quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

As campanhas eleitorais

Daniel Santos, no jornal AS BEIRAS.
"O Presidente da República reuniu à sua volta os presidentes de câmara de todo o país para a comemoração dos 40 anos do poder autárquico. O evento foi aproveitado para sublinhar a adjudicação de mais poderes às autarquias segundo um modelo que o Governo anunciará em breve, alegadamente no respeito pelo princípio da subsidiaridade.
Constata-se porém que, não se encontrando vinculado a um órgão de ordem superior, devidamente eleito directamente pelos cidadãos, o modelo utilizado tem permitido que, de uma forma desregulada, se mantenham ao longo dos anos as decisões avulsas sobre a materialização de infraestruturas e equipamentos sempre numa lógica local, com proliferação de soluções equivalentes em concelhos próximos, como é o caso do Centro de Artes e Espectáculos na Figueira e do Convento de S. Francisco em Coimbra. Ou de infraestruturas regionais, como é o caso da Metro Mondego que, para além de não passarem do papel, induzem enormes constrangimentos, com consequências na funcionalidade regional que já vêm do passado e se projectarão do futuro.
A falta de vínculo de projectos regionais estruturantes junto de um órgão verdadeiramente legitimado pelo voto popular conduz à prossecução de soluções avulsas de rápida materialização para satisfação dos interesses eleitoralistas dos autarcas. E a administração central continua a não querer abrir mão da faculdade de distribuir tarefas e meios da forma que mais convém ao partido que está no poder."
Nota de rodapé.
Muitas vezes, ficamos impressionados por pessoas inteligentes e honestas descambarem, como dirigentes políticos, em trejeitos, tiques, erros e baixezas que, se estivessem fora da política, seriam os primeiros a repudiar e a criticar.
A metamorfose, a meu ver, não resulta da necessidade de se degradarem para chegar ao «povo»
Como é óbvio, «o povo» só vagamente será para aqui chamado. 
Nas campanhas eleitorais, os políticos andam de almoços para jantares, almoços e jantares esses em que há enorme renitência em que se fale no princípio.
Têm que esperar, por vezes horas, depois de refeições pesadas e à portuguesa. Lá para o fim, fala uma longa série de oradores: o presidente da jota, o presidente da concelhia, o mandatário local, algum convidado especial e o candidato. 
Depois, é sair à pressa para  outra refeição para fazer a mesma coisa. 
Nos intervalos, visitavam-se as feiras e os mercados obrigatórios. 
As campanhas eleitorais são isto. Tudo tem de ser programado: não se podem esquecer as visitas a instituições empresariais, a "lobbies" locais, a eventos que coincidem com a campanha e que têm "gente"
E discussão de projectos e de ideias, perguntam vocês?..
Nada, zerinhos...

Para além da questão ética...

"CGD: Carta secreta de Domingues compromete Centeno...
António Domingues tinha um acordo com o ministro das Finanças para não entregar a declaração de rendimentos no Constitucional"!..
Perante isto, o que é que um gajo pode escrever mais?..
Na minha santa e imbecil ignorância, gostava de  acreditar  em políticos que me dissessem as verdades difíceis e  complicadas. 
Na minha santa e imbecil ignorância, gostava de  acreditar que “os políticos não são todos uns mentirosos”. 
Na minha santa e imbecil ignorância, gostava de  acreditar  que  os portugueses não dão popularidade e votos aos políticos que lhes mentem.
Quem escolhe e privilegia os mentirosos, em detrimento dos verdadeiros, não se pode depois queixar...

Paço de Maiorca: um «crime financeiro» e «negócio ruinoso», mas (digo eu...), «com charme»!.. (3)

Só consigo sorrir ao ver notícias sobre este assunto. 
Lembro-me das brincadeiras que se inventaram para proporcionar  o "binquedo" a alguém... 
Então, tal como agora, a Figueira era um divertimento! 
Foram tempos em que os heróis encarnaram, nessa mesma encarnação...

"FGT foi extinta mas Paço de Maiorca continua por resolver", pode ler-se hoje no jornal AS BEIRAS. 
Segundo o mesmo jornal, "está concluído o processo de extinção Figueira Grande Turismo (FGT), criada por Santana Lopes."
Os funcionários, recorde-se, foram integrados na câmara. Porém, o dossiê do Paço de Maiorca, que era para ter sido transforamado em unidade hoteleira de charme, via uma parceria com o Grupo Lágrimas, não foi encerrado.
O processo do Paço de Maiorca está pendente da resolução do empréstimo concedido pelo BPI – seis milhões de euros.
A autarquia figueirense,  na sequência da extinção da FGT passou a ser acionista direta da sociedade.
A vereadora do PSD Anabela Tabaçó, na reunião de câmara da passada segunda-feira, questionou João Ataíde sobre as responsabilidades da sociedade do Paço de Maiorca assumidas pela autarquia. A autarca da oposição reiterou, por outro lado, que o presidente podia ter parado o processo, para depois decidir o que fazer, a fi m de evitar o desfecho que se conhece. 
O presidente, porém, afiançou que fez tudo para concluir as obras e resolver os problemas herdados. 
Desde o início que a parceria público-privada, criada no segundo mandato do falecido presidente da câmara Duarte Silva (PSD), mereceu forte contestação. 
O accionista privado detinha a maioria das ações, mas o imóvel era da FGT, que também se responsabilizou pelas obras. 
Por outro lado, os lucros da unidade hoteleira seriam distribuídos pelos dois parceiros, mas os prejuízos, esses, ficariam por conta do accionista público. |

Onde é que já lá vai o prazo de execução da obra (90 dias!)...

Notícia de primeira página do Diário de Coimbra do passado dia 18 de outubro de 2016: "na Figueira, novos quiosques são instalados para a semana".
Entretanto, a comédia em torno dos quisoques figueirenses continua!
O PSD, na última reunião de câmara, que se realizou na passada segunda-feira, lembrou que a instalação dos novos quiosques está atrasada. 
O executivo camarário socialista justificou o atraso com a falta de cumprimento do prazo por parte do empreiteiro. 
Entretanto, já foram instalados os três “americanos”, enquanto os restantes deverão ser colocados até abril.

A transparência, na Figueira, é uma "coisa" muito irónica: em três anos, este executivo de maioria absoluta, caiu do 1º. para o 52º. lugar...

Para ver melhor, clicar na imagem
O ano passado, o  gabinete da presidência da câmara reagiu da seguinte forma à descida que então se verificou: de 1º. desceu para o 32º. lugar.
"Temos vindo a aumentar os níveis de transparências, iremos continuar este esforço e vamos discutir, com a entidade que elabora o ITM, alguns aspectos que não foram considerados nesta avaliação".
Eu, se fosse do gabinete da presidência, este ano, se dissesse alguma coisa a justificar mais esta descida de 20 lugares, diria apenas: a Figueira não desceu muito. Os outros municípios é que melhoraram bastante.

O novo tabu figueirense

Não há político menor que não tenha o seu tabu. 
José Elísio, não conseguiu fugir à regra. 
Assim, um dia depois do anúncio do candidato do PSD à Câmara da Figueira, veio dizer ao mundo que nas próximas autárquicas vai desancar os candidatos partidários no concelho, criando um facto político novo.

Passo o citar AS BEIRAS, de hoje.
O movimento independente Vai ou Racha, criado por José Elísio, através do qual conquistou a Junta de Lavos nos dois últimos mandatos, poderá apresentar-se nas próximas eleições autárquicas com candidatos à câmara, à assembleia municipal da Figueira da Foz e a várias juntas do concelho da Figueira da Foz. “Estamos a fazer contactos para aferir a disponibilidade e a vontade das pessoas”, admitiu o autarca. José Elísio garantiu, no entanto, que não será candidato à câmara, nem recandidato à Junta de Lavos. 
Se o Vai ou Racha avançar, poderá afectar os candidatos à câmara dos dois principais partidos, João Ataíde (PS) e Carlos Tenreiro (PSD). O líder do Vai ou Racha deixou claro.
“O que viermos a fazer não será contra nada nem contra ninguém. Esta é uma iniciativa apartidária que tem por finalidade contribuir para resolver questões locais muito concretas”.
Também segundo o mesmo jornal, o centro-direita olha para as movimentações do político lavoense com apreensão, temendo que o Vai ou Racha possa beneficiar o recandidato João Ataíde. 
José Elísio, porém, tem outra visão.
“Sou amigo do dr. João Ataíde, tem-me tratado bem. Tenho colaborado com ele e continuarei a colaborar com ele, se ele ganhar as eleições, como colaborarei com outros”.

Para terminar.
A lufa lufa na política figueirense está instalada de novo...
Um pormenor: perceberam o timing do mestre José Elísio?..
A decretipude das sociedades foi um tema que Federico Fellini tratou magistralmente. 
Rever os seus filmes (actualíssimos) é perceber como, cá pela Figueira, o Rei vai nu há vários anos... 
Infelizmente, cá pela Figueira, não aprendemos nada com o Mestre Fellini...

Futebol, um jogo complexo...

"Dando de barato o gigantesco desperdício de recursos do país, a cada semana que passa, vendo e ouvindo os rescaldos das jornadas futebolísticas e o clima que se gera entre cidadãos divididos pelos vários clubes, cidadãos que tomam como seus os lucros, os prejuízos e demais vicissitudes do NEGÓCIO CORRUPTO do futebol… atrasa-se em mais alguns dias a mobilização para a resolução dos problemas reais desses mesmos cidadãos. 
Tudo somado, são anos de atraso… quando não mesmo causas perdidas definitivamente, dado o afastamento, a divisão e o ódio instalados na sociedade.
Não admira que o futebol seja uma actividade tão querida pelo poder e pelos grandes figurões que, neste regime, o detêm.
VIVA O FUTEBOL !!!!!"

FUTEBOL - UM TRAVÃO DA HISTÓRIA, via Samuel Quedas

Não é má ficção. A Figueira,em 2017, é uma muito triste realidade...

foto sacada daqui
Em ano de eleições autárquicas, a Figueira é o reflexo daquilo a que chegou a política em Portugal.
É, também, o reflexo daquilo que são os políticos na Figueira e em Portugal, em 2017.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Figueira política (até ao momento...)

Uma aldeia que só se pode adorar!..
João Ataíde: o presidente...   
António Durão: somos todos durão? 
Carlos Tenreiro: o candidato que tem criticado a gestão daquele a que pretende suceder...  

Senhor presidente Ataíde: estas obras não deviam ter estado prontas em 31 de Dezembro de 2016?

O verdadeiro artista, é aquele que explica algo fácil de maneira confusa, de tal modo que nos faz pensar pensar que a confusão é culpa nossa.

E o Conselho de Opinião da RTP não teve de explicar como não conseguiu fundamentar o "chumbo" do jornalista para o cargo!..



"João Paulo Guerra (jornalista desde 1962) assume funções como provedor do Ouvinte da RTP"
-  Via Público

Na Figueira é sempre carnaval: ataíde e portugal, responsáveis pelo turismo, escrevem-se obviamente com letra minúscula!


Escusam de agradecer: o meu cantinho no céu está garantido!.. (II)

Diário de Coimbra de 7 de fevereiro de 2017. Para que conste e para memória futura.
Para ler melhor, clicar na imagem
Nota de rodapé.
O momento não está para politiquices: a erosão costeira a sul da barra do Mondego é um assunto muito sério...

Escusam de agradecer: o meu cantinho no céu está garantido!..


Jorge Tocha Coelho, um cidadão atento... (XV)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Ao trabalho, senhor candidato Tenreiro, ao trabalho!..

Confesso que foi sem surpresa, que tive a confirmação que Carlos Tenreiro era o candidato do PSD/Figueira à Câmara Municipal da Figueira da Foz nas eleições autárquicas a realizar em outubro próximo.
De nome, conheço Carlos Tenreiro há muitos anos, tenho acompanhado o seu percurso de luta na Assembleia de Freguesia de Buarcos/S. Julião e tive recentemente uma conversa pessoal com ele.
Claro que não lhe vou dar conselhos (quem sou eu, para ter a pretensão de dar conselhos a alguém!..), apenas faço esta nota para sublinhar um pormenor.
Na Figueira, a tendência é para o mimetismo, isto é, para o acertar o passo pelos demais, pelo que uma opinião independente e desalinhada pode parecer estranha e até desconcertante, de tanto habituados ao politicamente correcto e às verdades absolutas! 
Acredite, contudo, senhor candidato do PSD: não é por esse caminho que contribuirá para fazer avançar a Figueira.
Por aí, estará condicionado e pré controlado... 
Moramos numa cidade de demasiados sentidos únicos no nosso viver quotidiano.
Ou porque é proibido, ou porque parece mal, ou porque podemos cair no ridículo, enfim...
O senhor candidato é que sabe as linhas com que se há-de coser.
Eu, gosto muito de Régio...
"Não sei por onde vou, Não sei para onde vou, Sei que não vou por aí!"! 
Mas que gostaria de ver dar um pontapézito no traseiro do politicamente correcto corporizado por este malfadado executivo que continua a sorrir, para nossa desgraça, lá isso, adoraria...
Como o agora candidato Carlos Tenreiro um dia escreveu: "25 de Abril é a coragem de viver em democracia desfrutando a liberdade". 

O tabu do PSD/Figueira acabou. E Tenreiro aqui tão perto!..

"A Concelhia da Figueira da Foz do PSD vota, esta noite, o nome de Carlos Tenreiro como candidato do partido à Câmara da Figueira da Foz.
O conhecido advogado da Figueira da Foz, 52 anos, em 2013, concorreu à presidência da Junta de Buarcos e S. Julião como independente, nas listas da coligação Somos Figueira, liderada pelo PSD.
Carlos Tenreiro não ganhou as eleições, mas assumiu o seu lugar na  assembleia de freguesia, através do qual tem feito uma incisiva oposição ao executivo socialista."

- Via AS BEIRAS.

Porque escondem o Tavares?..

foto sacada daqui
 A transparência, a credibilidade e a seriedade política não são apenas feitas em cacos com falsas promessas, demagogia, trapalhadas e mentiras nas campanhas eleitorais e, depois, na governação. 
São-no também - e muitas vez mais - com as caras que, antes ou depois, dos actos eleitorais se escondem.
Quando a poderosa máquina de propaganda ao serviço do presidente Ataíde, a partir de determinada altura, resolveu  menorizar e esconder  António Tavares sabia o que estava a fazer. 
E, quando no folclore de agitação da tal máquina de propaganda ao serviço do presidente Ataíde, a cara mais vista pelas câmaras fotográficas dos jornais, que falam da Figueira, é a de Carlos Monteiro,  percebe-se o resto.
Mas, isto, não se discute... Não é que lamente o que acabou por acontecer ao vereador Tavares. Penso, até, que em  termos políticos acabou por ter aquilo que mereceu.
Estou apenas a tentar demonstrar e a valorizar a falta de  sentimentos de solidariedade, que nos é exibida por quem é responsável pela governação executiva da cidade da Figueira da Foz, de há 7 anos, sete, a esta parte. 
Isso, diz muito sobre a qualidade dos políticos...
Este nó, ainda por desatar, representa um problema...  
Falta saber a dimensão.