. Não podemos, não porque nos falte a boa-vontade… mas sim por falta de talento, ou de valor. Vasco Gonçalves pertence a essa galeria de seres humanos a cujos nomes já nada se pode acrescentar. Porque já foram inventados todos os insultos que era possível ele ter sofrido… da mesma forma que, do outro lado da barricada, nos faltam as palavras para mais e melhor o honrarmos.
Durante um curto espaço no tempo, vislumbrámos a forma real da “utopia”. Conseguimos colocar legendas nos nossos sonhos. Conseguimos demonstrar que as utopias são apenas projectos por concretizar. Quase conseguimos ver a forma e sentir o sabor do futuro. Pela primeira vez em muitas décadas, adormecíamos com a profunda convicção de que o dia seguinte ia ser melhor. Com vontade de acordar para esse dia. Com vontade de participar na sua construção e orgulho nas marcas que as nossas mão iam deixando. Com vamuelontade de fazer filhos que o vivessem. Tal era o efeito de ter no poder, pela primeira vez nas nossas vidas, um dos nossos. Um companheiro. Um amigo. Um camarada."
Na política figueirense é normal confundir-se táctica com estratégia. Uma coisa, contudo, é conseguir colocar as tropas no terreno; outra coisa, é conseguir um plano engenhoso para alcançar um fim.
Depois, existe outro problema: confunde-se vezes de mais, a realidade com aquilo que gostariamos que ela fosse. Mas, não é.
A Figueira, nos próximos 13 anos, pode correr o risco de ter um problema chamado "o político Carlos Monteiro".
Convém, desde já, esclarecer que, pessoalmente, nada tenho contra Carlos Monteiro. Aliás, este OUTRA MARGEM, não tem, nunca teve e nunca irá ter problemas pessoais com ninguém. Muito menos, eu, o seu único responsável e autor.
Escrito isto, vamos então tentar perceber "o problema político chamado Carlos Monteiro".
1. Não subiu, até chegar a presidente não eleito, na estrutura do PS Figueira por ter ideias . Foi singrando porque dizia que sim a quase todos, o que agradava a muitos.
2. Não ter ideias, na Figueira, dá jeito: descompromete e permite fazer isto e o seu contrário. Mas, também deixa a descoberto a inexistência de um rumo claro e seguro.
3. Carlos Monteiro, sabe que no PS Figueira, neste momento, é o chefe.
4. Porém, também sabe que ainda não é líder.
5. O seu poder no PS Figueira ainda não é caucionado pelo Patriarca Fernando Cardoso e outros socialistas da velha guarda. Muito boa gente no PS Figueira ainda não engoliu a sua entronização como presidente da Câmara em substituição do falecido João Ataíde.
6. Enquanto tiver poder, lugares e benesses para distribuir, vai aguentando.
7. Carlos Monteiro já percebeu que algo de diferente tem de ser feito no concelho... As coisas estão más e vão ainda ficar mais feias no País.
8. Por aquilo que tenho vindo a observar, pela exposição que tem sofrido nos últimos meses, ao político Carlos Monteiro falta bagagem técnica e políca, segurança, visão, e - porventura - coragem, para ser o presidente de Câmara que a Figueira precisa para enfrentar o enorme desafio que os próximos anos representa para a Figueira e para o País.
9. Mesmo que consiga segurar o vereador Nuno Gonçalves, a única esperança que resta a Carlos Monteiro, do actual executivo, não chega. A Figueira precisa de mais.
Nota Final.
Escusam de tentar diabolizar OUTRA MARGEM e o seu autor.
Melhores dias hão-de vir. Entretanto, continuemos a ouvir a voz de Adriano: