domingo, 1 de janeiro de 2017

Um belo postal da minha cidade...

Para ver melhor clicar na imagem
Cá estamos, mais ou menos, a meio do primeiro dia do novo ano.
Ou, no fundo,  apenas mais um dia?.. 
Para mim, e disso não tenho dúvidas, é a continuação...
O passeio -  e a sua ideia - pela minha cidade,  vão continuar a repetir-se, em 2017, sempre que haja ocasião. 
Que eu espero que seja todos os dias.

Passear é a forma de se estar sempre na companhia de quem se gosta. E eu, embora seja desta OUTRA MARGEM, gosto muito da minha cidade.
Sentimo-nos bem quando visitamos um sítio do qual podíamos dizer que daria um excelente postal ilustrado. 
Mas, essa beleza que apreciamos não vem apenas do lugar, mas também da vida que ali pode ser sentida e revivida.

Aqui está,  de novo, o futuro,  à minha espera. 
Ele é um segredo.
Um segredo precioso.
Há alturas que somos de tal modo influenciados por uma boa publicidade que não podemos deixar de nos arrastar por ela. 

Gosto de quem tem talento e o gosta de mostrar.
A melhor publicidade, é a que consegue a substituição do nome do objecto pelo da marca. 
Nos anos 60 do século passado, quem queria mencionar a Figueira, dizia Praia da Claridade...

A Figueira, apesar de tudo, continua linda. 
E tem talentos que sabem realçar a sua formosura.
A gestão dos destinos de uma cidade não se devia compadecer com favoritismos ou amadorismos.
Exige profissionalismo e competência. 
Tudo tem de ser estudado ao pormenor, para que a eficiência e eficácia sejam elevadas ao seu grau máximo.
Esta fotografia do Pedro Agostinho Cruz está mesmo aí: no grau máximo da qualidade, que só a dedicação, o trabalho e a competência podem oferecer à minha cidade.

Espero que saibam por onde vão em 2017. Ainda bem que alguém sabe... É que há malta, como eu, que tem o GPS por calibrar e está sem dinheiro para as pilhas ...

"Outro ano. Toda a gente excitada, e, de conhecido para conhecido, esta senha:
- Boas entradas! [...] E lá segue cada qual o seu caminho, com o supersticioso pé direito à frente, não vá o demo tecê-las [...] Mas como felizmente ninguém pode voltar atrás, nem saber antes de saber, vai de recomeçar vida nova cada novo ano. Cada novo ano que passa a velho logo que se fazem 365 tolices."

 (Miguel Torga, «Diário II»)

Para começar bem o ano...

Eu sei que hoje é domingo e é feriado.
Mas, 2017 não acaba hoje!
Até nisso o Passos Coelho teve azar...
Muitos dos feriados que nos roubaram, calharam em dia de descanso...
Agora, já cá  não estão: "2017 é ano “recheado” de pontes e fins-de-semana prolongados"...
Que bom para as "escapadinhas"!..

Bom ano. Gosto mesmo. Ponto final. Parágrafo.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

"Os tons da luz do sol-pôr, refletindo o velho casario na marinha da Gala"...

Uma foto descaradamente sacada ao João Pita
A um dia de terminar o ano de 2016, creio que a  maioria dos habitantes da Cova e Gala não é covagalense. 
Acredito que gostem da Aldeia, que gostem de cá viver, que a considerem também sua, mas não têm cá as raízes: têm as raízes noutros lados, que alguns continuam a cultivar.
Quem aqui nasceu, gosta de uma maneira especial da Aldeia.
Não é gostar mais nem melhor: é gostar difrente.

A Aldeia continua a correr-me nas veias.
Este  covagalense,  olha para a sua Aldeia com sobriedade, não embarca em modas. 
No fundo, o covagalense que eu sou, é, filosoficamente, um aldeão, descendente de marítimos explorados e arruinados pela dureza das suas vidas, um aldeão desenganado, um anarquista desiludido com a cidade, mas acalentando sempre orgulho na sua ascendência. 
E então, é um desconfiado do catano, quando vê espalhafato e grande aparato

Esta foto do João Pita, fez-me pensar sobre o velho e sempre actual tema da mudança que foi feita na Aldeia a partir de 1993.
Esse tema, quanto a mim, de uma vez por todas, deveria vir para a ordem do dia.
Basta de descaracterizarem a Aldeia. Os covagalenses precisam de manter e preservar as poucas referências que ainda restam. 
A importância desta Aldeia, só pode ser reconhecida depois de lhe conhecer a história e tudo que a envolve...
Não me canso de elogiar esta Aldeia: é um autêntico bálsamo deambularmos por aqui

A decrepitude é uma etapa da vida, que eu vou encarar com a naturalidade com que sempre encarei todo o meu percurso de vida. 
Pelo meu aspecto, pelo meu interior e pelo meu pensamento, sinto-me tal quando tinha menos uns anos: continuo a ter quatro membros flexíveis e um duro. 
Portanto, àqueles que sempre tiveram quatro duros e um flexível, aconselho que vão dar uma volta ao bilhar grande no próximo ano. E que façam uma boa viagem.
Bom 2017 para todos: os novos e os velhos.

Vistam sorrisos de palhaços. Esqueçam tristezas e cansaços; ...tragam todos os festejos. E ninguém se esqueça de beijos; ...tragam pendas de alegria.
E a festa dure até ser dia...
Mas que nenhum me dê conselhos! 

Via AS BEIRAS

Via Diário de Coimbra


"Marcelo e Passos Coelho almoçaram ontem em Belém"...

Segundo o Diário de Notícias, "não houve declarações aos jornalistas antes nem depois do almoço"!..
Terá sido a  última ceia de Passos com Marcelo?..

O meu Sporting é especial....

O que não irá acontecer no país, quando Bruno de Carvalho convocar uma conferência de imprensa, na qualidade de presidente Bruno, para comentar a candidatura do candidato Bruno!..

Carta aberta ao presidente da Junta de Freguesia de Buarcos...

Em Buarcos, segundo o que li no blogue do João Vaz,  destruíram as árvores e os arbustos. 
Mas, vá lá, do mal o menos, deixaram as canas.

Estamos perante a questão do que é real
E o que é o real? 
Aquilo que é percebido pela generalidade das pessoas, ou aquilo que só alguns vêm?

E o que é que a generalidade vê? 
O que só alguns entendem?

Penso que é fácil perceber isto, se atentarmos no desempenho da Junta de Buarcos neste caso. 
Concordo com o João Vaz, quando explícita no seu blogue, que deixou muito a desejar, mas presumo que não seja assim para maioria dos eleitores de Buarcos!

Será que consegui fazer-me perceber?..
É difícil, eu sei!...

Como não divulgo apenas a malta do PSD, cá vai a prosa de Luis Castro publicada esta semana no jornal "A Voz da Figueira"

AQUI? DORMIMOS I
Ao longo da Praça Nova passeavam com um andar compassado, n’uma demorada regulada, grupos de empregados; logistas; negociantes de vinhos e proprietários paravam ouvindo, com attenção de sensatez e assentimento insuspeito, algum que fallava e mostrava  gestos commedidos, pautados, de quem expõe uma ideia ou quer convencer. Um outro banco era occupado por famílias do povo, operários, velhos comerciantes aposentados, na passividade; pelas raparigas de trabalho com os seus trajes aceiados, do domingo, de cores vistosas, e creadas de gente rica guardando as creanças que brincavam, saltavam na calçada e nos bancos. A maior parte dos estabelecimentos em torno estavam fechados. Os caixeiros das duas lojas de moda, à esquina da rua das Flores, à porta, em pé, aborreciam-se, tinham bocados de conversas, dirigiam chalaças a alguma rapariga transeunte, ou a qualquer moça de cosinha, que voltava da fonte, ajoujada, vermelha pelo pezo do caneco cheio. No Café Central entravam e sahiam de quando em quando artistas, caixeiros, negociantes novos, no gasto domingueiro da chávena de café e da genebra, ou extravagancia das partidas de bilhar. Uns poucos barqueiros, catraeiros e algarvios dos cahiques de pescaria, vinham caminhando devagar, em direcção à taberna da esquina da rua Nova, falando soturnamente com o cachimbo ao canto dos beiços e as mãos atraz das costas. Da Ladeira do Monte desciam dois marinheiros inglezes bêbedos aos zigs-zags estonteados, cantando com uma voz berrada, mostrando os punhos fechados em attitudes de dar murros, seguidos e cercados pela garotada, que às vezes dava fugidas curtas, inesperadas, e gritava em apupos de boccas escancaradas.
Em baixo, no novo caes, quasi em frente da Praça parava o carro americano, despejando a gente que vinha de Buarcos, da praia e do Bairro Novo. Na esplanada ao pé da rampa, alguns serranos das barcas da Foz do Dão estavam encostados a umas pipas vasias. Um zelador municipal, o Caras Altas, policiava passeiando vagarosamente no lagedo da casa do Tribunal, olhando para uma parte e outra com uma posição lorpa de cabeça. Algumas famílias que habitavam as casas da Praça, enfastiavam-se à janella, com os braços pousados no parapeito, ou com a cabeça pezando sobre uma das mãos. (…)
Para baixo via-se uma pequena porção do paredão novo, as partes altas do theatro Príncipe D. Carlos, o guindaste das Obras Públicas pintado de encarnado, a doka onde oscillavam diminutamente amarados os hiates do costeiro, as rascas de Peniche, os cahiques do Algarve, os bateis dos carregamentos do porto e os barcos de transporte do Mondego. Depois, mais além, alastrava-se a largura esverdeada do rio, às vezes cortada pelos botes; avistavam-se os navios de maior lote, ancorados na estacada, com a bandeira da respectiva nacionalidade içada no topo do mastro da popa; mais adiante as marinhas do sal, d’um tom negro, onde se distinguiam parte dos depósitos rectangulares da água do mar; as casas caiadas, espalhadas irregularmente, das povoações de Lavos, Carvalhaes e Regalheiras, rodeadas de pinhaes e de uma vegetação escura; as habitações acanhadas e os moinhos da Galla; alguns denegridos casebres de madeira da Cova e uma grande porção do areal do Cabedello. A uma grande distância avultavam as estaturas enormes, d’uma cor pesada e triste, dos montes que se alongavam para as bandas de Leiria, apresentando uma perspectiva esfumada, um pouco nevoenta, que se ia azulando n’uma graduação insensível para o alto, e na direcção da Vieira branquejava uma larga e comprida tira da costa do sul.

Gaspar de Lemos, do romance inédito “A Filha do Senhor Silva”, transcrito do Almanach da Praia da Figueira para 1878-1879, 1º ano, p.168-170, rep. em "Ruas e Praças da Nossa Terra II", de Isabel Simões, in Revista Litorais, nº 4, Maio 2006.


AQUI? DORMIMOS II
Não há tempo para textos estruturados.
Desse mesmo tempo que perdemos no corredor (dos) congelados!
Quando demos, quando damos conta desse enregelamento que se instalou na cidade?
Dessa estrada da cidade que a circunda e afasta?
Quando percebemos que volteamos a cidade vezes sem conta?
Quando acaba esse poço da morte que diverte a cidade em vez de gente na feira?
Quando percebemos que, nisso e na internet, quase não nos encontramos, e que nas poucas vezes, quase já não nos conhecemos, nem temos vontade de conhecer.
Quando percebemos que não temos espaço nosso?
Que as praças e o centro escureceram abandonados, num piscar de olho de coruja.
Que a Rua da República se foi de uma ponta à outra e ninguém quer falar sobre isso em público.
Quando percebemos que aqui estimamos alguns e odiamos alguns, alternadamente, mas cada vez mais ninguém se tolera?
 Que rimos uns do outro sem pensar, essa dificuldade, e depois desaparecemos todos!
Que existem coisas entre o céu e a terra que jamais se alcançarão.
Vejamos: a situação financeira do nosso Município desagravou-se, parte substancial de dívida foi reduzida.
Grandemente por isto, e é importante, assistiu-se a uma dignificação da actuação e da posição da Câmara Municipal. Facto acentuado pelos tempos, marcados por uma conjuntura nacional de grave crise económica. 
Menos visíveis, muitos esforços e tempo foram gastos, ocorrendo tentativas, fracassos e sucessos na resolução do sem fim dos muitos “dossiers” pedregosos herdados de anteriores executivos.
Posto isto, esse anterior estado das finanças municipais e o resultado das eleições autárquicas, quase se afirma existir uma comunhão silenciosa entre eleitos e muitos eleitores, a quem, num eventual respeito mútuo emergido por uma tempestade, menos importasse o lustro do convés, e até o próprio rumo do navio, mas mais o naufrágio que se tomou por evitado. Como poderia ser de outra forma e o que acresce?
Acresceria dizer que é o mar morto, do nosso sal, do sal do Estado, do sal da União Europeia. Sal por ora.
Acresceria, não fossem as intrigas partidárias, mesmo muito discordando, ressalvar que governar cidades não há-de ser fácil. Que existem muitas promessas incumpridas, erros, inércia, medo de arriscar e, acima de tudo, desconhecimento, falta de visão e engenho. Que falta um mandato. Um rei que só enverga coroa vai nu?
Acresceria, não fossem as intrigas partidárias, mesmo muito discordando, ressalvar que opor-se a quem governa cidades não há-de ser fácil. Mas, como meros exemplos, o desígnio e a identidade da cidade é ser a praia que foi e tende a debater-se, nem a muito errada e dispendiosa obra da praia, que só nos afasta da solução ideal, mas… os parafusos. A Figueira Parques, única empresa municipal rentável à venda (o que nada deve fazer supor, mas antes analisar todos os dados) e tende a debater-se o estacionamento e os autos. Desordenamento do território, taxa de desemprego superior à média nacional, população jovem e indústria a abalar, centro da cidade morto, e nada de debate. E nada de pedir ou apresentar acção. Sem existir, fica fácil.
Acresce dizer que o poder astuto é deles e interpola para os outros.
Acresce, porventura e todavia, quase afirmar que existe, paralela e igualmente, outra gente silenciosa, talvez muita, perfazendo um tipo de inconsciente colectivo, que muito trabalha e luta na cidade. Que quer cá ficar. Que quer que os filhos fiquem cá. Que a vive, mas que pensa e sente não a viver plenamente. Que a quer mais e que lhe quer mais. Todos talvez mereçam mais.
Acresce e cresce gente que nos quis e quererá trazer certezas absolutas. De uma forma tão, mas tão fácil. E todos sabemos como são sedutoras, verdades e facilidades. Mas, talvez a única para as duas… estas não existem, jamais existirão.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Há pessoas que continuam a estimular-nos apesar de terem partido deste mundo há trinta anos...

Porque  "mais vale a pena partir que torcer" e "quem tem penas são as galinhas", fica "Memória e Esquecimento", um poema de Joaquim Namorado:

Nenhum instante se repete
nenhum dia
o tempo ao fim ignorado
que é a sua foz
No mesmo passo monótono
os ponteiros dos relógios percorrem
exactas horas, indiferentes
à alternância das estações mutáveis.
Assim te digo adeus amor,
Encontramo-nos amanhã à mesma hora
ou nunca mais.

Há gente na Figueira a trabalhar com qualidade, que mostra que é possível fazer coisas boas a partir da nossa cidade...

 "Nazaré como você nunca viu antes".

2017...

... por Rui Curado da Silva.
"Aterra-se em 2017 e um racista assume a presidência dos EUA. No Reino Unido a xenofobia torna-se moeda corrente. Na Turquia, na Rússia, na Polónia e na Hungria dão-se largos passos em direção ao passado. Na Holanda, em Itália, na Áustria e em França populismos nacionalistas ganham força. Até à esquerda há quem queira substituir o internacionalismo pelo patriotismo de esquerda. O cenário é digno de um álbum Bilal, mas não desmobilizaremos, cá estaremos para mais um ano de luta."


Pois é: em 2017,  até na nossa cidade a luta tem mesmo de continuar.
Na Figueira,  a diferença entre a realidade e a ficção, é apenas esta: a ficção faz mais sentido.

O Bairro Novo e a pesada herança do edifício "O Trabalho”... (VI)

Via Daniel Santos

A Figueira tem um presidente "inteligente"... (III)

Comunicado da direcção da Naval
"Caros sócios, atletas, dirigentes, treinadores, adeptos, simpatizantes e figueirenses em geral.
Vimos por este meio voltar a agradecer o apoio do Município da Figueira da Foz, parceiro principal do nosso clube e garante da pratica desportiva na nossa cidade , ao Porto da Figueira da Foz pela excelente cooperação com o clube, à junta de freguesia de Buarcos e S. Julião pelos apoios concedidos e às centenas de empresas que nós apoiam diariamente . 
A todos os elementos do clube que diariamente , colocam a "máquina Navalista" a funcionar .
A todos desejamos um Próspero Ano Novo .
Quantos a outros comunicados difundidos no face do clube GCF, em jornais da cidade e da região, a direcção da Naval só tem a agradecer. Só demonstram a pequenez de quem os dirige (sim porque toda a cidade sabe quem realmente manda no clube e paga as publicações nos jornais, a propaganda ao melhor estilo do Estado Novo, também sabemos como começou a vossa secção de futebol, com atletas desviados do nosso clube e aliciados enquanto atletas da Naval, nós não esquecemos) e que está a por em causa a prática do desporto rei nesta cidade .
Caminhem para a melhoria das condições desportivas neste concelho e cidade, não queiram apagar 123 anos de história, não se esqueçam que nasceram dentro da Naval.
À nossa vitória. Naval, Naval, Naval."

Via página do facebook da Associação Naval 1º. de Maio