segunda-feira, 16 de março de 2020

Auto-caravanas estrangeiras invadem o Alentejo e já há blocos de betão na fronteira de Serpa

"A ausência de casos de infectados está a levar a uma romaria até ao Alentejo numa altura inusitada do ano e há quem esteja a procurar casa nalgumas aldeias do interior alentejano ou em montes isolados para fugirem ao contágio do novo coronavírus.
O facto da região Alentejo não ter registado, até ao momento, um único indivíduo infectado com a doença covid-19 está a suscitar uma desusada movimentação de auto-caravanas para algumas zonas do interior e do litoral alentejano e a procura de casa em montes isolados para fugir ao contágio.

No último fim-de-semana, o PÚBLICO testemunhou a circulação de um número anormal de auto-caravanas que circulavam no IP-8 e IP-2. Rui Eugénio, morador em Beja e membro da Comissão de Utentes do Hospital de Beja, também observou que lhe pareceu “vierem fugidos sabe-se lá de onde” e são conduzidos por pessoas “já com alguma idade” de várias nacionalidades.

A “grande movimentação” de auto-caravanas fazia crer que “haveria uma preocupação em sair do país” mas como as fronteiras entretanto encerraram “muitos deles voltaram para trás” e pelo modo como circulam “parece que andam ao Deus dará”, conjecturou Rui Eugénio.

No entanto, Rui Pato, morador em Serpa, deu conta, ao longo desta segunda-feira, de grandes movimentações de tráfego vindo de Espanha, que incluía auto-caravanas a entrar em Portugal pela ponte que atravessa o rio Chança, no lugar de S. Marcos. O PÚBLICO solicitou esclarecimentos a Francisco Godinho, vereador da Câmara de Serpa, que confirmou a circulação de viaturas naquele ponto da fronteira. No entanto, acrescentou, já foi “acordado com o alcaide de Paymogo (a povoação espanhola vizinha de Serpa) o seu encerramento ao trânsito automóvel e de pessoas recorrendo à “colocação de blocos de betão” nos dois lados da fronteira. A operação foi executada às 15h desta segunda-feira.

Também o parque de campismo da cidade alentejana foi encerrado após a saída de todos os que se encontravam no seu interior, incluindo auto-caravanas. Rui Pato referiu que elas permaneceram em Serpa concentradas em vários locais na periferia do perímetro urbano. No concelho de Mértola, perfilam-se junto ao cais fluvial no rio Guadiana. E há relatos de vários veículos deste tipo na costa algarvia.

No litoral alentejano, uma zona onde sempre houve graves problemas com auto-caravanas a estacionar em todo o lado na altura do Verão, estão também a chegar estas casas sobre rodas. É o caso da Zambujeira do Mar, onde a presença deste tipo de viaturas oriundas de vários países é vista pelos moradores ao risco de contágio pela covid-19.

Alberto Santos, residente na localidade, descreveu ao PÚBLICO a razão central da sua preocupação: “Hoje mesmo (segunda-feira) observei uma autocaravana com enorme atrelado e matrícula italiana.” A deslocação de cidadãos italianos, nesta altura, pode significar que “as pessoas vêm para aqui atemorizadas”, mas para os que residem na zona e que “nem sequer saem à rua para não criar problemas, este movimento assusta muito” por se viver uma situação de “grande risco sem que seja visível qualquer tipo de controlo”, observa Alberto Santos.

Defensor do direito a circular no “espaço comum que é a Europa”, considera, no entanto, que no actual contexto em que o continente está mergulhado, há “uma potencial situação de contágio” que “ultrapassa o direito de liberdade de circulação”.

Mais a norte, junto à Lagoa de Santo André, um residente local adiantou ao PÚBLICO um número “inusitado de auto-caravanas, 16,” que considera “estranho” pela sua quantidade: “São muitas nesta altura do ano.” A grande maioria dos seus utilizadores eram alemães e holandeses, mas “não é gente do pé descalço” pelo tipo de viaturas que apresentam, diz. 

Mas não é só com a casa às costas que se assiste uma peregrinação até ao Alentejo. A ausência de infectados por covid-19 na região está a alimentar a esperança de algumas pessoas de poder encontrar nas pequenas aldeias do interior ou em montes isolados um espaço para viver com segurança, onde se sintam protegidas.

Na passada semana, José Maria Louzeiro, residente em Vales Mortos, pequena localidade do concelho de Serpa, foi contactado por uma pessoa conhecida para saber se aceitaria alugar por seis meses uma moradia que tem junto ao monte onde vive a um casal jovem com dois filhos, que reside na Costa do Sol, por um período de seis meses”, até que a ameaça do coronavírus fosse mitigada. Entretanto o casal optou por residir em Vila Verde de Ficalho, ultimando-se neste momento o contrato de arrendamento. A sua actividade profissional é baseada no teletrabalho que executam para os Estados Unidos da América."

E POR CÁ?..

Via OBSERVADOR

«.... e vão ser tomadas várias medidas para conter a propagação do vírus, desde fechar esplanadas a encerrar parques infantis.
Será criada uma dotação financeira extraordinária, no valor de 1 milhão de euros, para aquisição de equipamentos essenciais para o combate à epidemia – deste valor, 700 mil euros serão destinados à aquisição de ventiladores e 300 mil euros para aquisição de outro material essencial como seringas elétricas difusoras, batas impermeáveis, fatos-macaco impermeáveis, boteiras, viseiras, óculos e máscaras.
No comunicado pode ler-se, também, que na área do “apoio social, será feito um reforço do Fundo de Emergência Social em 750 mil euros (passando de 250 mil euros para 1 milhão de euros) para futuras necessidades dos munícipes”.
Vai, também, haver uma “duplicação da verba disponível para o Fundo de Emergência Social-trabalhadores, disponível para os trabalhadores do município, serão adquiridos equipamentos de proteção especial para a Polícia de Segurança Pública e trabalhadores dos serviços prisionais de Oeiras”

Nota: Por cá houve hoje uma breve reunião de câmara. Falou-se da iluminação Led (Vila Verde), da Arte Xávega (Cova), Enforca Cães. E pouco mais... 

Última hora: a ministra da saúde acaba de anunciar a primeira morte em Portugal

... tinha 80 anos.

Governo vai suspender ligações aéreas, ferroviárias e vai restringir as terrestres.
Estarão apenas disponíveis, a partir das 23h de segunda-feira, nove pontos de fronteira terrestre que serão controlados. Estão ainda canceladas ligações aéreas e ferroviárias com Espanha a partir de hoje.

Marcelo Rebelo de Sousa falou ontem ao país sobre o Covid-19...



Missão cumprida, portanto...
Agora, deixem o Senhor em paz: tem de continuar a “lavar a loiça, pôr a roupa a lavar e fazer as refeições”...
Depois de ouvir o Senhor Presidente, reflecti com os meus botões e conclui o que vou pensar em voz alta: "isto não está bom nem está mau - está uma merda..."

A matemática que explica o tsunami europeu. E português...

Porque é que esta pandemia se tornou exponencial? 
O que é que os números de Itália, Espanha ou França dizem sobre o que nos pode acontecer? 
O matemático Jorge Buescu explica como se fazem as contas.

"A situação em Portugal vai piorar muito antes de começar a melhorar. Mas para melhorar temos de agir. Cada dia que passa sem nada fazermos é um dia, dentro de duas semanas, com mais mortos desnecessários."

Nota.
España, segundo país del mundo con más nuevos casos
El país suma 9.191 infecciones, más de la mitad en Madrid. Han muerto 329 personas y se han curado 540

Ponto de Situação Actual em Portugal (16.03.2020)

Via DGS

Da série, numa cidade de grandes manifestações culturais, a começar pelos grandiosos carnavais, é necessário alienar as pessoas com propaganda sobre "teatro municipal"?

Teatro Municipal
"Algumas dos meus colegas cronistas têm tendência para dizer que “sim” a toda e qualquer construção de nova infraestrutura. Contudo, o paraíso económico, a prosperidade ilimitada, recursos infinitos, o Estado que investe sem “rei nem roque” é obviamente uma falácia. Não existe tal possibilidade orçamental, não podemos ter tudo, piscina municipal, piscina de marés, museu do mar, teatro municipal, etc. Isto num país altamente endividado e num concelho ainda a pagar as dívidas contraídas no final dos anos 90, início deste século. Portanto, dizer que “sim a tudo” é querer ficar bem na fotografia, “enganando” os leitores quanto à viabilidade a curto prazo de tanto investimento em infraestruturas. Um Teatro Municipal na Figueira da Foz? Não faz muito sentido, temos o CAE, dezenas de coletividades e alguns espaços municipais onde é possível fazer teatro. O “Teatro Municipal” já existe, situa-se onde há grupos a representar. Uma parte fica no Sítio das Artes, onde o Páteo das Galinhas dinamizou nos últimos anos dezenas de peças e milhares de horas de atividade teatral. Deve-se este fulgor à iniciativa de um grupo de pessoas que amam o teatro, com particular destaque para a “Bé” Cardoso (recentemente falecida) – uma mulher comprometida com as artes e que deu um grande impulso ao teatro amador na Figueira da Foz. Para estes amadores não é necessário muito apoio institucional, muito menos um edifício pomposo a dizer “Teatro Municipal”. Precisam sim de um “Sítio das Artes”, polos de criação artística com capazes de criar sinergias entre pessoas, albergando diferentes grupos com interesses diversos. Termino este artigo com uma referência oportuna ao grupo cénico da Sociedade Boa União Alhadense. Um outro bom exemplo de “Teatro Municipal”. Fazem teatro sem esperar que haja grandes apoios, dando vida aos vetustos edifícios de várias coletividades mostrando aí a sua arte."
Via Diário as Beiras

Nota OUTRA MARGEM.
Importante era conseguir que o verão passasse a ser em Fevereiro. Até na Figueira, o frio esfria. Problema -  e grande -, pois o evento é ao ar livre, é o facto das temperaturas baixas incomodarem os seres humanos, na altura do desfile do carnaval...  Como a nossa temperatura corporal é cerca de 37 graus, sentimo-nos mais confortáveis em temperaturas amenas. Para mais num descampado frente ao mar! Na Figueira, o desfile do carnaval, costuma acontecer em demoníaca trindade de chuva, vento e frio. No Verão está calor e não chove; na Primavera está ameno e, às vezes, chove; no Outono está ameno e, frequentemente, chove; e no Inverno está frio e chove – muitas e muitas vezes. Importante, era conseguir que o o Verão passasse a ser em Fevereiro na Figueira!..
O limite, na Figueira, não é o céu.
O limite, pode ser o simples facto de, na Figueira, ser sempre carnaval.
Na Figueira, esse sonho tem sido possível...
Portanto, nada mais natural, que este executivo camarário se sinta  na obrigação de mantê-lo e assegurar o engenho e arte de o ir tornando realizável. A ele, ao carnaval... Não ao desnecessário teatro municipal.
E ainda bem que assim pensa quem de direito. 
A vida são dois dias, o carnaval são três e a saúde é um estado transitório que não augura nada de bom! 
E enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.
Que continue o Carnaval. Viva o carnaval!

Da série, "Isto é Lisboa"...

Da série, Temos obrigação de sublinhar o que a Figueira tem de positivo...

Para a MOT tem de ser sempre carnaval?

Imagem via Diário as Beiras

Hospital da Figueira anuncia novas medidas para combater Covid-19

"O Hospital Distrital da Figueira da Foz (HDFF) anunciou que decidiu suspender e adiar, a partir de hoje, as consultas externas em todas as especialidades, com excepção das consultas cujo critério clínico obriga a continuidade, no âmbito de um conjunto de medidas que enquadra no «esforço de contenção do Covid-19 e tendo em conta a expectável fase de crescimento da pandemia», de forma a garantir a protecção de profissionais de saúde, utentes e visitantes."
Via Diário de Coimbra

Suspeita de engenho explosivo no Parque de Campismo do Cabedelo (2)

Depois do Covid-19 nada vai ficar igual nas nossas vidas

Em conferência de imprensa realizada ontem, domingo, a ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou que é previsível que os casos de infeção por Covid-19 continuem a aumentar “pelo menos até final de abril”.
Nada de surpreendente. Mas, final de abril, daqui a um mês e meio, não deixa de parecer uma eternidade.
Nestes últimos dias senti que a minha vida mudou.

Haja resiliência, força, confiança, optimismo e ânimo para encarar os dias que estão para vir...

domingo, 15 de março de 2020

Suspeita de engenho explosivo no Parque de Campismo do Cabedelo

Foto OUTRA MARGEM
"Parte do parque de campismo localizado na praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, foi  evacuada neste domingo devido à suspeita de ali existir um engenho explosivo, disse à agência Lusa fonte da autoridade marítima.
O suposto engenho explosivo,  aparentemente uma granada de morteiro, foi hoje encontrado – junto à praia e levado para o interior do parque de campismo, que é ocupado maioritariamente por caravanas – por um utente do espaço.
“Está num vaso ao lado de uma caravana. É um engenho que aparenta ser explosivo, aparenta ser uma granada de morteiro, mas ainda não há confirmação”, afirmou o comandante do Porto da Figueira da Foz, João Lourenço.
Na sequência do alerta dado às autoridades cerca das 12H30, foram destacados meios da Polícia Marítima para o local, tendo sido activada uma equipa de sapadores da Marinha Portuguesa para confirmarem as características e avaliarem a perigosidade do achado, e eventualmente removerem o objeto em causa, adiantou o comandante do Porto.
Foi também criado um perímetro de segurança de 100 metros em redor da caravana em causa, com evacuação dessa zona do parque de campismo, disse João Lourenço.
Além da Polícia Marítima, estão no local meios da Unidade de Controlo Costeiro da GNR, em apoio às medidas de restrição de acesso e afastamento dos campistas.
O comandante do Porto da Figueira da Foz avisou ainda que, perante eventuais artefactos explosivos, a regra é as pessoas “não tocarem, não mexerem e avisarem as autoridades”.
Esta pessoa [que encontrou e levou o objeto para o interior do parque de campismo] pôs-se em risco a ela própria e todas as outras em redor. Um objeto desta natureza, mesmo velho, nunca se sabe se pode rebentar ou não”, alertou João Lourenço."
Em tempo.
Resumindo, não passou disto: houve um campista que ao passear pela praia, viu um objecto, pegou nele para enfeitar o seu espaço no interior do parque. Com tantos problemas, graves, no País, mobilizou uma força que, segundo o que sabemos, virá de Lisboa, para ver o que se passou.
Ainda por cima, isto acontece quando a catástrofe existente no País, impossibilita o turismo de catástrofe, já habitual no Cabedelo... 

Anúncio, em 14.03.2020, pelo director do CEMAR, Alfredo Pinheiro Marques, da suspensão e adiamento dos Encontros do Mar 2020 na Figueira da Foz do Mondego (Buarcos), devido às medidas de prevenção da crise do coronavírus actualmente em curso.

Para ver o vídeo clicara aqui.

Serviço público: a arte de lavar as mãos

Memória (2)

Covid-19: "Não temos nenhuma justificação para o fecho de fronteiras", diz Governo

Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, disse que, neste momento, não se justifica o encerramento das fronteiras portuguesas, nem o fecho da rede de transportes públicos, como o metro.

Memória