"Em maio de 2018 foram lançadas (poucos dias antes do início do verão) as empreitadas da Qualificação (tenho cada vez mais a certeza que o nome é tragicamente oposto à dita) da Frente Marítima de Buarcos e da (Re)qualificação das ruas do Núcleo Antigo da Figueira, no âmbito do PEDUS, as quais, dizem, ficarão por 4,5M€+IVA (em fases sucessivas, tantas quantas os diversos calendários assim o justificarem) – sobre o Cabedelo falarei noutra maré.
Condenados a viver num estaleiro, o qual, pelos vistos, está para durar (com evidentes impactos negativos na qualidade de vida dos que nestas zonas habitam e trabalham, no adiamento da fruição dos espaços e da sua função enquanto produto e recurso turístico, e nos constrangimentos brutais ao comércio tradicional e aos serviços), é-nos dito agora que a justificação para este transtorno, que no caso do Núcleo Antigo da Figueira se prevê que ainda dure mais muitos meses, está na descoberta (!) de importantes vestígios arqueológicos…
Sou intrinsecamente reformista e nada me move contra a Obra, mas também velho apaixonado pela História, ciência feita de pesquisa metódica – a mesma que me levou à releitura do n.º 2 da revista “Litorais”, da Associação Doutor Joaquim de Carvalho, no qual a Dra. Isabel Pereira elenca (com fotos) os trabalhos arqueológicos efetuados pelos serviços do Museu Municipal que permitiram detetar construções relacionadas com a exploração e a condução de água, por exemplo na Praça 8 de maio e na rua do Hospital. Conhecimento da Figueira? Planeamento da Obra? A revista é de maio… de 2005!"