quarta-feira, 10 de junho de 2020

À viva...

Convento de Seiça (3)

"Em 2000 começaram conversações por parte da Câmara Municipal no sentido de adquirirem o Convento de S. Maria de Seiça, na altura já em adiantado estado de degradação. O negócio seria concluído em 2004, sendo o edifício classificado como Imóvel de Interesse Público em 2002. De então para cá muito se tem reclamado que algo de sério se faça no sentido de impedir a ruína absoluta.
Em finais de 2018 anunciou-se que o mosteiro obtivera a classificação de monumento nacional, condição sine qua non para candidatura a fundos estruturais. Equívoco inexplicável, pois só em Abril do ano passado é publicado o Anúncio 66/19 determinando a abertura do procedimento de ampliação e reclassificação como Monumento Nacional e indicando estarem os elementos relevantes do processo disponíveis nos sites da D. G. Património, da D. R. Cultura Centro e da Câmara Municipal.
São incontornáveis o esforço e dedicação da SMS-Associação dos Amigos de S. Maria de Seiça, na defesa do monumento e os passos que têm dado no sentido da almejada classificação e do socorro urgente do ainda majestoso complexo. Neste momento crescem árvores nos torreões: cegonhas vão aí construir ninho. Este poderá ser o fatídico golpe na integridade do que resta: cada ninho pode pesar 200 kgs! A Câmara Municipal tem de pôr pés ao caminho sem assobiar para o lado. Urgente mexer os cordelinhos de modo a rapidamente se proceder a obras de sustentação. Por aqui andaram o Abade João e Afonso Henriques na luta contra os mouros.
A SMS tem um livrinho ilustrado, que relata a lenda criada à volta do aio do rei e sua cura miraculosa atribuída a S. Maria! “Vejo”o mosteiro apoiado por vigas de metal incorruptível, fechados os espaços ainda existentes por acrílico transparente, dando ao convento a dignidade merecida. A igreja primitiva vem da génese do País, não é pouco! Ali poderão ainda fazer-se visitas, ouvir música medieval, estar patente em cada 15 de Agosto, aquando da festiva feira, com mais de 500 anos, agora lamentavelmente mais nua pelo corte exacerbado de árvores naquele sítio lindo. Um karma que nos persegue!"

Via Diário as Beiras

Seiça e Maiorca à venda ... E porque não o Forte de Santa Catarina?

Notícia de ontem, via jornal EXPRESSO:
Estado compra imóveis de turismo até ao valor de cinco milhões de euros.
"A Turismo Fundos, sociedade que gere os fundos de investimento imobiliário do Turismo de Portugal, vai lançar um concurso de compra de imóveis, destinado a pequenas e médias empresas do turismo e da indústria, no valor de 60 milhões de euros, revela o “Jornal de Negócios”. Só serão comprados imóveis avaliados até cinco milhões de euros."
Foto Luís Fidalgo
Será que está aqui a oportunidade que o Presidente da Câmara aguardava para vender  o Convento de Seiça (no Paião) e o Paço de Maiorca (em Maiorca)?
Recorde-se que tanto o Convento de Seiça como o Paço de Maiorca estão à venda há anos... 
Já, agora, porque não incluir no pacote o Forte de Santa Catarina?

Eleições para a concelhia do PSD a 27 deste mês...

Carlos Tenreiro foi o cabeça de lista dos socialdemocratas, que, no dia 1 de Outubro de 2017, no concelho da Figueira da Foz, teve a maior derrota desde 1982.  O PSD viu reduzida a sua participação na vereação, de quatro para três elementos.
O PSD Figueira da Foz marcou as eleições para a concelhia para o próximo dia 27 de Junho, na sede da Rua da Liberdade.
Dado que as próximas eleições autárquicas terão lugar em 2021, passará pela nova concelhia eleita o processo da candidatura autárquica.
Quando faltam 17 dias para o acto eleitoral, deverá estar certamente garantida uma lista para se candidatar à concelhia que vai gerir o maior partido da oposição na Figueira nos próximos tempos. 
Entretanto, não se esqueçam de pagar as quotas...

Presidente da Câmara admite vender Convento de Seiça (no Paião) e o Paço de Maiorca (em Maiorca)

Convento de Seiça e Paço de Maiorca...      
Em declarações ao DIÁRIO AS BEIRAS, edição de hoje,  o presidente da câmara, Carlos Monteiro, admite que o município poderá vir a vender o Convento de Seiça (no Paião) e o Paço de Maiorca (em Maiorca), dois imóveis históricos, ambos classificados e propriedade do município da Figueira da Foz. Evidentemente,  “se aparecerem propostas interessantes e bons projetos”, sublinhou o autarca.
Entretanto, a edilidade figueirense vai candidatar a conservação das ruínas do convento construído pela Ordem de Cister antes da nacionalidade portuguesa a fundos comunitários. Esta intervenção poderá custar três milhões de euros.

Lotação das praias: 51 200 é o limite

Como diri o outro, é só fazer as contas: Alto do


Bom dia e bom feriado

terça-feira, 9 de junho de 2020

Convento de Seiça (2)

"Em 2020, num concelho como o da Figueira (não tão rico assim no que à quantidade de património histórico edificado diz respeito), sermos convidados a opinar, num intervalo de quinze dias, em relação a soluções para duas das principais jóias patrimoniais, demonstra, logo à partida, o muito pouco ou nada que o respectivo proprietário tem feito nesse sentido.
Neste caso, basta uma rápida pesquisa online para constatar a real mas muito triste associação entre “Santa Maria de Seiça” e “abandonado”, “esquecido”, “à espera”… – outra atenção e outros adjetivos merece sem dúvida um edifício mandado construir por D. Afonso Henriques antes até ( 1162?) da confirmação e do reconhecimento da nossa própria nacionalidade ( 1179 ).
Dos Crúzios para a Ordem de Cister (mas sempre muito importante para a fixação e defesa das populações numa época de definição de territórios, de fronteiras e de poderes), este edifício conventual foi totalmente reedificado entre os últimos anos do século XVI e o início do século XVII, passando a funcionar como centro de estudos filosóficos da Ordem de Cister, devido à sua proximidade do Colégio de Santa Cruz de Coimbra.
No século XIX o interior foi muito alterado com a instalação de uma fábrica de descasque de arroz (!), sendo vendido em 1834 e acabando por parcialmente ruir – há já tempo demais!
No final de 2018, a confirmação de que o mosteiro de Santa Maria de Seiça tinha passado de Imóvel de Interesse Público a Monumento Nacional pressupôs que a mudança de estatuto facilitaria a sua recuperação e conservação, ainda abrindo a porta à possibilidade de co-financiamento público, mas o tempo vai passando e do projeto que a Câmara da Figueira anunciou (reabilitação das ruínas e criação de um espaço interpretativo com interesse cultural e turístico) nada se sabe.
Assim, ao contrário do Paço de Maiorca, neste caso a solução “apenas” tem de contemplar a salvaguarda da melhor solução dos pontos de vista patrimonial, económico e político, e tal só pode acontecer através da candidatura a um Programa de Financiamento Comunitário – cada dia é um dia a menos."
Via Diário as Beiras

Mário Centeno sai da pasta das Finanças

Está feita a troca que era esperada, logo no dia em que está aprovado o Orçamento Suplementar. 
João Leão é o novo ministro das Finanças e entra dia 15. Centeno estará presente no anúncio de Costa.
Mário Centeno sai do governo e entra João Leão. O novo ministro das Finanças vai ter mostrar a sua raça:  já vai ser ele fazer defesa do Orçamento Suplementar no Parlamento.

Via Observador

Um olhar sobre o património figueirense...

Vivemos num País em que nada é nosso.
1- A apropriação feita pelo Estado do nosso património, obriga-nos a pagar a renda de uma casa, em sede de IMI, embora teoricamente a casa continue a ser nossa.
2 - O Estado, se o quiser fazer, apropria-se dos nossos ordenados: ora via directa, cortando-os, como aconteceu no tempo do governo de Passos Coelho,  ou via IRS.

Perante isto - e muito mais - o mínimo a exigir ao insaciável e despesista Estado, que mantemos e sustentamos, era que cuidadasse e preservasse o património que é realmente seu. Isto é: nosso - em princípio, de nós todos.
Foto Luis Fidalgo via Isabel Maria Coimbra

O Centro de Artes e Espectáculos (CAE) vai abrir no próximo dia 12...

Na próxima sexta-feira, pelas 21H30, será projetada a fita “Mosquito”, de João Nuno Pinto, no Auditório João César Monteiro. Tal acontece, cerca de três meses depois do encerramento, devido à pandemia. A entrada é de 4,00€ por pessoa.
No dia 20 de junho, pelas 21h30, o Grande Auditório recebe um espectáculo de AUREA, no âmbito do festival “Regresso ao Futuro”. Os bilhetes têm o preço único de 10,00€ e estarão à venda a partir de terça-feira, 9 de junho, nos locais habituais e na bilheteira do CAE.
Entretanto, está a ser elaborada a nova programação, que será adaptada às medidas de segurança sanitária.

Quem quiser praticar ténis e não pretença à elite figueirense tem alternativas...

Da série, quando falta pouco mais de um ano para as próximas autárquicas, o combate trava-se nos bastidores do profundo...

Há vidas, assim: difíceis...

Segundo o Correio da Manhã, "João Gomes Cravinho, Ministro da Defesa, ao indicar Catarina Nunes para a OGMA, onde é gestora não executiva, e para a nova administração da IdD, deu dois ‘tachos’ a ex-adjunta"!..
Mais pormenores, via Sábado.
"O ministro da Defesa indicou uma ex-adjunta para duas empresas da Defesa: Catarina Nunes, que trabalhou no gabinete de João Gomes Cravinho de outubro de 2018 a outubro de 2019, é administradora não executiva da OGMA - Indústria Aeronáutica de Portugal, desde o final de março último, e foi um dos nomes propostos para a nova administração executiva da IdD - Plataforma das Indústrias de Defesa Nacionais, empresa que irá ser a nova holding do sector. 
Na OGMA, onde tem uma reunião mensal, Catarina Nunes ganha, segundo apurou o Correio da Manhã, 1800 euros por mês e na IdD terá uma remuneração mensal bruta de 5127 euros, incluindo despesas de representação."

"Líder da oposição": procura-se

Pedro Correia, via Delito de Opinião.
Onde é que eu já ouvi isto?
«Eu não estou aqui para dizer que tudo o que o Governo faz é mau.»
«Se houver uma ou duas medidas com que não concordo, haverá outras com que concordo.»
«Não estou a criticar nada.»
«Não estou a dizer que as medidas do Governo são boas ou más.»
«Algumas das medidas que o Governo apresenta até são iguais às nossas, penso que até eventualmente tiradas das nossas, porque nós apresentámos primeiro - o que está bem, não estou a criticar nada, bem pelo contrário.»

«Como construir o amanhã do concelho da Figueira?..»

Era o debate importante e que interessava fazer, neste momento.
Os impactos  da crise pandémica estão aí. A crise, que já exisitia na Figueira antes do COVID19, cresceu. É urgente reflectir, para pensar o futuro. Em vez disso, porém,  nos próximos meses, vamos assitir à luta partidária fraticida pela conquista do poder. 
Duvidam? Estejam atentos aos próximos meses...

Associativismo para elites

No passado, o associativismo era uma forma de juntar cidadãos para promover realizações e actividades desportivas, culturais e outras, sem o controlo do poder do Estado.
E, sublinhe-se,  muitas vezes mais do que ignoradas, perseguidas pelo poder. 
Temos no nosso país centenas de associações a cujos dirigentes devemos cultura e promoção em prol do bem comum, sem busca de protagonismo social e sem bajulação do poder.
Era assim o associativismo que pratiquei antes do 25 de Abril de 1974.
Nas últimas quatro décadas surgiu um novo tipo de associativismo. Gente em busca de promoção social tomou conta de clubes ou associações supostamente elitistas, onde só gente que quer parecer superior é admitida. 
Imagem via Diário as Beiras

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Convento de Seiça

"O que impressiona mais no Mosteiro de Santa Maria de Seiça é a diversidade histórica que se esconde por detrás da imponente fachada. De forma inverosímil acabou a sua vida útil como fábrica de descasque de arroz, após ter sido vendido a privados em 1911. A data exata da fundação é desconhecida mas há referências a este lugar desde 1162. Nessa época foram erguidas casas conventuais nos territórios reconquistadas aos Mouros. A partir desta altura Seiça passou a albergar uma comunidade de monges brancos  assim conhecidos devido à cor do seu hábito. Na Idade Média, o Mosteiro de Seiça foi suprimido devido aos desentendimentos com a casa-mãe de Alcobaça. Contudo, resistiu e em 1572 funcionou como centro de estudos filosófi cos, e em 1772 a igreja atual foi construída após a demolição da igreja medieval aí existente. A decadência chegou no sec. XIX e a capela-mor foi-se degradando acabando por ruir. Em 1871 a Junta de Paróquia deliberou a demolição da sacristia do lado sul tendo utilizado uma pedra gigante existente no Mosteiro para tapar o cemitério e o adro da Igreja do Paião. Quase 50 anos depois a construção do caminho-de-ferro da Linha do Oeste obrigou à demolição de mais estruturas. Hoje o edifício é propriedade da Câmara Municipal e classificado como Monumento Nacional desde 2019. O que fazer agora? Associar três vertentes distintas: a histórica, narrando de forma inovadora as “estórias”, lendas e os seus personagens (como se fez no Museu POROS, em Condeixa); a natural, mantendo as árvores, arbustos e parte da natureza que se mistura com o próprio edifício e que lhe dá uma beleza única, ligando-o assim à evolução do património biológico e até às alterações climáticas; por último, a vertente social, estabelecendo na ruína estruturas que permitam a sua vivência ativa e quotidiana, capitalizando a sua beleza natural e da envolvente."
Via Diário as Beiras